«As Mãos ferramenta mágica - Cuidados para que não se transformem numa ferramenta perigosa» Nídia Salgueiro, inf. Coimbra, Portugal • Objectivos Gerais Pretende-se, com esta acção formativa, que os formandos: - Compreendam que as suas mãos podem ser uma ferramenta maravilhosa, mesmo mágica, transmitindo amor e ternura, suavizando a dor e o desconforto, comunicando, por vezes, o que a palavra não consegue, quando utilizadas de forma intencional, mas que utilizadas de forma inconsciente e descuidada podem transformar-se numa ferramenta perigosa; - Compreendam a sua responsabilidade, como um dever de cidadania, na aquisição de conhecimentos, atitudes e técnicas de prevenção da contaminação e transmissão microbiana, química e energética, utilizando no quotidiano correctamente a lavagem das mãos e o banho seco, isto é, adquiram competências de saber-saber, saber-ser e saber-fazer. • Objectivos Específicos No final desta acção, os formandos deverão ser capazes de: • • • • • Descrever, oralmente, as mãos como ferramenta mágica que opera milagres na área da comunicação afectiva; Identificar, numa lista fornecida, os princípios básicos da lavagem social ou higiénica das mãos, sem erros; Enumerar, oralmente, todas as situações em que se devem lavar as mãos; Lavar correctamente as mãos, obedecendo aos princípios básicos, com o produto certo e utilizando a técnica correcta (técnica dos seis passos), sem erros; Aplicar correctamente a técnica do banho seco, explicando as situações em que este está indicado; Conteúdos Programáticos • As mãos. • Ferramenta maravilhosa, mágica, que opera milagres. • Mãos-coração, mãos-palavra, mãos-estímulo, mãos-engenhosas/ artistas, mãos-perigosas. 1 • Os cuidados a ter para evitar a contaminação e o desgaste energético • A lavagem social ou higiénica simples das mãos e suas indicações. Como proceder. • Banho seco – Uma técnica de descontaminação energética. Como proceder. • Métodos e técnicas pedagógicas • Método expositivo, ilustrado com exemplos, diapositivos e o recurso a questões de verificação de conhecimentos; Método demonstrativo; Experimentação pelos formandos das técnicas apresentadas; Meios auxiliares: quadro, Power Point, Data Show. • • • Introdução O Criador, a natureza, dotaram o homem com esta ferramenta maravilhosa, mágica que são as suas mãos. Elas tocam, acariciam, aconchegam, embalam, abraçam, cuidam de nós e dos outros. Por meio delas angariamos o nosso sustento e dos nossos, preparamos os nossos alimentos, fabricamos o nosso vestuário e outros meios de protecção. Elas permitem-nos manifestar a nossa criatividade artística ou técnica e até as erguemos para agradecer ao Pai, para pedir as suas bênçãos para o trabalho que realizamos. Assim, elas podem ser mãoscoração, mãos-palavra, mãos-estímulo, mãos-engenhosas/artistas, mas usadas de forma inconsciente, sem os cuidados de protecção adequados elas transformam-se em mãosperigosas para nós e para outros, as mãos que nenhum de nós, cidadão consciente, deseja ter. Lavar as mãos e ajudar as crianças a criar esse hábito é dever não só de pais e educadores como de cada cidadão. Trataremos da lavagem higiénica simples das mãos como procedimento de eleição para corresponder ao desafio «mãos limpas, mãos seguras!» 1 As Mãos - ferramenta mágica Mãos- coração Quando as mãos se transformam em mãos-coração, elas são canais de amor incondicional, de compaixão, de serenidade, de paz, de energia curadora. As investigações comprovam que uma suave massagem de afloramento diminui a dor. Isto explica-se devido ao calibre das fibras dos nervos periféricos, que transmitem as sensações agradáveis com efeito 1 OMS, World Alliance for Patient Safety – Guidelines on Hand Hygienes in Health Care. É-mail: patientsafety @ who. int 2 analgésico, ser diferente do calibre das fibras nociceptivas, que transmitem as sensações dolorosas. Ao chegarem ao portal do hipotálamo, as sensações de alívio da dor passam à frente das sensações dolorosas, impedindo-as de chegar às estruturas cerebrais onde se transformariam em percepções dolorosas conscientes. E estas mãos-coração são também muito inteligentes, elas sabem onde pousar e o gesto a efectuar para aliviar, para transmitir doçura. Mão-palavra As mãos às vezes fazem-se palavra, e pousando-as docemente nos ombros, nas mãos, nos braços ou acariciando suavemente o rosto de alguém em situações difíceis ou limite, transmitem a segurança de saber que se está consigo para o ajudar a levar o seu pesado fardo, tornando as palavras desnecessárias. Outras vezes, adoçam mesmo as nossas espinhosas tarefas de comunicar uma má notícia ou de prestar cuidados dolorosos, tornando-os mais suaves. Quando as palavras faltam as mãos falam. Às vezes até nos traiem transmitindo o que não desejávamos e as suas mensagens são potentes e duradoiras. Transmitem, sem muitas vezes darmos por isso, as nossas emoções e os nossos sentimentos. Quando elas "falam" em congruência com a palavra e com outros sinais da linguagem não verbal, então elas contribuem para criar um clima de confiança, de segurança, de calor humano e de abertura. Num simples aperto de mãos podemos transmitir muito mais que um cumprimento social. Mãos-estímulo No início da nossa hominização, das mãos das nossas ancestrais mães recebemos, sem dúvida, os primeiros estímulos para o desenvolvimento cerebral que hoje nos orgulhamos de ter. Ao longo do nosso percurso histórico, as suas carícias e afagos, o aconchego do seu colo para nos amamentarem e embalarem, os gestos de ajuda para nos pormos de pé e darmos os primeiros passos, acompanhados, evidentemente, do olhar terno, do sorriso, da palavra amorosa, constituindo sinais de "humanitude", fizeram de nós o que hoje somos. E no presente, estudos recentes mostram que em doentes em grande confusão mental, em estados avançados da doença de Alzheimer, quando as faculdades mentais e as memórias, até a memória de si como pessoa, se perderam, resta ainda nalgum cantinho da sua mente confusa a memória afectiva, também chamada de ambiência - a memória da ternura dos primeiros meses de vida. Quando, por técnicas especiais, se toca 2 o doente conseguimos despertar esta memória restante: o doente acalma-se e nos seus olhos surge uma centelha de luz. Também não há dúvida que nas nossas vidas actuais, os gestos acima mencionados foram estímulos ao nosso desenvolvimento. Por isso, o ambiente de amor e ternura em que se envolvem os bebés nos primeiros meses de vida, mesmo ainda no ventre de sua mãe são fulcrais para o seu desenvolvimento harmonioso. E aí estão as teorias da haptonomia, 3 da 2 Toque intencional, toque afectivo. Haptonomia: ciência da afectividade de Frans VELDMAN, 1975. Baseia-se no contacto psico-táctil afectivo-confirmante. Reconhece o direito do ser humano a ser reconhecido pela consolidação racional (confirmada) da sua existência e pela confirmação afectiva do seu ser, desde a concepção à morte. Estabelece uma relação de ternura pelo toque afectivo-confirmante. Implica a noção de útero habitado. Pretende: a confirmação afectiva, a segurança, a autonomia. – Onde não chega o saber, chega o amor! 3 3 vinculação, as técnicas de estimulação precoce para ajudar a superar algumas deficiências. . Mãos-engenhosas, mãos-artistas O cérebro concebe, cria, inventa, constrói e reconstrói modelos, mas é às mãos que cabe dar corpo a essas criações. Mãos hábeis que materializam as obras concebidas num majestoso monumento ou através das teclas de um piano, das cordas de um violino, numa tela ou de outra qualquer forma, produzem obras de arte que inebriam as nossas almas, ou dão corpo a engenhos que facilitam as nossas vidas, permitem viajar no espaço, explorar os sítios mais recônditos do nosso corpo para localizar e extirpar tumores ou corrigir deficiências orgânicas, ou simplesmente criam equipamentos que nos proporcionam conforto e bemestar. Através delas o homem torna-se co-Criador. Em suma, acabámos de falar de mãos-mágicas, em algumas das suas vertentes. Mas também todos sabemos, que mãos accionadas por mentes perversas, perturbadas ou até em pânico podem ser instrumentos de maus-tratos, de destruição e de morte. Não vamos abordar este aspecto, basta a televisão. No entanto, mesmo nos gestos mais nobres e amorosos ou quando delicadamente cuidam, procurando aliviar o sofrimento, elas podem transmitir doenças e mal-estar. Usadas sem os necessários cuidados higiénicos, podem ser um elo na cadeia de transmissão de doenças muitíssimo graves, como as infecções hospitalares com agentes infecciosos ultra-resistentes aos antibióticos ou energias pesadas que provocam mal-estar e mesmo doença, transformando-se em mãos-perigosas. Como cidadãos conscientes, desejamos que as nossas mãos e as que nos cuidam ou nos tocam sejam mãos limpas, mãos seguras. E este milagre consegue-se principalmente com o hábito de lavar as mãos - a lavagem higiénica simples das mãos, que trataremos de seguida. A lavagem social ou higiénica simples das mãos A lavagem das mãos faz parte dos gestos diários dos nossos hábitos de higiene. Ajudar a criar, desde a mais tenra idade, o hábito de lavar as mãos é um dever dos pais e educadores. Ser portador de mãos limpas e seguras é um dever de cidadania, um sinal de respeito, uma manifestação de consideração por nós e pelos outros. A lavagem das mãos tem um duplo objectivo: proteger-se e proteger os outros. Para atingir este duplo objectivo não só o devemos fazer em todas as ocasiões referidas a seguir, como fazê-lo correctamente, isto é, na hora certa, com o produto adequado, a técnica correcta e sem perda de tempo. 4 LAVAGEM DAS MÃOS Regra dos 3C+1 Na hora certa, Com o produto certo, Com a técnica certa. Sem perda de tempo Qual o seu efeito? Na lavagem higiénica simples das mãos aproveita-se o efeito do arraste da água (mecânico), e o poder adstringente do sabão. Assim, a sujidade e a flora transitória são arrastadas e destruídas. Igualmente produtos químicos, cuja absorção através da barreira cutânea tem uma acção tóxica. Uma outra acção, que desconhecia até há pouco tempo, é a remoção e destruição da energia doente. Na minha formação de cura prânica (toque terapêutico) a formadora chamou veemente a atenção para o imperativo de lavar as mãos, antes, durante a realização do tratamento (depois de retirar a energia doente e antes de a substituir por energia saudável) e depois deste. Aliás, ela não se ficava pela lavagem higiénica, utilizava também a desinfecção alcoólica das mãos. Devemos, pois lavar as mãos porque além de ser um procedimento eficaz na diminuição do número de agentes microbianos e outros contaminantes e diminuir o risco da sua transmissão ele é também um procedimento simples. 5 A remoção mecânica da matéria orgânica e dos microrganismos e outros contaminantes pela fricção enérgica das superfícies ensaboadas, seguida do enxaguamento por um jacto de água. . Lavar as mãos PORQUÊ? Procedimento simples e importante, pois diminui o número de agentes microbianos e outros contaminantes e reduz o risco da sua transmissão. Há várias técnicas de lavagem das mãos, mas no âmbito desta sessão só trataremos da lavagem social ou lavagem higiénica simples. COMO? • Lavagem social ou higiénica • Lavagem anti-séptica • Lavagem cirúrgica • Desinfecção alcoólica das mãos Quando devemos lavar as mãos? Começamos o dia com os nossos cuidados de higiene, onde naturalmente incluímos a lavagem das mãos. Lavá-las no início e no fim do nosso dia de trabalho, sobretudo nos trabalhos considerados limpos, talvez nem sempre seja um hábito arreigado em nós. No entanto, ele deve fazer parte das nossas obrigações de trabalhadores/técnicos/cidadãos 6 conscientes e responsáveis. Os conceitos de trabalho limpo, sujo ou contaminado que as pessoas têm nem sempre correspondem à verdade. O que parece muitas vezes não é. As investigações comprovam-no. Eu própria num estudo que realizei em 1983 o comprovei. Mais tarde repliquei-o, noutros contextos, obtendo-se resultados idênticos. 4 Estes estudos foram realizados em meio hospitalar, quando se tomava consciência do perigo das infecções hospitalares, após uma “lua-de-mel” decorrente do uso indiscriminado dos antibióticos. Hoje todos os hospitais têm Comissões de Higiene e Prevenção das Infecções Hospitalares, que fazem estudos epidemiológicos de forma sistemática. Seria interessante fazê-los noutros contextos laborais. Talvez os teclados dos computadores de uso pessoal e 4 Este estudo foi realizado quando orientava alunos em estágio de Cirurgia e tinha como objectivo principal consciencializar estudantes e profissionais para as boas práticas. Anotava-se o que os sujeitos estavam a fazer e colocava-lhes a questão. «Considera o trabalho que está a realizar sujo ou limpo?» Por exemplo, a auxiliar de acção médica que estava a lavar material de pensos não teve qualquer dúvida em dizer «sujo». A seguir pedimos-lhe que colocasse as mãos numa placa de Petri devidamente preparada para a cultura em laboratório. Perguntámos-lhe, de seguida, se considerava as mãos sujas ou limpas? Respondeu sem hesitação «sujas». Então, se agora fosse almoçar como procedia? Resposta imediata: «Lavava muito bem as mãos». Então faça como se fosse almoçar. Ela esmerou-se a lavar as mãos, secou-as correctamente com toalhete de papel. Observámos que estava de relógio de pulso, com correia de pele e após a operação meteu os dedos entre a correia e a sua pele para ajeitar o relógio. Pedimos-lhe de seguida que colocasse as mãos na preparação da placa de Petri. No dia seguinte, 24h depois da colheita, fomos ao laboratório de microbiologia ver este e outros resultados, com os próprios sujeitos do estudo. Foram surpreendentes: a colheita após o trabalho sujo apresentou zero colónias, o que é muito melhor que os parâmetros aceitáveis. Após a lavagem das mãos e na placa da mão cujos dedos foram introduzidos por baixo da correia do relógio havia uma cultura muito rica de agentes patogénicos. Outro exemplo, as mãos do enfermeiro chefe que manuseava documentos, mas que observámos atender várias vezes o telefone, e que mais conhecedor referiu «talvez não seja muito limpo» desenvolveram-se culturas de pseudomonas , fungos patogénicos e outros agentes infecciosos. O mesmo aconteceu com a secretária de unidade de outro serviço. Duas empregadas que limpavam o chão com um esfregão, sem luvas de limpeza, uma delas quando a abordámos para lhe pedir para participar no estudo começou a chorar com medo que fosse castigada por não se proteger com luvas, depois de serenada colaborou e ficou depois contente quando viu os resultados, que estavam dentro dos parâmetros aceitáveis, explicados pelos produtos utilizados. Isto não quer dizer que naquele esfregão não houvesse matéria orgânica e outros contaminantes (É célebre a história do Prof. Bissaya Barreto quando fez o reparo de que a roupa operatória tinha manchas e o jovem enfermeiro lhe respondeu que estava esterilizada, ficando sem “folgo” quando ouviu do Professor, na sua voz tão peculiar, «E se lhe dessem M… esterilizada, comia-a?») Nestes estudos verificou-se que a roupa hospitalar, as toalhas turcas na primeira utilização, eram seguras, os documentos contaminavam as mãos que os manuseavam e certamente foram por elas contaminados. Para umas Jornadas de Formação no Hospital Distrital da Guarda, em que participei com uma intervenção subordinada ao tema «Prevenção da infecção na perspectiva do enfermeiro», realizei um estudo de âmbito mais abrangente, cujos resultados muito elucidativos apresentei nessas sessão (15/05/1986) e eram do mesmo teor. 7 das repartições públicas revelassem algumas surpresas! Lavar as mãos no início do nosso trabalho será contribuir para um ambiente seguro. Fazê-lo à saída é velar pela nossa segurança pessoal e dos nossos, é também desligar-nos das preocupações e desarmonias decorrentes do ambiente profissional, por vezes tão agressivo. Em meio hospitalar, lavar as mãos antes e depois de prestarmos qualquer cuidado é regra obrigatória Como cidadãos, também muitas são as oportunidades de cuidar ou visitar doentes nos hospitais ou fora deles. Devemos impor-nos as mesmas regras. Igualmente o devemos fazer antes e depois de usar luvas, mesmo as de uso doméstico. Se as não lavarmos antes, a flora transitória da pele encontra um bom meio de temperatura e humidade para se desenvolver. Depois de usar luvas, obviamente, é imperioso. O uso de luvas leva, por vezes, a uma falsa segurança para que se deve alertar. Mais corrente é o hábito de lavar as mãos antes e depois de preparar alimentos e de comer; de ir ao WC e depois de tossir e espirrar. Igualmente quando por descuido derramámos nas mãos produtos tóxicos ou os manuseámos. Antes e depois de um tratamento energético. Resumindo: Quando? • No início e no fim do trabalho • Antes e após cuidar de um doente • Antes e depois de usar luvas • Antes e depois de preparar alimentos de comer • Depois de tossir, espirrar, ir ao WC • Antes e depois de procedimentos exijam assepsia (lavagem cirúrgica) e que • Situações especiais • Sempre... que sentir necessidade! 8 Procedimento Cuidados prévios (respeitar os princípios básicos): antes de proceder a um cuidado ou à lavagem das mãos é imperioso retirar anéis, pulseiras e o relógio de pulso (ver nota de pé de página n.º 3) e bem entendido arregaçar as mangas ou usar mangas curtas. No meio hospitalar ou noutros contextos de trabalho propícios a qualquer tipo de contaminação estas regras são obrigatórias, bem como usar as unhas curtas e sem verniz. Proteger lesões existentes nas mãos. Criar / manter e promover o hábito de lavar as mãos é outro princípio básico. Princípios Básicos: • • • • • • Não usar adornos, jóias e relógio Não usar verniz Usar unhas curtas e limpas Evitar mangas compridas com punhos Proteger lesões existentes nas mãos Criar/manter e promover o hábito de lavar as mãos Lavagem propriamente dita: • • Abrir a torneira, evitando contaminá-la. Hoje, nos meios hospitalares e nos espaços públicos as torneiras são equipadas com dispositivos que dispensam o uso das mãos para as abrir e fechar. No caso de não existirem, o toalhete de papel ou um pouco de papel higiénico podem servir de protecção. Molhar, deixando cair a água nas mãos. 9 • • Aplicar 3 a 5 ml de sabão líquido de preferência neutro. Ensaboar as mãos, friccionando, durante 30 segundos, cumprindo os seis passos das normas internacionais: Friccionar palmas, dorso, os pulsos, rebordos interno e externo das mãos, entre os dedos, pontas dos dedos, polegar, pontas dos dedos no côncavo das palmas das mãos, para as unhas. • Exemplificar 1 Friccionar as palmas • 2 3 Friccionar o dorso Friccionar entre os dedos Não esquecer que temos duas mãos! 10 4 Friccionar a ponta dos dedos • 5 6 Friccionar o polegar Friccionar a ponta dos dedos na palma Não esquecer que temos dois polegares! • • • • Escovar as unhas se necessário. Repetir se necessário Enxaguar abundantemente, com água corrente. Manter as mãos erguidas. Secar bem as mãos, tendo em atenção os espaços interdigitais, com toalhete de papel ou toalha limpa. Procurar não estragar o que se acaba de fazer (toalhas pouco limpas, maçanetas das torneiras e portas). Utilizar o toalhete para fechar a torneira. Promover o hábito de lavar as mãos é uma regra básica, ajudar as nossas crianças a adquiri-lo deve ser um compromisso. Podemos fazê-lo em forma de jogo, por exemplo para as unhas “A pitinha que põe o ovo”, e outros que a imaginação ditar. A princípio pode parecer complicado, mas depois os gestos automatizam-se e fazem-se sem se dar por isso, embora às vezes se façam mais apressados. Banho seco (Kenyoku) 11 É uma técnica de purificação dos canais energéticos que se usa antes e depois de aplicarmos um tratamento Reiki. Mas que também podemos utilizar quando nos sentimos desarmonizados, fatigados, tristes, com maus sentimentos ou pensamentos negativos persistentes. Quando estamos em ambientes pesados, com discussões, agressividade, raiva, despeito, num grupo muito negativo «a negatividade é como as doenças transmissíveis sexualmente (DTS), quanto mais perto mais se pega» (Margot Phaneuf, 2004). Utiliza-se quando nos queremos desligar de pessoas, coisas, situações, emoções, pensamentos. É uma técnica de limpeza, de protecção, muito útil de manhã e à noite. É claro que a melhor protecção é a luz que se exprime pela compaixão, pelo amor incondicional, por criarmos à nossa volta um clima de paz, de harmonia, de benevolência. Procedimento É uma técnica muito simples. 1. Formular a intenção; 2. Colocar a mão direita aberta, mas com os dedos unidos no ombro esquerdo (os dedos apoiam-se no ombro), deslizar a mão em diagonal até à anca direita, tocando levemente o corpo; 3. Colocar de igual modo a mão esquerda no ombro direito, procedendo como no ponto anterior até à anca esquerda; 4. Colocar novamente a mão direita no ombro esquerdo, procedendo como no ponto 2. 5. Apoiar a mão direita no ombro esquerdo, deslizar a mão pela face interna do braço esquerdo até à ponta dos dedos, tocando ao de leve o corpo; 6. Apoiar a mão esquerda no ombro direito, deslizar a mão pela face interna do braço direito até à ponta dos dedos, do mesmo modo; 7. Repetir o número 5. 8. Agradecer, com as mãos erguidas (em gasshio). Conclusão Nesta sessão formativa e no documento elaborado, procurou-se que compreendessem a ferramenta mágica que são as nossas mãos, mas também que mesmo no seu agir mais 12 nobre, mais amoroso como é, por exemplo, o cuidar ou o estimular para a vida o nosso bebé, elas podem tornar-se uma ferramenta perigosa. Apresentámos a lavagem das mãos como um meio seguro de descontaminação (microbiana, química, energética) e como uma técnica simples de realizar. Deixámos também a técnica do banho seco, como uma técnica muito simples de nos harmonizarmos e desligarmos de emoções, pensamentos, pessoas, situações ou coisas que nos foram desagradáveis ou penosas e antes e depois de tratamentos energéticos. Desejando que «mãos limpas, mãos seguras» seja mais que um slogan, estou à vossa disposição aqui ou em momentos informais para dialogarmos sobre estes assuntos ou para esclarecer dúvidas e agradeço as vossas questões e críticas. À Equipa de Enfermagem da Comissão de Higiene e Prevenção das Infecções Hospitalares os meus maiores agradecimentos pela sua ajuda: facultaram-me o material para os diapositivos em Power Point e com estas colegas pude validar os conhecimentos sobre a lavagem das mãos. Bem hajam. 13 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARNETT, Libby ; CHAMBERS, Maggie – A força universal de vida pela imposição das mãos, 2.ªed. Rio de Janeiro: Nova Era, Editora, 2001 (Trad. Níria Barbosa de Oliveira). GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette - Qu´est-ce qu´être soignant. La philosophie d´humanitude. Production Yves Gineste et Rosette Marescotti. CEC.87220 France, hptt//www. cec-formation.net. (2003). GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette - Philosophie de l´Humanitude. Idem. GINESTE, Yves; MARESCOTTI, Rosette -Toucher tendresse. Idem. JACQUART, Albert - L´Héritage de la liberté: de l´animalité à l´humanitude. Seuil, Ed., 1991. 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