Protocolo de Extração de RNA a partir de Sangue Total As colunas QIAamp representam uma tecnologia de preparação de RNA total que combina propriedades de ligação seletiva de membrana baseada em sílica com a velocidade e conveniência da tecnologia do microspin. O sistema de tampões baseados em altas concentrações de sal captura RNAs com tamanhos superiores a 200 bases e propicia a ligação dos mesmos à membrana QIAamp. O máximo de amostra que pode ser processada por membrana QIAamp é o de 1,5 mL de sangue total de adultos saudáveis (tipicamente com 4000 – 7000 leucócitos por microlitro – ou 6,0x106 – 1,05x107 leucócitos em 1,5 mL de sangue). Se mais leucócitos forem processados por coluna, eles podem vir a não ser completamente lisados e os contaminantes celulares podem não ser completamente removidos, se o volume do tampão RLT não for aumentado. Antes de começar a extração, é preciso checar alguns detalhes: O tampão RPE vem concentrado. Antes do primeiro uso, deve-se adicionar 04 volumes de etanol (96-100%) para se obter a solução de trabalho. O tampão RLT pode precipitar durante a estocagem. Se necessário, aqueça para redissolver. -Mercaptoetanol (-ME) deve ser adicionado ao tampão RLT antes do uso. Adicione 10 µL de -ME por 1mL de tampão RLT. O tampão RLT é estável por um mês a temperatura ambiente (15-25ºC) após a adição de -ME. PROTOCOLO 1) Centrifugue o tubo de coleta contendo 4 mL de sangue a 1000 rpms por 08 minutos, com a finalidade de separar as fases do sangue. Retirar todo o soro/plasma e recolher 500 L de “buffy coat”. Transferir 250 L para dois tubos eppendorf de 02 mL. 2) Adicione 05 volumes do tampão EL para cada volume de sangue (para 250 L de sangue: 1,250 mL de tampão EL). Para aperfeiçoar os resultados, o volume de mistura (sangue + tampão EL), não deve ultrapassar ¾ do volume do tubo para uma mistura eficiente. 3) Incubar o tubo eppendorf de 20-30 minutos no gelo. Durante a incubação, agitar (utilizando vórtex) pelo menos 02 vezes. A solução deixa de ficar turva durante a incubação, indicando a lise dos eritrócitos. 4) Centrifugue a 400 rpms por 10 minutos a 4ºC e remova o sobrenadante completamente. Os leucócitos irão formar um pellet após a centrifugação. Assegure-se de que o sobrenadante foi completamente removido, Pequenas quantidades de eritrócitos podem deixar o pellet com aparência avermelhada, o que deve ser eliminado no passo seguinte: lavagem. 5) Adicione tampão EL ao pellet celular (use 02 volumes de tampão EL por volume de sangue usado no passo 01 – usar 500 L para cada 250 L de sangue utilizado). Ressuspenda as células por agitação momentânea (utilizando o vórtex) e junte o conteúdo dos dois tubos. 6) Centrifugue a 400 rpms por 10 minutos a 4ºC. Remova completamente o sobrenadante. Uma retirada incompleta do sobrenadante pode interferir com a lise e com a subseqüente ligação do RNA a coluna QIAamp, resultando em um baixo rendimento. 7) Adicione o tampão RLT ao pellet de leucócitos, de acordo com a tabela abaixo. Agite (utilizando vórtex) o pellet. Quando não se é usado sangue de pacientes saudáveis, é necessário determinar o número de leucócitos para determinar o volume de tampão RLT. O tampão RLT rompe as células. A solução não deve ficar turva após a homogeneização. A homogeneização deve ser feita com o auxílio de uma pipeta, desfazendo todo e qualquer grumo ou turbidez. 8) Pipete o lisado celular diretamente em uma coluna QIAshredder, previamente acoplada a um tubo de 02 mL (provido pelo kit) e centrifugue na velocidade máxima da centrífuga, por 02 minutos, à temperatura ambiente, para homogeneizar o sistema. Descarte a coluna QIAshredder e guarde o lisado homogeneizado (coletado no tubo de 02 mL). Para evitar a formação de aerossóis, ajuste a micropipeta para um volume maior ou igual a 750 µL para assegurar que o lisado será adicionado na coluna QIAshredder em um único passo. Se uma quantidade demasiada de células for utilizada, o lisado ficará muito viscoso para pipetar. 9) Adicione um volume (600 µL) de etanol 70% para homogeneizar o lisado, misturando com auxílio da pipeta. Não centrifugue. Um precipitado pode ser formado após a adição do etanol. Isto não irá afetar o procedimento em questão. 10) Pipete a amostra cuidadosamente, incluindo qualquer precipitado que possa vir a ser formado, em uma coluna QIAamp, previamente acoplada a um tubo de 02 mL (provido pelo kit), sem o umedecimento da borda. Centrifugue o conjunto por 15 segundos em uma velocidade igual ou superior a 10.000 rpms. O volume máximo desta coluna é de 700 µL. Caso este volume seja ultrapassado, o volume residual deve ser adicionado na coluna logo após a primeira centrifugação. Descarte o líquido que passar pela coluna juntamente com o tubo de 02 mL. 11) Transfira a coluna QIAamp para um novo tubo de 02 mL (provido pelo kit). Aplique 700 µL do tampão RW1 na coluna QIAamp e centrifugue por 15 segundos em uma velocidade igual ou superior a 10.000 rpms para lavar. Descarte o líquido que passar pela coluna juntamente com o tubo de 02 mL. 12) Transfira a coluna QIAamp para um novo tubo de 02 mL (provido pelo kit). Pipete 500 µL do tampão RPE para a coluna QIAamp e centrifugue por 15 segundos a uma velocidade igual ou superior a 10.000 rpms. Descarte o líquido que passar pela coluna juntamente com o tubo de 02 mL. Assegure-se que o etanol tenha sido adicionado ao tampão RPE. 13) Abra cuidadosamente a coluna QIAamp e adicione 500 µL do tampão RPE. Feche a tampa e centrifugue na velocidade máxima da centrífuga por 03 minutos. 14) Transfira a coluna QIAamp para um novo tubo de 02 mL (provido pelo kit) e descarte o antigo. Centrifugue na máxima velocidade por 01 minuto. Este passo ajuda a eliminar a chance de uma possível contaminação com tampão RPE. 15) Transfira a coluna QIAamp para um tubo de 1,5 ml de microcentrífuga (provido pelo kit) e pipete 30-50 µL de água RNAse Free (provida pelo kit) diretamente na coluna QIAamp. Centrifugue a 10.000 rpms por 1 minuto para eluir o RNA da coluna. Repita o processo se a quantidade de sangue inicial for maior que 0,5 mL.