Guia para refletir sobre a
consciência negra
Esse guia foi especialmente elaborado para que educadores possam realizar sessões de filmes capazes
de provocar reflexões sobre a consciência negra. Um detalhe importe é que os vídeos podem e dever
ser trabalhados em outros meses, visto que a violência que acomete a população negra infelizmente
ocorre todos os dias do ano.
A escola é um lugar de construção e transformação, não só do conhecimento, mas também da
identidade, de valores, de afetos, enfim, é onde o ser humano, sem deixar de ser o que é, molda-se de
acordo com sua sociedade.
O Brasil, formado a partir das heranças culturais europeia, indígena e africana, não contempla, de
maneira equilibrada, essas três contribuições no sistema educacional. Por isso surgiram leis como a
10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e institui a obrigatoriedade do
ensino da cultura e da história africana e afro-brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio.
Ter como meta a efetiva realização das prerrogativas dessa lei é essencial para a construção de uma
sociedade mais igualitária.
Além desse guia, alguns sites também têm outras sugestões de atividades a serem desenvolvidas,
como por exemplo A cor da cultura (www.acordacultura.org.br), encabeçado pelo Canal Futura.
Lá você irá encontrar textos, vídeos e um kit recheado de sugestões. O material pode ser baixado
gratuitamente.
Acreditamos que provocar reflexões sobre a consciência negra é um passo importante para que
possamos cada dia valorizar e incorporar ao nosso cotidiano os valores de uma cultura subjugada
pelo não conhecimento das gerações. Dar sentido à história de um povo é dar a este povo
instrumentos para a formação de sua própria identidade, que é sua memória social e cultural, como
forma de contribuição para a identidade nacional.
Uma ótima sessão!
Equipe Oficina de Imagens
Obs.: É importante que o educador assista ao vídeo que será debatido antes de exibi-lo aos estudantes,
bem como assegure o tempo necessário para a realização de um debate com sua turma.
FILMES E CURTAS:
Vídeos Produzidos pela Oficina de Imagens
Três vídeos produzidos por adolescentes inseridos no sistema socioeducativo durante oficinas e
encontros de formação sobre a temática étnico-racial, junto à ONG Oficina de Imagens. A proposta
dos vídeos é fazer uma escuta e provocar uma reflexão sobre a realidade em que os adolescentes
estão inseridos, além de ser um material a ser utilizado em atividades de sensibilização, reflexão e
disseminação do tema.
• Puta Preconceito, né?
https://vimeo.com/142294906
• Baile do Onze
https://vimeo.com/142284388
• Todos Contra o Racismo
https://vimeo.com/142297444
Diz Aí - Enfrentamento ao Extermínio da Juventude Negra
Produzido com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre o extermínio da juventude negra, o combate
à violência e a necessidade de se reduzir as altas taxas de homicídio, o “Diz Aí - Enfrentamento ao
Extermínio da Juventude Negra” contém um guia com textos, sugestões de atividades que podem ser
desenvolvidas com adolescentes e um DVD com quatro episódios, que retratam:
• Episódio 1: Contextualização do extermínio da juventude negra - 7min;
• Episódio 2: Identidade da juventude negra - 8 min;
• Episódio 3: Polícia e juventude - 7:28 min;
• Episódio 4: Como a juventude está se mobilizando para cobrar a efetivação dos seus direitos - 7:39 min.
Para assistir aos vídeos, acesse: https://www.youtube.com/
watch?v=GjuKhoG1UYU&list=PLNM2T4DNzmq7MHr_BAamtV9IOrHlSafAL
Para assistir às outras séries do Diz Aí, acesse o site: http://www.dizai.org.br/
A negação do Brasil (Joel Zito Araújo - 2001)
O documentário é uma viagem na história da telenovela no Brasil e uma análise do papel nelas
atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais estereotipados e negativos.
Baseado em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta as influências
das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros e faz um manifesto pela
incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.
Para assistir ao filme, acesse o site: http://vimeo.com/95471812
Quanto vale ou é por quilo? (Sergio Bianchi - 2005)
Adaptação livre do diretor Sérgio Bianchi para o conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis,
“Quanto Vale ou É Por Quilo?” desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no
fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica socioeconômica. No século XVIII, época
da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para vendê-los aos senhores de terra com
um único objetivo: o lucro. Nos dias atuais, o chamado terceiro setor explora a miséria, preenchendo a
ausência do Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito lucro.
Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional, “Quanto Vale ou É Por
Quilo?” mostra que o tempo passa e nada muda.
Para assistir ao filme, acesse o site: http://www.filmesdoyoutube.net/assistir-quanto-vale-ou-e-porquilo-youtube/
Besouro (João Daniel Tikhomiroff - 2010)
Bahia, década de 20. No interior os negros continuavam sendo tratados como escravos, apesar de a
abolição da escravatura ter ocorrido décadas antes. Entre eles está Manoel, que quando criança foi
apresentado à capoeira pelo Mestre Alípio. O tutor tentou ensiná-lo não apenas os golpes da capoeira,
mas também as virtudes da concentração e da justiça. A escolha pelo nome Besouro foi devido à
identificação que Manuel teve com o inseto, que, segundo suas características, não deveria voar.
Ao crescer, Besouro recebe a função de defender seu povo, combatendo a opressão e o preconceito
existentes.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=q-t5cL-Pdfw
O fio da memória (Eduardo Coutinho - 1991)
Realizado de 1988 a 1991, no estado do Rio de Janeiro, o documentário procura condensar, em
personagens e situações do presente, a experiência negra no Brasil, a partir de dois eixos: as criações
do imaginário, sobretudo na religião e na música, e a realidade do racismo responsável pela perda de
identidade étnica e pela marginalização de boa parte dos cerca de 60 milhões de brasileiros de origem
africana.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=UrIwQT_KKp8
Casa grande (Fellipe Barbosa - 2015)
Jean é um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos.
Quando o motorista de longa data é demitido, Jean tem a tão sonhada chance de pegar o ônibus
público pela primeira vez. No ônibus, ele conhece Luiza, uma aluna da rede pública que começa a abrir
seus olhos para as contradições de dentro e fora da casa grande.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=bVORkNeNanU
Quando o crioulo dança (Dilma Lóes - 1989)
Depoimentos, imagens e reportagens sobre o movimento negro no Brasil, nas décadas de 70 e 80. Um
importante registro da luta política dos ativistas e ativistas negros na nossa sociedade.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=JSuh_Rcm_o0
Racismo no Brasil - Preto no branco - Nem tudo é o que parece
Reportagem/documentário do Canal Futura, no qual brasileiros e brasileiras expõem suas visões
sobre a condição do(a) negro(a). O vídeo trata das consequências de séculos de escravidão no Brasil e
questiona a democracia racial no país.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=vqZIriXBeEw
Quilombo (Cacá Diegues - 1984)
Num engenho de Pernambuco, por volta de 1650, um grupo de escravos se rebela e ruma ao Quilombo
dos Palmares, onde existe uma nação de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles
Ganga Zumba, um príncipe africano. Tempos depois, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contesta as
ideias conciliatórias de Ganga Zumba e enfrenta o maior exército jamais visto na história colonial
brasileira.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=2OzNN6-UAlM
Vista a minha pele (Joel Zito Araújo & Dandara - 2004)
Paródia da realidade brasileira, que serve de material básico para discussão sobre racismo e
preconceito em sala de aula. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos
foram escravizados.
Para assistir ao filme, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
Mãos talentosas – A história de Ben Carson (Thomas Carter - 2009)
O filme mostra dois momentos: Ben já adulto com a dúvida se faria uma cirurgia nunca antes feita, a
de separar gêmeos siameses unidos pela cabeça; e Ben criança, quando é contada a história dele até
sua decisão de fazer a cirurgia. Menino pobre, negro, filho de mãe separada e analfabeta, Ben era um
aluno com baixíssimo rendimento, que sofria preconceito por parte de seus colegas e que se achava
completamente incapaz de ser e conseguir algo na vida. Entretanto, sua mãe, maior incentivadora do
futuro neurocirurgião, faz de tudo para que ele acredite em seu potencial. Quando ela se depara com
a biblioteca de seu patrão, percebe que poderia ajudar a mudar o futuro de seu filho.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=GKcKXt2s_cw
O xadrez das cores (Marco Schiavon - 2004)
Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma senhora de 80 anos,
viúva, sem filhos e extremamente racista. A relação entre as duas começa tumultuada, com Maria
perseguindo Cida por ela ser negra e utilizando o jogo de xadrez para humilhar a empregada. Por
precisar do dinheiro, Cida atura a tudo em silêncio, até que decide se vingar através do xadrez. O jogo
fará com que as personagens produzam reflexões que mudarão as suas vidas.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc
Uma história de amor e fúria (Luiz Bolognesi - 2012)
Essa animação retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há
600 anos. Como pano de fundo do romance, estão quatro fases da história do Brasil: a colonização, a
escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=JBrQalUZmA0
Kirikú e a feiticeira (Michel Ocelot - 1998)
Neste desenho direcionado a crianças (da educação infantil ao ensino fundamental) e adolescentes,
Kirikú, um menino africano que nasceu para lutar e combater o mal, enfrenta o poder de Karabá,
a feiticeira maldosa, e seus guardiões. No decorrer da história, Kirikú descobre que a maldade da
feiticeira é, na realidade, a expressão de uma grande dor, envolta em um mistério que ele ajuda a
desvendar. Trata-se de um desenho animado moderno, que fala a língua das crianças e apresenta
belas lições sobre amor, generosidade, tolerância e as diversas maneiras de vencer a dor.
Para assistir ao filme, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=n4JYa-e3rPI
No blog abaixo é possível encontrar vários curtas que podem ser trabalhados com as crianças a
respeito da questão étnico-racial. Acesse o site: http://projetoculturaafro.blogspot.com.br/
E, para quem curte música, abaixo estão listadas algumas sugestões. Assim como os filmes, os versos
também podem ser trabalhados em sala de aula, fazendo refletir sobre a questão do racismo.
• Negro Drama (Racionais MCs):
http://www.youtube.com/watch?v=7Kni_KvBhMI
• Seu Jorge recita Negro Drama, dos Racionais
https://www.youtube.com/watch?v=XBPEFKW0YAc
• Quadro Negro (Simples Rap’ortagem)
http://www.youtube.com/watch?v=yh9AjtHGdmY
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