XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 Temática 1: Informação, Conteúdos e Conhecimento na Sociedade da Informação Perspectivas Metodológicas para Estudo do Uso da Linguagem Cotidiana na Busca de Informações em Plataformas Interativas Virtuais Luciana Souza Gracioso [email protected] Universidade Federal de São Carlos Leticia Reis Silveira RESUMO O cenário contemporâneo híbrido de produção, organização e recuperação da informação na internet oferece constantes desafios no campo de pesquisa e prática da Biblioteconomia e da Ciência da informação. Neste contexto, o desafio que aguçou o desenvolvimento deste projeto de pesquisa, é o de analisar as ações de busca da informação e descrição (etiquetamento) de conteúdos disponíveis em plataformas interativas da Web, discutindo a viabilidade e a disponibilidade para sobre esta prática colaborativa. Diante da interatividade contemporânea na concepção de informação, este projeto também testará a viabilidade no uso de métodos cruzados para coleta de informação, dentre eles, a Netnografia, o grupo focal virtual e o levantamento de dados a partir de orientações da abordagem alternativa de estudo de usuário. Para verificação dos resultados se propõe a análise de conteúdo. O sistema analisado como campo de experimentação será o SACI - Sistema de Apoio a Comunicação Integrada, desenvolvido pela CCS – Coordenadoria de Comunicação Social, da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos e as ações de busca serão verificadas a partir do produto informacional clipping, produzido e organizado por esta coordenadoria. Ao final, vislumbra-se estabelecer alguns parâmetros qualitativos sobre as atividades de inclusão da linguagem cotidiana do usuário nos instrumentos de representação da informação em ambientes híbridos, virtuais e interativos para organização e recuperação da informação. A idéia principal desta pesquisa em andamento é a de testar encaminhamentos metodológicos que posteriormente, possam ser ajustados, testados e utilizados nas mais diferenciadas Bibliotecas no contexto da validação dos serviços de atendimento ao usuário mediados pela cenário virtual. PALAVRAS-CHAVE: Estudo do Usuário. Linguagem Cotidiana. Redes sociais. Trabalhos técnico-científicos [email protected] XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 1 Introdução Acredita-se que quanto mais aproximarmos a linguagem cotidiana dos instrumentos de representação da informação que lidam com conteúdos híbridos, tanto em seu formato como em sua natureza, mais se ampliará o alcance e a democratização destes instrumentos. É possível identificar diferentes e promissoras iniciativas de sistematização da linguagem como o intuito de configurá-las enquanto instrumento de representação e recuperação da informação em sistemas de informação mediados por plataformas interativas da web. Estudos clássicos da área de Biblioteconomia e Ciência da informação foram os responsáveis por sinalizar caminhos e metodologias para um controle de vocabulário que representasse a totalidade de conteúdos disponibilizados em diferentes domínios e registros de conhecimento. Atualmente, tem se fortalecido as estratégias de processamento de linguagem natural, produzindo, através de potentes ferramentas, a extração quantificada e até mesmo qualificada dos conceitos, ou ainda, sintagmas, representativos de conteúdos textuais. Em outra perspectiva, avançam também os estudos sobre a indexação social de conteúdos na Web, que por sua vez, aparentemente, se configuram e se organizam através de uma lógica social, ainda por se decifrar. Neste contexto, pensamos na aproximação e complementaridade destas frentes de representação da informação, na constituição de instrumentos híbridos de representação do conhecimento. Concomitante a estes movimentos, temos nos atentado especialmente para os usos da linguagem cotidiana nas ações de busca e organização da informação considerando em um plano mais amplo que, ao aproximarmos esta linguagem, às linguagens de representação da informação (não especializados) estaremos democratizando o acesso ao conteúdo representado e organizado. Vale ressaltar que não se propõe teoricamente construir uma linguagem de representação de conteúdos somente a partir da linguagem cotidiana, e sim, aproximar esta linguagem aos sistemas e estruturas de representação que tem se constituído no escopo da representação da informação. Teríamos que considerar a linguagem e m movimento e em uso social (sendo que este uso é a condição para o estabelecimento dos sentidos das informações buscadas via linguagem). Precisaríamos compreender a linguagem em função das atividades sociais nas quais as informações circulam e isto demandaria um entendimento prévio sobre as XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 circunstâncias relacionadas à construção de significados. Desse modo o caminho a ser seguido para compreender o uso da linguagem na busca informacional teria que ser tangencial aos até então estabelecidos na constituição de linguagens de mediação informacional. Então, o que se pretende é diagnosticar o movimento de uso da linguagem nas ações de busca da informação, indicando aos instrumentos terminológicos concebidos no ambiente de sistemas de informação, possíveis variações de signo, sentido e significado dos conceitos utilizados na busca de conteúdos. Isto para que seja possível observarmos as variações sobre o uso da linguagem e tenhamos mais clareza sobre as reais condições de promovermos ou não instrumentos precisos de representação e recuperação da informação em ambientes virtuais abertos e interativos. Considerando que o sistema em análise (SACI), está em desenvolvimento pela CCS com a colaboração de professores e alunos do curso de Biblioteconomia e Ciência da informação da UFSCar, um esquema para a sistematização de uma linguagem de representação de seus conteúdos está sendo projetado. Neste contexto, esta pesquisa visa identificar e sinalizar as possibilidades de se considerar a linguagem do usuário no contexto desta sistematização de conteúdos. Há a intenção de diagnosticar também, além dos conceitos usados na busca, os seus significados que, por sua vez, se formaram no contexto de uso cotidiano do buscador da informação. Com isto poderíamos também não só formarmos um banco de significados, mas como, principalmente, aproximarmos as significações possíveis (trabalhando-as no nível de relacionamento de sinônimos ou associativos) aos instrumentos de representação da informação. As condições sobre esta sistematização metodológica para construção de linguagem estão sendo analisadas no escopo de outro projeto de iniciação científica em desenvolvimento intitulado: Proposta de elaboração de metodologia para construção de instrumento de recuperação da informação, a partir da linguagem cotidiana, em plataformas interativas (Web 2.0). Já na presente proposta de pesquisa, a intenção é a de diagnosticar alguns comportamentos de uso de linguagem cotidiana nas ações de busca e organização da informação em plataformas interativas e ainda diagnosticar em que medida o buscador da informação recorre primeiramente aos seus interlocutores virtuais, para auxiliá-lo em suas ações de busca de informação. Vislumbra-se posteriormente que estes encaminhamentos XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 metodológicos possam ser ajustados, testados e utilizados em Bibliotecas das mais diferentes naturezas, e que estejam, até certo ponto, vinculadas a Web. Para isto será desenvolvido estudos sobre o arcabouço teórico da área que justifique a necessidade de avançamos nos estudos sobre o uso da linguagem cotidiana no contexto dos sistemas de informação. Isto por nos validarmos das argumentações apresentadas por González de Gomez (1993) de que “na busca de novos pontos de partida, a área dos estudos da organização e da representação do conhecimento – acreditamos – deverá passar pela reconstrução de algumas premissas epistemológicas – subjacentes às mudanças de locus do conhecimento/informação nas modernas formações sociais.” Diante disto, como aporte filosófico nos pautaremos na abordagem pragmática de estudos da linguagem proposta na filosofia de L. Wittgenstein, em sua obra Investigações Filosóficas, 1953, na qual o autor considera a máxima de que “a linguagem é o seu uso”. Recuperaremos alguns estudos em Ciência da informação que defendem esta aproximação pragmática aos estudos informacionais, como os desenvolvidos por Hjorland, Frhomann, Nedobity, Blair, e nacionalmente, Novellino e González de Gomez, dentre outros. Recuperaremos também os conceitos e as definições sobre a linguagem natural, diferenciando seus usos no campo biblioteconômico (LANCASTER, 2004, LOPES 2002, SOUZA, 2004), que em geral reconhecem a linguagem natural como sendo a utilizada pelo autor do texto, as palavras sobre as quais os textos foram redigidos. Proporemos em nosso trabalho o uso do termo Linguagem cotidiana para representar a linguagem do usuário no momento de sua busca de informação, considerando o seu contexto social de uso da linguagem, aproximando a natureza do trabalho a de uma epistemologia social da Ciência da informação. Recuperaremos ainda os estudos sobre garantias que subsidiam as ações de organização da informação no campo da Biblioteconomia e da Ciência da informação e que se aproximariam do contexto do usuário. Estas garantias reconhecidas enquanto garantias culturais e de uso serão estudadas a partir dos trabalhos de Begthol (1986, 2002) e servirão como fundamento e justificativa para o desenvolvimento deste projeto. Begthol (2002) menciona que as condições virtuais globais de acesso aos conteúdos sistematizados e representados tematicamente requerem que diferentes garantias de representação sejam adotadas relacionadas aos componentes sócio-culturais gerais. Por conta disto, a autora também pontua que aspectos éticos devem ser considerados na representação para que as múltiplas identidades culturais XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 possam ser consideradas de modo que os sujeitos, pertencentes a ela, também tenham seu espaço na representação. Para estudos sobre o uso da linguagem nas ações de busca de informação recuperaremos a abordagem alternativa de estudo do usuário, sugerida por B. Dervin, como subsídio para se pensar em um procedimento metodológico que recupere no momento da coleta de dados, além dos conceitos de busca, o contexto de uso destes conceitos no cotidiano do usuário “buscador” da informação, recuperando ao mesmo tempo aspectos cognitivos do usuário. Para Dervin e Dewdney (1983, p. 3), a busca de informação pode ser melhor descrita como construção de sentido, um novo sentido que as pessoas criam quando estão tentando progredir com determinadas situações em suas vidas. Dessa forma, a informação que ajuda uma pessoa num determinado momento e lugar pode não ajudar outra. Tal informação pode não ajudar até mesmo a mesma pessoa num outro momento onde ela possa ver determinada situação de outra maneira. Essa mudança no momento da formulação da pergunta é muito comum e mostra que as pessoas variam muito o modo de questionamento durante o processo de criação de sentido. Neste plano, serão estudados os aportes da netnografia como método de coleta de informações sobre o uso da linguagem no processo de busca da informação, tendo em vista que é intuito deste trabalho analisar as ações de uso da linguagem para busca da informação, em um campo mediado pela tecnologia, através do uso de comunidades virtuais. Tal termo, também conhecido por “etnografia virtual”, foi introduzido na década de 80, por Robert V. Kozinets17 (1998) e, nas palavras do autor, trata-se de [...] uma descrição escrita resultante do trabalho de campo que estuda as culturas e comunidades on-line emergentes, mediadas por computador, ou comunicações baseadas na Internet, onde tanto o trabalho de campo como a descrição textual são metodologicamente conduzidas pelas tradições e técnicas da antropologia cultural. Somado a este procedimento, será desenvolvida especificamente uma pesquisa com o grupo focal virtual, a partir da comunidade virtual que será selecionada, em que se levantará tanto os aspectos que recuperam a abordagem alternativa de estudo de usuário como norteará a conversação sobre o uso da linguagem nos processos de busca de informação. De acordo com Duarte (2007, p. 87) a técnica de entrevista em grupo focal surgiu há cerca de cinqüenta anos e tem sido bastante utilizada nos últimos trinta, principalmente em pesquisas mercadológicas, XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 sociológicas, na área de saúde e, mais recentemente, nas áreas de engenharia e ciência da informação. Trata-se do mecanismo de coleta de dados a partir de debates em grupo direcionados acerca de um tópico específico. No caso deste estudo, a realização do grupo focal se dará em meio virtual, por meio de chat ou lista de discussão, a partir de uma comunidade virtual atrelada tanto a CCS como a UFSCar. Este modelo de coleta de dados, antes de resultar em respostas quantitativas validadas, servirá como diagnóstico de procedimento para estudo sobre o uso da linguagem nas ações de buscas de informação. Para contextualizar o campo de nossas análises e discussões, nos estabeleceremos no cenário Web, mais especificamente na Web 2.0, ou ainda Web pragmática como indica Gracioso (2007). Tim O’Reilly (2005, p. 15), pioneiro na denominação do assunto, diz que uma parte essencial da Web 2.0 é tirar partido da inteligência coletiva, transformando a web em uma espécie de cérebro global. Aquino (2007, p. 6) complementa suas ideias explicando que a Web 2.0 não tem limites rígidos, mas sim um núcleo gravitacional, já que é encarada como uma plataforma. Os próprios usuários controlam seus dados a partir de serviços que rodam no browser, online. Tais dados possuem origem “remixável” e podem ser transformados, onde tudo é sempre construído de forma colaborativa, no intuito de atender às necessidades dos usuários. A web 2.0 é uma plataforma interativa da web que proporciona ao usuário a participação na construção do conteúdo disponibilizado, dentre outras características. Em síntese, a partir da contribuição da filosofia da linguagem pragmática de L. Wittgenstein, da justificativa sobre a necessidade da garantia cultural e de uso de Begthol para representação da informação, dos estudos de usuário a partir dos aportes de Dervin, dos critérios de coleta e observação de dados propostos no âmbito metodológico da netnografia, do grupo focal virtual e das análises de resultados pautados na análise de conteúdo, vislumbra-se identificar elementos que permitam a Biblioteconomia e Ciência da informação ter um sintoma sobre as práticas contemporâneas de busca de informação, para que, munidas destas experiências, sejam repensadas algumas das práticas de organização e representação de conteúdos. XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 2 Objetivos Pretende-se com esta pesquisa analisar qualitativamente o uso da linguagem cotidiana em ações de busca e etiquetagem de conteúdos em sistemas e redes de informação. A idéia subjacente é identificar se há inicialmente, na ação de busca de informação no sistema, o interesse do usuário em se conectar a outros interlocutores para consultá-los como fonte de informação para orientação em sua busca. Posteriormente, se tem como objetivo, diagnosticar um conjunto de conceitos utilizados pelo usuário no contexto da sua busca por clippings no sistema SACI, verificando sua intenção em incluir tal conceito (caso não seja identificado no sistema) aos esquemas de indexação dos conteúdos do sistema e ainda, verificar em que medida este usuário estaria disposto a sinalizar para o sistema, o significado que ele atribui ao conceito que utilizou para a busca da informação. 3 Material e Métodos Parte 1 - Geral 1 Pesquisa bibliográfica nacional e internacional para construção de referencial teórico argumentativo, conceitual e metodológico sobre Filosofia da linguagem pragmática; linguagem natural; garantia cultural e de uso; abordagem alternativa de estudo do usuário; Web 2.0, Netnografia, grupo focal virtual; análise de conteúdo, análise da conversação e da fala. 2 Análise descritiva das políticas de informação da CCS (Coordenadoria de Comunicação Social), das interfaces do SACI (Sistema de Apoio a Comunicação Integrada) e especificamente das interfaces de cadastro, acesso e busca dos Clippings neste sistema, a partir de informações e interfaces disponíveis no próprio sistema on line. 3 Seleção de comunidade virtual, em uma rede social relacionada a CCS, ou a UFSCar de modo geral, para o desenvolvimento de pesquisa participativa através do uso do grupo focal virtual, seguindo os preceitos da Netnografia. XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 5 Análise de conteúdos da conversação a partir da análise de conteúdo e da conversação e da fala. Parte 2 - Etapas metodológicas para levantamento de dados sobre o uso da linguagem 1 Seleção de comunidades virtuais, em redes sociais, inicialmente relacionadas a CCS, para participação em conversação. Outras comunidades virtuais, que não sejam diretamente vinculadas a CCS e a UFSCar, também precisam ser estudadas em futuras pesquisas para ampliar o alcance das considerações deste trabalho. 1.1 Considerando a aporte teórico da Netnografia e do grupo focal virtual, será pesquisada uma comunidade, com 18 membros, de uma rede social em âmbito nacional. 1.2 O pesquisador entrará nesta comunidade e convidará seus participantes para participarem de um grupo focal virtual. Este grupo terá flexibilidade para optar sobre o uso da ferramenta interativa mais adequada para mediar a conversação, se msn, grupos de e-mail ou outros como também optarão pelo melhor dia e horário para participação na pesquisa. 1.3 O contato com os integrantes da comunidade será feito via rede social. 1.4 O pesquisador enviará um link para todos os participantes, com informações sobre a pesquisa, assim como as devidas autorizações solicitadas pelo Comitê de ética, e com slides ilustrativos sobre a CCS, o produto informacional clipping, e o link para a interface de busca. 1.5 O pesquisador enviará um link com um breve questionário virtual, de 5 questões, que caracterizará o usuário e seu contexto, de acordo com os pressupostos da abordagem alternativa de estudo de usuário. 2 O pesquisador irá desenvolver uma conversação, através de um grupo focal virtual, com os membros da comunidade que aceitaram participar da pesquisa e que já tiveram acesso as informações descritas nas etapas anteriores. Esta conversação será estabelecida a partir de perguntas abertas lançadas pelo pesquisador sobre as ações de busca de informação na interface da CCS sobre o produto informacional clipping. Em média cinco ou seis perguntas serão lançadas para discussão. 2.1 O pesquisador mediará a conversação virtual e solicitará algumas ações de busca de clippings no SACI. XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 3 O pesquisador finalizará a conversação, salvará os assuntos conversados tal como se estruturaram e se configuraram, para posterior análise e considerações. 4 1 Forma de Análise de Resultados O pesquisador estabelecerá categorias de análise, a partir de critérios de análise de conteúdo, para análise das informações. As seguintes etapas gerais estão previstas para a análise da conversação: planejamento, registro, transcrição, atribuições, análise e relatório. (MYERS, 2008). 2 O pesquisador diagnosticará especificamente expectativas, conceitos e significados utilizados nas ações de busca de informação e sistematizará tais informações para futuros estudos relacionados a organização e a representação da informação através do uso do controle de vocabulário em espaços virtuais e interativos da rede. 5 O pesquisador delimitará parâmetros específicos sobre condições de aproximação da linguagem de busca do usuário ao sistema de representação da informação em desenvolvimento no âmbito do Sistema SACI, pela CCS, para indexação e recuperação de clippings. 5 Considerações Parciais Até o presente momento foram desenvolvidas algumas das etapas metodológicas que dizem respeito a construção de referencial teórico que fundamentasse e justificasse a necessidade de ampliarmos as estruturas das linguagens sistematizadas para a entrada do conceito cotidiano de busca, visando ampliar e democratizar o alcance desses instrumentos. Estudos no campo metodológico também já foram desenvolvidos e um pré teste sobre a metodologia proposta esta em andamento. A CCS, enquanto campo de experimentação, também já sinalizou a abertura para a inclusão no SACI de interfaces que permitam selecionar a linguagem cotidiana para organização e representação da informação. Com este projeto não se intenta chegar a um resultado preciso sobre o uso da linguagem cotidiana nas ações de informação em plataformas XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 interativas, mas sim experimentar e discutir algumas das prerrogativas e entraves que envolveriam esse processo e que poderiam posteriormente ser ajustadas e aplicadas nos contextos das Bibliotecas. Referências AQUINO, M. C. Hipertexto 2.0, folksonomia e memória coletiva: um uso das tags na organização da web. E-Compós, ago. 2007. 18 p. Disponível em: <http://www.compos.org.br/files/15ecompos09_MariaClaraAquino.pdf>. Acesso em: 19 out. 2010. BEGHTOL, C. A proposed ethical warrant for global knowledge representation and organization systems. Journal of Documentation. London: Aslib v.58, n.5, p. 507-532, 2002. BLAIR, D. Wittgenstein, Language and Information: "Back to the Rough Ground!" Springer, 2006. DERVIN, B. An overview of sense-making research: concepts, methods and results. In: ANNUAL MEETING OF THE INTERNATIONAL COMMUNICATION ASSOCIATION, Dallas, TX, 1983. Anais... Dallas, 1983. Disponível em: <http://communication.sbs.ohiostate.edu/sense-making/art/artdervin83.html>. Acesso em: 26 out. 2010. DUARTE, A. B. S. Grupo focal online e offline como técnica de coleta de dados. Informação e sociedade. João Pessoa, v.17, n.1, 14 p., jan./abr. 2007. GONZALEZ DE GOMEZ, M. N. A representação do conhecimento e o conhecimento da representação: algumas questões epistemológicas. Ciência da Informação. Brasília, v. 22, n. 3, 1993. GRACIOSO, L. S. Biblioteca, Web 2.0, Biblioteca 2.0. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS DIGITAIS, São Paulo, 2007. Anais... São Paulo, 2007. HJORLAND. Towards a theory of aboutness, subject, topicality, theme, domain, field, content … and relevance. Journal of the American Society for Information Science and Technology, New York: ARIS&T, v. 52, n. 9, p. 774-778, 2001. KOZINETS, R. V. On Netnography: Initial Reflections on Consumer Research Investigations of Cyberculture. In: ALBA, J; HUTCHINSON, W. (ed.). Advances in Consumer Research, Provo-UT: Association for Consumer Research, 1998. LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática. Brasília: Briquet de Lemos, 2004. 2 ed. 452 p. LOPES, I. L. Uso das linguagens controlada e natural em bases de dados: revisão da literatura. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 1, Jan. 2002. Disponível em: XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652002000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 ago. 2010. MEYRS, G. Análise da conversação e da fala. BAUER, M. GASKELL. G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: uma manual prático. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. NEDOBITY, W. Concepts versus meaning as reflected by the works of W. Wüster and L. Wittgenstein. International Classification. v. 16, n. 1, p.24-26, 1989. NOVELLINO, M. S. F. A linguagem como meio de representação ou de comunicação da informação. Perspectivas em Ciência da informação. Belo Horizonte: UFMG, v. 3, n. 2, p. 137-146, jul./dez. 1998. O’REILLEY, T. O que é web 2.0: padrões de design e modelos de negócios para a nova geração de software. Traduzido por Miriam Medeiros. 2005. Disponível em: <http://www.cipedya.com/doc/102010>. Acesso em 13 dez. 2010. SOUZA, R.; ALVARENGA, L. A Web semântica e suas contribuições para a Ciência da informação. Ciência da Informação, Brasília: IBICT, v. 33, n. 1. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n1/v33n1a16.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2008. WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. São Paulo: Nova Cultural, 1989. (Os Pensadores).