FUNDACENTRO – Centro Regional de Minas Gerias CURSO GESTÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO Belo Horizonte, março/abril de 2008 Docente: Gilmar C. Trivelato EO- 2 – ESTUDO ORIENTADO 2 – BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS QUÍMICOS NA INTERNET – Parte I- BUSCA RÁPIDA 1. Estratégia de busca A estratégia de busca de informações de segurança relativas a produtos químicos é diferenciada se o produto químico for uma substância [pura, grau técnico, solução aquosa ou componente majoritário de uma mistura] ou se for uma mistura ou preparação. No caso de substâncias, ou algumas poucas misturas de composição conhecida e relativamente constante ou variável dentro de uma faixa, como é o caso da gasolina, formol, parafina,etc., é possível encontrar informações em: • bases de dados públicas, preparadas e revisadas por especialistas independentes, e disponibilizadas na Internet ou na forma de CD; • artigos técnico-científicos, também revisados por especialistas; • disponibilizados. enciclopédias, compêndios ou manuais impressos; • publicações técnicas de fabricantes (não necessariamente revisados por especialistas). No caso de produtos químicos que são misturas ou preparações a única fonte de informação são os próprios fabricantes (exceto alguns casos raros). Essas informações geralmente são encontradas em publicações técnicas como fichas de dados de segurança (FISPQ, MSDS, FDSQ, catálogos, manuais técnicos, etc. produzidas por fabricantes desses produtos, disponibilizadas quer seja em páginas na Internet ou material impresso. Nem sempre esses materiais informativos são elaborados por especialistas capacitados ou revisados por pares independentes. Assim é possível encontrar informação errada, incompleta ou viesada. 2. Busca de informações para substâncias Para buscar as informações é necessário conhecer o nome químico da substância (de acordo com nomenclatura oficial da IUPAC), possíveis sinônimos ou o registro no CAS [Chemical Abstract Service]. Praticamente em todas as bases de dados, as substâncias são listadas por nomes, algumas vezes por sinônimos e pelo número CAS (em ordem crescente). Mas nas bases de dados onde há mecanismos de busca, ou na Internet, utilizar o nome da substância em uma língua geralmente implica em encontrar informações apenas nessa língua. E nem sempre o nome usado no procedimento de busca pode estar correto. A melhor alternativa é buscar as informações utilizando-se o número CAS. Assim é possível encontrar informações em diversas línguas. É importante lembrar que, ao se utilizar os mecanismos de busca na Internet (Google, Altavista, Yahoo), o número CAS é uma expressão - seqüência de três números separados por hífen (ex. 7664-41-7), portanto deve ser inserida entre aspas (“...”) ou utilizando-se estratégias de busca avançada. E a busca pode ser combinada com outras palavras-chave. a) Como saber o número CAS correto para uma determinada substância? A forma inequívoca de buscar o número CAS é consultar o Chemical Abstract Service [ www.cas.org ] da American Chemical Society. Mas este serviço não é gratuito. No Brasil ele está disponível gratuitamente apenas em bibliotecas da área de química de universidades públicas. Mas, para consultá-lo, é necessário conhecer o nome correto da substância em Inglês. Há também algumas listas contendo o nome de substâncias e respectivos número CAS em publicações como o livreto de limites de exposição publicado pela ACGIH, a relação de produtos na portaria que regulamenta o transporte de produtos perigosos. Mas essas listas são limitadas a algumas substâncias. A alternativa mais prática é utilizar os mecanismos de busca na Internet (Google, Altavista, Yahoo, etc.). Para isto digite nos espaços de busca o nome da substância e a expressão CAS. Exemplo: benzeno CAS. Se o nome da substância é uma palavra composta, ou expressão, ele deve ser digitado entre aspas. Ex. “ácido sulfúrico” CAS. Ao se completar a pesquisa serão listados uma série de resultados. Provavelmente entre eles irá aparecer o nome da substância e o respectivo número CAS. Mas cuidado! Alguns problemas podem surgir: • o número pode estar errado, assim é conveniente verificar em pelo menos dois ou três resultados apresentados; • para substâncias apresentam isômeros, poderá aparecer mais de um número CAS. Nesse caso é necessário verificar qual é a substância de interesse (determinado isômero ou todos eles). Ex. tolueno diisocianato (pode ser o 1,6 tolueno diisocianato ou o 2,4 tolueno diisocianato). O número CAS pode ser usado tanto para pesquisa em bases de dados em páginas específicas na Internet ou buscas gerais em todas as páginas da Internet. No último caso a expressão numérica do CAS pode coincidir com outras expressões numéricas (ex. datas ou códigos) e assim, entre os resultados, os resultados podem relacionar vínculos a páginas que não têm interesse ou sem relação com a substância em questão. Exercício prático • Utilize o mecanismo de busca do Google e encontre o número CAS para duas substâncias de seu interesse. • Confira se está correto o número CAS para os componentes principais dos produtos químicos apresentados nas FISPQs que foram disponibilizadas no material do curso (faça isso pelo menos para dez produtos diferentes). • Se for o caso, relacione as dúvidas e dificuldades encontradas e discuta com o professor e demais participantes do curso. b) A substância é classificada como perigosa? Para fins de classificação de substâncias perigosas iremos adotar o sistema europeu. Como a comunidade européia já classificou as substâncias químicas existentes e utilizadas na fabricação dos diversos produtos industriais, poderemos usar as classificações realizadas por especialistas europeus e disponibilizadas na Internet. Nesse caso, assume-se a premissa que as substâncias químicas usadas no mercado brasileiro são as mesmas usadas no mercado europeu. As exceções são pouco prováveis ou extremamente raras, isto é, provavelmente não encontraremos no nosso mercado uma substância ou ingrediente de um produto que não seja usado na Europa. Além disso, se isso ocorrer não iremos encontrar informações disponíveis sobre avaliação de perigos para possíveis substâncias que são usadas apenas no Brasil. Procedimento: • Abra a página do European Chemicals Bureau (ECB) clicando neste hiperlink ou digitando o seu endereço [ http://ecb.jrc.it/ ] no navegador de Internet disponível no seu computador. Outra alternativa prática, caso você esqueça esse endereço, é utilizar o mecanismo de busca do Google usando a expressão “european chemicals bureau”. • Uma vez aberta a página principal [home page[ do ECB, clique com o botão esquerdo do mouse no link “Classification & Labelling” [classificação e rotulagem], situado no lado esquerdo da página, e assim nova página se abrirá. • Na nova página você encontrará os links para a legislação européia sobre o assunto, que está disponibilizada em várias línguas, inclusive em Português. Nessa nova página, clique com o botão esquerdo no link Search CLASSLAB situado na parte superior. Na parte central da página que se abrirá encontra-se dois hiperlinks – Search Annex I e Search Working Database. Para encontrar a classificação da substância clique no hiperlink Search Annex I e nova página se abrirá. • A nova página que se abre apresenta um mecanismo de busca da classificação com várias opções. O mecanismo adotará automaticamente a língua inglesa (EN) mas outra língua poderá ser selecionada como o Português (PT). Mas isso não é necessário a busca for realizada utilizando-se o número CAS da substância, a não ser que se deseja que apareça no resultado o nome da substância em Português . Somente deverá ser feita essa escolha se a busca for feita usando o nome da substância em português. Para iniciar a busca digite no espaço correspondente o número CAS da substância de interesse [ou o nome correto da substância na língua desejada]. Feito isso, clique em Search. Nova página se abrirá com a classificação da substância. • A classificação da substância será indicada por uma combinação de letras indicativas das classes de perigo (ex. F, E, O, T, C, Carc., etc.) e frases de risco (frases R) indicativas das categorias de perigo ou perigos específicos. Por exemplo: para solução aquosa de ácido sulfúrico [numero CAS 7664-93-9] a classificação será: C; R 35 (Corrosivo. Provoca queimaduras graves). Para conhecer o conteúdo da frase R basta clicar no hiperlink correspondente a cada frase e ele será mostrado em várias línguas. Index number Note (alphabetic) 016-020-00-8 B Note (numeric) ATP inserted ATP updated 19 Substances Sub 1 • EC No Cas No 231-639-5 7664-93-9 PT Other Cas No Name Type ácido sulfúrico em solução ... % Classification Risk phrases Safety phrases Indication(s) of danger C; R35 35 1/2 - 26 - 30 - 45 C Para certas classes de perigo a classificação poderá ser diferente em função da concentração da substância. Há valores de concentração limites gerais para cada classe relacionada na Diretiva Européia para classificação de misturas. Entretanto, para algumas substâncias esses limites de concentração podem ter valores específicos, que são listados na parte inferior da página. Esses valores específicos também devem ser observados. Esse é o caso do ácido sulfúrico. Os valores específicos paras as concentrações limites são: Specific Concentration Limits Concentration C 5% • 15 % C < 15 % Classification C; R35 Xi; R36/38 Para algumas substâncias a busca não apresentará resultado. Nesse caso a substância não é classificada como perigosa de acordo com o sistema europeu. Entretanto isso não significa que não possa ser fonte de risco em um contexto especial como exemplo, quando usada em uma operação em que formar aerossóis (poeiras, fumos, névoas) ou submetida a ação do calor e formar substâncias perigosas (ex. decomposição de plásticos). Veja o exemplo da busca para o dióxido de titânio [número CAS 13463-67-7]. Language: - Index number: - EC number: - CAS number: 13463-67-7 - Substance Name: - Risk Phrase: - Seveso Categories: - ATP: No result! • Mas cuidado quando aparecer “No result”. A busca pode ter sido feita de forma inadequada. Para alguns compostos metálicos é recomendável utilizar o nome do metal e não o número CAS,. Para alguns a busca para pode dar resultado positivo. Mas para outros, embora sejam classificados como perigosos, o resultado da busca pode ser negativo. Isso acontece porque ele foi classificado genericamente como “compostos do metal X, não especificado”. Veja o exemplo de resultado negativo para o para o óxido de chumbo (II) cujo número CAS é 270-14-80, que é reconhecidamente perigoso. - Language: EN - Index number: - EC number: - CAS number: 270-14-80 - Substance Name: - Risk Phrase: - Seveso Categories: - ATP: No result! Mas se a busca for feita usando-se o termo “chumbo” irá aparecer uma série (13) de compostos de chumbo classificados como perigosos, entre eles o termo genérico “compostos de chumbo”. Assim o óxido de chumbo poderá ser considerado como “compostos de chumbo, com exceção dos expressamente referidos no presente anexo” 1 to 13 of 13 results Index number 1 2 3 4 5 Substance Name 009-014-00-1 hexafluorossilicato de chumbo II: fluorossilicato de chumbo (II) 082-001-00-6 compostos de chumbo, com excepção dos expressamente referidos no presente anexo 082-002-00-1 alquilos de chumbo 082-003-00-7 azida de chumbo, azoteto de chumbo 082-004-00-2 cromato de chumbo EC number CAS number 247-278-1 25808-74-6 Risk Phrases Seveso Categories ATP (*) R: 61-62- Yes 20/22-33- Main: 9i Other: INS: 19 UP: 28 R: 61- Yes 20/22-33- Main: 9i 62-50/53 Other: INS: 19 UP: 29 R: 61- INS: 19 UP: 29 50/53 Yes 26/27/28- Main: 0 Other: 133-62236-542-1 13424-46-9 231-846-0 7758-97-6 9i 50/53 Yes R: 61-320/22-33- Main: 5 50/53-62 Other: 9i R: 61-33- Yes 40-50/53- Main: 9i Other: 62 INS: 19 UP: 25 INS: 19 UP: 25 Para ver classificação dos compostos de chumbo não especificados basta clicar no hiperlink “Index number” correspondente. No caso é 082-002-00-6 e irá aparecer a classificação correspondente. Isso pode ocorrer para outros compostos metálicos (ex. compostos de manganês, cádmio, etc..) ou para sais inorgânicos em que o ânion é o responsável pela toxicidade (ex. cianetos ou sais do ácido cianídrico). General Information Index number Note (alphabetic) 082-001-00-6 AE Note (numeric) 1 ATP inserted ATP updated 19 29 Substances PT Sub EC No Cas No Other Cas No Name Type compostos de chumbo, com excepção dos expressamente referidos no presente anexo 1 Classification Risk phrases Safety phrases Indication(s) of danger Repr. Cat. 1; R61 Repr. Cat. 3; R62 Xn; R20/22 R33 N; R50-53 61 - 20/22 - 33 62 - 50/53 53 - 45 - 60 - 61 T N Symbol(s) Specific Concentration Limits Concentration C 5% 2,5 % 1% Classification 25 % T, N; R61-20/22-33-62-50/53 C < 25 % T, N; R61-20/22-33-62-51/53 C<5% T, N; R61-20/22-33-62-51/53 C < 2,5 % 0,5 % 0,25 % T; R61-20/22-33-52/53 C<1% T; R61-33-52/53 C < 0,5 % R52/53 Seveso Data Seveso Substance Main Seveso Category Yes 9i Seveso Concentration C 1% 0,5 % 5% C<5% C<1% Other Seveso Categories Categories Exercício prático • Encontre a classificação das substâncias que são os componentes majoritários das FISPQs disponibilizadas. Anote a classificação e também o conteúdo das frases R. • Para familiarizar melhor com o mecanismo de busca, e também identificar possíveis problemas,busque a classificação usando não apenas o número CAS, mas também o nome da substância com a seleção de língua PT. Anote os problemas ou discrepâncias observadas. b) Fichas Internacionais de Segurança Química [ ICSC – International Chemical Safety Cards] O Programa Internacional de Segurança Química - PISQ [International Programme on Chemical Safety – IPCS] elaborou um conjunto de fichas de dados de segurança para cerca de duas mil substâncias ou misturas classificadas como perigosas e mais usadas nos ambientes de tabalho. Essas fichas foram elaboradas e revisadas por especialistas de diversos países e, portanto, trata-se de informações confiáveis. Mas precisa ser observada a data de elaboração, pois nem sempre contém todas as informações atualizadas (ex. valores dos limites de exposição propostos pela ACGIH atualizados anualmente). As fichas internacionais de segurança química ICSC estão disponibilizadas em diversas línguas, mas infelizmente não em Português. Para acessar essas fichas basta clicar no hiperlink acima ICSC, escolher uma língua e buscar a ficha do produto químico utilizando o número CAS ou o nome do produto químico na língua escolhida. Mas o acesso também pode ser através da página ILO SafeWork e seguir o link de Chemical Safety . Nessa página, além das fichas, poderão ser encontrados inúmeros outros documentos ou recursos sobre segurança no uso de produtos químicos como, por exemplo, os valores para os limites de exposição ocupacional para diferentes países - Chemical Exposure Limits. Outra opção de acesso às fichas ICSC é através da página do NIOSH [www.cdc.gov/niosh]. Ao abrir a página principal deve-se clicar com o botão esquerdo do mouse no link CHEMICALS. Ao abrir a nova página, irá aparecer um quadro Key Resources no lado esquerdo. Para acessar as fichas basta clicar em International Chemical Safety Cards e selecionar a língua desejada. Exercício prático • Encontre as ICSC para as substâncias que são os componentes majoritários dos produtos químicos das FISPQ disponibilizadas, na língua que você estiver mais familiarizado. Salve os respectivos arquivos para uso posterior. • Obs. Nem todas as substâncias possuem ICSC. . c) NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards [Guia de Bolso sobre Perigos Químicos] Informações rápidas sobre produtos químicos diversos também podem ser encontradas na página CHEMICALS do NIOSH. Um dos recursos mais práticos é o Guia de Bolso sobre Perigos Químicos . Para acessá-lo, clique no quadro Key Resources dessa página no link NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards. Na página que se abre há várias opções de buscar informações para determinada substância (e algumas preparações) utilizando o nome do produto, sinônimos ou o número CAS. Recomenda-se procurar utilizando-se o número CAS, que vem listado em ordem crescente. O NIOSH Pocket Guide (NPG) para Perigos Químicos consiste numa fonte de informação geral de higiene ocupacional sobre várias centenas de classes/produtos químicos destinada a trabalhadores, empregadores e profissionais de segurança e saúde no trabalho. O NPC não contém uma análise de todos os dados pertinentes, ao invés disso apresenta informações-chave em forma abreviada e em tabelas para produtos químicos ou agrupamento de substâncias (e.g. cianetos, fluoretos, compostos de manganês) que são encontrados no ambiente de trabalho. A informação encontrada no NPG pode ajudar os usuários a reconhecer e controlar possíveis riscos de origem química. O Guia de Bolso inclui as seguintes informações: - Nomes químicos, sinônimos, nomes comerciais, fatores de conversão, números de registros no CAS, RTECS e DOT [Departamento de Transporte Norte-americano] - Limites de exposição recomendados pelo NIOSH [NIOSH RELs] - Limites de exposição permitidos [PELs] estabelecidos pela administração de segurança e saúde ocupacional norte-americana [OHSA] - Valores para as concentrações Imediatamente Perigosas para a Vida e Saúde (IPVS ou IDLH) recomendadas pelo NIOSH [NIOSH IDLHs] - Descrição física do agente com as propriedades físicas e químicas -Métodos de medição - Recomendações de proteção e higiene pessoal - Respiradores recomendados. - Informações sobre perigos à saúde incluindo vias de exposição, sintomas, primeiros-socorros e órgão alvo. Exercício prático • Faça a busca no NPG de informações para as substâncias que são os componentes majoritários dos produtos químicos das FISPQ disponibilizadas,. Salve os respectivos arquivos para uso posterior (selecione o conteúdo, copie e cole em um arquivo Word, salvando com o respectivo nome.. d) Informações mais completas em bases de dados Há inúmeras bases de dados organizadas por agências governamentais ou internacionais contendo informações sobre produtos químicos. A OECD construiu um portal que dá acesso a várias delas, utilizando um mecanismo de busca comum, denominada eChemPortal. Para acessar rapidamente esta página basta digitar no mecanismo de busca do Google a palavra “echemportal” e clicar com o botão esquerdo do mouse no link “Estou com sorte” e a página do eChemPortal se abrirá em seguida. Para buscar informações pode-se utilizar o nome da substância ou o número CAS, que é mais recomendável. É suficiente digitar o número CAS e clicar em SEARC. Na página que se abre estarão apresentados os links das bases de dados que contém informações sobre a substância. Exercício prático • Faça a busca para um substância qualquer, somente para conhecer os recursos disponíveis. e) Informações fornecidas por fabricantes Fichas de dados de segurança para as substâncias disponibilizadas por fabricantes também podem ser encontradas nas páginas da Internet. Para localizá-las basta utilizar o mecanismo de busca do Google (pode ser Yahoo ou Altavista) utilizando o “nome da substância” e a expressão MSDS ou FISPQ. MSDS é o nome da ficha em Inglês – Material Safety Data Sheet e, caso seja utilizado esta expressão, serão apresentados nos resultados links para MSDS em Inglês ou eventualmente em outra língua (pode-se selecionar o país, quando se usa o mecanismo de busca avançado). Se for utilizada a expressão FISPQ serão relacionados links para fichas elaboradas e disponibilizadas por empresas brasileiras. Esse recurso é interessante quando se quer comparar a qualidade da ficha elaborada por diferentes fabricantes. As fichas elaboradas na Europa, Austrália e Canadá geralmente são de melhor qualidade, pois há mecanismos de controle dessas fichas. As MSDS elaboradas por empresas norte-americanas tendem a ser “exageradas” na descrição de perigos e medidas preventivas porque buscam se resguardar de eventuais reclamações de consumidores ou processos judiciais. Exercício prático • Selecione uma substância qualquer das FISPQs disponbilizadas e busque fichas de segurança de outros países. Faça uma comparação entre elas. Há diferenças importantes? 2. Busca de informações para misturas de substâncias ou preparações Os produtos químicos que são misturas ou preparações disponibilizadas no mercado, que constituem marca registrada não possuem número CAS. Somente alguns produtos como frações da destilação do petróleo ou carvão possuem CAS. As buscas de informações devem ser feitas nas páginas da Internet dos fabricantes, que podem disponibilizar as fichas de segurança ou outras informações técnicas. Para localizar a ficha basta usar os mecanismos de busca da Internet (ex. Google) digitando o “nome do produto” e a expressão “FISPQ” se for um produto brasileiro, ou “MSDS” se for um produto de outro país (ou expressão equivalente do termo da ficha nesse país). Estratégias alternativas No caso de não se encontrar informações para o produto desejado, algumas alternativas são possíveis. a) Analogia: informações disponíveis para produtos equivalentes Muitos produtos de uso no ambiente de trabalho, mesmo que preparados por diferentes fabricantes, não possuem composição química muito diferente que implique em riscos também diferentes. Quando se tratar de produtos equivalentes as informações disponibilizadas por um fabricante pode ser usada para o produto de outro fabricante. Para isto é necessário buscar informações técnicas sobre os dois produtos e analisar criticamente. Se há elementos para inferir a equivalência quanto aos ingredientes que conferem perigo ao produto, as informações disponibilizadas para um produto também podem ser usadas, em caráter provisório, para o outro produto visando a adoção de medidas preventivas. Para os produtos derivados do petróleo é recomendável utilizar as informações organizadas pelo CONCAWE [organização européia para meio ambiente, segurança e saúde não refino e distribuição de produtos de petróleo]. Basta clicar no link CONCAWE (ou digitar essa expressão no Google e clicar em “estou com sorte”). Há inúmeros recursos disponíveis. Destaca-se entre eles a publicação CONCAWE Report 06/05: Classification and Labelling of Petroleum Substances According to the EU Dangerous Substances Directive (CONCAWE Recommendations - July 2005) – relativa à classificação de produtos do petróleo de acordo com a Diretiva da União Européia. b) Classificando e inferindo os perigos para um produto a partir das informações de seus ingredientes. Se a composição de uma mistura ou preparação for conhecida, é possível inferir e relacionar perigos específicos para o produto como um todo, adotando-se procedimentos alternativos. Esses procedimentos são particularmente válidos para propriedades toxicológicas e ecotoxicológicas. Eles aplicam o princípio da atuação independente de cada componente ou princípio da adição para substâncias que atuam sobre o mesmo sistema alvo (efeitos combinados), mas desconsideram outros tipos de interações entre os agentes tóxicos (ex. efeitos sinérgicos, efeitos antagônicos). Para as propriedades físico-químicas que conferem a periculosidade ao produto esses procedimentos não são válidos. É necessário conhecer as propriedades físico-químicas da mistura como um todo, que podem ser bastante distintas daquelas observadas para os componentes individuais. Para classificar um produto que é uma mistura a partir do conhecimento da composição e classificação de seus ingredientes recomenda-se seguir a norma específica da União Européia para essa finalidade, disponível na página do European Chemicals Bureau. Se a composição do produto não é informada ou conhecida, isto pode ser superado em alguns casos quando há informações sobre a composição em livros técnicos, fornecidas por concorrentes ou mesmo disponibilizada nas páginas da Internet. Neste último caso basta usar os mecanismos de buscas disponíveis. Exercício prático • Selecione um produto que seja mistura e fornecido por dois fabricantes diferentes. Ex. gasolina, querosene, formol, água sanitária. Encontre as respectivas fichas de segurança e compare o conteúdo.