Prova Resolvida de Português e Literatura – UFSM/2012 – PS2 1) Resposta (C) I – correta: trata-se de nexo que estabelece relação de finalidade, o que pode ser comprovado por meio da substituição “a fim de que”. II – correta: “que” / “Ela” / “sua” – trata-se, respectivamente, de pronome relativo (= a qual), de pronome pessoal reto e pronome possessivo, que têm como antecedente “uma mulher negra”, o qual, por sua vez, faz referência à imagem. III – incorreta: o primeiro “se” é classificado como conjunção integrante (não é possível ver ISSO); o segundo, como pronome reflexivo (está coçando A SI MESMA). 2) Resposta (C) (A) Não há referência a animais domésticos; (B) Não é feita referência a ações de personagens. (C) Faz-se referência às ações da mulher negra, que se encontra em pé, à esquerda da tela, bem como a suas vestimentas. (D) A preposição “para” não exprime ideia de finalidade, e sim de destinatário da ação; além disso, o fato de “oferecer algo para uma mulher branca...” não integra a lista de tacos da mulher negra, e sim uma de suas ações. (E) Observe: “TALVEZ tenha acabado de entrar no ambiente”; “com a mão esquerda PARECE pegar...”; “Contudo, NÃO É POSSÍVEL ver se...”. 3 Resposta (E) I – correta: Pestana era o mais célebre compositor de polcas do Rio de Janeiro. No entanto, apesar de seu sucesso com o público, ele era um homem que carregava consigo uma grande frustração: a de não conseguir compor sequer uma obra clássica como as dos gênios da história da música – Mozart, Chopin, Schumann e outros. II – correta: “Um Homem Célebre”, conto narrado em terceira pessoa e ambientado na cidade do Rio de Janeiro de 1875 (publicado no livro Papéis Avulsos), narra a história de Pestana, famoso compositor de músicas populares (a aparência), eternamente assombrado pelo fato de não conseguir compor uma obra clássica (a essência), mas apenas polcas muito ao gosto do público. Em “O Espelho”, Jacobina expõe sua teoria de que todos os seres humanos têm duas almas: uma interna, nata e imutável (a essência) e outra externa, construída, passível de ser transformada (a aparência). III – correta: observe “arrojo, paciência, meditação” atribuídos à tarefa de compor o Réquiem, bem como o tempo nela empregado (“Oito meses, nove, dez, onze”) e o trecho “se algumas eram do compositor”. 6 Resposta (C) (A) É possível inferir que a mulher da tela chora (o rosto escondido nas mãos), assim como o eu lírico do poema (“D’amargo pranto”). (B) Observe os pronomes “te” (v. 1), “teus” (v. 2), “te” (v. 3), “ti” (v. 8), entre outros pronomes de segunda pessoa, bem como a conjugação verbal: “Lerás”(v. 9), “chores” (l. v. 15). (C) Não se percebe, no trecho transcrito, idealização da mulher amada, mas, sim, do próprio sentimento – exacerbado, o que é típico do Romantismo. Além disso, o eu lírico não tenta convencer a amada a aceitar seu amor, mas, sim, comovê-la (“compaixão”), mesmo que tardiamente (“algum dia”), por meio da demonstração do sofrimento que provocou um amor impossível. (D) A tela, produzida no âmbito do Romantismo europeu, desde o nome – “Amor decepcionado” –, atende aos pressupostos dessa escola: a natureza não mais é um pano de fundo; ela é parte integrante, refletindo os sentimentos do eu lírico e com ele solidarizando-se. (E) As metáforas “d’alma arrancados / D’amargo pranto banhados, Com sangue escritos” bem exemplificam a característica romântica: o exagero. 7) Resposta (A) V – Detalhamento, objetividade e observação minuciosa do entorno físico e social são características da escola sob a qual a obra em questão foi escrita. É possível perceber, claramente, esses traços quando – conforme leitura da obra – o narrador dá a conhecer os personagens João Romão e Miranda, perfeitos representantes de diferentes estamentos sociais; a descrição física minuciosa das personagens, bem como de alguma de suas ações, categorizando-as – muitas vezes, de forma caricatural – segundo o papel por elas desempenhado naquele microcosmo chamado cortiço. F – A animalização dos personagens é não só traço da escola à qual se vincula tal romance, mas também de O Cortiço, haja vista a descrição, por exemplo, de Leandra – uma das lavadeiras – e de Libório, entre todos os demais. V – O determinismo também é um dos traços naturalistas que permeiam a obra em questão. É possível percebê-lo em João Romão – sua ganância quase patológica é determinada pela exigência social de progredir para não sucumbir; em Rita Baiana – genuína representante da raça brasileira; em Jerônimo – português austero transformado pelo calor e pela sensualidade dos trópicos. 17) Resposta (E) V – trata-se de um adjunto adverbial antecipado, o qual tem o papel de comparar o Expressionismo às escolas em questão. V – trata-se de uma explicação acerca de Edvard (ou Eduard) Munch, um dos maiores nomes do Expressionismo, cuja antológica tela “O Grito” é um dos melhores exemplos. V – o articulista, além de expor, brevemente, conceitos sobre determinado momento da produção artística, articula as afirmações por meio de elementos coesivos que caracterizam o texto dissertativo. F – O indivíduo retratado na tela não está só: observe as duas figuras ao fundo. 18) Resposta (E) Nas alternativas A, B e C, há formas verbais; logo, a frase não é nominal. A alternativa B não tem como pano de fundo a guerra; logo, a verbalização é parcialmente adequada à imagem. Na alternativa D, não há dissimulação, visto que a expressão do homem é de dor, angústia... A alternativa E atende às condições: observe a imagem de árvores cortadas e de uma recém-derrubada, além do pânico do animal. Questão 31 – Gabarito E F – a despeito de a obra ser um romance (de transição) cujo enredo se desenvolve na Corte, não é possível situá-la ao lado de outros romances românticos, tendo em vista a não idealização dos personagens, do cenário, da psique humana. V – Memórias de um Sargento de Milícias afasta-se dos romances típicos do romantismo (exceto pela solução harmonizadora final) justamente por relatar o povo em sua simplicidade e essência. V – Leonardinho, o pícaro, o primeiro anti-herói de nossas Letras, é um jovem comum – virtudes e defeitos (talvez mais estes do que aqueles) caracterizam-no. Não há nele a idealização física ou psicológica que norteou a tessitura de Seixas, por exemplo. Sendo assim, o comum já era observado desde a mais tenra idade: bebês choram, berram e esperneiam. V – observe “Depois do minuete foi desaparecendo a cerimônia” e o penúltimo período do primeiro parágrafo. 38 Resposta (E) I – correta: a despeito de “impressionar” ser vocábulo muito subjetivo e, por isso, relativo, percebe-se aliteração (repetição de fonemas consonantais iguais ou semelhantes no início de várias palavras ou sílabas próximas, em uma mesma frase ou verso) em /b/, cuja sugestão pode ser a do tremular da bandeira. A aliteração apontada nos versos de Caetano é em /p/, por exemplo: versos 3 a 5; 8 a 10. II – correta: a indiferença pelo sofrimento alheio (no caso, em ambos s textos, dos negros) é percebida no verso destacado de Caetano (São Paulo como centro do poder econômico) e, por exemplo, nos versos “Foste hasteado dos heróis na lança / Antes te houvessem roto na batalha”. III – O condoreirismo – cujo representante máximo, em nossas Letras, foi Castro Alves – tem entre suas características a abordagem de temáticas sociais como a República e a abolição da escravatura.