FÍSICA EXPERIMENTAL I Experimento 5 FEX I Experimento No 5: EXPANSÃO DE UM GÁS A PRESSÃO CONSTANTE Objetivos: Verificar que o comportamento do ar à pressão e temperatura ambientes é semelhante ao do gás ideal. Medir grandezas físicas diretas e, a partir de um gráfico, determinar outras grandezas. Analisar o comportamento termodinâmico de um volume de ar confinado em um recipiente, durante o processo de expansão à pressão atmosférica ambiente (constante). Teoria: O gás ideal, ou gás perfeito, é um gás hipotético que consiste de partículas idênticas de volume zero, entre as quais não existe qualquer interação. Essas partículas possuem apenas energia cinética de translação, de modo que seu movimento resulta apenas em colisões entre si, ou com as paredes do recipiente que contém o gás, colisões perfeitamente elásticas. Os gases reais não apresentam essas propriedades, mas o gás ideal revelou-se uma boa aproximação para descrevê-los, exceto a altas pressões e baixas temperaturas, quando as forças intermoleculares são fundamentais na determinação das propriedades macroscópicas do gás. O ar, em condições normais de temperatura e pressão (0 oC e 1 atm), comporta-se razoavelmente bem como gás ideal, de modo que, em função das variáveis de estado: pressão absoluta (P), volume (V), número de moles (n), e temperatura absoluta (T), pode ser descrito pela equação de estado do gás ideal: PV=nRT (5.1) onde R é a constante universal dos gases. Em um processo de expansão a pressão constante, em que não há vazamento no recipiente que contém o gás (isto é, o número de moles também é constante), a uma dada variação ∆T da temperatura, ocorre uma variação ∆V do volume dada por: ∆V = nR ∆T P (5.2) O manômetro é um instrumento usado para medir a pressão dos gases. Um tipo comumente usado é o manômetro de coluna líquida. Esse manômetro é constituído por um tubo em forma de U, onde se coloca uma certa quantidade de líquido. A pressão que se deseja medir é aplicada a um dos ramos do tubo, enquanto uma pressão de referência é aplicada ao outro ramo que, quando aberto ao ambiente, estará à pressão atmosférica local. A diferença entre as pressões nos dois ramos é proporcional à diferença de altura das colunas do líquido nos dois ramos do tubo, veja a figura (5.1). Suponha que o líquido no tubo em U seja mercúrio e que seu nível em um dos ramos do tubo (aquele em contato com o gás) esteja 1,00 cm acima do nível do outro ramo aberto (isto é, em contato com o ar à pressão atmosférica local). Então, o excesso de pressão do gás (acima da pressão atmosférica local) é de 1,00 cm de mercúrio (1,00 cm-Hg). Se o líquido fosse a água, o mesmo excesso de pressão seria medido em um desnível de 13,60 cm de água. Assim, em um processo de expansão de um gás a pressão constante, basta manter os níveis de líquido iguais em ambos os ramos do manômetro, para assegurar que a pressão do gás permanece igual à pressão atmosférica local. Nesse caso, a variação ∆V do volume do gás, correspondente à variação ∆T da temperatura, pode ser calculada medindo-se a variação ∆h da 5.1 FÍSICA EXPERIMENTAL I Experimento 5 FEX I altura da coluna em um dos ramos do manômetro, após seu nivelamento com o outro ramo, através da equação: 2 d ∆V = π ∆h 2 (5.3) onde d é o diâmetro do tubo. Note-se que a variação unidimensional ∆h, também varia linearmente com ∆T. Figura (5.1): Manômetro de coluna líquida. Instrumento que mede a pressão dos gases por meio da comparação entre as alturas das colunas do líquido (água) contido no tubo com a forma de U. Os pontos A’ e A estão à mesma pressão, então, a pressão do gás no recipiente é igual à pressão atmosférica local, mais uma quantidade proporcional ao desnível ∆h entre as colunas nos dois ramos do manômetro. Descrição do Experimento: O equipamento utilizado nesse experimento é um erlenmeyer cheio de ar, tampado firmemente por uma rolha. O ar nesse recipiente está em contato com um dos ramos de um manômetro de coluna líquida (água), enquanto que o outro ramo (aberto) está em contato com o ar ambiente, portanto, à pressão atmosférica local. O erlenmeyer é mergulhado em um recipiente com água e esse recipiente é aquecido durante curtos intervalos de tempo, a fim de que seja observada uma pequena variação na temperatura inicial de um termômetro, cujo bulbo também está mergulhado na água do recipiente. A correspondente variação no volume do ar contido no erlenmeyer será percebida como um aumento na pressão, correspondente ao desnível entre as colunas líquidas do manômetro. O nivelamento dessas colunas durante esse processo, garante que a expansão do gás ocorra à pressão atmosférica constante. Equipamento/Material: 1. Aquecedor; 2. Erlenmeyer; 3. Béquer para conter o erlenmeyer; 4. Rolha de borracha; 5. Tubos flexíveis; 6. Tubos de vidro; 7. Suportes verticais e horizontais; 8. Suporte móvel para tubos de vidro; 9. Termômetro com escala de 0 até 50 oC; 10. Caneta porosa (tipo hidrocor); 11. Régua milimetrada; 12. Paquímetro; 13. Água. 5.2 FÍSICA EXPERIMENTAL I Experimento 5 FEX I Procedimentos: O aparato encontra-se montado na bancada. Veja a (figura 5.2) abaixo. (a) Tampe firmememente o erlenmeyer com a rolha de borracha. Coloque água no manômetro até que as colunas possam ser vistas nos dois ramos de vidro do manômetro. Alinhe os níveis da água em ambos os ramos, fixando o ramo a e movendo o ramo b. Proceda de modo a que esse nível inicial esteja mais ou menos no meio dos tubos de vidro. (b) Leia a temperatura inicial da água dentro do béquer e anote-a na Tabela 1. (c) Marque com a caneta porosa o nível inicial da água em um dos ramos (por exemplo, ramo b). (d) Ligue o aquecedor durante aproximadamente 30 s, e aguarde até a nova temperatura da água no béquer se estabilizar. Quando isso ocorrer nivele novamente as colunas de água no manômetro e, com a caneta porosa, assinale o novo nível no mesmo ramo já assinalado (ramo b). A variação da temperatura deve ser da ordem de 1,0 ºC. Anote-a na Tabela 1. Anote também a variação na altura da coluna de água (marcada no ramo b), correspondente à expansão do gás à pressão atmosférica. (e) Repita o procedimento (d) e anote na Tabela 1, a variação da temperatura com relação à temperatura inicial, e a variação da altura da coluna de água com relação à marca inicial. (f) Repita o procedimento (e) até completar a Tabela 1. (g) Com o paquímetro meça o diâmetro interno do tubo de vidro do manômetro. Anote o resultado da medida na Tabela 2. - Siga as instruções e responda às questões do relatório experimental. Figura (5.2): Esquema do aparato usado nesse experimento. 5.3