Universidade Federal da Bahia
Conteúdo
Escola Politécnica
Departamento de Construção e Estruturas
Especialização em Gerenciamento de Obras
Importância do Planejamento e Controle de
Obras
Níveis Hierárquicos
Projeto do Sistema de Produção
Planejamento de Curto e Médio Prazo
Indicadores de Planejamento
Planejamento e Controle de
Obras
Prof. Dayana Bastos Costa
Por que planejamento é
importante?
Eliminação de problemas relacionados à
incidência de perdas e baixa produtividade
Aumento da transparência dos processos
(possibilidade de visualização)
Melhoria da comunicação entre níveis gerenciais
e diferentes intervenientes
Proteção da produção contra a incerteza e a
variabilidade
Por que planejamento é
importante?
“Planejar significa promover condições
suficientes dentro da minha empresa
de forma a garantir uma determinada
qualidade de vida para meus
funcionários”
Porto Alegre, 1998
Diretor de uma empresa
de pequeno porte
Por que planejamento é ineficaz?
Planejamento não é encarado como um
processo
Por que planejamento é ineficaz?
Excessiva ênfase na aplicação de técnicas para
geração de planos
Pouco esforço na coleta de dados e na disseminação
de informações
Atividades envolvidas:
Incerteza é negligenciada
Variabilidade é inerente ao processo de
construção
coleta e o processamento de dados,
envio de informações,
realização de reuniões,
elaboração de planos,
tomada de decisão.
condições locais, ritmo dado pelo homem, caráter
único do produto, etc.
Elaboração antecipada de planos
excessivamente detalhados
Atualização demanda muito esforço
Maior prazo entre elaboração do plano e
execução, maiores as incertezas
Exemplo de plano de obra
Por que planejamento é ineficaz?
Planejamento operacional tende a ser
excessivamente informal
Reduzido impacto do uso de programas
computacionais
Casos de informatização de processos ineficientes
Programas isolados (orçamento x planejamento)
Necessidade de mudanças comportamentais
Falta de percepção dos benefícios do planejamento
Depende de trabalho em equipe
Processo de planejamento e
controle
O que é planejamento?
“O planejamento é um processo de
tomada de decisão que envolve o
estabelecimento de metas e dos meios
necessários para atingi-las, sendo efetivo
apenas quando seguido de um controle”
Preparação
do
Processo
Coleta de
Informações
Avaliação
do
Processo
Contínuo – Ciclo de Planejamento e Controle
Intermitente – Ciclo de Preparação e Avaliação
Quem deve realizar o
planejamento?
Difusão da
Informação
Ação
(Isatto et al., 2001)
Planejamento e controle deve ser a essência da atividade de
gerenciamento
Preparação
dos
Planos
(Laufer e Tucker, 1987)
Hierarquização do Sistema de PCP
Projeto do Sistema de Produção
Gerente de produção deve mudar sua forma de
atuação e envolve-se diretamente no PCP
Principais intervenientes (executores) devem
participar diretamente: mestre de obras, subempreiteiros, encarregados, líderes de equipes,
etc.
(Decisões estratégicas)
Plano de Longo Prazo
(Plano Mestre)
Plano de Médio Prazo
(Look ahead plan)
Pode haver a necessidade de apoio para coleta e
processamento de dados
Plano de Curto Prazo
Em alguns casos é mais eficaz manter o PCP tão
simples quanto possível
(Plano de comprometimento)
Diretoria
Engenharia
Produção
Projeto do Sistema de Produção
(PSP)
Representa uma das primeiras tarefas gerenciais a
ser realizada no início de qualquer esforço
produtivo (Ballard et al. 2001)
Projeto do Sistema de Produção
Consiste na primeira oportunidade para
combater ou atenuar características negativas
inerentes ao sistema de produção, como a
variabilidade (Koskela, 2000)
Projeto do Sistema de Produção
Escopo de decisões (Slack, 1997)
Nível estratégico
integração vertical (comprar ou fazer)
gestão da capacidade produtiva de longo prazo
localização das operações produtivas
Nível operacional
arranjo físico e fluxos
seleção das tecnologias
gestão de pessoal
Projeto do Sistema de Produção
Aspectos a serem considerados:
divisão e seqüenciamento do trabalho
entrega do trabalho de uma unidade de produção
para a próxima (handoffs)
continuidade do fluxo de trabalho
proteção do fluxo (dimensionamento e localização
de buffers)
programação das atividades
Projeto do Sistema de Produção
(seqüência proposta)
Projeto do Sistema de Produção
Definição da seqüência de execução
/ Pré-dimensionamento de recursos
Definição da seqüência de execução
/ Pré-dimensionamento de recursos
Definição da unidade base
Definição do nível de integração vertical
quais materiais ou processos serão executados pela
empresa ou adquiridos de fornecedores externos;
Seleção das tecnologias a serem empregadas
Unidade repetitiva (pavimento tipo, casa, sobrado),
conforme empreendimento
Materiais, sistemas construtivos e equipamentos.
Ferramentas / técnicas
Diagrama de precedência
Atividade
Recursos
Mão-De-Obra
Equipamentos
1
Execução de fundações (micro-estacas)
1 m + 4s
2
Execução de alvenaria
2p+1s
3
Execução de cintas de respaldo
2p + 1s
4
Execução de juntas de dilatação - lajes
1p +1s
5
Colocação de lajes
2p + 2s
6
Instalação elétrica (eletrodutos)
7
4p
Trado
guindaste (pallets)
+ guincho de poste
betoneira + guincho
de poste
guindaste
Duração
Atividades
Precedentes
Observação
07 dias
05 dias
1
02 dias
2
02 dias
3
02 dias
3
1 dia
5
somente última laje
Definição da seqüência de execução / Prédimensionamento de recursos
Estudos dos Fluxos de Trabalho
(unidade base)
Busca-se estabelecer os fluxos de trabalho na
unidade-base de produção,
Refere-se ao conjunto de operações realizadas por cada
equipe de trabalho com relação às dimensões espaço e
tempo, identificando possíveis interferências entre as
equipes.
Ferramenta / técnica
Linha de balanço
Projeto do Sistema de Produção
Estudo dos Fluxos de Trabalho
(unidade-base)
Linha de Balanço
Linha de Balanço: conceitos básicos
Criada pela Goodyear no início dos anos 40
Boa penetração na construção civil européia
Utilização relativamente pequena no Brasil
Aplicação em obras repetitivas
Unidade base
Prédios altos (edifícios torre)
Conjuntos residenciais compostos por casas (isoladas,
geminadas ou em fita)
Conjuntos residenciais compostos por edifícios
Estradas
Obras de saneamento
Etc.
Equipe especializada
unidade de referência da programação (pavimento
tipo, casa)
grupo de operários que realiza determinada atividade
e que a repete em todas as unidades base
Ritmo da linha de balanço
número de dias que cada equipe especializada
permanece numa unidade base
Linha de Balanço - Exemplo
Objetivos da Linha de Balanço
Número de pavimentos
Encontrar um ritmo adequado para a entrega
das unidades base.
Manter fluxo dos recursos contínuo ao longo
das unidades.
Tirar proveito do trabalho repetitivo quanto
ao ganho de produtividade.
Tempo base
06
05
04
03
02
01
Ritmo da linha de
balanço
dias
Tempo para construir todos os pav. repetitivos
Tempo Total de Construção
Linha de Balanço - Exemplo
Linha de Balanço - Exemplo
Folga
Pav
Pav
12
12
11
11
10
10
09
09
08
08
07
07
I
06
II
06
III IV
I
II
III
IV
05
05
04
04
03
03
02
02
01
01
Folga
Tempo Total
dias
Tempo Total
Montagem da Linha de
balanço
Linha de Balanço - Exemplo
Pav
I
II
Folga
Determinar as unidades repetitivas
Definir as atividades contínuas (quantitativos)
Levantamento da mão-de-obra
Determinar as durações das atividades
Montagem do seqüenciamento das atividades/
determinação do caminho crítico
Determinar os ritmos de execução
Determinar número de equipes
Determinar a estratégia de execução
III
dias
dias
Estratégia de Execução
(empreendimento)
Projeto do Sistema de Produção
Segmentação do empreendimento maior em
“pequenos empreendimentos” (Birrel, 1980)
A escolha da estratégia é definida em função de:
impacto no prazo final de execução do empreendimento;
capacidade dos fornecedores de suprimentos;
limites na capacidade de produção dos processos críticos
(gargalos) para atender a demanda gerada pela
alternativa;
viabilidade financeira da alternativa, em função do volume
de recursos de produção necessários para a sua
consecução.
Estratégia de execução
(empreendimento)
Estratégia de execução
Estratégia de execução
Estratégia de execução
CONJUNTO C
CONJUNTO D
CONJUNTO H
CONJUNTO G
CONJUNTO F
CONJUNTO E
CONJUNTO B
CONJUNTO A
EQUIPE 01 (C1 > D1 > C2 > D2 > G1 > H1 > G2 > H2 > A1 > A2)
EQUIPE 02 (F1 > F2 > E1 > E2 > B1 > B2)
Diagrama de sincronia
entre processos
Projeto do Sistema de Produção
Visualização dos fluxos de trabalho em todo o
empreendimento
Define-se datas marcos
Considera-se a sincronização dos diversos processos e uso
de equipamentos comuns
Ex: guindastes para montagem de lajes
Ferramentas / técnicas: linha de balanço ou
Diagrama de Sincronia
Diagrama de sincronia
entre processos
Bloco 7
EQUIPE 2 - alv. pav. 1
Bloco 6
EQUIPE 1 - alv. pav. 1
Bloco 5
EQUIPE 3 - alv. pav. 1
Bloco 4
EQUIPE 2 - alv. pav. 1
Bloco 1
Bloco 2
Bloco 3
EQUIPE 1 - alv. pav. 1
EQUIPE 2 - alv. pav.1
EQUIPE 1 - alv. pav.1
4/8
seg
5/8
ter
6/8
qua
7/8
qui
L1
L1
M/E
L1
L1
L1
L1
L1
Linha de Balanço
M/E
M/E
M/E
M/E
M/E
M/E
EQUIPE 3 - alv. pav. 2
EQUIPE 2 - alv. pav. 2
EQUIPE 1 - alv. pav. 2
EQUIPE 3 - alv. pav. 2
L2
M/E
8/8 9/8 10/8 11/8 12/8 13/8 14/8 15/8 16/8 17/8 18/8 19/8 20/8 21/8 22/8 23/8 24/8 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8
sex sáb dom seg ter qua qui sex sáb dom seg ter qua qui sex sáb dom seg ter qua qui sex sáb dom
Dimensionamento da necessidade de
recursos (mão-de-obra)
Projeto do Sistema de Produção
Prazo da obra x Espaço físico
Busca do aproveitamento contínuo da mão de obra
Trabalho repetitivo
Equipes polivalentes
Nivelamento de recurso
Ferramentas / Técnicas: Histograma
Dimensionamento da necessidade de
recursos (mão-de-obra)
Projeto do Sistema de Produção
DEMANDA DE MÃO-DE-OBRA
105
100
95
90
85
80
75
NÚMERO DE PROFISSIONAIS
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
SEMANAS
PEDREIROS
SERVENTES
ELETRICISTAS
INSTALADORES HIDRÁULICOS
CARPINTEIROS
AZULEJISTAS/LADRILHISTAS
PINTORES
Processos Críticos
Dois tipos:
Gargalo
Processos cuja capacidade limita a capacidade de
produção de todo o sistema
Processo que se não for bem gerenciado pode vir a
tornar-se um gargalo
Efeitos dos gargalos na produção:
necessidade de mudança no plano de ataque
atraso no início da execução de processos posteriores
aumento no lead time de execução das unidades (maior tempo
de espera)
elevação de alvenaria
Processo com restrição de capacidade
Processos Críticos
pré-fabricação e montagem de lajes
formação de estoques (não medidos, não pagas)
repercussão no prazo final da obra
necessidade de aumentar a capacidade para retornar ao prazo
(maior custo)
Layout da unidade
de produção (lajes)
Layout do depósito (lajes)
BLOCO C
BLOCO A
L23
L22 L21
Direito
L23
L22 L21
Esquerdo
L12 L11
Direito
2° pavimento
L13
SO
ACES
Térreo
Esquerdo
L13
L12 L11
Layout estoque de lajes
no canteiro
Layout da unidade
de produção (lajes)
Seqüência de produção (lajes)
LAJES
S EM ANA
C ONC RETAG EM DAS LAJES
LOCAL
FITA 01
FITA 02
5_X01
5_X02
5_X03
5_X04
5_X05
1X06
5_X01
5_X02
5_X03
5_X04
5_X05
SEG
C1
C1
C1
C1
C1
C1
L
L
L
L
L
1X06
L
TER
P
P
P
P
P
P
C1
C1
C1
C1
C1
C1
QUA
C2
C2
C2
C2
C2
C2
P
P
P
P
P
P
QUI
P
P
P
P
P
P
C2
C2
C2
C2
C2
C2
SEX
X
X
X
X
X
X
P
P
P
P
P
P
SÁB
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
DOM
L
L
L
L
L
L
X
X
X
X
X
X
TOTAL
LEGENDA:
10 APARTAMENTOS
C
CONRETAGEM
P
10 APARTAMENTOS
POLIMENTO
X
CURA
L
LEVANTE
Controle do atendimento ao plano de
ataque
Avaliação dos Impactos
do PSP no PCP
Principais Indicadores de Controle
PPC
Causas de não cumprimento dos pacotes de
trabalho
Atendimento ao plano de ataque
Desvio de Ritmo
Controle do atendimento ao plano de
ataque
Controle de avanço físico
PAVIMENTOS SEMANALMENTE CONCLUÍDOS
(ALVENARIA)
PAVIMENTOS SEMANALMENTE CONCLUÍDOS
(LAJES)
320 320 320
320
320
320
292
292
280
170
160
170
156
208
208
180
180
118
118
118
104
104
80
80
240
250
236 236 236
208 208
200
196
182
160
142 142
92
80
80
66
54
40
28
14
14
28
0
0
2
3
42
40
28
0
1
4
118
118
52
40
0
156
156
130
120
66
66
52
292 292
264
132
120
278
264
236
236
222
200
264
P A V IM E N T O S C O N C L U ÍD O S
P A V IM E N T O S C O N C L U ÍD O S
264
240
280
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
1
14
14
0
0
2
3
4
14
5
14
6
7
8
SEMANA
ALVENARIA PLANEJADA ACUMULADA
9
10
11
12
13
14
15
16
17
SEMANA
ALVENARIA EXECUTADA ACUMULADA
LAJE PLANEJADA ACUMULADA
LAJE EXECUTADA ACUMULADA
18
19
20
Interfaces do projeto do produto
com o PSP
Quadro de Indicadores
ATRASADAS
EM DIA
ADIANTADAS
% de atividades de acordo com a
situação atual
66,67%
33,33%
0,00%
Atividade
Situação atual
Número de
Apartamentos
previsto em
23/10
Número de
apartamentos
real em 23/10
Desvio de Ritmo
Avanço físico da
atividade (real)
ATRASADO
64
52
81%
47%
EM DIA
70
70
100%
63%
ATRASADO
62
44
71%
40%
Alvenaria
Produção das lajes na fábrica
Montagem das Lajes
Cobertura
Projeto do produto
Empreendimento e processos de produção
deveriam ser considerados paralelamente
Consideração dos impactos em termos de:
0%
% restante para
o término da
atividade
Meta até
27/11/03
Término da
atividade
previsto para o
dia
Alvenaria
53%
111
19/11/03
Produção das lajes na fábrica
37%
111
Montagem das Lajes
60%
111
21/11/03
Cobertura (em bloco)
100%
5
05/12/03
Atividade
viabilidade técnica
prazo de execução
custos
Interfaces do PSP e do PCP
Planejamento de longo prazo
Os estudos realizados durante o projeto do sistema de
produção representam informações de entrada para o
planejamento de longo prazo
Gera um plano de longo prazo consoante com a visão de
fluxo
Interfaces do PSP e do PCP
Planejamento de médio e curto prazos
Facilita o controle, pois contempla aspectos importantes
para esses empreendimentos:
seqüência
trajetória
ritmo
Conclusões dos estudos
As reuniões e as ferramentas desenvolvidas
auxiliaram os envolvidos no PSP na tomada de
decisão
Necessidade de uma estratégia de produção
integrada a outros empreendimentos da empresa:
disponibilidade de recursos
continuidade na utilização dos recursos de produção
Referências Bibliográficas
Schramm, F. K.; Costa, D. B.; Formoso, C. T. O projeto do sistema
de produção na gestão de empreendimentos habitacionais de
interesse social. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p.
59-74, abr./jun. 2006.
Schramm, F. K.; O projeto do sistema de produção na gestão de
empreendimentos habitacionais de interesse social. Programa de
Pós Graduação em Engenharia Civil (Dissertação de Mestrado).
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004
Schramm, F. K.; Projeto de sistemas de produção na construção
civil utilizando simulação computacional como ferramenta de
apoio à tomada de decisão. Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
Conclusões dos estudos
Incerteza gera múltiplos estudos
Dificuldade de operacionalização do PSP
Importância da sincronização dos processos, principalmente
críticos
Não cumprimento dos planos gera necessidade de aumento
da capacidade de produção (maiores custos)
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Conteúdo Por que planejamento é importante? Por que