Goiânia, Sábado, 25 de maio de 2013 Economia Indústria comemora seu dia com balanço positivo, diz Fieg Entidade alerta, entretanto, que gargalos na infraestrutura no Estado põem em risco o crescimento No Dia da Indústria, comemorado hoje, o segmento em Goiás contabiliza, simultaneamente, três fatos importantes para comemorar: contribuição para o acelerado crescimento da economia, sempre acima da média nacional nos últimos anos; diversificação de seu parque industrial, que hoje produz de medicamentos a automóveis; e desconcentração das fábricas em várias regiões do Estado. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira. Ele atribui às políticas de atração de investimentos adotadas no Estado papel relevante nesse processo, contribuindo, por exemplo, para estimular a diversificação do parque industrial, com a entrada de novas empresas em setores pioneiros, e sua interiorização por vários polos regionais. Pedro Oliveira alerta, no entanto, que “nem tudo são flores” para o setor em razão de grandes gargalos na área de infraestrutura, capazes de porem em risco seu desenvolvimento, a exemplo da área de logística, energia elétrica e saneamento básico, além da indefinição sobre o futuro dos incentivos fiscais e do déficit de mão de obra qualificada. PIB Nos últimos dez anos, a economia goiana conseguiu multiplicar as riquezas que produz num ritmo quase 50% mais acelerado do que a taxa de crescimento acumulada pelo restante do País, além de ampliar o emprego formal a um índice praticamente 20 pontos porcentuais acima da média brasileira. Mesmo com alguns obstáculos, segundo Pedro Oliveira, a economia goiana tem uma evolução positiva. No final da década de 1980, o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás registrava participação de aproximadamente 1,5% na economia brasileira, atingindo fatia próxima a 2% nos primeiros anos da década seguinte para fechar 2012 com alguma coisa ao redor de 2,6%. Entre 2002 e 2012, o PIB brasileiro cresceu 42,2%, saindo de R$ 1,478 trilhão para R$ 4,403 trilhões. Mas o produto goiano acumulou alta de 61,2% no mesmo período, aproximando-se de R$ 112,3 bilhões no ano passado. As distâncias em relação às economias regionais mais desenvolvidas têm se reduzido, mas ainda são importantes e não poderão ser superadas apenas pelo “funcionamento normal dos mercados”, conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Projetos), realizado no final de 2012 por encomenda da Fieg. Para Pedro Oliveira, o trabalho mostra que o debate em curso no Congresso Nacional sobre o fim dos incentivos fiscais deve levar em conta “não apenas as questões jurídicas e os interesses arrecadatórios dos Estados, mas, sobretudo, a realidade social e econômica do País, para que as novas regras a serem adotadas não tornem ainda mais injusta a distribuição de renda e concentrem a riqueza em poucas regiões”. Segundo o presidente da Fieg, o estudo da FGV ainda demonstra que “não faz sentido o argumento utilizado por representantes de Estados mais desenvolvidos sobre os incentivos prejudicarem a competição entre as unidades da federação”. Para o empresário, sem incentivos, na verdade, o mercado tenderá a reproduzir maior concentração em favor de regiões já desenvolvidas, aponta a FGV Projetos. No desafio da infraestrutura, a indústria aponta como prioridades a conclusão das obras do novo terminal do aeroporto de Goiânia, paralisadas desde 2007; a entrega da Ferrovia Norte-Sul, melhoria das estradas e a retomada dos investimentos em energia elétrica.