INSTITUTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA - ANO III Nº 3 MAIO DE 2013 Colação de grau da primeira turma de graduação em Saúde Coletiva do IESC/UFRJ Em clima de festa o evento contou com a presença do Reitor da UFRJ, Professor Antônio Carlos Levi da Conceição, da Decana do Centro de Ciências da Saúde, Professora Mª Fernanda S. Quintela da C. Nunes, do Diretor do IESC, Professor Armando Meyer, dentre outras autoridades A cerimônia de formatura da primeira turma da graduação em Saúde Coletiva do IESC aconteceu no dia 24 de maio de 2013, no auditório Roxinho – Centro Cultural Prof. Horácio Macedo. Apesar da noite fria, e da chuvinha fininha, os aplausos foram calorosos, e os corações dos formandos, familiares, docentes, funcionários e autoridades, presentes batiam forte e quente. Foi uma cerimônia muito bonita e descontraída, que contou com a alegria e determinação dos formandos. A mesa foi composta pelo Reitor, Professor Carlos Antônio Levi da Conceição, pela Decana do Centro de Ciências da Saúde, Professora Mª Fernanda S. Quintela da C. Nunes, pelo Diretor do IESC, Professor Armando Meyer, pela Professora Anamaria Tambellini, pelo Professor Ronir Raggio Luiz, pela Professora Miriam Ventura e pela estudante Barbara Bulhões, representando a Coordenação Nacional dos Estudantes da Saúde Coletiva. Os formandos Ana Cristina Santanna da Silva e Matheus Moutinho Crepalde conduziram a cerimônia. A turma teve como Editorial oradora a formanda Bianca Borges da Silva e como juramentista a formanda Laís de Almeida Relvas Brand. A representação da turma ficou por conta da formanda Nívea Alves Amoêdo que recebeu a Imposição de grau. A turma teve como Patronesse a Profa. Anamaria Tambellini, e como Paraninfa a Profa. Miriam Ventura. Os professores homenageados foram o Prof. Gabriel Schütz e o Prof. Ronir Raggio Luiz; os servidores homenageados foram Geraldo Oliveira Filho e Roberto Unger. Podemos destacar algumas falas: “... Vocês vão ao mundo mostrar o que aprenderam na UFRJ, sabendo honrar o que a nossa universidade construiu ao longo de nossa história. Saberão apreciar o mundo com as cores da polêmica, que vocês enfrentaram , com cidadania”. Ele agradeceu aos professores e diretores que construíram no dia a dia a alegria de conhecer e a responsabilidade que os formandos terão na profissão. Reitor Professor Carlos Antônio Levi da Conceição Mais falas na pág. 2 Nesta edição o Boletim do IESC traz em destaque para você temas que marcaram a vida acadêmica do Instituto, como a cerimônia de colação de grau da primeira turma de graduação em saúde coletiva, iniciada no ano de 2009, e o momento presencial do curso nacional de ativação para o desenvolvimento da prática do controle social no SUS. Além disso, registramos momentos como o “Encontro de gestão da CONESC : Saúde pra quem?”, as ações administrativas como a abertura de processo seletivo para contratação de dois professores substitutos e a nova composição da Congrad. Apresentamos também, dois servidores homenageados, já que no Boletim de abril não tivemos espaço, um sinal do crescimento do nosso periódico. Para fechar com chave de ouro, apresentamos o artigo da Professora Ligia Bahia que discorre sobre os destinos do Brasil. Boa leitura. A Equipe. Boletim Informativo do IESC - Ano III - nº 3 - maio de 2013 Outras palavras na cerimônia de colação de grau... Decana Profa. Mª Fernanda S. Quintela da C. Nunes “... as dificuldades serão muitas, mas vocês estão preparados para enfrentá-las, sempre com ética, amor e competência, contribuindo para que o Brasil seja mais justo e inclusivo”. Diretor do IESC Prof. Armando Meyer Prof. Armando lembrou dos primeiros membros do CASCO com os quais teve uma relação às vezes tensa, mas respeitosa. “Aprendi muito com eles, principalmente sobre política institucional”. Disse também que o Instituto se orgulha, “pois os formandos já buscam mercado de trabalho e muitos já ingressaram na pós-graduação.” Lembrou também dos debates para a viabilidade da formação do sanitarista em nível de graduação, nos quais estiveram presentes os Professores Ronir e Medronho. Patrona Profa. Ana Tambellini “... O sanitarista do qual somos herdeiros foram os militantes da Saúde Coletiva, com direção para uma sociedade justa e solidária... com a saúde que permita a alegria e o poder usufruir dos bens materiais”. A professora lembrou “... dos tempos de falar baixo, separar-se dos amigos, tempos de sofrer denúncias de militância, tempos de sofrer em silêncio, de chorar baixo... tempo mal para a saúde e para a nação. Foi difícil, mas os profissionais da saúde, em forma clandestina, construiu uma nova concepção de sanitarista e mais tarde demos o nome de Saúde Coletiva”. Ela convocou os alunos a pensarem de forma crítica, não só a saúde coletiva, o sistema de saúde brasileiro, mas também a própria realidade em que se vive, abrindo os jornais, as redes sociais e ler as notícias relacionando-as. Terminou sua fala dizendo: “Moçada, o mundo espera por vocês!”. Paraninfa Profa. Miriam Ventura A Professora lembrou a poesia Travessia de Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. Representante da Coordenação Nacional de Estudantes de Saúde Coletiva, Bárbara Bulhões “É com enorme orgulho, emoção e alegria que a Coordenação Nacional de Estudantes de Saúde Coletiva vem participar deste Grande momento para a UFRJ, para o Estado do Rio de Janeiro e para o país. A primeira turma do Instituto de Estudos em saúde Coletiva começou abrindo caminho para o movimento estudantil de Saúde Coletiva. Teve papel fundamental na construção do IESC, nas definições da grade curricular do curso e suas instâncias de discussão e organização. Esta mesma turma protagonizou a construção do nosso movimento estudantil nacional desbravando congressos e encontros desde seu 1º período e criando o Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UFRJ e a Coordenação Nacional de Estudantes de Saúde Coletiva. Estamos crescendo e nos fortalecendo, somos mais de 15 cursos de Saúde Coletiva e áreas afins.Sendo esta a 5º turma formada no país e única no Estado do Rio de Janeiro. Aos pioneiros a abraçar esse sonho com suas vidas, esperamos que continuem traçando esse caminho de derrubar barreiras e conquistar o espaço da Graduação. Nosso próximo desafio é o reconhecimento profissional e nos encontraremos em breve nesta luta. Parabéns aos formandos, aos familiares, a UFRJ, ao IESC por formar novos sanitaristas compromissados com a consolidação de um Sistema Único de Saúde público Gratuito e de qualidade”. Formanda oradora da turma, Bianca Borges “No final tudo deu certo, e é isso que as pessoas costumam dizer, que no final tudo dá certo. Sentimos como se a turma 2009 tivesse recebido um único diploma, como se fosse um quebra cabeça, que exigiu de todos aqui presente a colaboração. (...) O Brasil precisa de profissionais que reflitam sobre suas ações, Imposição de grau à formanda Nívia Amoedo representando a turma profissionais que queiram mudar. (...) Muitos estudantes nos vêm como exemplo, a eles deixamos um recado: extrapolem a sala de aula, mas não se esqueçam dela. (...) No curso, nós crescemos como seres humanos, somos jovens e queremos mudar, não deixem que este espírito de mudança se apague (...). Tivemos que buscar, a nível nacional, coerência e coesão do curso de saúde coletiva, lutando inclusive para o avançar e consolidar a saúde como direito social”.Bianca também lembrou a poesia Travessia em seu discurso. Juramento (Juramentista Laís Relvas) “Hoje, dia em que me torno Sanitarista, juro exercer essa profissão com dignidade, amor e orgulho, dedicando-me com zelo e honradez às minhas atribuições, seguindo os preceitos da ética, respeitando e defendendo os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde. Prometo atuar com responsabilidade em prol dos interesses e dos direitos da população, compromissado com o aperfeiçoamento e a consolidação das políticas públicas de saúde e desempenhar minhas competências e habilidades, de forma autônoma, crítica e construtiva, fundamentado nas ideologias da Saúde Coletiva.” 2 Boletim Informativo do IESC - Ano III - nº 3 - maio de 2013 LABEAD promove o Momento Presencial do Curso Nacional de Ativação para o Desenvolvimento da Prática do Controle Social no SUS. O Programa de Formação de Recursos Humanos em Vigilância em Saúde Ambiental do Laboratório de Educação a Distância do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ (LABEAD/IESC/UFRJ), uma das ações desencadeadas pelo Ministério da Saúde utilizando a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), vem desenvolvendo uma série de atividades relacionadas aos cursos oferecidos. Mesa de abertura: Orany F. A. Sobrinho (Rep. CES-RJ), Professora Clayre M. B. Lopes (IESC) e Professor Aluísio G. da Silva Jr. (UFF). Platéia assiste atenta à aula de abertura N o ultimo dia 25 de maio de 2013 foi realizado o momento presencial do Curso Nacional de Ativação para o Desenvolvimento da Prática do Controle Social no SUS que no ato realizou a acolhida dos alunos com entrega do material didático; mesa de Abertura no auditório do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva/Universidade Federal do Rio de Janeiro - IESC/UFRJ com a presença da UFRJ (Profa. Clayre Lopes), da Universidade Federal Fluminense - UFF e do Conselho Estadual de Saúde; apresentação do curso em Power Point pela Coordenação do LABEAD; apresentação do Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA pela Profa. Marcia Sheid. Após o primeiro momento os alunos foram recebidos por seus respectivos Coordenadores Pedagógicos nas diversas salas do IESC. Depois foram convidados a participar de um churrasco disponibilizado pelo curso nos jardins do IESC/UFRJ. Muita descontração com o churrasco após o evento Encontro de gestão da conesc : Saúde pra quem? Discentes Bárbara Bulhões e Carolyne Cosme O I Encontro da II Gestão da Coordenação Nacional dos Estudantes em Saúde Coletiva (CONESC) aconteceu entre os dias 26 de abril e 01 de maio, em Brasília. Seu objetivo foi refletir e debater sobre nosso movimento estudantil nacional, a criação do estatuto da entidade, os rumos das graduações afins e os encontros regionais e nacional. Concomitante a esse Encontro ocorreram também a Semana de Saúde Coletiva/UnB e o Encontro Regional dos Estudantes de Saúde Coletiva (ERESC/Centro-Oeste), havendo assim, alguns espaços em conjunto. Um deles foi o diálogo ocorrido com os Centros Acadêmicos de Saúde Coletiva do Centro-Oeste. Um rico espaço onde ocorreu um intercâmbio de conhecimentos e troca de experiências com os estudantes. Nesse momento foi encaminhada a proposta de que a CONESC junto aos demais Centros Acadêmicos elabore e divulgue diretrizes para nortear os Encontros Regionais, como estratégia de aproveitar o máximo destes espaços que são vitais para o amadurecimento do movimento estudantil. A CONESC tem um importante papel a desempenhar no panorama da graduação em Saúde Coletiva, aproximando – se cada vez mais dos estudantes, conhecendo a realidade da sua formação e considerando suas especificidades. Participantes do encontro Acreditamos que todos os estudantes são atores ativos no processo de construção do movimento estudantil da Saúde Coletiva. Mais do que perceber que a CONESC e seus CAs estão em permanente construção, reconhecemos o desafio que é estar no dia-a-dia com os estudantes da área de Saúde Coletiva, contudo o intuito é estreitar nossos vínculos e fortalecer a nosso luta em prol do Reconhecimento da graduação em Saúde Coletiva e do profissional Sanitarista. AbraSUS! 3 Boletim Informativo do IESC - Ano III - nº 3 - maio de 2013 Notícias Administrativas Congregação de maio homologa nova composição da Comgrad. Iesc abre processo seletivo para contratação de professor substituto Na Sessão do dia 14 de maio a Congregação homologou os novos nomes da Comissão de Graduação (Comgrad), que é uma espécie de câmara técnica instituída desde o ano de 2009, quando foi criado o curso de graduação em saúde coletiva no IESC. As Inscrições foram de 03 a 07 de Junho de 2013. Os candidatos deverão Possuir, dentre outros requisitos, no mínimo, curso de Especialização ou 360 horas de disciplinas de curso de Mestrado, reconhecidos pelo MEC. O objetivo da comissão, inicialmente, foi atuar como colegiado máximo decisório em relação à graduação. Mas, a Universidade e o MEC exigiam que o órgão tivesse outro nome: COAA, que é uma instância administrativa com a função de organizar e coordenar o corpo de professores orientadores e deliberar sobre os processos acadêmicos dos alunos da unidade. O COAA Atua como uma instância recursal e de apoio psicopedagógico em nível de graduação. Posteriormente o Mec exigiu que os cursos de graduação possuíssem o NDE – núcleo docente estruturante, composto pelos mais qualificados professores da unidade, com a função de pensar os rumos do curso de graduação. Contudo o IESC Resolveu manter sua Comgrad, e, para atender às exigências do Mec, criou o seu Núcleo Docente estruturante. Com isso o Instituto ficou com três estruturas em nível de graduação. A Comgrad, com papel mais regulatório; a COAA como instância recursal e apoio psicopedagógico, e o Núcleo Docente Estruturante (NDE), que orienta os rumos do curso. F oi divulgado em 24 de maio de 2013 o Edital nº 127 da UFRJ que prevê a seleção de dois professores substitutos para ministrarem, em caráter temporário, no IESC, as disciplinas de Epidemiologia e Bioestatística e Planejamento e Gestão em Saúde. O processo seletivo será realizado em duas etapas. A primeira será constituída por análise dos currículos, sendo eliminatória. Aos classificados na primeira etapa serão aplicadas pelo menos mais duas provas, que poderão ser escritas, didáticas ou práticas. Membros Atuais da Comissão Deliberativa do Curso de Graduação (ComGrad): Direção-Adjunta de Graduação, Profa. Miriam Ventura da Silva; Coordenação de Graduação, Prof. Gabriel Eduardo Schutz; Coordenação de Estágio, Profa Sandra Becker; representante do Corpo Técnico-Administrativo: Flávia Nemer (Titular) e Marcelo Inácio (suplente); representantes das Áreas: Saúde Ambiental e do Trabalhador, Profª Márcia Ribeiro (titular) e RaphaelMendonça (suplente); Ciências Sociais e Humanas em Saúde, Profª Neide Emy Kurokawa (titular) e Profª Rachel Aisengart (suplente); Políticas e Planejamento em Saúde, Prof. Ricardo Tavares (titular) e Prof. Paulo Eduardo Xavier de Mendonça (suplente); Bioética, Prof. Alexandre Costa (titular) e Profª Marisa Palácios (suplente) e; Corpo Discente: Tauanne Santos (titular), Rebecca Lopes (suplente), Ianê Germano (titular), e Mônica Miguel Brochini (suplente). As inscrições ocorreram de 03 a 07 de Junho de 2013. Os candidatos, dentre outros requisitos, deverão Possuir no mínimo curso de Especialização ou 360 horas de disciplinas de curso de Mestrado, reconhecidos pelo MEC. O regime de trabalho é de 20 horas semanais. O vencimento básico é de R$ 1.914,58, mas pode chegar até R$ 2.700,51 para aqueles que apresentarem título de Doutor. O edital completo está disponível nas páginas eletrônicas da UFRJ e do IESC. Comissão de Orientação e Acompanhamento Acadêmico (COAA): Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Estudos em Saúde Coletiva Profª Jaqueline Teresinha Ferreira; Profª Paula Fernandes de Brito; Prof. Alexandre dos Santos Brito e; discente: Gabriella Ferreira Nascimento. Avenida Um, Praça Jorge Machado Moreira, 100 Cidade Universitária - Rio de Janeiro - CEP 21941-598 - Tel e Fax (55 21) 2598-9277/9331 Núcleo Docente Estruturante (NDE): O Boletim Informativo do IESC é uma realização da Diretoria do IESC Área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde: Profa Neide Emy Kurokawa Área de Bioética: Profa Marisa Palácios Área de Saúde Mental: Profa Lúcia Abelha Área de Epidemiologia: Prof. Alexandre Brito Área de Políticas e Planejamento em Saúde: Prof. Ricardo Tavares Área de Saúde Ambiental e do Trabalhador: Prof. Gabriel Schutz Diretor: Prof. Armando Meyer Vice-Diretor: Prof. Volney de Magalhães Câmara Diretor Adjunto de Administração: Adriano da Rocha Ramos Diretora Adjunta de Extensão: Profa. Neide Emy Kurokawa e Silva Diretora Adjunta de Graduação: Profa. Miriam Ventura Diretora Adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa: Profa. Jaqueline Terezinha Ferreira Chefe de Gabinete: Servidor Jonhson Braz. Textos e Coordenação: Servidora Mª Inês P. Guimarães e Servidor Jonhson Braz Revisão: Servidor Marcelo Inácio Ferreira Diagramação: Jonhson Braz 4 Boletim Informativo do IESC - Ano III - nº 3 - maio de 2013 Servidores homenageados Flávia Nemer de ensino, pois acredita no papel transformador que a Educação pode trazer para a sociedade. A servidora Flávia Umbelino Nemer, nossa homenageada do mês de abril, possui formação na área de Comunicação Social e na área da Educação. Optou por trabalhar na área de Educação. Ela interessou-se por esta profissão porque acha muito importante e gratificante ajudar a organizar, planejar e avaliar atividades Flavia é Técnica em Assuntos Educacionais e trabalha na secretaria de graduação do IESC e na UFRJ desde 2010. Para ela é muito importante o trabalho desempenhado pela secretaria de graduação do Curso de Saúde Coletiva, “pois diversas atividades de organização e planejamento passam por esse setor, sob supervisão da Coordenação e da Direção-Adjunta de Graduação”. Na secretaria de graduação, além do atendimento ao público, a servidora participa das atividades de planejamento e organização do curso e de atividades como a participação do IESC no evento “Conhecendo a UFRJ”; concursos para os alunos (como o Programa de Monitoria e outros Editais que surgem ao longo do ano), entre outros. A homenageada é casada e gosta de ler, assistir filmes e fazer caminhadas. Ela é considerada uma pessoa muito sensata, competente e está sempre disposta a ajudar os colegas e a colaborar para um melhor desempenho das atividades do IESC. João Fonseca João Fonseca, com seu jeito calmo, tem características necessárias para cuidar do setor financeiro, pois muita atenção é exigida. Casado, pai de um filho, ele tem como hobbie jogar cartas e andar de bicicleta. Trabalha na UFRJ há 24 anos e em todos esses anos trabalhou no IESC. Atualmente ele está contribuindo para o desenvolvimento do setor financeiro do Instituto, com a compra de materiais, com pagamentos diversos, descontos de impostos relativos ao DARF, organizando processos, enfim, auxiliando na parte da contabilidade e do patrimônio. Conforme João, seu dia a dia é muito intenso, pois requer atenção nos procedimentos com os documentos e os processos. Sobre seu interesse por essa área ele diz: “ela é uma área diferente de todas nas quais eu já havia trabalhado. Minha motivação é estar me aperfeiçoando profissionalmente, é estar fazendo algo diferente do que estava acostumado, pois cada processo requer um procedimento diferente”. Resumindo, João acha que “o setor é importante, pois é através dele que o Instituto realiza compras e pagamentos, utilizando o Sistema SIAFI”. 5 Boletim Informativo do IESC - Ano III - nº 3 - maio de 2013 Destino Brasil R esolver o problema da carência de médicos, especialmente em regiões distantes e com menor densidade populacional, é uma prioridade do governo federal que está saindo do papel. Recentemente, os Ministérios da Saúde e da Educação ampliaram as vagas para os cursos de medicina e estabeleceram estímulos ao trabalho de recém-formados em determinados municípios. São medidas polêmicas. Puxam o fio da meada do planejamento da oferta de médicos e prevêem a intensificação de responsabilidades governamentais. Entretanto, não respondem às expectativas da criação de carreiras adequadamente remuneradas, nem aos requerimentos sobre a qualidade da formação e atualização dos médicos. O mero aumento do número de egressos e a instituição de programas de estágios em zonas carentes, um país que tem uma perversa distribuição de recursos assistenciais, sem contrapesos à tendência de concentração, podem redundar no inchaço de médicos nos grandes centros urbanos. Certo mesmo é que ambos os esforços não respondem às demandas imediatas de saúde da população e às promessas eleitorais de muitos prefeitos recémempossados. Essas iniciativas não empolgam quem está à frente de mandados com prazos definidos. O que arrasa na pista é o anúncio da política de importação de médicos. A justificativa para estimular a imigração é a perene dificuldade em atrair médicos brasileiros para trabalhar em áreas consideradas pouco acessíveis ou inóspitas, combinada com os relatos de viagens de técnicos a países desenvolvidos e alguns da América do Sul que contam com profissionais de saúde estrangeiros. Além disso, trazer médicos de fora para atender quem está desassistido não afeta os interesses das empresas privadas nem de seus clientes satisfeitos, evitando mais uma vez o confronto entre a expansão e alocação dos recursos existentes sob a lógica das necessidades de saúde, e não dos maiores lucros. Pelo que se ouve dizer, a política brasileira para importar médicos vai misturar chiclete com banana. Países ricos com elevada proporção de médicos estrangeiros (como EUA, 25%, e 40% no norte do Canadá) mantêm rigorosíssimos exames e programas de treinamento para o denominado International Medical Degree – direcionados inclusive aos seus cidadãos diplomados em outros países. Nesses países, os profissionais de saúde são submetidos às leis de migração, como qualquer outro trabalhador. A experiência da Venezuela é bem diferente. Lá a importação de médicos cubanos em 2003, mediante um convênio intermediado pelo Colégio Médico de Caracas no Município Libertador. Atualmente, a permanência de cerca de 32 mil profissionais de saúde, entre os quais aproximadamente 20 mil médicos (que se dedicam a atender os segmentos populacionais não cobertos pelos seguros sociais e sem poder de pagamento por assistência privada) é mantida pelo envio de petróleo venezuelano para Cuba e pagamento de uma remuneração inferior a dos nativos. No Brasil, os incentivos à vinda de estrangeiros combinariam uma política migratória seletiva para médicos de todas as “O Brasil é diferente da Venezuela, aqui o sistema da saúde é universal e a legislação veda a organização de subsistemas para pobres. A migração de médicos já é em si um tema controverso e pode se tornar explosivo se os médicos estrangeiros e seus pacientes forem discriminados.” nacionalidades, com a isenção de submissão prévia dos imigrantes aos testes de revalidação de seus diplomas. Os idealizadores da política apostam que os valores pagos aos médicos tornará o país atrativo não apenas para cubanos, bolivianos, mas também para espanhóis e portugueses, cujos empregos estão sendo erodidos pela crise econômica mundial. A praticidade da solução, especialmente a rapidez de sua implementação por meio de medida provisória, passando por cima do poder de controle da profissão das entidades médicas, é inegável. A esperada redenção do atraso de imensos territórios brasileiros às benesses da medicina moderna tende a abafar questionamentos sobre a adequação da solução ao problema. Qualquer dúvida sobre os métodos de desenho e aprovação do programa de imigração ou insistência em exigir garantias de permanência sustentada de médicos é vista como uma barreira à passagem do progresso. Porém, nem tudo que se apresenta ao debate é esnobismo, preconceito e desprezo pelo destino de brasileiros sem acesso a serviços de saúde. A migração de médicos não é infalível. Dificuldades de entendimento da língua, das etiquetas nacionais para o 6 Ligia Bahia* atendimento aos pacientes, das regras formais e informais para referenciar doentes e a dependência de empregos de médicos de partidos e coalizões políticas não são detalhes. Os médicos que migram para os países afluentes buscam melhores condições de trabalho e de vida. O fluxo é cruel; as principais fontes de trabalho médicos são as nações subdesenvolvidas. Os países com maiores índices de emigração situam-se na África subsaariana, Caribe e Ásia. Um em cada dez médicos na Inglaterra é de origem africana enquanto que o continente se vê às voltas com índices alarmantes de doenças. Cuba é um celeiro de médicos; muitos estão dispostos e preparados para desempenhar atividades em situações precárias. Se essas inclinações permaneceram inalteradas, não será nada tranquilo alocar médicos europeus em cidades que não disponham de redes completas de serviços de saúde. Os lugares com rarefação de médicos provavelmente chamarão para si médicos provenientes de países tão ou mais necessitados de competência assistencial do que o Brasil, tal como já ocorre nas regiões sul e norte. A novidade será o ingresso massivo e pela porta da frente dos cubanos, e o desafio que não poderá ser postergado é a integração dos programas governamentais. O Brasil é diferente da Venezuela, aqui o sistema da saúde é universal e a legislação veda a organização de subsistemas para pobres. A migração de médicos já é em si um tema controverso e pode se tornar explosivo se os médicos estrangeiros e seus pacientes forem discriminados. A imigração de médicos não é uma panacéia, nem um pecado, precisa ser discutida. Prevendo os conflitos de interesse, a Constituição de 1988 dispôs que as políticas de saúde fossem formuladas e aprovadas por instâncias como as conferências e conselhos de saúde. O Conselho Nacional de Saúde, presidido por Maria do Socorro de Souza, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, no qual participam médicos, empresários e usuários, entre os quais indígenas e populações ribeirinhas, é uma instância representativa, adequada ao exame de divergências, construção de consensos pelo dialogo e imune à simplificação do jogo democrático à relação entre eleitores e eleitos de apenas um mandato. Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected]