TIAGO BLASIUS ALMEIDA
ANÁLISE DO PESO CORPORAL EM RELAÇÃO AO PESO DA MOCHILA
ESCOLAR EM UMA ESCOLA PRIVADA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC
Tubarão, 2006
TIAGO BLASIUS ALMEIDA
ANÁLISE DO PESO CORPORAL EM RELAÇÃO AO PESO DA MOCHILA
ESCOLAR EM UMA ESCOLA PRIVADA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC
Trabalho de Conclusão de Curso à obtenção do grau
de Bacharel em Fisioterapia e apresentado em sua
forma final pelo curso de graduação em Fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientadora: Prof. MSc.Rita de Cassia Clark Teodoroski
Tubarão,2006
DEDICATÓRIA
Quero dedicar este trabalho a todos os mestres que no
decorrer da minha jornada acadêmica, contribuíram para
que alcançasse este título de graduação.
Gostaria de dedicar este trabalho em especial aos meus
pais, por acreditarem em mim e não terem medido
esforços para que eu pudesse concluir este curso, sempre
incentivando, apoiando tendo paciência e compreensão
nos momentos difíceis.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à DEUS, o qual me deu força para traçar
este caminho tão desejado;
Aos meus pais maravilhosos Lúcia e Anselmo, por tudo
que
fizeram,
pelos
sacríficios
que
passaram
e
principalmente pelo amor deles dedicado, contribuindo
assim para minha formação, minha sincera homenagem.
Ao meu irmão Eduardo pelo apoio juntamente com
meus pais superando também sacrifícios para destinar a
minha formação; e também é claro a minha namorada
Renata pelo apoio, carinho, compreensão, amor e muita
paciência nos momentos mais difíceis.
A minha orientadora professora Rita de Cássia Clark
Teodoroski por sua dedicação e esforço durante o
desenvolvimento deste estudo e ainda pelo seu carinho
humano.
RESUMO
Tendo em vista que no período escolar a velocidade do desenvolvimento corporal é grande,
muitos fatores podem desencadear alterações no sistema musculoesquelético principalmente
na coluna, sendo a mochila escolar uma de muitas causas. Preocupados com a saúde dos
alunos, governantes do ministério público do estado de Santa Catarina elaboram a Lei de nº
10759 de 16 de Junho de 1998, a qual prevê que o peso máximo do material escolar
transportado por alunos em mochilas, dependendo da série, não poderá ultrapassar 5 ou 10%
do seu peso. Com isto realizou-se esta pesquisa do tipo descritiva com o objetivo de analisar
o peso corporal em relação ao peso da mochila escolar em uma escola privada do município
de TUBARÃO/SC, para verificar se esta lei está sendo exercidas pelos colégios. Para isto,
analisou-se o peso corporal e o peso da mochila escolar de 32 alunos da 4º série da escola em
estudo, após a mensuração da massa corporal e dos pesos da mochilas de cada aluno
observou-se que 69,57% transportam o peso da mochila acima da lei e que 30,43%
transportam o peso de acordo com a referida lei. Com isto conclui-se este trabalho, afirmando
que maioria dos sujeitos pesquisados estão acima do que é previsto pela lei, e de que esta tem
de ser revista pois apesar de possuírem peso diferente eles possuem estatura diferentes, e
ainda acredita-se que através da conscientização através de palestras para pais, professores e
alunos este problema pode ser minimizado.
Palavras-chaves: peso corporal, peso da mochila escolar, postura.
ABSTRACT
In view of that in the pertaining to school period the speed of the corporal development is
great, many factors can unchain alterations in the musculoesqueltico system mainly in the
column, being to mochilar pertaining to school one of many causes. Worried about the health
of the pupils, governing of the public prosecution service of the state of Santa Catarina
elaborate the Law of nº 10759 of 16 of June of 1998, which foresees that the maximum
weight of the pertaining to school material carried by pupils in knapsacks, depending on the
series, will not be able to exceed 5 or 10% of its weight. With this this research of the
descriptive type with the objective was become fullfilled to analyze the corporal weight in
relation to the weight of the pertaining to school knapsack in a private school of the
TUBARÃO/SC city, to verify if this law is being exerted for the colleges. For this, the
corporal weight was analyzed and the weight of the pertaining to school knapsack of 32 pupils
of 4º series of the school in study, after the mensuração of the corporal mass and the weights
of the knapsacks of each pupil was observed that 69.57% carry the weight from the knapsack
above of the law and that 30.43% carry the weight in accordance with the cited law. With this
this work is concluded, affirming that majority of the searched citizens is above of what is
foreseen by the law, and of that this it has of being reviewed therefore although they to
possess different different weight possess stature, and still gives credit that atravs of the
concientizao through lectures for parents, teachers and pupils this problem can be minimized.
Word-keys: corporal weight, weight of the pertaining to school knapsack, position
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Anatomia da coluna vertebral...........................................................................14
Figura 2 – Músculo reto do abdômen .............................................................................20
Figura 3 – Músculo oblíquo externo.................................................................................21
Figura 4 – Músculo latíssimus..........................................................................................23
Figura 5 – Músculo gastrocnêmio ....................................................................................25
Figura 6 – Músculo tibial anterior ....................................................................................26
Figura 7 – Hiperlordose lombar........................................................................................27
Figura 8 – Hipercifose......................................................................................................28
Figura 9 – Escoliose.........................................................................................................30
Figura 10 – Pasta sem alça ...............................................................................................34
Figura 11 – Mochila de duas alças ...................................................................................35
Figura 12 – Mochila de um alça .......................................................................................35
Figura 13 – Mochila de rodinhas ......................................................................................36
Figura 14 – Balança Filizola ............................................................................................41
Figura 15 – Pesagem dos escolares...................................................................................42
Figura 16 – Pesagem das mochilas escolar .......................................................................42
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Análise percentual dos escolares que estão de acordo ou não
com a lei prevista. ...........................................................................................................44
Gráfico 2 – Análise do peso corporal em relação ao peso da mochila
de cada sujeito ...............................................................................................................46
Gráfico 3 – Tipos de Mochila...........................................................................................47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
2 COLUNA VERTEBRAL............................................................................................13
2.1 Anatomia ...................................................................................................................13
2.2 Postura .......................................................................................................................14
2.2.1 Postura ideal............................................................................................................15
2.2.2 Manutenção da Postura............................................................................................15
2.2.2.1 Sistema Somatossensorial.....................................................................................16
2.2.2.1.1 Corpúsculo de ruffini.........................................................................................16
2.2.2.1.2 Corpúsculo de pacini .........................................................................................17
2.2.2.2 Sistema visual ......................................................................................................17
2.2.2.3 Sistema vestibular ................................................................................................18
2.2.2.4 Grupos musculares para manutenção da postura ...................................................19
2.2.2.4.1 Músculos abdominais ........................................................................................19
2.2.2.4.1.1 Músculo reto do abdômen...............................................................................20
2.2.2.4.1.2 Músculos oblíquos..........................................................................................21
2.2.2.4.2 Músculos eretores da coluna ..............................................................................21
2.2.2.4.2.1 Músculo grande dorsal....................................................................................23
2.2.2.4.3 Músculos posteriores da coxa ............................................................................23
2.2.2.4.4 Quadríceps ........................................................................................................24
2.2.2.4.5 Gastrocnêmio ....................................................................................................24
2.2.2.4.6 Tibial anterior....................................................................................................25
2.3 Desequilíbrio postural..............................................................................................26
2.3.1 Alterações posturais ................................................................................................26
2.3.1.1 Hiperlordose ........................................................................................................27
2.3.1.2 Hipercifose...........................................................................................................27
2.3.1.3 Escoliose ..............................................................................................................28
2.3.2 Sintomatologias.......................................................................................................30
2.3.2.1 Lombalgias...........................................................................................................30
2.3.2.1.1 Lombalgia mecânica..........................................................................................31
2.3.2.2 Cervicalgias .........................................................................................................31
2.3.2.3 Dorsalgias ............................................................................................................32
2.3.3 Fatores de risco .......................................................................................................33
2.3.3.1 Tipos de mochilas.................................................................................................34
2.4 Lei da mochila ..........................................................................................................36
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...........................................................................39
3.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................................39
3.3.1 Classificação quanto à abordagem ...........................................................................39
3.2 População/amostra...................................................................................................40
3.3 Instrumento utilizado para coleta de dados ............................................................40
3.4 Procedimento utilizado para coleta de dados..........................................................41
3.5 Procedimento para análise e interpretação dos dados............................................43
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ..................................................................44
4.1 Resultados.................................................................................................................44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................50
REFERÊNCIAS.............................................................................................................52
APÊNDICE – FICHA DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................56
ANEXOS ........................................................................................................................58
ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido ................................................59
ANEXO B – Termo de consentimento para fotografias ....................................................62
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista que no período escolar a velocidade do desenvolvimento corporal
é grande, diversos fatores podem desencadear alterações no sistema músculoesquelético,
especialmente na coluna vertebral, dentre as alterações podem ser dadas como exemplo as
deformidades como: escolioses, hipercifose e hiperlordose, bem como sintomatologias de
lombalgias, dorsalgias e cervicalgias as quais prejudicam o desenvolvimento normal. Sendo
assim, a mochila escolar tem sido motivo de preocupação não só dos profissionais da área da
saúde , mas também de professores, representantes do governo e principalmente dos pais.
Um grande número de orientadores educacionais e crianças não tem a mínima
noção do que fazer para evitar os enormes problemas decorrentes dos malefícios espinhais,
pois não sabem como carregar as mochilas entre outras situações como sentar nas carteiras.
Como este tipo de
preocupação passou a interessar representantes governamentais, os
mesmos elaboraram uma lei para o peso do material escolar a ser transportado, a fim de tentar
solucionar ou prevenir danos futuros aos escolares. A Lei nº 10.759, 16 de Junho de 1998
elaborada pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina prevê que o peso máximo do
material escolar transportado por alunos em mochilas, pastas ou similares , dependendo da
série, não poderá ultrapassar 5 ou 10% do seu peso. A 4a série do ensino fundamental
compreende a faixa etária que varia entre 9 e 11 anos. Nesta etapa da vida, ainda não houve
total maturação do sistema músculoesquelético. Sendo assim, qualquer fator de risco ocorrida
durante esta fase deve ser imediatamente detectada e eliminada, a fim de prevenir danos
futuros ao referido sistema. Em contrapartida, a vida estudantil nesta fase não é
só
preconizada para o estudo embora seja uma escola privada, onde geralmente esta exige mais
dos seus alunos para o estudo, estes escolares geralmente não levam apenas o material
didático diário para a escola. Levam materiais extras para a recreação, e estes ajudam a somar
o peso da mochila escolar aliada, é claro, ao próprio material escolar.
Devido a estes pontos muitas crianças estão freqüentemente submetidas a uma
carga intensa quase que diariamente sobre o seu sistema músculo esquelético principalmente
na coluna vertebral. A proposta do presente estudo é analisar o peso corporal em relação ao
peso da mochila escolar em uma escola privada do município de TUBARÃO/SC. A partir da
mensuração da massa corpórea e do peso do material escolar de cada aluno, para verificar se
os escolares estão dentro do percentual previsto pela Lei e dependendo do resultados,
pretende-se expor medidas de prevenção para a escola em estudo, e ainda conscientizar os
escolares e pais sobre o que rege a Lei das mochilas.
Para alcançar o objetivo deste estudo, alguns passos foram necessários tais como:
descrever a Lei nº 10.759/1998, citar os diferentes tipos de mochilas, descrever as possíveis
alterações posturais e ainda verificar quantos escolares estão dentro do percentual previsto na
lei.
A metodologia utilizada para realização desta pesquisa é classificada como
descritiva, onde vai se analisar o peso da mochila em relação ao peso corporal de32 alunos da
4º série de uma escola privada, posteriormente os resultados serão analisados e discutidos em
gráficos. Esta pesquisa foi descrita em cinco capítulos, sendo este o primeiro deles; o segundo
capítulo faz uma revisão da literatura relacionado ao tema deste trabalho; o terceiro retrata os
materiais e métodos bem como o delineamento da pesquisa; o quarto capítulo faz análise e
discussão dos resultados; e o quinto capítulo encerra o trabalho com as considerações finais
sobre o mesmo.
2 COLUNA VERTEBRAL
2.1 Anatomia
A coluna vertebral, em toda a sua estrutura, pode ser comparada a um edifício de
ossos. É rígida na base sacra, junto aos ossos ilíacos, da bacia, e articula ou seqüência de
vértebras. O edifício vertebral, como num todo, trata-se de um órgão em cuja atividade se
abriga toda a sustentação do corpo humano.
A estabilidade intervertebral depende de ligamentos e de potente ação muscular,
para se contrapor ao grande esforço de carga que recebe constantemente. As vértebras se
sobrepõem num conjunto harmônico, mantidas por ligamentos firmes e tirante musculares de
suspensão, numa seqüência de curvas que se mantém com perfeita estabilidade,
(QUINTANILHA, 2002 p. 13-14).
A coluna normal é composta de 33 vértebras por discos intervertebrais justapostos,
que formam a coluna vertebral. Toda coluna, apoiada sobre o sacro em alinhamento vertical,
forma quatro curvaturas fisiológicas. Estas quatro curvaturas são chamadas lordose cervical e
lombar com convexidade anterior, cifose dorsal e sacral com convexidade posterior
(CAILLIET, 1979 p. 3).
Para Bienfait (1995), a coluna é o eixo do corpo, sendo que no plano sagital não é
um eixo retilíneo apresenta quatro curvas: cervical, dorsal, lombar e sacra. A curva cervical é
convexa para frente, assim como a lombar, e permite a visão horizontal e a fonação. A curva
dorsal é reforçada e limitada pelas costelas.
Figura 1: Anatomia da coluna vertebral
Fonte: Mello (1986)
2.2 Postura
A postura é definida habitualmente como o arranjo relativo das partes do corpo.
Boa postura é estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de
sustentação do corpo contra as lesões ou as deformidades progressivas, independentemente da
atitude ( p. ex., ereta, deitada, agachada, inclinada) na qual essas estruturas estão trabalhando
ou repousando, (HALL; BRODY, 2001, p.130).
A postura é uma posição ou atitude do corpo, formada por meio de
arranjo relativo de suas partes para uma atividade específica, ou
ainda uma maneira individual de sustentação orientada em função
da força de gravidade. (FERNANDES; AMADIO; MOCHIZUKI,
1997 apud MARTARELLO, 2004, p. 27).
“Postura é a atitude que o corpo adota, mediante um apoio durante a inatividade muscular, por
meio da ação coordenada de vários ligamentos e músculos, que atuam para manter a
estabilidade ou para assumir a base essencial, que se adapta constantemente ao movimento a
realizar.” (MOMESSO, 1997, p. 19).
Para Knoplich (1986), postura envolve o conceito de balanço (equilíbrio),
coordenação neuromuscular e adaptação e deve ser aplicado a um determinado momento
corporal e para uma determinada circunstância – postura para andar, postura para jogar tênis
ou dar a partida para uma disputa de natação.
2.2.1 Postura ideal
Momesso (1997, p. 19), caracteriza a postura ideal como um equilíbrio dinâmico
dos vários segmentos corporais nos planos sagital, longitudinal e axial, nas sua mais variadas
posições, caracterizando-se por um máximo
de eficiência fisiológica e biomecânica
(ligamentar e tendíneo-muscular), requerendo um mínimo de esforço e tensão.
De acordo com Matheney (1997 apud MOMESSO 1997, p. 19), não existe uma só
postura melhor para todos os indivíduos. Cada pessoa deve tomar o corpo que tem e tirar o
melhor partido dele. A melhor posição é aquela
em que os segmentos corporais estão
equilibrados na posição de menor esforço e máxima sustentação. Esta é uma questão
individual, e ainda Knoplich (1986) afirma que a boa postura está associada com a saúde e
vigor físico.
2.2.2 Manutenção da Postura
Para melhor compreensão da postura se faz necessários conhecer os componentes
que atuam para manutenção da postura. Dentre eles se destacam o Sistema somatossensorial,
Sistema Vestibular, Sistema Visual, os corpúsculos de Ruffini e Pacini que além das cadeias
musculares que se fazem necessárias para receber informações destes sistemas.
2.2.2.1 Sistema somatossensorial
O sistema somatossensorial contribui para o equilíbrio ao fornecer informação
acerca da localização relativa das partes corporais. Hall e Brody (2001) relatam que o termo
propriocepção reflete a posição estática, e cinestesia se refere à posição durante o movimento.
A informação proveniente do sistema somatossensorial tem origem em fontes periféricas,
como músculo, cápsula articular e outras estruturas de tecidos moles.
O mesmos autores ainda afirmam que o sistema somatossensorial desempenha um
papel fundamental na regulação da postura, pois a informação deve ser detectada da periferia
através de receptores periféricos e enviadas às áreas centrais para serem processada.
Para Cook e Woollacoott (2003), o sistema somatossentivo fornece ao sistema
nervoso informações sobre a posição e o movimento do corpo, em referência as superfícies de
apoio. Além disso as informações somatossensitivas de todo o corpo relatam dados sobre a
relação de diferentes segmentos do corpo uns com os outros.
2.2.2.1.1 Corpúsculo de Ruffini
Segundo Souza (2001) são terminações encapsuladas que respondem aos
movimentos passivos e ativos, e estão localizados intrinsecamente na rede colagenosa essas
adaptações lentas são específicas de cada ângulo e disparam comumente, enquanto a
articulação é mantida em um ângulo específico.
2.2.2.1.2 Corpúsculo de Pacini
São corpúsculos situados na cápsula articular e nos tecidos conectivos
periarticulares; são receptores de adaptação rápida, ativados por movimentos repentinos e
velozes, porém fornecem poucas informações em relação ao final da posição da articulação,
(SOUZA, 2001).
2.2.2.2 Sistema Visual
Conforme Cohen (1999) a visão, um dos sentidos especiais, possui receptores nos
olhos que detectam a luz e as diferenças dos padrões luminosos. Muito do que sabemos sobre
o mundo externo chega pela visão. Ela é particularmente importante para a relação com os
objetos distantes que não podem ser identificados e localizados por outros sentidos. Do ponto
de vista evolutivo, as informações da visão tem três utilidades principais: 1) a observação de
objetos móveis ou imóveis como alimento potencial, 2) a manutenção da postura adequada, 3)
percepção de sua própria posição no espaço. Essas informações podem parecer similares às
do sistema vestibular.
Os sistemas visual e vestibular contribuem com muita informação acerca da
posição do corpo e do movimento no espaço. O sistema visual proporciona informação acerca
da posição da cabeça em relação ao meio ambiente e orienta a cabeça a manter uma posição
correta (olhos para frente). Esse sistema contribui muito para a postura da cabeça e do
pescoço. Ele proporciona, também, informação acerca do movimento dos objetos
circundantes, oferecendo, assim, informação acerca da velocidade do movimento. A
informação que entra no sistema visual se dirige através do nervo óptico ao núcleo geniculado
lateral (NGL) do tálamo e ao colículo superior e, através de poucas fibras, aos núcleos
olivares inferiores. O NGL recebe a maior projeção e é o primeiro centro onde é representada
a informação proveniente da retina, (HALL; BRODY, 2001).
Bricot (2001) afirma que olho assim como o pé, é um captador sensitivo
simultaneamente interno e externo do sistema tônico postural; a propriocepção está, por sua
vez ligada à atividade muscular extra-ocular e às vias oculocefalogíricas que sujeitam os
músculos do pescoço e dos ombros aos olhos.
2.2.2.3. Sistema Vestibular
Hall e Brody (2001) descrevem que o sistema vestibular fornece informações
acerca da orientação da cabeça no espaço e da aceleração. Qualquer movimento da cabeça,
incluindo desvios de peso para ajustar a postura, estimula os receptores vestibulares. O nervo
vestibular se projeta para os núcleos vestibulares e para o cerebelo. Os núcleos vestibulares
recebem, também influxo de outros sistemas sensoriais, incluindo o sistema visual. Do núcleo
vestibular, dois tratos vestíbuloespinhais descem até a medula para o controle postural. As
projeções ascedentes incluem fibras para o controle de movimentos oculares e fibra para o
tálamo. Do tálamo, as projeções sobem até a cabeça do núcleo caudado e até a área de
associação parietal, onde a informação é integrada com outras informações sensoriais.
“Quando o sistema vestibular opera normalmente, estamos, em geral, desatentos
com relação ao seu funcionamento e quando sua função é interrompida resultam em sensações
desagradáveis, as quais normalmente associamos a doença de movimento (ou cinesia).”
(BEAR et al 2002, p. 385).
O sistema vestibular é responsável por um sentido oculto que as pessoas comuns
não tem consciência de possuir e somente o percebem quando torna-se alterado. O
último dos sentidos especiais a ser descoberto, o sistema vestibular, detecta o
movimento da cabeça. O sistema nervoso utiliza essa informação em quatro tarefas:
1) auxiliar no contole e equilíbrio por meio de agregação de reflexos posturais que
mantém a cabeça ereta; 2) para ver claramente durante o movimento, mantendo os
olhos direcionados para o alvo desejado; 3) para facilitar a orientação espacial pela
sinalização da direção da gravidade e mantendo os limites de alterações de
pequenas distâncias da posição; 4) para preparar o reflexo de “lute ou fuja” numa
emergência. (COHEN, 1999, p. 149).
2.2.2.4 Grupos musculares para manutenção da postura
Baseados no relato de Willian, Bandy e Sander (2001 apud MARTARELLO,
2004) há alguns músculos que estão envolvidos na coordenação da estabilidade postural seja
no movimento ou apenas para ficar em pé, e reações posturais. Para ficarmos em pé e não
termos um desequilíbrio postural dependemos basicamente do sinergismos dos músculos
entre o tronco e os membros inferiores, o equilíbrio envolve as ações musculares em torno do
quadril, joelho e tornozelo.
2.2.2.4.1 Músculos abdominais
“Os músculos abdominais participam em contração para estabilizar as vértebras
para resistir ao peso, aplicado as contrações nas extremidades e as forças de reação do solo,
mas a sua primordial ação é de sustentação do conteúdo abdominal.” (SMITH; WEISS;
KUHL, 2001, p. 441).
Segundo Quintanilha (2002, p. 29), a musculatura abdominal, formada pelos
músculos oblíquos e reto anterior, é o centro de equilíbrio do nosso corpo. Se compararmos,
figurarmente o formato do corpo físico com o de uma estrela de cinco pontas, ao que nos
assemelhamos ao abrirmos os membros superiores e inferiores, os abdominais constituem o
núcleo central da estrela. Se esse núcleo for firme, as pontas da estrela poderão girar com
harmonia e equilíbrio. Caso contrário, suas pontas permaneceram rígidas, descoordenadas e
instáveis.
Porém a musculatura abdominal não age isoladamente. É dependente do
desempenho e da ação de todos os outros grupos musculares. Assim, glúteos, tensor da fáscia,
quadríceps, psoas ilíaco e o quadrado lombar são estabilizadores da pelve e conseqüentemente
da coluna vertebral.
2.2.2.4.1.1. Reto abdominal
“O músculo reto do abdômen é três vezes mais largo superiormente do que
inferiormente, é estreito e espesso na sua porção inferior e largo na porção superior. É um
músculo longo, estendendo-se do tórax ao púbis, de cada lado da linha mediana (linha Alba).”
( MIRANDA, 2001, p. 281).
Pires et al (1990), afirmam que a fraqueza do músculo reto do abdômen resulta em
uma diminuição da capacidade de fletir a coluna vertebral, ou seja: trazer de encontro à pelve,
na posição supina; já na posição ereta permite a Antero - versão de pelve e uma postura
lordótica (convexidade anterior aumentada da coluna lombar).
Figura 2: Músculo reto do abdômen
Fonte: Dobler (2003)
2.2.2.4.1.2 Músculos oblíquos
Nos estudos de Miranda (2001, p. 283), o músculo oblíquo externo, é o maior dos
músculos da parede abdominal. Situa-se ântero-lateralmente, com suas fibras orientadas
obliquamente no sentido ínfero-medial. O mesmo tem sua origem na face lateral das sete
últimas costelas e se insere na crista ilíaca e no púbis. Já o oblíquo interno situa-se abaixo do
oblíquo externo, formando ângulos quase retos com as fibras do oblíquo externo, tendo sua
origem na fáscia toracolombar e boda medial da crista ilíaca e se insere na borda medial das
três últimas costelas.
Figura 3: Músculo obliquo externo
Fonte: Dobler (2003)
2.2.2.4.2 Músculos eretores da coluna vertebral
A extensão do tronco é um movimento importante pra levantar o tronco e manter a
postura ereta. Os músculos usados ativamente para estender o tronco também tem papéis
dominantes na flexão de tronco, (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
O mesmos autores supracitado afirmam que vários músculos fazem parte do grupo
muscular extensor, porém, podem ser classificados em dois grupos: os eretores da espinha
(iliocostal, longo, espinhal) e os posteriores profundos ou paravertebrais (intertransversais,
interespinhais, rotadores, multifídio). Os dois grupos musculares correm duplamente para e
para baixo na coluna vertebral e agem estendendo quando ativados bilateralmente rodam ou
fletem lateralmente quando são ativados em apenas um lado.
Os três eretores da espinha constituem a maior massa de músculos contribuindo
para extensão do tronco. O movimento de extensão também é produzido pelas
contribuições dos músculos vertebrais profundos e outros músculos específico de
cada região. Esses músculos profundos contribuem para a geração de extensão de
tronco e outros movimentos de tronco e também servem para suportar a coluna
vertebral, manter sua regidez e produzir alguns movimentos finos no segmento
móvel. (HAMILL; KNUTZEN, 1999, apud EUGÊNIO 2004, f.25).
Na flexão de tronco, baseado nos estudo de Calliet (1995), os músculos eretores
da espinha alongam-se, na reextensão encurtam-se. Tais músculos exercem também forças
compressivas sobra as unidades funcionais. Na flexão, ocorre um significativo alongamento
das fibras dos eretores da espinha, conforme vai se alternado sua orientação em relação à
coluna vertebral.
A musculatura eretora da coluna é mais espessa nas regiões cervical e lombar,
sendo estes, os locais onde ocorre a maior parte da extensão da coluna. O músculo multifidio
é também mais espesso nessas regiões. O fato de ter mais massa muscular auxilia na geração
de uma força extensora maior no tronco.
Para Hamill e Knutzen (1999), os músculos eretores da coluna e multifidio
possuem de 57% a 62% de fibras musculares Tipo I, mas tem também proporções de fibras
do Tipo IIa e Tipo IIb, tornando-os versáteis funcionalmente, podendo gerar movimentos
rápidos forçados e, ao mesmo tempo, serem resistentes à fadiga para manutenção de posturas
por longos períodos.
2.2.2.4.2.1 Músculo grande dorsal
Lippert (1996), afirma que o músculo grande dorsal ou latíssimus dorsal é um
músculo largo, localizado nas costas, devido as sua fixações no ilíaco e sacro, o grande dorsal,
é capaz de elevar as pélvis se os braços estiverem estabilizados.
O mesmo continua descrevendo o músculo grande dorsal como um forte agonista
na extensão, adução e rotação interna do ombro, devido ao fato de atravessar a articulação do
ombro inferior medialmente em direção do eixo articular.
Gold III (1993) afirma que este músculo se insere no úmero, conjuntamante com o
trapézio, agem para posicionar o ombro e retraí-lo durante levantamento de cargas.
Figura 4: Músculo latíssimus dorsal
Fonte: Dobler (2003)
2.2.2.4.3 Músculos posteriores da coxa
Os músculos posteriores da coxa são responsáveis anatomicamente e estão
envolvidos com a extensão de quadril e flexão de joelho, mas indiretamente eles tem um
efeito de dorsiflexão de tornozelo (flexores), Segundo Germain (1991), os músculos
posteriores da coxa são: grácil, bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso.
•
Músculo grácil: tem sua inserção proximal no corpo e ramo inferior do púbis, e
inserção distal na parte posterior da face medial da tíbia;
•
Músculo bíceps femoral: este músculo apresenta duas porções a longa e a curta, onde a
longa tem sua inserção proximal na tuberosidade isquiática e a porção curta na linha
áspera do fêmur, estas duas porções se fundem distalmente e se inserem na cabeça da
fíbula;
•
Músculo semitendinoso: tem a sua inserção proximal na tuberosidade isquiática e sua
inserção distal na superfície medial da parte superior da tíbia;
•
Músculo semimembranoso: tem inserção proximal na tuberosidade isquiática e sua
inserção distal na parte posterior do côndilo medial da tíbia.
2.2.2.4.4 Quadríceps
Nos estudos de Smith, Weiss e Kuhl (2001), este músculo tem esta denominação
referente a um agrupamento de quatro músculos (reto femoral, vasto lateral, vasto medial e
vasto intermédio), os quais tem como função anatômica de extensão da articulação do joelho.
•
Reto Femoral: tem origem na espinha ilíaca ântero-superior e se insere na base da
patela, e através do tendão patelar se insere na tuberosidade da tíbia;
•
Vasto lateral: sua origem é no trocanter maior e se insere na borda lateral da patela;
•
Vasto intermédio: tem origem n face anterior do corpo do fêmur e tem a sua inserção
no bordo superior da patela;
•
Vasto medial: se origina na linha áspera medialmente e bordo medial da patela.
2.2.2.4.5 Gastrocnêmio
É um músculo que se localiza na parte posterior da perna, o qual se origina na face
posterior dos côndilos femorais e se insere na face posterior do calcâneo, através do tendão de
Aquiles, cuja a sua função anatomicamente é de realizar a plantiflexão ou flexão plantar,
porém o mesmo funcionalmente contribui para extensão de joelho quando estamos de pé.
(LIPPERT,1996,p. 108).
Figura 5: Gastrocnêmio
Fonte: Dobler (2003)
2.2.2.4.6 Tibial anterior
Segundo Germain (1991), este músculo recebe esta denominação devido a sua
localização na parte anterior da perna, cuja sua origem é no côndilo lateral e face lateral da
tíbia, o qual se insere no osso cuneiforme medial e base do primeiro metatarso e sua função
anatômica é de dorsiflexão ou flexão dorsal do pé. Porém quando caminhamos tem função de
flexão de joelho mesmo não tendo nenhuma inserção deste músculo no joelho. Para Miranda
(2001, p. 411) “[...] músculo longo e espesso, situado na face lateral da tíbia, onde é
facilmente palpado é um músculo muito forte, elevando a borda medial do pé durante sua
contração.”
Figura 6: Músculo tibial anterior.
Fonte: Machado (2006)
2.3 Desequilíbrio postural
Os estudos de Bricot (2001) relatam que o desequilíbrio postural pode ser
considerado uma desarmonia do sinergismo das cadeias musculares que pode acontecer por
falha da função dos captadores sensitivos responsáveis por enviar informações ao sistema
nervoso central para manutenção da postura. O mesmo autor ainda afirma que os captadores
que intervêm prioritariamente no ajustamento postural estático e dinâmico são principalmente,
os pés e os olhos.
2.3.1 Alterações posturais
São definidas por Bricot (2001) como sendo resultado das forças contrárias que
agem nas superfícies articulares e pelo excesso de solicitação dos músculos e ligamentos. Isto
porque a postura não é regida apenas por um músculos isolado e sim por um conjunto de
músculos, ou seja depende da harmonias dos mesmos.
O mesmo autor ainda afirma que as alterações posturais são significativamente
numerosas em decorrência da desarmonias musculares, dentre elas podemos citar a
hiperlordose, hipercifose, escoliose, e como sintomatologias em conseqüência das alterações
posturais temos as lombalgias, cervicalgias e dorsalgias.
2.3.1.1 Hiperlordose
É o aumento da curva na região cervical ou na região lombar, ou seja, acentuação
da concavidade cervical e/ou lombar no plano sagital, associada a uma anteversão da pelve.
Estudos comprovam que a anteversão da pelve está associada
a um desequilíbrio dos
músculos abdominais e glúteos, que estão enfraquecidos e na musculatura lombar que se
apresentará encurtada, (PROBLEMA, 2006).
A postura lordótica é uma acentuação da curva lombar fisiológica. A postura
lordótica é mais acentuada nas mulheres do que nos homens. O aumento da lordose
lombar está diretamente relacionado com a inclinação da pelve anteriormente.
(MIRANDA, 2001, p. 514)
Figura 7: Hiperlordose lombar.
Fonte: Dor nas costas (2004)
2.3.1.2 Hipercifose
É o aumento da curvatura dorsal fisiológica. Geralmente é compensada por
aumento da hiperlordose lombar e cervical. A hipercifose pode ser flexível e ou irredutível.
Hipercifose flexível é quando sua correção pode ser obtida imediatamente, por um simples
esforço voluntário. Não há formação óssea. Hipercifose irredutível é a que ocorre no adulto e
no sedentário, é a ausência da extensão dorsal acarretando limitações em extensão, esta
alteração não se corrige pelo esforço muscular, nem pela mobilização manual (PIRES et al,
1990, p. 58).
A postura cifótica é caracterizada por uma curvatura na região torácica;
normalmente vem acompanhada de uma abdução da cintura escapular (ombros em
antepulsão) e uma projeção da cabeça pata frente. (MIRANDA, 2001, p. 516).
Figura 8: Hipercifose.
Fonte: Dor nas costas (2004)
A hipercifose é uma deformidade vertebral no plano sagital, caracterizada por uma
flexão excessiva e, em geral, é observada na região torácica, onde produz uma postura de
corcunda, ela é mais acentuada em mulheres que em homens, sendo mais prevalente em idade
avançada em ambos os sexos, (WHITING; ZERNICKE, 2001).
2.3.1.3 Escoliose
Escoliose um termo da antiguidade, usado a primeira vez por Hipócrates, define
curvatura anormal da coluna. Este problema esquelético é, primeiramente uma afecção de
crianças, cuja coluna está crescendo. Existem numerosas teorias sobre a etiologia
da
escoliose, mas os verdadeiros fatores causais permanecem desconhecidos; assim na
atualidade, esta afecção não pode ser evitada. O tratamento, essencialmente consiste do
reconhecimento precoce, correção de curvas existentes e prevenção de ulterior evolução das
mesmas.
As curvaturas espinhais evoluem em direção lateral, e são acompanhadas por um
padrão de deformidade rotatório. A rotação do corpo vertebral é relacionado com a
convexidade e a concavidade da curvatura, e é maior na vértebra apical da curva. Na coluna
torácica, a ligação costal às vértebras resulta em deformidade do gradeado costal,
(CAILLIET, 1979 p. 01).
Segundo Souchard e Ollier (2001),
as escolioses idiopáticas não tem causa
aparente, sabe-se que têm origem hereditária e multifatorial. Dentre os fatores responsáveis
pela escoliose idiopática, os autores citam que estes podem acontecer por distúrbios de
propriocepção, distúrbios de equilíbrio ou até por distúrbios da glândula pineal. Outro fator
que pode estar envolvido diz respeito às anomalias do tecido colágeno, dos discos e dos
corpos vertebrais. A grande incidência da escoliose idiopática feminina pode ser explicada por
fatores hormonais.
A escoliose é o desvio lateral da coluna vertebral e provoca modificação muscular,
ligamentar do tecido conjuntivo, dos discos intervertebrais e dos ossos, podendo até
comprometer a medula espinhal, pulmões, coração e pelve. É um desvio lateral e
rotatório no plano frontal e horizontal. As escoliose são fáceis de corrigir quando os
desvios são de pequena intensidade , e em indivíduos jovens, em fase de
crescimento, (PIRES et al, 1990, p. 59).
Hall e Brody (2001, p. 570),
afirmam que a escoliose é uma deformidade
complicada que se caracteriza por curvatura lateral e rotação vertebral. Pelo lado côncavo da
curva, as costelas se aproximam e, pelo lado convexo, se separam extensamente. À medida
que os corpos vertebrais rodam, os processos espinhosos se desviam para o lado côncavo e as
costelas acompanham a rotação da vértebras. As costelas posteriores pelo lado convexo são
empurradas posteriormente, causando a corcunda costal característica observada na escoliose
torácica. As costelas anteriores pelo lado côncavo são empurradas anteriormente. A escoliose
pode causar também alterações patológicas nos corpos vertebrais e nos discos intervertebrais.
Figura 9: Escoliose.
Fonte: Dor nas costas (2004)
2.3.2 Sintomatologias
2.3.2.1 Lombalgias
Cailliet (2002, p. 17), afirma que a dor lombar é uma aflição comum, cuja a causa
específica e tratamento preciso ainda frustram a profissão médica. A outras doenças do corpo
que podem e devem causar dor lombar. Estas condições incluem doenças renais, gástricas,
pancreáticas e intestinais, doenças malignas e outras deformidades ósseas, metabólicas e
sistêmicas. Esses distúrbios devem ser sempre considerado pelo médico se a dor lombar for
diferente, associada a outros sintomas, estranhamento persistente, ou ainda se não responder
aos tratamentos- padrão recomendados.
2.3.2.1.1 Lombalgia Mecânica
Cailliet (2002, p. 17-18), afirma que a coluna vertebral é uma estrutura mecânica
que sustenta o indivíduo durante toda sua vida, desafiando a gravidade ou, pelo menos,
estando em equilíbrio com ela, permitindo que o ser humano fique de pé e sente-se, inclini-se,
abaixe-se, fique de cócoras, balanceie, volte-se, além disso, funcione durante as atividades da
vida diária. É preciso compreender a função normal da coluna vertebral para entender a
função anormal, que podem causar dor e incapacitarão. Em algum local dos tecidos da coluna
lombar há um ponto ou uma parte que está sendo ou foi irritada, estressada, ofendida, lesada,
utilizada de forma inadequada, deteriorada ou, até mesmo doente. A dor pode ter origem nesta
lesão dos tecidos. Pode-se avaliar, compreender e reduzir a dor, se for possível esclarecer sua
localização.
2.3.2.2 Cervicalgias
A cervicalgia é uma entidade que se caracteriza pela dor ao nível da coluna
cervical alta, sendo aí incluída a nucalgia ( cefaléia da nuca), (KNOPLICH, 1986 p. 145).
Greve e Amatuzzi (1999, p. 260), relatam que a cervicalgia pode ser devido a
degeneração do disco cervical, artrose das articulações uncovertebrais cervicais e se
desenvolve a partir uma combinação hereditária constitucional e ambientais. As alterações de
forame intervertebral, canal vertebral ou artérias vertebrais podem causar a sintomatologia.
Os mesmos autores ainda afirmam que quando há comprometimento de raízes nervosas
cervicais pode haver hipoestesia uni ou multiradicular, fraqueza e hipotonia muscular,
amiotrofias, dor durante os esforços e à compressão das apófises espinhosas vertebrais. Na
grande maioria dos doentes, porém, a dor desencadeada não apenas pelas artropatias ou
discopatias mas sim por comprometimento de síndrome dolorosa miofacial da musculatura
cervical e da cintura escapular.
A causa mais comum de afecção no pescoço é a degeneração do disco
intervertebral cervical. Isso pode levar a protusão de parte do conteúdo do disco ( prolapso do
disco cervical) ou, mais frequentemente, pode surgir alterações osteoartríticas secundárias nas
articulações intravertebrais (espondilose cervical), (ADAMS; HAMBLEN, 1994).
A etiologia da cervicalgia aguda pode ser um movimento brusco (geralmente de
rotação), uma postura forçada durante o sono, o frio intenso, ou a exposição constante a uma
corrente de ar (por exemplo, no carro com a janela aberta), (GABRIEL; PETIT; CARRIL,
2001).
De acordo com o autor supracitado, na cervicalgia crônica sua causa é sempre
contratura muscular dos extensores do pescoço, isto é, trapézio superior, os esplênios e a
musculatura posterior da nuca. Junto com a dor pode-se observar uma retificação da lordose
fisiológica e limitação moderada da mobilidade do pescoço.
2.3.2.3 Dorsalgias
A região dorsal por apresentar menos mobilidade é a que tem menor número de
casos de artrose. Entretanto, as dores na região dorsal estão muito freqüente associadas a
patologias mais raras: tumores (principalmente metastáticos), tuberculose, herpes zóster,
achatamento de vértebras, etc., (KNOPLICH, 1986 p. 145).
Poderão ser causas de dorsalgia a frouxidão ligamentar, as posturas mantidas por
muito tempo (seja em flexão de tronco, como acontece nos agricultores, ou nas datilografas,
seja com braços elevados como no caso das cabelereiras), a sobrecarga (por transporte de
peso, em especial quando não se dividem as cargas), e aos fatores psícossociais ( estados de
ansiedade e personalidades emocionalmente lábeis contribuem para que o paciente somatize
seu estado de ânimo através de uma dorsalgia), (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
2.3.3 Fatores de risco
Dentre os fatores de risco se destacam principalmente a sobrecarga sobre a coluna
vertebral como as mochilas escolares, onde as mesmas contêm material escolar as quais a
maioria dos escolares carregam dia-dia para o colégio. Noone et al (1993 apud
BRACCIALLI; VILARTA, 2000), descrevem que o transporte de uma carga externa
assimétrica, durante um tempo significativo, por crianças e pré-adolescentes, seria um dos
fatores contribuidores do aparecimento de curvas escolióticas. Mostram ainda que crianças
podem ter uma resultante força muscular ineficiente para equilibrar a carga externa,
recorrendo à inclinação lateral da coluna para suportar a carga.
Existem também outros fatores como os ambientais e comportamentais levam a
deformidades músculoesquelética durante a infância, diante dos ambientais podemos citar os
moveis inadequados para os escolares, já os comportamentais estaria ligada ao sedentarismo,
ou inatividade. Deformidades muscúloesqueléticas como pé varo e pé cavo contribuem para
danos ascendentes na coluna vertebral, porém enfocamos mais neste trabalho como principal
fator etiológico a sobrecarga do material escolar sobre a coluna vertebral.
2.3.3.1 Tipos de Mochila
Existem várias maneiras de carregar o material escolar. Pode-se apenas carregar
nas mãos os livros, cadernos e afins como também utilizar dispositivos auxiliares como
mochilas ou pastas escolares, (NASCIMENTO, 2005).
As mochilas escolares diferem em forma, e em sua forma de manusear a quais
interfere diretamente na postura corporal. Dentre os tipos existentes de mochila podemos citar
alguns como:
•
Pasta sem alça: constitui-se de uma mala ou bolsa sem alça, na qual o indivíduo
transporta como um bloco único seu material, podendo ser carregada em um lado do
tronco sustentada pelas mãos, ou entrelaçada à frente do tronco.
Figura 10: Pasta sem alça.
Fonte: Mochila (2006)
•
Mochila com duas alças: trata-se da verdadeira versão da mochila de alpinista, com
alças que se apóiam entre os ombros, fazendo com que o material carregado seja
apoiado na coluna torácica, algumas apresentam cintas que circundam o tronco com
fechamento na parte anterior próximo ao abdômen, para fixar a mochila nas costas, e
evitar o atrito durante o balanço.
Figura 11: Mochila com duas alças.
Fonte: Mochila (2006)
•
Mochila de uma alça: é uma versão atual da mochila, a qual não oferece tanta
estabilidade quanto a original, ele é apresentada como uma mochila que é sustentada
também no tronco através de uma única alça que fica apoiada em um dos ombros
cruzando o corpo pela frente até a base da mochila no lado contralateral ao apoio do
ombro.
Figura 12: Mochila de uma alça
Fonte:Mochila (2006)
•
Mochila de rodinhas: foi uma adaptação dos engenheiros ergonômicos para as
crianças que carregavam excesso de peso, atualmente essas mochilas são mais
comercializadas para as crianças. Essa mochila tem o mesmo modelo da mochila
desenvolvidas pelos alpinistas, diferenciando-se apenas por um suporte fixado à
mochila com rodinhas. Foi desenvolvidas para evitar a sobrecargas da coluna, isto é,
se carregada de maneira correta. O ideal segundo os fabricantes é que leve a mochila
de rodinhas à frente do corpo e não puxando ela atrás do corpo.
Figura 13 : Mochila da carrinho.
Fonte: Mochila (2006)
2.4 Lei da mochila
Hoje em dia muitas crianças estão apresentando problemas no
sistema
músculoesquelético principalmente na coluna vertebral, e como já foi mencionado nos itens
acima um dos fatores agravante é a carga excessiva que os mesmos transportam em sua
mochilas escolares. Este tipo de preocupação passou a ser não só dos profissionais da saúde
mas também dos governantes ou seja, de políticos que lesgislam nosso país. Contudo os
mesmos elaboram uma lei dispondo sobre o peso máximo tolerável do material escolar a ser
transportado, cada estado possui sua própria lei sendo que descreverei apenas a do estado de
Santa Catarina os outro apenas serão citados como por exemplo: Rio Grande do Sul rege a lei
nº 42/48, 1998; no Rio de Janeiro lei de nº 2772 de 25 de Agosto de 1997 entre outros como o
município de Santos também preocupado com esta situação elaborou a lei de nº 2.084 de 17
de Fevereiro de 2003; a de Santa Catarina rege a lei de nº 10.759 de 16 de Junho de 1998,
onde diz que:
Art. 1º O peso máximo total do material escolar transportado diariamente por alunos do pré-
escolar e 1º grau em mochilas, pastas e similares não poderá ultrapassar:
I - 5% do peso da criança do pré-escolar;
II - 10% do peso do aluno do 1º grau.
Art. 2º Caberá à escola, através de seus coordenadores, a definição do material escolar a ser
transportado diariamente.
Art. 3º O material que exceder o peso máximo permitido deverá ficar guardado em armários
fechados individuais ou coletivos.
§ 1º No caso dos armários coletivos será designado pela escola um responsável pela abertura
do mesmo no início das aulas, e seu fechamento ao final das mesmas.
§ 2º Não poderá ser feito nenhum tipo de cobrança pela guarda do material.
Art. 4º O desrespeito ao limites de peso previsto nesta Lei implicará na atribuição das
seguintes penalidades à escola transgressora:
I - advertência;
II - multa de 40 UFIR's por aluno com excesso de material escolar.
Parágrafo único. No caso dos estabelecimentos públicos de ensino, a multa poderá ser
substituída por punição ao coordenador responsável e à direção da escola nos termos do
Estatuto dos Servidores Públicos Civis.
Art. 5º É obrigatória a afixação das normas contidas nesta Lei em local visível aos alunos,
pais e docentes.
Art. 6º A execução da presente Lei fica a cargo da Secretaria de Estado da Educação e do
Desporto.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este capítulo descreve o delineamento da pesquisa que, segundo Gil (1995, p. 70),
refere-se ao planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla, ou seja, neste momento, o
investigador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo-se o tipo de estudo, a
população, os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados.
3.1 Tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa descritiva, a qual segundo Rauen (1999, p.25) “[..]
objetiva conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la. Ela se
interessa em descobrir a realidade
e observar os fenômenos, procurando descrevê-los,
classificá-los e interpretá-los. Além disto, ela pode se interessar pelas relações entre variáveis,
e desta forma, aproxima-se das pesquisas experimentais.”
3.1.1 Classificação quanto à abordagem
“A pesquisa quantitativa é aquela que, utilizando instrumentos de coleta de
informações numéricas, medidas ou contadas, aplicados a uma amostra representativa de um
universo a ser pesquisado, fornece resultados numéricos, probabilísticos e estatísticos”
(ALMEIDA; RIBES, 2000, p. 98).
A presente pesquisa terá uma abordagem quantitativa pois a mesma, pretende
mensurar quantos escolares estão ou não dentro da Lei das Mochilas, e ainda representá-los
em gráficos.
3.2 População/amostra
A população do estudo foi formado por escolares da 4a série do ensino
fundamental, tendo uma amostra de 32 alunos ,compreendendo a faixa etária entre 9 e 11
anos de idade, da 4a série do ensino fundamental de uma escola privada do município de
Tubarão/SC. Esta foi população foi escolhida porque o professor da disciplina de Educação
Física desta turma fazia parte do Projeto Fisioterapia na Escola da Unisul, e indicou a mesma
para a realização desta pesquisa.
3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados
A coleta de dados se deu através da utilização de uma balança da marca Filizola
para a pesagem da massa corporal e também do material escolar, bem como ficha de
identificação elaborado pelo próprio autor que segue em apêndice para identificar os tipos de
mochilas e dados pessoais dos escolares.
Figura 14: Balança Filizola utilizada para pesar os escolares e as
mochilas.
3.4 Procedimentos utilizados para a coleta de dados
Primeiramente foi esclarecido aos alunos e professores da escola o objetivo da
pesquisa, após serem informados e voluntariamente concordarem com os objetivos da
pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que segue em
anexo A utilizado no projeto de extensão “Fisioterapia na Escola” e o Termo de
Consentimento para fotografias em anexo B.
Posteriormente o que foi colocado acima, foram pesadas as mochilas e a massa
corporal de cada aluno no próprio colégio, em horário previamente agendado com o professor
responsável da turma. A pesagem da massa corporal e das mochilas foi realizada em um único
dia, e posteriormente foi realizada a análise e interpretação dos dados.
Figura 15: Pesagem dos escolares.
Figura 16: Pesagem das mochilas escolares.
3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados
O peso corporal em relação ao peso da mochila escolar foram analisados e
interpretados através de gráficos e ainda em um programa de Software STATDISK, afim de
verificar se os alunos estavam dentro do percentual previsto na Lei.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os dados, conforme observado
durante a pesquisa.
4.1 Resultados
80%
70%
ACIMA DA LEI
69,57% (16)
60%
50%
DE ACORDO
COM A LEI
30,43% (7)
40%
30%
20%
10%
0%
1
Gráfico 1: Análise percentual dos escolares que estavam de acordo ou não com
a lei prevista.
A amostra da pesquisa foi composta por 32 alunos da 4a série do ensino
fundamental de uma escola privada de Tubarão/SC. Dos 23 alunos que utilizam mochila com
uma ou duas alças, 7 (30,43%) transportam de acordo com a referida lei, porém 16 (69,57%)
carregam o material acima do peso máximo previsto, conforme apresentados no gráfico 1.
De acordo com Bego (2006), carregar muito peso “todo santo dia” é um perigo
para o esqueleto em pleno crescimento. Desvios posturais como, hiperlordose, hipercifose
e/ou escoliose, são o que o estudante pode ganhar com isso. A musculatura que sustenta a
coluna agüenta até uma determinada carga (em geral 10% do peso corporal), se passar disso,
as conseqüências serão: cansaço físico, comprometimento da postura e lesões.
Segundo Schettino (2005), o peso exagerado das mochilas escolares gera uma
sobrecarga mecânica no corpo dos estudantes. O material muito pesado leva a criança a fazer
um esforço além do que ela poderia suportar, o que pode trazer transtornos como estresse
muscular e dores.
Para Moral, Sánchez e Marín (2006), no transporte de carga os músculos se vêem
obrigados a uma série e ajustes posturais, que exigem contrações isométricas que, se repetem
ou se mantém no tempo, ocasionando distúrbios circulatórios e químicos a nível intramuscular
que terminarão por ocasionar as chamadas contraturas. Outro aspecto a ser observado é a
modificação da postura que meninos e meninas realizam para compensar as cargas da
mochila. Ao efetuar essa manobra se desloca mais adiante, aumentando a lordose fisiológica,
acrescentando por sua vez o ângulo sacro alterado. Esta modificação estresse no deslizamento
das vértebras L5-S1.
Os discos vertebrais se comprimem também quando se permanece em pé, em
razão da gravidade. Se a posição for acompanhada com cargas, especialmente assimétricas trabalhos que exijam rotação da coluna, condução, sustentação ou elevação de peso acima da
cabeça-, ocorre uma forte pressão nos discos. E essa pressão pode ser aumentada mais ainda
se os indivíduos apresentarem um quadro com desvios e/ou encurtamentos, (ACHOUR
JUNIOR, 2004, p.71).
PESO CORPORAL/
PESO MOCHILA
10,0
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
SUJEITOS DE PESQUISA
10% PESO CORPORAL
PESO DA MOCHILA
Gráfico 2: Análise do 10% peso corporal em relação ao peso da mochila de cada
sujeito.
No gráfico 2 podemos analisar o 10% do
peso corporal de cada sujeito da
pesquisa em ralação ao peso da mochila escolar dos mesmos.
Um dos fatores importantes é saber por quanto tempo estes escolares que estão
acima do peso permitido pela lei carregam as mochilas, pois mesmo um aluno que carrega
pouco peso, porém por muito tempo pode ter alterações iguais aquele escolar que transporta o
material escolar além do previsto pela lei.
Lovato e Silva (2004) relatam que os problemas de deformidades na postura são
causados por inúmeros fatores, mas sem dúvida alguma o peso das mochilas é um fator
extremamente evidente. Os mesmos acrescentam que a fase mais crítica é no período em que
a criança está na fase de maior crescimento, quando dizemos que ela “esticou”. Ela ainda
ressalta que o agravante é o ato repetitivo, uma vez que a criança carrega o material cinco
vezes por semana, ao longo de muitos anos.
Os autores acima lembram que o peso excessivo da mochila faz com que a criança
ou adolescente incline seu corpo para o lado ou para frente. As conseqüências vão desde uma
escoliose – inclinação lateral da coluna; hiperlordose – aumento da curvatura lombar
(concavidade localizada na região da cintura) e hipercifose – aumento da curvatura localizada
na região dorsal (corcunda). Da mesma forma, afirma Bardini (2006) que “[...] o esforço
excessivo nas costas pode ocasionar o desvio postural, levando a doenças como a escoliose ou
sobrecarga ou desgaste de disco lombar”.
70%
59,37%
60%
50%
40%
28,13%
30%
20%
QUARTA SÉRIE
12,5%
10%
0%
1 ALÇAS
2 ALÇAS
RODAS
Gráfico 3: Tipos de mochilas.
No gráfico 3 estão representados os tipos de mochila dos 32 escolares, sendo que
dentre eles , 4 (12,5%) alunos tem mochila com uma alça, 19 (59,37%) possuem mochilas
com duas alças e 9 (28,13%) com rodas.
A criança sempre carrega a mochila ou os materiais de um lado apenas,
sobrecarregando o lado oposto. Mesmo estando nas costas, se muito pesada, a mochila projeta
o corpo para frente e o centro de gravidade muda de lugar, forçando algum ponto da coluna
que não suporta peso, (LOVATO; SILVA, 2004). De acordo com os mesmos, as malas com
rodinhas poderiam ser a alternativa, mas também possuem agravantes. O primeiro é quanto ao
tamanho do cabo, que precisa ser adequado ao tamanho da criança. Depois, esbarra-se com
problemas estruturais, como calçadas desniveladas, buracos, escadas, fazendo com que nesses
casos a mochila, ou a pasta escolar, mesmo com rodinhas, sejam levadas nas costas.
No transporte de cargas é conveniente transportar a carga em linha vertical
próxima do centro de gravidade do corpo. Assim, o trabalho, de balanceamento é reduzido e
as exigências musculares de natureza estática diminuídas. Por isso o transporte de uma carga
com uma canga ou cinta entorno do ombro, é uma forma fisiológica conveniente. Menos
interessante é o carregamento da carga em frente ao corpo, porque através disto inúmeros
músculos do abdômen são sobrecarregados estaticamente, (GRANDJEAN, 1998).
O transporte de objetos pesados deverá ser evitado ao máximo, prevenindo sempre
uma sobrecarga. Como alternativa podem se empregar carrinhos, sendo preferível empurrálos a arrastá-los, já que o arrastar provoca uma hiperlordose a qual se acrescenta um
componente rotatório pelo fato de se utilizar uma das mãos. Também quando a utilização de
sacolas ou bolsas de mão será recomendada sua substituição por mochilas ou pastas,
(GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
Núñez e Vasquez (1988 apud MANGUEIRA, 2004), em estudo com 2000
escolares observaram que 99% deles conduziam seu material numa pasta e apenas 1% em
mochila, que, de acordo com os autores seria o mais correto.
Deve-se conscientizar o indivíduo da necessidade de suprimir todas as cargas
suportadas das quais não estava absolutamente consciente de suas implicações, e no caso em
que seja obrigado a carregar peso, recomenda-se dividi-lo entre os dois braços, em casos, por
exemplo, de sacolas de bolsa de mão, (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
Não foram discriminados as alterações posturais da população desta pesquisa, mas,
segundo LEITE (2005), que a hipercifose e a escoliose são as alterações mais comum
encontradas como deformidades na coluna vertebral além de dores nas costas do referido
sistema diante do excesso de peso pelo material escolar. De acordo com o mesmo autor dados
da Organização Mundial de Saúde indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia
dores nas costas provocadas por problemas de coluna.
Crianças e adolescentes em fase de crescimento permanecem em grande parte de
seu tempo realizando atividades em posição estática sentadas por longos períodos, seja na sala
de aula, em atividades e em casa. Posturas inadequadas durante períodos prolongados de
tempo, quando não corrigidas, podem-se tornar-se maus hábitos, levando o indivíduo
eventualmente ao desenvolvimento de alterações posturais, (SÁ; LIMA, 2003).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da análise dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se concluir que a
maioria dos escolares estava acima da lei prevista pelo ministério público de Santa Catarina,
porém esta lei tem que ser revista, pois estes escolares além de possuir peso diferente, eles
possuem altura diferente apesar da faixa etária ser praticamente a mesma.
Com as aulas recomeçando, é hora dos pais começarem a se preocupar com o peso
das mochilas. Nesta pesquisa evidenciou-se que o excesso de material escolar leva apresenta
alterações
posturais,
criando
condições
de
prejuízos
significativos
ao
sistema
músculoesquelético.
De acordo com dados obtidos nota-se que a maioria dos escolares não conhece a
lei e também, por conseguinte nem seus pais, e que a escola em estudo não se interessa muito
por esta legislação, a qual se preocupa com a saúde de seus alunos. Para tentar evidenciar a lei
que prevê o peso máximo do material escolar transportado por cada aluno, faz-se necessário
medidas preventivas como por exemplo
a realização de palestras para alunos, pais,
professores no início de cada ano letivo, no que se diz respeito a este assunto, além de
conscientizar a escola adotar o uso de armários escolares para incentivar estes alunos
transportarem somente o necessário diariamente e ainda uma outra medida talvez seria refazer
a parte didática para que os mesmos passem a transportar menos peso.
Considera-se que para os fisioterapeutas a escola seja o local ideal para iniciar o
trabalho de prevenção e evidenciar a atuação da fisioterapia nesta área, onde ainda poucos
profissionais não conseguem implantar-se, pois apenas no papel de reabilitação eles não serão
reconhecidos. Assim, é essencial que esta prática possa se estender além das experiências
acadêmicas, já que o mercado de trabalho exige cada vez mais profissionais com atuação nos
três níveis de atenção à saúde da população.
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APÊNDICE
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
NOME:_______________________________________________ SEXO:___________
IDADE:___________________ SÉRIE__________ TURNO:____________________
PESO:____________________ ESTATURA:__________________________________
DATA: ______/________/________
TIPO DE MOCHILA
a) Mochila de uma alça
( ) somente material escolar (inclui penal)
( ) além do material
b) Mochila com duas alças
( ) somente material escolar (inclui penal)
( ) além do material
c) Mochila de rodas
( ) somente material escolar (inclui penal)
( ) além do material
d) Pastas, fichário ou Outro(s) _____________________
( ) somente material escolar (inclui penal)
( ) além do material
Estagiário
Professor responsável
ANEXOS
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Observação:
Em caso de pessoas legalmente não autônomas ou com capacidade de decisão diminuída,
este termo de consentimento deve ser assinado pelo seu responsável legal.
Projeto de Extensão Fisioterapia na Escola
Gostaria de obter todas as informações
sobre este estudo:
a- tempo que terei de ficar disponível;
b- quantas sessões serão necessárias
(com dia e horário previamente
marcados);
c- detalhes sobre todos os
procedimentos;
d- local onde será realizado;
e- equipamentos ou instrumentos que
serão utilizados;
f- se preciso vestir alguma roupa ou
sapato apropriado;
g- quaisquer outras informações sobre o
procedimento do estudo a ser realizado
em mim.
a- Aproximadamente 10 minutos.
b- Será necessária apenas uma avaliação
para registro do peso corporal, estatura e
peso da mochila escolar, em horário
previamente agendado com a professora
da turma.
c- Inicialmente é preciso responder a uma
ficha com dados de identificação. Em
seguida, sem o calçado, subir na balança
para verificação do peso corporal e da
estatura. Pesar a mochila completa e
depois apenas com material didático.
d- A avaliação será realizada no Colégio São
José.
e- Serão
utilizados
os
seguintes
instrumentos: balança com medidor de
altura e máquina fotográfica digital.
f- A roupa utilizada para a avaliação é o
uniforme escolar, porém sem o calçado.
g- A professora responsável pela
avaliação estará presente para responder
todos os questionamentos.
Quais as medidas a serem obtidas?
Quais os riscos e desconfortos que
podem ocorrer?
Quais os meus benefícios e vantagens
em fazer parte deste estudo?
Peso e altura do aluno e peso da mochila escolar.
Esta avaliação não oferece risco à saúde nem
desconforto.
O aluno irá saber o seu peso corporal, sua
estatura e o peso da mochila escolar que
transporta para a escola.
Quais as pessoas que estarão me Professora e estagiários do Projeto de Extensão
acompanhando
durante
os Fisioterapia na Escola do Curso de Fisioterapia
procedimentos práticos deste estudo?
da UNISUL, bem como o professor de Educação
Física da escola.
Existe algum questionário que preciso
preencher? Sou obrigado a responder a Apenas a ficha de identificação antes da
todas as perguntas?
avaliação. É importante responder para o cadastro
da turma.
Existe algum registro fotográfico? Sou
Sim, apenas para registrar a avaliação realizada.
obrigado a participar?
PESSOA PARA CONTATO:
NÚMERO DO TELEFONE:
(48) 9113-3444
Profª Rita Teodoroski
ENDEREÇO:
(pesquisador responsável)
[email protected]
TERMO DE ESCLARECIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma
clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a respeito
de meu filho(a) serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições serão feitas
em meu filho(a) ____________________________________________________.
Declaro que fui informado que posso retirar meu filho(a) do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso (pais ou responsável):
RG:
Local e Data:
Assinatura:
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que concordo que os
dados coletados durante a mesma sejam utilizados para fins de divulgação no meio
científico (congresso, publicação em revistas, etc.).
Assinatura:
Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2)
Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.
ANEXO B
TERMO DE CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIA
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO
DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL CONSENTIMENTO
PARA FOTOGRAFIAS
Eu _____________________________________________________________ pai (mãe) do
aluno(a) _________________________________________________, autorizo que o grupo
de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia de meu filho(a) para fins de pesquisa
científica, médica e/ou educacional.
Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas ao trabalho em anexo possam
ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos.
Porém, a criança não será identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra
forma.
As fotografias ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e
sob sua guarda.
Nome dos pais ou responsáveis:
______________________________________________
RG: ______________________________________________
Endereço: ______________________________________________
Assinatura: ______________________________________________
Equipe de pesquisadores:
- Profª MSc. Rita de Cassia Clark Teodoroski - Coordenadora do Projeto de Extensão
Fisioterapia na Escola do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL), Campus Tubarão;
- Estagiários do referido Projeto.
Local e data onde será realizado o
estudo:
Local: Colégio São José.
Data: horário previamente agendado com a professora
da turma.
Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS
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tiago blasius almeida análise do peso corporal em - fisio