IX PROVA CIRCUITO 2009
30 SETEMBRO 2009
Agradecemos o apoio do Amazónia Jamor Hotel que, gentilmente, nos cedeu as
suas magníficas instalações
Circuito B4F – 9º torneio
A mais que provável intervenção de Oeste em copas vai ajudar a linha
NS a encontrar o seu contrato de 5♣. Com 1 oiro e 1 copa perdentes,
tudo parece depender da boa colocação do ♠R. Mas não se deixe ficar
pelas primeiras impressões: depois de cortar a 2ª copa e de bater uma
figura de trunfo, verifica que o morto tem mais uma entrada do que o
previsto – o ♣8. Assim, depois de perder a passagem a espadas, tem de
concentrar as suas atenções no apuramento de uma espada para
baldar um oiro e esperar que esteja o ♦R na passagem. Tem, no
entanto, de estar atento “às pintas”: Oeste, simpático, para além do ♣9
seco, também tinha ♠V7. Quer dizer que deve deixar correr o ♠8 do
morto na 3ª volta do naipe…
Depois da abertura em 1♦ que deve fazer Sul? Dobrar para marcar
paus a seguir é a nossa escolha. De uma forma ou de outra, não será
estranho assistir a muitos contratos de 5♣ em NS. Para a defesa, a
tarefa de derrotar 5♣ não é fácil. Depois da abertura de Este, o mais
certo é o contrato ser entregue à saída (oiros). A saída a ♥A e copa
também entrega, se o declarante conseguir ler a distribuição: corta,
destrunfa, bate 2 oiros e joga todos os trunfos, apanhando EO numa
armadilha: quando Sul joga o último trunfo, Este tem de secar 1 espada
para guardar 2 oiros. Se ficar em mão em espadas, Este tem de se virar
em oiros, se baldar ♠AR, Oeste fica em mão em tem de se virar para o
morto. A melhor solução para a defesa é tirar os 2 ases ricos à cabeça.
Um jogo para libertar alguma adrenalina. Deixados calmamente em seu
sossego, EO podem chegar ao contrato de 6♠. Mas se Norte abrir em
3ª posição, a linha NS poderá baralhar as contas de EO, desde que o
naipe de copas apareça rapidamente e em força.
Um contrato popular de 4♠ em EO, embora o resultado final esteja
longe de ser unânime. Com a provável saída a paus, Oeste irá tentar o
♣V. Com a ♣D fora, Oeste pode tirar 2 voltas de trunfo, passa a copa,
tira mais ♥A e ♥R e joga paus. De nada serve a Norte cortar, pelo que o
declarante faz o ♣A do morto e, com as mãos contadas, coloca Sul em
mão em paus, deixando‐lhe as hipóteses de corte e balda ou de jogar
oiros. Existem ainda outras linhas ganhantes e resta sempre a hipótese
de uma defesa simpática facilitar a vida ao declarante…
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Sendo certo que NS ganha cheleme em paus ou em copas, se jogados
por Norte, não é menos verdade que este jogo é muito favorável para a
linha EO: desde logo porque tem uma excelente defesa em 6♠ mas,
sobretudo, porque se o cheleme escolhido por NS for em copas, estará
seguramente a ser jogado pela mão errada e há ainda a possibilidade
de optarem por um cheleme em oiros, deixando Oeste a olhar para 3
vazas a trunfo.
Um jogo que poderá conhecer alguma competição, mas que deverá
terminar com um parcial em espadas jogado pela linha EO. Alguns,
mais optimistas, podem ser tentados a marcar partida em espadas,
mas são várias as maneiras à disposição da defesa para castigar tal
ousadia.
Uma partida fácil de marcar em EO (4♠) mas que pode vir a revelar‐se
difícil de cumprir. Desde logo, se o declarante falhar a espada, ficando
com um problema para resolver em copas e em oiros. Claro que, como
estão as cartas, são várias as soluções ganhantes: ♥V‐♥D‐♥A, copa
para o ♥10 e passagem ao ♥8 para baldar o oiro ou, ainda, fazer
depender o contrato de acertar a colocação das figuras a oiros no
flanco.
O contrato vai ser, seguramente, 3ST em NS mas, uma vez mais, o
declarante vai ter de sofrer para fazer as suas 9 vazas, mesmo com a
saída a oiros, que até parece ser simpática. O mais certo é o declarante
debruçar a sua atenção sobre o naipe de espadas, começando com
espada para a ♠D. Com a continuação em oiros, é muito provável que
Sul falhe o pau e, se tal acontecer, ninguém poderá culpá‐lo de não
acertar o ♠V segundo em Oeste, pelo que poderá ficar reduzido a 8
vazas.
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Com apenas 19 pontos em linha, NS pode ganhar 4♥ mas é muito
pouco provável que o contrato seja alcançado. De qualquer modo, a
mão deve gerar alguma competição, com a abertura de Norte, a mais
que provável intervenção de Este em 1♠, o dobre negativo de Sul e a
marcação de 1ST por Oeste, que terá de fazer alguma coisa com os
seus 11 pontos de figura. NS descobrirá assim o seu fit a copas e EO,
vulnerável, deverá render‐se, a menos que Oeste decida valorizar o seu
♠RV e competir em 2♠ para um mínimo de 2 cabides.
Se EO alcançarem o cheleme em copas, o melhor que Sul pode fazer é
passar. Não porque o contrato de 6♥ se possa ganhar mas porque o
dobre pode levar os adversários a corrigir para 6ST que, acertando a
espada, não se podem perder – 5 espadas, 1 copa, 4 oiros e 2 paus.
Alcançar o cheleme não parece difícil, depois de um 2 sobre 1 de Oeste
a juntar aos 18 pontos de figura de Este. Resta saber se conseguem
marcar o cheleme certo e, depois disso, se o conseguem ganhar.
Para equilibrar as coisas, aqui está um grande cheleme à disposição de
NS e que nem sequer apresenta grandes dificuldades de marcação,
caso Norte abra, como deve, em forcing de partida. Depois é uma
questão de contar vazas – 8 espadas, 1 copa, 1 pau e 3 oiros. O ♦V de
Sul e a 5ª carta no naipe, são apenas mimos desnecessários. Desta vez,
nem sequer os dotes de carteador serão postos à prova…
Um jogo em que NS ganha confortavelmente 4♥ mas em que EO tem
uma excelente defesa em 4♠. Atendendo ao jogo de Sul, não será de
estranhar que, sobre 4♠, tenha a tentação de marcar 5♥, que se
perdem por estar o ♦R fora da passagem mas que podem ter o efeito
de levar EO até ao nível 5. Enfim, mais uma batalha em perspectiva,
com vários resultados possíveis. Se quisesse arriscar um palpite, diria
que a frequência de 5♠ dobradas deve ganhar às restantes.
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As partidas em paus e espadas (apesar do naipe 5‐1) são as opções
para EO. Só que a abertura de Sul em 3♥ irá complicar e muito a tarefa
de Oeste…
Mais um jogo que promete competição dura. Contra 4♠, o declarante
deve receber a saída a paus. Esta pode ser a chave do problema se o
declarante identificar a saída como um mais que provável singleton.
Faltando RV de trunfo, um bom movimento será ganhar a vaza de saída
e bater o ♠A. A vaza a mais pode ser um factor decisivo num torneio
de pares. Acontece, no entanto, que EO com 11 oiros em linha tem
uma excelente defesa em 5♦, para apenas 2 cabides.
Mais uma vez a linha NS com uma excelente partida em copas, mas EO
com uma ainda melhor defesa em espadas. Nestas situações nunca é
de desprezar a hipótese do leilão se prolongar para o nível 5, se bem
que a “LEI”o desaconselhe…
Finalmente, uma mão sem “stress”, com EO a marcar a sua partida em
3ST. Mas prevê‐se algum trabalho para o declarante, que terá de jogar
pelas copas para apenas 1 perdente no naipe – ♥A e copa para a ♥D é
o movimento ganhante mas acreditamos que não será esta a opção da
maioria pelo que a frequência de resultados em NS deve andar, ela por
ela, com a frequência de resultados em EO.
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Contrato normal de 3ST que, jogados por Norte, não apresenta grande
dificuldades de manejo. A saída normal de Este a paus, seja à ♣D seja a
pequeno pau, irá facilitar a tarefa do declarante.
Uma mão ingrata para EO que, apesar dos 26 pontos em linha e do fit
em espadas, não consegue cumprir nenhuma partida, por força da má
distribuição e colocação das espadas na defesa.
Vários são os cenários possíveis nesta mão: após a abertura em 1♠ por
Sul, Oeste pode decidir entrar no bicolor menor, caindo nos braços de
Norte. Sul pode, por outro lado, entender que a mão tem mais valores
ofensivos que defensivos e optar por marcar a partida em espadas, que
se perde por força dos trunfos 5‐0. O único contrato de partida em NS
é 3ST. Difícil vai ser convencer os jogadores em Oeste a ficarem
“quietos”.
Um jogo muito curioso, já que as 10 cartas de copas no fit de NS são
insuficientes para se cumprir a partida em copas sendo 3ST, uma vez
mais, o contrato ganhante. De qualquer forma, vamos assistir,
seguramente, à defesa de EO em 4♠.
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Certeza para este jogo é que Sul não vai ficar quieto, apesar da
vulnerabilidade desfavorável. A ousadia pode vir a sair‐lhe cara: uma
eventual barragem em oiros pode possibilitar 8 vazas rápidas à defesa.
A maior dificuldade para EO vai ser conseguir que o leilão chegue a 3♦
dobrados, dada a má relação que muitos jogadores continuam a ter
com as consequências dos dobres negativos e dos passes após
intervenção adversária. Assim sendo, prevê‐se que, na maioria dos
casos, EO termine no contrato de 3ST.
Uma pequena batalha por um parcial, com EO a ganhar 2♥ e NS a
ganhar 3♦. A vulnerabilidade desfavorável deverá impedir EO de
competir até 3♥ já que o dobre implica 200 e um quase garantido zero.
O contrato normal de 3ST pode ser derrotado com uma inspirada saída
a espadas, por Norte. Em contrapartida, a saída a paus torna tudo
simples para o declarante. À prova da inspiração adversária é o
contrato de 4♥ com um fit de 7 cartas, mas este não deverá ser um
contrato popular.
Com a quase certa abertura de Oeste em 3♦, muitos jogadores em Este
irão marcar 3ST, mas a defesa não terá dificuldade em derrotar o
contrato. Mais difícil é derrotar 5♦, sem saída a paus. Se o declarante
acertar a posição das espadas, pode arranjar 2 baldas para 2 paus
perdentes – uma no ♥A e outra na 4ª espada, perdendo apenas 1 pau
e 1 oiro
As mãos de hoje apresentam um grau de dificuldade elevado porque existem muitas situações
competitivas, sempre difíceis de avaliar e também porque, em muitos casos, é exigida boa técnica de
carteio e flanco para alcançar os melhores resultados. Mas estes problemas são, afinal, o grande fascínio
do bridge, por isso, divirta‐se!
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mãos comentadas