Reflexão Internacional sobre Solidariedade Irmãs Escolares de Nossa Senhora Educação para Todos Maio de 2015 Introdução “Educação é um direito, como o direito de ter alimentação adequada ou um teto sobre a cabeça. O Artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 declara que cada um tem direito à educação. Educação não é somente um direito, mas um passaporte para o desenvolvimento humano. Ela abre as portas e amplia oportunidades e liberdades. Ela contribui para fomentar a paz, a democracia e o crescimento econômico bem como melhorando a saúde e reduzindo a pobreza. O objetivo final da Educação para Todos (EPT) é o desenvolvimento sustentável.” (Educação para Todos - Documento de Informação, Assuntos Globais, ONU). No Relatório da UNESCO sore o Monitoramento Global da Educação para Todos (EPT) de 2014, está afirmado: “650 milhões de crianças em idade para a escola primária no mundo, pelo menos 250 milhões não estão aprendendo noções básicas de leitura e matemática. Desses, quase 120 milhões têm pouca ou nenhuma experiência de escola primária não tendo mesmo alcançado o 4º grau. Os restantes 130 milhões permanecem na escola pelo menos quatro anos, mas não alcançam o mínimo de referência para a aprendizagem.” Quanto uma criança aprende está fortemente influenciado pela desvantagem herdada que vem com a pobreza e extrema desigualdade. Convite para a oração Jesus, nosso Mestre, capacita a nossa escuta compassiva aos clamores de milhões de analfabetos do mundo que imploram diariamente por seus direitos básicos. Ajuda-nos a aprendermos tua palavra e por teu espírito deixar que as crianças venham para dentro de nossos corações. Experiência A Escola Secundária Superior Notre Dame em Bandipur ensina mais que 830 estudantes da classe 12 de enfermagem. Estes estudantes, vivendo em um dos menos desenvolvidos países do mundo, vêm com muito pouco dinheiro e recursos insuficientes. O seguinte exemplo das limitações das crianças e o desejo de aprender poderia ser estendidos a centenas de exemplos. Deixando o Campus Notre Dame, Suraj subiu o longo lance de degraus um por vez, como uma criança aprendendo subir escadas. Um professor seguiu-o ao seu quarto alugado para observá-lo. Revelou-se que este estudante bolsista da Classe 11 estava vivendo sozinho em um quarto pequeno e escuro onde ele cozinhava, comia, estudava e dormia. Para permanecer no Notre Dame, Suraj limitava sua dieta a arroz, legumes da fazenda de subsistência de sua mãe ( a duas horas de caminhada da escola que fazia cada sábado) e chá. Ele podia comprar livros e pagar as taxas escolares mínimas ou comer. Suraj estava sofrendo de icterícia e subnutrição devido à falta de saneamento, alimentação insuficiente e cuidados médicos inadequados. Ele não procurou ficar numa hospedaria porque não podia sobrecarregar sua mãe com tal despesa. Depois do descanso de uma semana em casa e remédio adequado, ele voltou à escola e a um espaço na hospedaria dos meninos com alimento nutritivo com um custo mínimo para sua família. A busca de Suraj por educação continua. Depois de completados os estudos no Notre Dame com excelentes resultados, ele recebeu uma bolsa de estudos completa do governo para conseguir seu grau de bacha- relado em agricultura. Sua história é para refletir. As IENS estavam no lugar certo e no tempo certo para tocar a vida e prover profunda instrução e apoio num ponto essencial. Como Irmãs Escolares de Nossa Senhora e educadoras, somos profundamente conscientes de nossa missão de transformar o mundo através da educação. Educação é a chave da sobrevivência de milhões de pessoas empobrecidas, oprimidas em incontáveis lugares. É essencial para o desenvolvimento dos mais pobres do mundo. Somos lembrados na Sagrada Escritura, “Deixem que as criancinhas venham a mim.” Como responder o imenso desafio de proporcionar “educação para todos?” São Francisco de Assis nos lembra: “Comece fazendo o que é necessário; depois faça o que é possível; e, de repente, você está fazendo o impossível.” O que nos faz parar onde estamos, como estamos neste momento: fazendo o necessário, fazendo o possível, fazendo o impossível? Ação Olhe ao redor! Há grupos de comunidades buscando encorajamento e orientação para assumir um projeto por justiça e esperança em suas comunidades? Há estudantes de colégio que estão abertos para serviços voluntários nesses e outros projetos? Há oportunidades apresentadas em sites da internet como MoveOn, SumOfUs, UltraViolet que podem despertar-nos para caminhos de como responder através de petições, pesquisas, campanha de escrever cartas e chamadas telefônicas? Lemos com espírito aberto os boletins das IENS e de Shalom? Educação para todos inclui também aqueles que trabalharam por muito tempo e bem em espaços educacionais. Continuamos a aprender e explorar a ciência, tecnologia, ecologia, teologia e economia? Oração final Amado Mestre, conduze-nos a auxiliar os marginalizados que estão sem esperança de educação e um futuro melhor. Resposta: Que eles possam habitar em nossos corações compassivos. Por todos que são explorados e oprimidos que necessitam de pão neste momento. Por todos que são explorados e oprimidos e que neste momento estão sangrando em zonas de guerra. Por todos que são explorados e oprimidos e que neste momento não têm água ou eletricidade. Por todos que são explorados e que neste momento estão vivendo nas ruas. Por todos que são explorados e oprimidos e que neste momento estão escondidos nas sombras sem um cartão dizendo “Eu pertenço”. Por todos que são explorados e oprimidos que neste momento percebem que são da cor errada; gênero errado; nacionalidade, tribo ou grupo étnico errados. Por todos que são explorados e oprimidos e que neste momento estão algemados nas carrocerias de caminhões, nos porões de navios e em quartos de hotéis baratos ou casa luxuosas. Por todos que têm fome e sede de justiça. Preparado por Ir. Barbara Soete, CP-Nepal para o Escritório Internacional de Shalom, Roma, Itália Grafico de um desenho de Gen Cassani, IENS; Mapa em aquarela: Elena Romanova, Tradução: Ir. M. Margarida Martins, ALC.