Comissão europeia - Comunicado de Imprensa Migração: gerir melhor todos os aspetos. Apresentação da Agenda Europeia da Migração Bruxelas, 13 Maio 2015 Hoje, a Comissão Europeia apresentou a Agenda Europeia da Migração, que define as medidas a tomar imediatamente em resposta à crise no Mediterrâneo, bem como os passos a dar nos próximos anos para gerir melhor todos os aspetos da migração. O sofrimento de milhares de migrantes que arriscam a vida para atravessar o Mediterrâneo chocou a opinião pública, tornando-se claro que nenhum Estado-Membro pode responder ou deve ficar sozinho face a enormes pressões migratórias. Esta agenda define uma resposta europeia que combina políticas internas e externas, utiliza melhor os instrumentos e agências da UE e envolve todos os intervenientes: Estados-Membros, instituições da UE, organizações internacionais, sociedade civil, autoridades locais e países terceiros. O Primeiro Vice-Presidente Frans Timmermans afirmou: «A tragédia das mortes no Mediterrâneo chocou todos os europeus. Os nossos cidadãos esperam que os Estados-Membros e as instituições europeias atuem para impedir que essa tragédia continue a este ritmo. O Conselho Europeu declarou claramente que temos de encontrar soluções europeias, com base na solidariedade interna e no entendimento de que temos a responsabilidade comum de criar uma política de migração eficaz. É por isso que a Comissão propõe hoje uma agenda que reflete os nossos valores comuns e responde, por um lado, às preocupações dos nossos cidadãos com este sofrimento inaceitável e, por outro, à aplicação inadequada das nossas regras de asilo comummente acordadas. As medidas que propomos ajudarão a gerir melhor a migração, correspondendo assim às expectativas legítimas dos cidadãos.» A Vice-Presidente e Alta Representante Federica Mogherini declarou: « Com esta agenda audaciosa, a União Europeia mostrou-se capaz de responder ao sofrimento dos que fogem de guerras, de perseguições e da pobreza. A migração é uma responsabilidade partilhada de todos os EstadosMembros, e todos são agora chamados a contribuir para enfrentar este desafio histórico. Trata-se de um desafio não apenas europeu, mas também mundial: através desta agenda, confirmamos e alargamos a nossa cooperação com os países de origem e de trânsito, com o propósito de salvar vidas, combater as redes de passadores e proteger os mais necessitados. Mas todos nós sabemos que a verdadeira resposta, uma resposta a longo prazo, passa por resolver as causas profundas da migração, que vão da pobreza à instabilidade causada por guerras, nomeadamente as crises na Líbia e na Síria. Enquanto União Europeia, estamos firmemente empenhados em cooperar com a comunidade internacional sobre esta questão.» O Comissário responsável pela Migração, Assuntos Internos e Cidadania Dimitris Avramopoulos afirmou: «A Europa não pode ficar impassível perante pessoas que estão a morrer. A Agenda Europeia da Migração dá uma resposta concreta à necessidade imediata de salvar vidas e de ajudar os países da linha da frente com medidas arrojadas que incluem a presença reforçada no mar de navios coordenados pela Frontex, 60 milhões de euros de ajuda de emergência e um plano de ação para travar os passadores que abusam e se aproveitam de migrantes vulneráveis. Num espírito de maior solidariedade, estamos determinados a aplicar uma abordagem global que irá melhorar significativamente a gestão da migração na Europa.» Ações imediatas Após as tragédias recentes no Mediterrâneo, existe consenso político no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu quanto à necessidade de mobilizarmos esforços e recorrermos a todos os instrumentos de que dispomos para agir imediatamente no sentido de impedir que mais pessoas morram no mar. A Comissão apresenta hoje as medidas concretas e imediatas que irá tomar, nomeadamente: - Triplicar, em 2015 e 2016, as capacidades e os recursos disponíveis para as operações conjuntas da Frontex «Triton» e «Poseidon» . Foi hoje adotado um orçamento retificativo para 2015 que visa assegurar os fundos necessários - 89 milhões de euros no total -, dos quais 57 milhões serão atribuídos ao FAMI, e 5 milhões a financiamento de emergência no quadro do FSI para os Estados-Membros que estão na linha da frente; o novo plano operacional Triton será apresentado até ao final de maio; - Propor, pela primeira vez, ativar o mecanismo de emergência previsto no artigo 78.º, n.º 3, do TFUE, para ajudar os Estados-Membros confrontados com o afluxo repentino de migrantes. Até ao final de maio, a Comissão irá propor um mecanismo temporário de distribuição pela UE de pessoas com necessidades inequívocas de proteção internacional. Até ao final de 2015, será apresentada uma proposta de um sistema permanente da UE para a recolocação em situações de emergência de afluxos maciços; - Propor, até ao final de maio, um regime de reinstalação em toda a UE que ofereça 20 000 vagas, distribuídas por todos os Estados-Membros, a pessoas deslocadas na Europa com necessidades inequívocas de proteção internacional, dotado de um financiamento suplementar de 50 milhões de euros para 2015 e 2016; - Preparar uma eventual operação no Mediterrâneo para desmantelar redes de traficantes e lutar contra a introdução clandestina de pessoas no quadro da Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD), em conformidade com o direito internacional. Rumo a seguir: quatro pilares para gerir melhor a migração A crise migratória no Mediterrâneo pôs o enfoque nas necessidades imediatas. Mas revelou também as limitações da política coletiva de migração da UE. A Agenda Europeia da Migração é proativa e desenvolve as Orientações Políticas do Presidente Juncker num conjunto de iniciativas que interagem e se reforçam mutuamente, com base em quatro pilares, para gerir melhor a migração em todos os seus aspetos (ver igualmente o anexo). Os quatro pilares da nova Agenda da Migração são: - Reduzir os incentivos à migração irregular, designadamente através: do destacamento de agentes de ligação europeus do âmbito da migração para as delegações da UE nos países terceiros mais importantes; da alteração da base jurídica da Frontex para reforçar o seu papel em matéria de regresso; de um novo plano de ação com medidas destinadas a transformar a introdução clandestina de pessoas numa atividade criminosa de alto risco e pouco lucrativa; e do combate às causas profundas mediante a cooperação para o desenvolvimento e a ajuda humanitária; - Gestão das fronteiras - salvar vidas e garantir a segurança das fronteiras externas, nomeadamente através: do reforço do papel e das capacidades da Frontex; da ajuda a países terceiros para que reforcem as capacidades de gestão de fronteiras; quando necessário, de uma maior partilha a nível da UE de determinadas funções das guardas costeiras; - A Europa tem o dever de oferecer proteção - uma política comum de asilo sólida: a prioridade é garantir uma aplicação plena e coerente do Sistema Europeu Comum de Asilo, nomeadamente promovendo a realização sistemática de identificações e recolhas de impressões digitais, bem como envidando esforços para reduzir o abuso destas medidas mediante o reforço das disposições sobre o País de Origem Seguro da Diretiva Procedimento de Asilo; avaliar e, possivelmente, rever o Regulamento de Dublim em 2016; - Uma nova política de migração legal: o mais importante é manter uma Europa em declínio demográfico como um destino atrativo para os migrantes, nomeadamente através da modernização e reforma do sistema de Cartão Azul, da redefinição das prioridades das nossas políticas de integração e da otimização das vantagens da política de migração para os migrantes e os países de origem, inclusive possibilitando transferências de dinheiro mais baratas, rápidas e seguras. Contexto Em 23 de abril de 2014, em Malta, Jean-Claude Juncker apresentou um plano de imigração em cinco pontos onde apelava a uma maior solidariedade na política de migração da UE, no âmbito da sua campanha para a Presidência da Comissão Europeia. Após a tomada de posse, o Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker confiou a um comissário com responsabilidade especial em matéria de migração a preparação de uma nova política nesse domínio, que constitui uma das dez prioridades das Orientações Políticas, o programa político em que o Parlamento Europeu se baseou para eleger a Comissão. Com base numa proposta da Comissão Europeia, os Estados-Membros comprometeram-se, na declaração do Conselho Europeu de 23 de abril de 2015, a tomar rapidamente medidas para salvar vidas e reforçar a ação da UE no domínio da migração. Foi adotada alguns dias mais tarde uma Resolução do Parlamento Europeu. Para mais informações, consultar: Agenda Europeia da Migração: perguntas e respostas Ficha temática: recolocação e reinstalação Ficha temática: operação conjunta Triton Ficha temática: migração legal Fichas de informação por país: assistência europeia aos Estados-Membros Glossário: a agenda explicada em pormenor Sítio Web da Direção-Geral da Migração e dos Assuntos Internos Sítio Web do Primeiro Vice-Presidente da Comissão Frans Timmermans Sítio Web da Alta Representante/Vice-Presidente, Federica Mogherini Sítio Web do Comissário Dimitris Avramopoulos Communication on the European Agenda on Migration Annex to the European Agenda on Migration IP/15/4956 Contactos para a imprensa Natasha BERTAUD (+32 2 296 74 56) Milica PETROVIC (+32 229-63020) Perguntas do público em geral: Europe Direct pelo telefone 00 800 67 89 10 11 ou por e-mail