13/8/2010 Diarioweb - Noticias - Cidades - Rio Pr… Cidades › Trânsito São José do Rio Preto, 8 de Agosto, 2010 - 16:20 Rio Preto ganha 37 veículos por dia Bruno Xavier Guilherme Baffi A frota de Rio Preto aumentou 70% nos últimos oito anos, passando de 154.256 veículos em 2001 para 262.321 no ano passado, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). No período, as ruas e avenidas da cidade ganharam, em média, 1.110 veículos por mês, ou 37 por dia. De acordo com o último levantamento do Denatran, referente a abril deste ano, Rio Preto já possui 268.442 veículos - menos de um veículo para cada duas pessoas. A motocicleta foi o tipo de veículo mais adquirido pelos rio-pretenses entre 2001 e 2009. Com a compra facilitada pelos financiamentos, a quantidade de motos mais que dobrou no período (aumento de 118,5%). Na segunda posição da lista aparecem os micro-ônibus, cuja frota cresceu 60,7%. Os carros ocupam o quarto lugar na relação, com 54,7% (veja lista completa no quadro ao lado). O crescimento preocupa a Secretaria Municipal de Trânsito, que descarta a implantação de rodízio de veículos no Centro e na região do bairro Redentora, proposta pelo Ministério Público durante reunião da Comissão Especial de Vereadores (CEV) do Trânsito, no fim de julho. “Pelo menos nos próximos cinco anos, o rodízio não será necessário”, afirma o secretário Aparecido Capello. C ongestio nam ento de veículos na a venida C om endado r Vicente Filizola, em R io Preto Outra medida rejeitada pela secretaria até o momento é a criação de faixas exclusivas para motociclistas, já utilizada em cidades como São Paulo e Santos, por exemplo. “A faixa exclusiva pode aumentar os atropelamentos e os acidentes entre as motos e outros veículos, quando esses fizerem a conversão à esquerda.”, afirma Jorge Noronha, chefe do departamento de engenharia da pasta. Pequenas mudanças de comportamento dos motoristas, segundo Capello, podem evitar, por enquanto, maiores engarrafamentos nos pontos críticos. “Os motoristas estão aprendendo a sair de casa um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde para o trabalho pela manhã, e encerrando o serviço mais cedo ou mais tarde no fim do dia”, diz o secretário. “Se eles (motoristas) evitarem sair às ruas por volta das 8h e das 18h, perderão menos tempo no trânsito.” Mudanças Além de apostar na boa vontade dos motoristas, a Secretaria de Trânsito tem outras propostas para evitar o caos nas ruas e avenidas da cidade, devido ao aumento vertiginoso da frota. Nenhuma das medidas, no entanto, tem prazo para ser executada. A primeira seria eliminar a faixa para estacionamento nas avenidas Bady Bassitt e Alberto Andaló. “Com o acréscimo de uma faixa para rodagem, cerca de 1,5 mil veículos a mais poderiam entrar nas avenidas a cada hora”, diz Noronha. Outro benefício seria a contratação de mais 100 guardas municipais que passariam por treinamento para atuar no trânsito. “Eles terão a missão de orientar o trânsito, sem aplicar multas”, afirma. “Nos horários de pico, os guardas serão deslocados para os pontos críticos para evitar a formação de congestionamentos.” Medidas como campanhas de incentivo à carona também estão na pauta da secretaria. “Da mesma forma que dois, três pais se organizam para revezar na tarefa de levar os filhos para a escola, seria importante que os trabalhadores de empresas de determinada região e que moram próximos tivessem esse comportamento”, diz o secretário. Radical Segundo Noronha, daqui a 20 ou 30 anos, o aumento da frota forçará uma intervenção radical nas avenidas Bady Bassitt e Alberto Andaló. “O trânsito delas (avenidas) precisará ser alterado para um sentido único. Ou seja, os veículos nas seis faixas de rodagem das duas pistas de cada avenida seguirão na mesma direção. Enquanto uma avenida levará os veículos para o Centro, a outra terá fluxo contrário”, diz. “O trânsito é uma questão lógica: em determinado momento as ruas da cidade não suportarão tantos veículos, e outras medidas parecidas precisarão ser tomadas.” Barretos teve maior aumento Entre as principais cidades da região de Rio Preto, Barretos foi a que apresentou o maior crescimento da frota entre 2001 e 2009, ainda de acordo com as estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Enquanto há diarioweb.com.br/…/19808,,Rio+Pret… 1/3 13/8/2010 Diarioweb - Noticias - Cidades - Rio Pr… oito anos o município possuía 33.156 veículos, no final do ano passado foram contabilizados 59.339 – aumento de 78,9%, proporcionalmente superior ao de Rio Preto, de 70%. Barretos também foi a cidade onde o número de carros mais aumentou no período: 54,6%, passando de 19.439 para 30.069 unidades. Para diminuir os congestionamentos na cidade, o governo municipal está construindo, desde 2007, a avenida da Integração, complexo viário responsável por ligar a região central da cidade a vários bairros da periferia. “Algumas das principais avenidas e ruas do município liberam o trânsito nesta nova avenida. O objetivo é criar uma via rápida que pode levar os motoristas a vários pontos da cidade”, afirma Edson Marcondes de Souza, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano. A obra, orçada em R$ 15 milhões, ainda não tem previsão para ser concluída. Até o momento, 60% do projeto foi executado, ainda segundo a prefeitura local. Outra medida adotada pelo governo de Barretos para amenizar os problemas relacionados ao aumento da frota foi reservar uma faixa de estacionamento nas proximidades de cada esquina somente para motos. “Como elas são mais baixas do que os carros, facilitam a visão do motorista que precisa parar no cruzamento”, justifica Souza. Motos Já Mirassol foi a cidade da região onde o número de motos mais aumentou nos últimos oito anos, passando de 2.294 unidades em 2001 para 6.208 em 2009 – crescimento de 170,6%. A frota do município foi ampliada em 75,4% no período. Jales registrou o menor aumento de frota entre as maiores cidades, 62,9%. Em Catanduva, a diferença positiva do número de veículos foi de 63,8%, enquanto Fernandópolis e Votuporanga apresentaram crescimento da frota de 74,7% e 68,2%, respectivamente. Acidentes com lesão cresceram 30,5% Além de agravar os congestionamentos no trânsito, outra consequência do aumento da frota é o crescimento do número de acidentes com vítimas graves. Segundo dados da Associação Preventiva de Acidentes e de Assistência às Vítimas de Trânsito (Apatru), entre 2007 e 2009 o número de pessoas que sofreram lesões que deixaram sequelas passou de 268 a 350 – aumento de 30,5%. No mesmo período, a frota de Rio Preto cresceu 17%. Os acidentes no mesmo intervalo de tempo, no entanto, caíram de 6.200 para 6.143. Também houve queda no número de mortes: foram 83 em 2007 contra 73 em 2009. Os dados da Apatru relativos ao primeiro trimestre de 2007 e 2010 apontam um aumento de 6% do número de acidentes. Foram 1.096 ocorrências de janeiro a março de 2007 contra 1.163 no mesmo período deste ano. Segundo o secretário de Trânsito de Rio Preto, Aparecido Capello, o crescimento da frota tem feito com que muitos motoristas evitem as principais avenidas para fugir do trânsito. A consequência disso é o aumento do número de acidentes nos bairros. “Em ruas de pouca movimentação, ciclistas e pedestres infelizmente não têm a mesma atenção com trânsito como nas avenidas”, diz. Segundo a coordenadora da Apatru, Antonia Silva, somente um plano diretor para o trânsito pode evitar que o número de vítimas graves não acompanhe o aumento da frota. Sérgio Menezes Por mês, são 900 novos motoristas Segundo a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Rio Preto, cerca de 900 pessoas, em média, adquirem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na cidade todos os meses - número próximo da média de 1.110 veículos que entram em circulação em Rio Preto por mês. Para a coordenadora da Associação Preventiva de Acidentes e de Assistência às Vítimas de Trânsito (Apatru), Antonia Silva, os candidatos a motoristas deveriam diarioweb.com.br/…/19808,,Rio+Pret… 2/3 13/8/2010 Diarioweb - Noticias - Cidades - Rio Pr… ser mais bem orientados durante os cursos de formação no que diz respeito às consequências de acidentes. Aluno s na C idade do Trâ nsito , Distrito Industria l: 900 novos m otorista s por m ê s no m unicípio “O aluno recebe várias informações sobre legislação, mas desconhece a verdadeira finalidade de cada lei”, afirma Antonia. “Ele (aluno) acredita que cometendo infrações de trânsito poderá, no máximo, ser multado. Assim, esquece o risco que corre e oferece a outras pessoas, devido aos acidentes.” O instrutor de autoescola Milton Tibaldi, 31 anos, afirma que é possível identificar durante as aulas práticas quais alunos se tornarão motoristas desrespeitosos no trânsito. “Geralmente são aqueles que já têm uma certa noção de direção. Mesmo na Cidade do Trânsito (local onde são realizadas as aulas, no Distrito Industrial), eles já querem correr para se exibir”, afirma. Aperfeiçoamento Outra orientação que os instrutores de autoescolas afirmam passar para os alunos é para que procurem aulas particulares, mesmo depois de conseguir a CNH, caso se sintam inseguros para enfrentar as ruas. O instrutor Junio de Aguiar diz que muitos motociclistas, entre novatos e experientes, não possuem informações básicas sobre frenagem e inclinação da moto no momento da mudança de direção. A concessionária onde Aguiar trabalha, a Faria Motos, oferece curso de aperfeiçoamento para motociclistas uma vez por mês. As aulas teóricas e práticas duram quatro horas e acontecem aos sábados pela manhã. As inscrições são gratuitas. Guilherme Baffi Lojas oferecem crédito fácil para veículos O crescimento do número de veículos, principalmente motos, na frota dos municípios da região nos últimos anos é facilmente explicado pelas mudanças nas linhas de crédito, que permitem o financiamento do valor total do automóvel em pequenas parcelas – a partir de R$ 220, em média, no caso de motos. “Há oito anos, quem não podia comprar um veículo à vista tinha que entrar em um consórcio”, afirma o gerente de vendas Haroldo Rodrigues, da Faria Motos. “Hoje, sem desembolsar nenhum valor, o cliente passa na concessionária em um dia e no outro já sai com o carro ou com a moto que deseja.” O técnico em ar-condicionado R icardo fina nciou um a m oto e abandono u o transporte cole tivo De acordo com Rodrigues, se o cliente não possuir o nome em serviços de proteção ao crédito, se apresentar rendimento superior a três vezes o valor da parcela e estiver empregado há pelo menos um ano, a aprovação do financiamento demora entre um e dois dias. Ainda segundo o gerente, outra situação que colaborou para o crescimento da venda de motos na região foi a conquista do mercado feminino. “Em cada quatro clientes da loja, há pelo menos uma mulher. São jovens de 18 a 25 anos que utilizam a moto para ir ao trabalho e à faculdade”, diz. Vantagens Há três meses, o técnico de ar-condicionado Ricardo dos Santos, 21 anos, financiou uma moto e deixou de ir ao trabalho utilizando o transporte coletivo. “Além de ganhar mais tempo, posso passar em outros lugares no horário do almoço ou depois do serviço”, afirma. Santos, que mora no bairro Eldorado e trabalha no Jardim Yolanda, gastava uma hora e meia para chegar ao serviço com o ônibus circular. Agora, faz o mesmo trajeto de um 11 quilômetros em meia hora. Outro que trocou os ônibus por uma moto foi o técnico em segurança do trabalho Wilson Celestine, 32. Morador de Guapiaçu, ele gastava R$ 9,60 por dia com passagens de ônibus intermunicipal e circular. Hoje, gasta apenas R$ 4 com o combustível do veículo. “Além da comodidade, também é vantajoso pela diminuição dos gastos.” Quer ler o jornal na íntegra? Acesse aqui o Diário da Região Digital diarioweb.com.br/…/19808,,Rio+Pret… 3/3