ID: 35531937 18-05-2011 Tiragem: 48379 Pág: 29 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 29,32 x 33,33 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2 Mobilidade Ligação Pina Manique-Odivelas com 40 por cento do tráfego que pode ter CRIL ganhou 20 mil viaturas por dia desde a abertura do último troço há um mês Sem o sublanço Buraca-Pontinha, que abriu há um mês, esta circular tinha cerca de 70 mil veículos por dia. Agora regista 90 mil. Um crescimento que ajudou a desentupir outras vias Luís Filipe Sebastião a A Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL) ganhou desde a abertura do último troço, entre a Buraca e a Pontinha, pelo menos mais 20 mil veículos diários. A estimativa é da empresa Estradas de Portugal (EP), que tutela a concessão desta via explorada pela Ascendi. Um mês após a abertura dos 3,6 quilómetros que faltavam da ligação entre Algés e Odivelas notamse também melhorias na circulação da Segunda Circular. A EP adianta ao PÚBLICO que o tráfego médio diário em toda a extensão da CRIL, antes da abertura do último troço, era de “cerca de 70 mil veículos, estando agora em cerca de 90 mil veículos”. Houve assim um acréscimo de pelo menos 20.000 viaturas no último mês. Este valor pode ser superior, tendo em conta que a Ascendi, concessionária da Grande Lisboa, registou nos primeiros quatro meses de 2011 um tráfego médio diário de 65 mil veículos em toda a CRIL. Um administrador da EP, Rui Dinis, admitiu à Lusa que o novo troço está a ser usado apenas em “cerca de 40 por cento da sua capacidade” e que se prevê que, até Outubro, o tráfego diário suba para valores “entre 70 mil e 100 mil veículos”. Segundo as contas da EP, passam pelo sublanço mais recente da CRIL 35 mil veículos por dia. A este propósito, José Manuel Viegas, especialista em transportes, salienta que a maioria dos automobilistas leva pelo menos dois meses a alterar as suas rotinas de deslocação. Viegas refere que já utilizou por diversas vezes o novo troço, “fundamental” para uma melhor articulação do sistema rodoviário da área metropolitana. O vereador da Mobilidade na Câmara de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, garante que se verificou “uma diminuição objectiva da circulação na Segunda Circular, principalmente no sentido nascente-poente”. O autarca não possui contagens permanentes na circular lisboeta – que serão realizadas nos próximos meses –, mas nota que os automobilistas optam com mais facilidade pela CRIL a partir da A1 (Lisboa-Porto) do que no sentido inverso. Para Nunes da Silva, “não há qualquer razão” para uma limitação de velocidade de 70 km/h no novo troço da CRIL, o que é inferior ao limite na Câmara de Lisboa discorda do limite de velocidade. Em 30 dias houve 2500 infracções Como a Circular Regional Interior de Lisboa afecta ou não as pessoas Nuno Peralta 37 anos, analista comercial Rui Coelho 40 anos, consultor informático Guadalupe Gonçalves 51 anos, engenheira civil Analista numa empresa de comércio electrónico faz todos os dias o percurso Expo-Entrecampos e nota “uma melhoria significativa na Segunda Circular”. Passou a ganhar cinco minutos no trajecto, e gasta menos combustível. A diminuição de trânsito acentuouse com a conclusão da CRIL: “Na primeira semana foi abissal a diferença, mas como coincidiu com as férias escolares, não tinha a certeza de ser o ‘efeito CRIL’.” Morador em Mafra, Rui Coelho já usava a CRIL, mas tinha de percorrer a Calçada de Carriche, Eixo Norte-Sul e Segunda Circular para chegar ao escritório de Miraflores. Critica a redução de duas para uma via na saída da Segunda Circular/Radial de Benfica e defende uma fiscalização mais activa das autoridades para o excesso de velocidade, devido a “alguns pontos que, com chuva, são verdadeiras ratoeiras” em oposição apenas às multas. E, embora não impere o civismo, seria viável circular a 80 km/h. Avessa ao pagamento de portagens, a exvereadora da CDU na Câmara de Sintra experimentou fugir à Segunda Circular pelo novo troço da CRIL para se deslocar de Queluz ao trabalho, na margem sul do Tejo. Só que para além da CRIL lhe impor mais quatro quilómetros por trajecto, o limite de velocidade nos 70 km/h acrescenta o risco de uma multa por se distrair numa estrada vazia de carros com três vias. Por isso, continua a ir pela CREL. ENRIC VIVES-RUBIO Segunda Circular (80 km/h). O autarca defende que a velocidade máxima nas novas vias deve ser idêntica à dos restantes troços (90 km/h) e resume tudo a “uma birra da EP”. No primeiro mês de funcionamento, esta empresa registou cerca de 2500 infracções nos quatro radares instalados no novo sublanço – dois em cada sentido e “cada equipamento tem quatro sensores, cada um dedicado a uma via de circulação”. A infracção mais grave foi de uma moto “apanhada” a 283 km/h. O vereador do Trânsito na Câmara da Amadora, Gabriel Oliveira, estima em 15 por cento a redução do tráfego “no interior da cidade”, salientando que os diversos nós do troço permitem uma melhor ligação interna no concelho. O autarca aponta, no entanto, a necessidade da instalação de barreiras acústicas na encosta de Alfornelos. ID: 35531937 18-05-2011 CRIL Mais 20 mil viaturas/dia desde que abriu novo troço Local Tiragem: 48379 Pág: 40 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 5,29 x 3,71 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2