21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental III-010 - DETERMINAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SERVIÇO DE VARRIÇÃO MANUAL DE RUA EM ÁREAS ESPECÍFICAS DE BELO HORIZONTE, MG Paloma Pessoa Nogueira: Engenheira Civil pela EEUFMG, 1987. Mestra em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pelo DESA da EEUFMG, 1997. Engenheira Sanitarista da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU. Mara Adelina Moura Mesquita: Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Mineira de Educação e Cultura, 1993. Especialista em Gestão Ambiental e Empresarial pela PUC-Minas, 1998. Engenheira Civil I, Chefe da Seção de Planejamento de Varrição e Serviços Complementares da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU. Endereço: Paloma Pessoa Nogueira - Rua Silveira, 45 - Floresta - Belo Horizonte - MG CEP: 31140-000 Brasil - Tel: (0xx31) 3277-5787 - Fax: (0xx31) 3277-5787 - e-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho foi elaborado pela necessidade de serem determinados valores para o parâmetro “Produtividade” na varrição manual, que espelhasse a real condição de varrer do trabalhador de varrição de rua em Belo Horizonte, com o objetivo de subsidiar ajustes de mão de obra nas turmas de varrição existentes e em planejamentos futuros com otimização do rendimento operacional. Foram utilizados dados dos formulários de apropriação dos serviços de varrição, empregados no gerenciamento e controle operacional dessa atividade. Esses dados foram tabulados e digitalizados em planilha eletrônica, após o que foram analisados e tratados estatisticamente, resultando na determinação, de produtividades médias executadas e possíveis de se executar por varredor, por turma e por unidades operacionais de gerenciamento dos serviços de limpeza urbana. Os principais resultados obtidos, passíveis de serem empregados na otimização das turmas de varrição, foram os valores médios para a produtividade possível com pausa, que considera pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, e para o tempo gasto no percurso, para a execução da atividade nas unidades operacionais conhecidas como Norte, 2154,68 m/gari e 4:56 h; Pampulha, 2431,16 m/gari e 4:44 h e Venda Nova, 1675,32 m/gari e 5:25 h. Por outro lado, em relação às áreas a serem planejadas os principais resultados obtidos foram os valores médios para o mesmo tipo produtividade das turmas em operação nos setores B das unidades conhecidas como Barreiro, 2934,93 m/gari, Leste, 2527,08 m/gari e Noroeste, 2356,43 m/gari. Para o município de Belo Horizonte, foi encontrado para a produtividade possível com pausa, em relação às áreas estudadas, o valor médio de 2031,85 m/gari por dia. Tais resultados obtidos são relevantes por, além de proporcionarem o estabelecimento de valores para produtividade do serviço de varrição, área carente de parâmetros, gerarem subsídios para novos planejamentos e ajustes necessários aos planejamentos em execução. PALAVRAS-CHAVE: Varrição, planejamento de varrição, produtividade, limpeza urbana, resíduos sólidos. INTRODUÇÃO A limpeza urbana compreende essencialmente as atividades de coleta, limpeza de logradouros, transferência e transporte até o destino final dos resíduos sólidos. Em Belo Horizonte, a Superintendência de Limpeza Urbana - SLU - é a entidade autárquica criada para gerenciar, com exclusividade, a limpeza urbana do município, competindo-lhe planejar, fiscalizar, explorar e executar os serviços de varrição, capina, coleta, transporte, tratamento, transformação do lixo e comercialização de seus produtos e subprodutos (BELO HORIZONTE, 1973). Visando facilitar a execução e o gerenciamento da atividade de varrição manual, a SLU desenvolveu uma metodologia para planejar a varrição do município, estabelecendo uma rotina simplificada e condizente com as deficiências operacionais e técnicas, geralmente observadas nos serviços de limpeza urbana, descrita por SILVA, MESQUITA e CHENNA em 1998. ABES – Trabalhos Técnicos 1 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Baseada em valores levantados em campo, essa metodologia definiu como parâmetros de produtividade mínima e média geral para o município 1.000 m de sarjeta /gari/dia e 1.200m de sarjeta/gari/dia, respectivamente. Tais valores, quando confrontados com valores de produtividades encontrados na literatura técnica, como a faixa apresentada por FLINTOFF, em 1984, de 1.500 a 10.000 m de sarjeta por varredor por dia, ou aquela fornecida por ZEPEDA em 1994, de 2.000 a 4.000 m de sarjeta por varredor por dia, evidenciam grande discrepância, que necessita ser avaliada. As diferenças existentes entre características físicas e ocupacionais de um bairro para outro em Belo Horizonte, que, de acordo com SILVA e colaboradores, em 1998, influenciam diretamente a produtividade do varredor, evidenciam a necessidade de determinação de valores específicos, para cada uma das unidades operacionais existentes e, em escala menor, para cada uma das turmas de varrição que se queira estudar, planejar ou analisar, que sejam baseados em extensões de varrição efetivamente executadas em campo. Dessa forma, objetivando otimizar o serviço de varrição executado no município de Belo Horizonte, e, tendo em vista a necessidade premente de redimensionar algumas turmas e planejar áreas para implantação futura do serviço, procedeu-se à determinação de valores para produtividade média diária desenvolvida por varredor de rua, em algumas áreas do município atendidas com serviço de varrição planejado pela SLU e executado por terceiros. ANTECEDENTES Para obtenção de maior eficiência na prestação dos serviços de limpeza urbana foram criadas no município 10 (dez) unidades de áreas definidas como Divisões de Limpeza Pública que, na maior parte, obedecem aos mesmos limites das Administrações Regionais da Prefeitura do Município de Belo Horizonte (BELO HORIZONTE, 1992). As Divisões de Limpeza, por sua vez, no caso da execução do serviço de varrição, foram subdivididas em dois setores, A e B, com exceção da Divisão de Limpeza Pública Centro, que foi subdividida em 05 distritos em função de suas características peculiares de concentração de população, centro administrativo e comercial do município e por apresentar fluxo intenso de automóveis e pedestres, assim como a Divisão de Limpeza Norte, que não foi subdividida por deter a menor área edificada do município. Segundo a ABNT, NBR 12.980/1993, varrição é o ato de varrer vias, calçadas, sarjetas, escadarias e logradouros públicos, em geral pavimentados, podendo ser manual ou mecânica; equipe de varrição é aquela formada por um certo número de operários, responsável pela varrição ou conservação de um roteiro, que é a descrição detalhada do caminho a ser percorrido por dia de trabalho. Na SLU, equipe de varrição, também denominada turma de varrição, varre as calçadas e as sarjetas e é composta por um monitor responsável, que supervisiona, fiscaliza e apóia a equipe, 4 garis varredores, executores do serviço, e 2 garis carrinheiros, que acompanham os primeiros com o ferramental necessário ao trabalho, recolhendo e confinando os resíduos aos locais de coleta. Em alguns casos, a turma pode ser dividida em 2 subturmas, compostas, na maioria das vezes, de 2 varredores e um carrinheiro, que utilizam como ferramental, basicamente, vassouras, pás quadradas, lutocares, cones de segurança com bandeirolas e baú metálico, empregado como caixa de ferramenta para guarda e proteção do material (SILVA, MESQUITA e CHENNA, 1998). A SLU tem o hábito de varrer rotineiramente as calçadas e sarjetas da cidade e, em mutirão, por meio de equipes multitarefa ou volantes, executa a varrição de outros logradouros públicos. A metodologia de planejamento de varrição de sarjetas e calçadas, atividade em referência neste trabalho, define os seguintes parâmetros de projeto: tipo de varrição, freqüência, horário, itinerários, formação de equipes, coleta do resíduo público e registro do sistema de apoio operacional (SILVA, MESQUITA e CHENNA, 1998). De todos os parâmetros empregados no planejamento, talvez o mais importante seja a produtividade, também dita rendimento operacional, empregada no cálculo da formação das equipes e que, para a SLU, representa a extensão linear que um gari é capaz de varrer ou varre em um dia, com qualidade no serviço e em boas condições de trabalho. 2 ABES – Trabalhos Técnicos 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Definir valores para esse parâmetro é tarefa árdua, de difícil resolução, tendo em vista sua extrema variabilidade, com fatores, como, declividade do terreno, tipo de vegetação, densidade de arborização, material construtivo do passeio, intensidade do fluxo de pedestre e do tráfego, tipo de ocupação do terreno (residencial, comercial ou outros), sexo e idade do varredor, utensílios empregados, clima e padrão desejado, entre outros. Entretanto, sua determinação é de suma importância a fim de permitir planejamentos que otimizem o rendimento operacional, aproveitando melhor a mão de obra disponível e resultando em redução de custos para o órgão de limpeza urbana, bem como para a empresa contratada para execução dos serviços, especialmente, se a sua definição basear-se no serviço que é efetivamente executado em campo. DADOS EMPREGADOS Para determinação da produtividade por turma para execução do serviço de varrição, foram utilizados dados referentes ao período de outubro de 1999 a março de 2000, obtidos em campo e registrados nos formulários de apropriação de serviços de varrição, empregados no gerenciamento e na fiscalização de execução da atividade, fornecidos por cada uma das Divisões. (figura 1). Os formulários utilizados no levantamento de cada uma das Divisões em análise, Divisões de Limpeza Pública Norte, Pampulha e Venda Nova, que pretendiam redimensionar suas turmas, e Divisões de Limpeza Pública Barreiro, Leste e Noroeste, cujos setores A seriam planejados em futuro próximo, foram: 1) “Medição Diária dos Serviços de Varrição”, também dito “Quadro Demonstrativo de Varrição” e “Apuração do Serviço de Varrição Manual”, discriminando por turma e dia, a produção planejada e efetiva, a mão-de-obra planejada e efetiva, a quantidade de sacos plásticos utilizados e de horas trabalhadas. 2) “Medição dos Serviços de Varrição”, também chamado “Boletim de Apuração de Medição do Serviço de Varrição Manual” e “Quadro Resumo”, discriminando por mês e turma, em geral, produção (extensão varrida) total planejada e efetiva, mão-de-obra planejada e efetiva do mês, quantidade de sacos plásticos utilizados e total de horas trabalhadas no mês, fornecendo resumidamente o realizado pela Divisão no mês. O período adotado no levantamento dos dados por Divisão foi o seguinte: para a Divisão Leste, de out. a dez./99, e jan./00; para a Divisão Noroeste, de out. a dez./99; para a Divisão Barreiro, de nov./99 a mar./00; para a Divisão Norte, de out. a nov./99; para a Divisão Pampulha, de dez./99 a jan./00; e para a Divisão Venda Nova, de nov. a dez./99 e jan./00. Também foram empregados dados do planejamento em vigor: extensão total a ser varrida por dia da semana e freqüência de varrição do trecho, obtidos nos descritivos dos itinerários das turmas em análise, posto que os formulários operacionais não informam a extensão varrida, mas se foi ou não executado o planejamento previsto. ABES – Trabalhos Técnicos 3 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Figura 1: Formulário básico de apropriação dos serviços de varrição METODOLOGIA LEVANTAMENTO DOS DADOS Inicialmente, foi solicitado a cada uma das Divisões a serem analisadas o fornecimento dos dados adotados em campo referentes aos formulários de apropriação dos serviços de varrição, quadro citado no item anterior, de onde foram levantados os seguintes dados: quantidade de mão-de-obra empregada, tempo gasto no percurso, número de sacos plásticos utilizados, e ainda se foi ou não executado o planejamento previsto. Do arquivo de planejamento das turmas de varrição, foram retiradas as extensões varridas por dia da semana e para cada turma, para serem tabulados para cada dia do mês do período considerado. DESENVOLVIMENTO DAS PLANILHAS Após o levantamento dos dados existentes e possíveis de serem empregados no estudo, iniciou-se ao desenvolvimento das planilhas a serem empregadas na compilação e análise dos mesmos. Nessa etapa do trabalho, foi utilizada a planilha eletrônica “Microsoft Excel 97”, conforme descrito a seguir. A primeira planilha desenvolvida foi “Produtividade média diária da turma”. Essa planilha foi desenvolvida de forma a que os dados de cada turma fossem compilados e digitalizados para gerarem os valores necessários ao cálculo da produtividade. (figura 2). Essa planilha foi trabalhada de modo que ao entrar com os dados referentes ao número de carrinheiros, ao número de varredores, ao tempo gasto no percurso e à extensão varrida no dia, fosse possível, automaticamente, calcular a velocidade média para cada dia trabalhado de cada turma, o que tornaria possível calcular as produtividades previstas no estudo. Optou-se por definir para determinação das produtividades, em primeiro lugar, que espelhasse a realidade da execução da atividade, seguida daquelas que previssem sua execução futura, com base nos dados da primeira. Assim, as produtividades calculadas foram: 4 ABES – Trabalhos Técnicos 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental § Produtividade real: é o rendimento operacional, reflete o serviço que é efetivamente executado. É calculada dividindo-se a extensão efetivamente varrida no dia pelo número de garis varredores que trabalharam naquele dia e fornece a velocidade média do varredor. Produtividade possível: é a produtividade que seria obtida caso os garis trabalhassem todo o período estipulado para tanto, ou seja, 8 horas por dia, de segunda a sexta-feira e 4 horas aos sábados. Produtividade possível com pausa: é a produtividade que seria possível considerando além da utilização do horário de trabalho integral na execução do serviço, uma pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, conforme recomendado pela área da SLU responsável pela segurança e medicina do trabalho dos funcionários desta Superintendência. É relevante esclarecer que as turmas consideradas neste trabalho são formadas por funcionários contratados pelas empresas que prestam serviços de varrição para a SLU, os quais não possuem o hábito de realizar tal pausa, já assimilada pela equipe própria da SLU. § § As produtividades aqui consideradas foram calculadas por dia e por turma, após o que foram calculadas médias aritméticas simples dessas produtividades por cada turma no período observado. Figura 2 - Planilha para cálculo de Produtividade de varrição manual Item Data Dia da Semana Mão de Obra Tempo Gasto Nº de sacos Extensão Velocidade de Varrição C no Percurso Pláticos Varrida Varredor V T Gari Produtividade Diária Real Gari Varredor Produtividade diária Possível Varredor Gari Produtividade diária Possível c/ Pausa Varredor Gari Hora Decimal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 Média ABES – Trabalhos Técnicos 5 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental A velocidade média foi calculada para cada dia dividindo-se a extensão varrida no dia pelo tempo gasto e pelo número de garis varredores; já as produtividades, dividindo-se as extensões varridas, possíveis de ser varridas e possíveis de ser varridas com pausa pelo número de horas trabalhados no dia, no caso da produtividade real, e pelo número de horas padrão definidas para um dia normal de trabalho. Após a determinação da produtividade das turmas foi desenvolvida a planilha “Produtividade média diária de cada Setor da Divisão e da Divisão”. Conhecidas as partir das produtividades médias diárias de cada turma, foi possível calcular os mesmos parâmetros, produtividade média real, possível e possível com pausa, para cada setor das Divisões analisadas e para cada uma das Divisões. Por último, foi desenvolvida a planilha “Produtividade média diária em Belo Horizonte”. Com base nos dados calculados para cada Divisão e seguindo o mesmo raciocínio anterior, pôde-se calcular os valores médios gerais, inferindo-se valores que representassem a produtividade média para o município de Belo Horizonte, de maneira geral., e mais especificamente, para a área abrangida pela pesquisa, que se restringe aos limites de 6 das 10 Divisões de Limpeza existentes no município, a saber: Divisões de Limpeza Urbana Norte, Pampulha, Venda Nova, Leste, Barreiro e Noroeste. ANÁLISES ESTATÍSTICAS Nesta etapa do trabalho, empregando-se o mesmo software utilizado na compilação e digitação dos dados, o Microsoft Excel for Windows, que também realiza funções estatísticas básicas, foram realizadas análises estatísticas dos dados. Foram definidos para cada uma das Divisões, assim como, para o município como um todo, valores médios ou médias aritméticas, desvios padrões, medianas e 1º e 3 º quartis. RESULTADOS Os principais resultados deste trabalho podem ser observados na Tabela 1, que apresenta as produtividades calculadas para as Divisões e seus Setores. Tabela 1. “Produtividade executada e possível de ser executada pelo varredor de rua em Belo Horizonte por Divisão e por Setor Divisão Barreiro Leste Noroeste Norte Pampulha Venda Nova Setor Produtividade Real (m/garixdia) B 2.202,39 B 2.546,19 B 2.186,98 Total 1.493,37 Total 1.656,24 A 1.903,84 B 1.408,64 Total 1.342,12 A 1.423,40 B 1.220,20 Produtividade Possível (m/garixdia) 3.374,60 3.032,49 2.827,72 2.583,44 2.496,03 3.491,53 2.496,03 2.018,43 2.159,97 1.806,13 Produtividade Possível com Pausa ( m/garixdia) 2.934,93 2.527,08 2.356,43 2.152,87 2.494,82 2.909,61 1.909,63 1.682,03 1.799,98 1.505,11 Nas planilhas específicas para as turmas, os principais resultados encontrados para emprego no redimensionamento do Lote I foram: 1 - Tempo médio diário gasto no percurso, variando de 4:40 h, na Divisão Pampulha, a 5:25 h, na Divisão Venda Nova; 2 - Produtividade média diária real por varredor, variando de 1085 m/garixdia, na Divisão Venda Nova a 1656, na Divisão Pampulha; 3 - Produtividade média diária possível com pausa por varredor, variando de 1682 m/garixdia, na Divisão Venda Nova, a 2494 m/garixdia, na Divisão Pampulha. Já para as áreas a serem planejadas, os principais resultados encontrados para a produtividade média diária possível com pausa passíveis de emprego no estudo podem ser resumidos à média aritmética obtida para os 6 ABES – Trabalhos Técnicos 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Setores B das Divisões em análise, quais sejam: 2269 m/garixdia, para a Divisão Leste, e 2356 m/garixdia, para a Divisão Noroeste. A Tabela 2, apresenta os resultados estatísticos das análises realizadas para as Divisões objeto do estudo, que poderão subsidiar novos planejamentos ou ajustes dos planejamentos existentes. A Tabela 3 apresenta a análise estatística do conjunto de todos os dados, que pode ser empregado na inferência de valores para parâmetro do município de Belo Horizonte, em caso de não haver dados reais que possam ser utilizados. Venda Nova Pampulha Norte Noroeste Leste Barreiro Divisões Tabela 2- Análise estatística da Produtividade Média Diária das Divisões de Limpeza Pública de Belo Horizonte Análises Mão de Obra de dados Produtividade Diária Tempo médio Média da diário gasto ext. Varrida Real (m/gari) realizadas C V M T no percurso (h) Diária (m) Varredor Possível (m/gari) Velocidade de Possivel c/ Pausa (m/gari) Varrição VarredorMão de Obra Varredor Varredor 438,36 Valor Médio 1,65 2,28 1,01 4,94 5:33 5167,62 2341,69 3506,88 2922,40 Desvio Padrão 0,47 0,75 0,01 1,06 0:33 1223,31 235,02 655,21 546,01 81,90 Mediana 1,78 2,00 1,00 4,79 5:41 5031,50 2394,22 3390,50 2825,42 423,81 1º Quartil 1,13 2,00 1,00 4,13 5:26 4679,44 2263,22 3213,05 2677,54 401,63 3º Quartil 1,98 2,12 1,02 5,35 5:57 5214,51 2501,75 3866,07 3221,72 483,26 Valor Médio 2,00 3,57 1,00 6,59 6:45 6747,91 2142,77 2582,86 2152,38 322,86 Desvio Padrão 0,00 0,95 0,00 0,95 0:01 550,22 694,35 800,39 666,99 100,05 Mediana 2,00 3,57 1,00 6,59 6:45 6747,91 2142,77 2582,86 2152,38 322,86 1º Quartil 2,00 3,24 1,00 6,25 6:44 6553,38 1897,28 2299,88 1916,57 287,49 3º Quartil 2,00 3,91 1,00 6,92 6:45 6942,44 2388,26 2865,84 2388,20 358,23 Valor Médio 1,75 2,38 1,00 5,13 6:29 4534,19 2017,00 2612,32 2176,93 326,54 Desvio Padrão 0,39 1,08 0,00 1,32 0:48 1733,18 434,81 645,97 538,31 80,75 Mediana 2,00 2,00 1,00 5,00 6:39 4702,82 2066,93 2759,85 2299,87 344,98 1º Quartil 1,53 2,00 1,00 4,57 5:51 3189,15 1665,16 2106,81 1755,67 263,35 3º Quartil 2,00 2,53 1,00 5,51 7:03 5075,45 2355,31 2940,04 2450,03 367,50 Valor Médio 1,81 3,82 1,00 6,62 4:56 5577,97 1498,84 2585,62 2154,68 323,20 Desvio Padrão 0,40 1,31 0,00 1,62 0:45 1842,35 272,64 753,53 627,94 94,19 Mediana 2,00 3,81 1,00 6,81 5:16 5396,40 1408,66 2213,35 1844,46 276,67 1º Quartil 1,96 3,11 1,00 6,06 4:28 5022,43 1345,30 2107,93 1756,60 263,49 3º Quartil 2,00 4,18 1,00 7,18 5:21 7241,32 1538,75 3050,91 2542,42 381,36 364,67 Valor Médio 1,86 3,23 1,00 6,09 4:44 4755,20 1627,76 2917,39 2431,16 Desvio Padrão 0,06 0,46 0,00 0,40 0:01 73,86 309,80 617,72 514,77 77,22 Mediana 1,86 3,23 1,00 6,09 4:44 4755,20 1627,76 2917,39 2431,16 364,67 1º Quartil 1,84 3,07 1,00 5,95 4:44 4729,09 1518,23 2699,00 2249,16 337,37 3º Quartil 1,88 3,39 1,00 6,24 4:45 4781,32 1737,29 3135,79 2613,16 391,97 Valor Médio 1,99 4,56 1,00 7,55 5:25 5974,36 1345,28 2010,38 1675,32 251,30 Desvio Padrão 0,01 0,43 0,00 0,43 0:01 132,74 161,39 279,84 233,20 34,98 Mediana 1,99 4,56 1,00 7,55 5:25 5974,36 1345,28 2010,38 1675,32 251,30 1º Quartil 1,99 4,41 1,00 7,40 5:25 5927,44 1288,22 1911,44 1592,87 238,93 3º Quartil 2,00 4,71 1,00 7,70 5:26 6021,29 1402,34 2109,32 1757,77 263,67 ABES – Trabalhos Técnicos 7 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 3 - Produtividade média diária de varrição manual em Belo Horizonte - MG Item Turma Tempo médio Média da C V M T percurso (h) Diária (m) Real Possível Possível com pausa Varredor 1 Barreiro 1,65 2,28 1,00 4,93 5:33 5167,62 2266,87 3261,64 2718,03 407,70 2 Leste 2,00 3,57 1,00 6,59 6:45 6747,91 1887,77 2235,15 1862,63 279,39 4 Noroeste 1,75 2,38 1,00 5,13 6:29 4534,19 1907,26 2350,76 1958,96 293,84 5 Norte 1,81 3,82 1,00 6,62 4:56 5577,97 1461,64 2368,80 1974,00 296,10 6 Pampulha 1,86 3,23 1,00 6,09 4:44 4755,20 1471,40 2481,56 2067,96 310,19 7 Venda Nova 1,99 4,56 1,00 7,55 5:25 5974,36 1310,33 1931,45 1609,54 241,43 1,84 3,31 1,00 6,15 5:39 5459,54 1717,54 2438,22 2031,85 304,78 Desvio Padrão 0,14 0,87 ## 0,99 0:48 821,77 362,94 445,07 370,89 55,63 Mediana 1,83 3,40 1,00 6,34 5:29 5372,79 1679,58 2359,78 1966,48 294,97 1º Quartil 1,77 2,59 1,00 5,37 5:03 4858,31 1464,08 2264,05 1886,71 283,01 3º Quartil 1,96 3,76 1,00 6,61 6:15 5875,26 1902,39 2453,37 2044,47 306,67 Valor Médio Mão de Obra Produtividade do varredor (m/gari) Velocidade de Varrição Em relação aos resultados encontrados, ressalta-se a necessidade de padronização da coleta de informações e realização de treinamento do pessoal responsável pela execução dos serviços, para que se obtenha maior confiabilidade dos registros em campo uma vez que subsidiarão o planejamento. Observou-se neste estudo a utilização de diversos formulários para registro de uma mesma atividade, dependendo da Divisão em que é utilizado. Isso, em maior ou menor grau, dificulta o entendimento das diversas planilhas e a tabulação dos dados nela contidos. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A determinação da produtividade possível com pausa permite definir a produtividade possível de ser empregada nos trabalhos de planejamento ou redimensionamento das turmas de varrição dos setores e Divisões consideradas ou, até mesmo, de outras turmas cujas áreas apresentem características semelhantes. Além disso, possibilita, ao comparar os valores obtidos por turma para produtividade possível com pausa com os valores calculados para produtividade real da turma, visualizar as turmas super ou subdimensionadas. Considerando que o horário de trabalho do gari varredor em Belo Horizonte é de 8 horas por dia, conclui-se que as turmas analisadas para as Divisões que demandam redimensionamento de suas equipes de varrição estão superdimensionadas em termos de mão-de-obra. Além disso, para este trabalho de redimensionamento de mãode-obra das turmas dessas Divisões, pode-se utilizar valores das produtividades médias diárias possíveis com pausa, pois esses valores, além de considerarem a necessidade da pausa exigida pela segurança e medicina do trabalho, em função de prováveis problemas de ergonomia, baseiam-se em dados reais. Em relação aos parâmetros calculados para emprego nos diagnósticos das próximas Divisões a serem planejadas, há de se considerar que como foram baseados em dados levantados para áreas próximas e semelhantes em termos de características físicas, topográficas e, provavelmente, sócio-econômicas, tais valores espelhem a realidade dessas Divisões em geral, e proporcionem planejamentos mais adequados com referência ao quantitativo de mão-de-obra e equipamento. Em relação à confiabilidade dos registros em campo empregados nas apropriações dos serviços de cada Divisão, ressalta-se a necessidade da padronizar os formulários empregados para levantamento das informações além de se investir em treinamentos. Com essas medidas, acredita-se contribuir para a redução de registros errôneos ou deturpados, o que resulta no desvio dos resultados neles embasados. 8 ABES – Trabalhos Técnicos 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 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Lei n.º 2.220. 27 ago. 1973.Cria e organiza a Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, sob forma de autarquia, extingue o Departamento de Engenharia Sanitária da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e dá outros providências. Belo Horizonte, 27 ago. 1973. p. 5. BELO HORIZONTE - SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA. Define e aprova novos limites das Divisões de Limpeza Pública. Portaria 527/92 de 28 dez. 1992. p. 1-5. ABES – Trabalhos Técnicos 9