COLINAS DO SUL
Juiz decreta prisão do presidente do Sindicato Rural por furto de gado
O presidente do Sindicato Rural de Colinas do Sul, José Paiva de Morais, foi preso na sede
da entidade, por volta das 11 horas da manhã de quinta-feira (5), por policiais da Delegacia
da Polícia Civil de Niquelândia, em cumprimento de mandado de prisão preventiva, por
tempo indeterminado, que foi decretada pelo juiz Rinaldo Aparecido Barros na tarde de
quarta-feira (28). O sindicalista está recolhido numa cela do Centro de Inserção Social,
(CIS), no Setor Santa Efigenia. A detenção de José Paiva havia sido requerida pelo
delegado Gerson José de Souza, titular do DP de Niquelândia, no último dia 31 de maio. De
acordo com a autoridade policial, o presidente do sindicato foi acusado por outros dois
fazendeiros da cidade pelo furto de várias cabeças de gado, cujas marcas de propriedade
teriam sido grosseiramente adulteradas no lombo dos animais.
Os fazendeiros Armiro Antonio Pacheco, proprietário da Fazenda Barra do Funil; e
Rumenos Sarkis Simão (representado por seu filho e procurador Miguel Sarkis Simão),
proprietário da Fazenda Vale das Araras, ambas localizadas na região da Barra do Rio
Preto, em Colinas, são os autores das denúncias. Armiro afirmou que vinha notando o
sumiço das rezes desde o início do ano passado.
Em outubro de 2006, o fazendeiro notou que cinco novilhas, marcadas originalmente com
as iniciais “AP”, alusivas ao seu nome, reapareceram em sua propriedade, com uma
alteração na letra “P” para que a mesma fosse confundida com um “R”. Segundo o
delegado, os animais foram fotografados e periciados pela Polícia Técnico-Científica de
Uruaçu, que atestou que os animais sofreram queimaduras profundas para consumar a
fraude, na tentativa de Paiva para descaracterizar o furto.
Na véspera do último carnaval, Armiro notou o aparecimento de mais uma novilha em suas
terras, com a mesma adulteração. Miguel Sarkis, por seu turno, também procurou a polícia,
dando conta do sumiço de alguns bovinos, alegando também que havia sido impedido pelo
presidente do sindicato em procurar as reses na Fazenda Santa Maria Madalena, pertencente
a Paiva, que alegou tratar-se de propriedade particular. A cerca divisória das propriedades,
de acordo com o relatório do delegado, encontrava-se danificada.
Um funcionário antigo da família Sarkis, relacionado como testemunha do caso, relatou ao
delegado que, em fevereiro passado, esteve com o presidente do sindicato de Colinas em
sua fazenda, pois ambos fariam uma viagem até Minaçu. Ao adentrar na Fazenda Santa
Maria Madalena, notou a presença de duas rezes que haviam desaparecido da Fazenda Vale
das Araras. Tão logo soube do fato, Miguel determinou ao funcionário para que exigisse de
Paiva a devolução das novilhas. O presidente do sindicato, então, recusou a investida,
alegando que não havia “gado estranho” em sua propriedade e que, se notasse tal fato,
fecharia as reses em seu curral e mandaria avisar os Sarkis.
Nos dias 15 e 16 de março, o Poder Judiciário de Niquelândia expediu um mandado de
busca e apreensão na Fazenda Santa Maria Madalena, que foi cumprido pelo Destacamento
da Polícia Militar (PM) de Colinas do Sul. Na ocasião, foram apreendidas sete reses
identificadas como pertencentes a Miguel Sarkis e um animal de propriedade de Armiro
Pacheco, todas com as marcas recentemente adulteradas.
No decorrer das investigações, segundo o delegado Gerson de Souza, o presidente do
sindicato de Colinas disse que estava sendo vitima de uma armação, pois havia conseguido
um despacho favorável do Judiciário em uma demanda anterior contra um de seus
acusadores. Em 2005, José Paiva registrou uma ocorrência contra Armiro, dando conta de
que o fazendeiro era o responsável pelo furto de seis cabeças de gado em sua propriedade.
No entanto, a autoridade policial conseguiu reunir indícios suficientes de que Paiva se
apoderou de parte do gado das propriedades vizinhas, optando por requerer a sua detenção.
(Euclides Oliveira – Niquelândia/Colinas do Sul).
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