64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 PLANTAS MEDICINAIS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL INSERIDA NO ENSINO-APRENDIZAGEM 1 2* 2 Artemisa N. Virginio , Renato A. Lima , Andrina G.S. Braga ¹Faculdade São Lucas - Porto Velho/RO; ²Universidade Federal do Amazonas - Manaus/AM; *[email protected] Introdução O uso de plantas medicinais na cura ou alívio de doenças, que para muitos poderia parecer misticismo, feitiçaria ou folclore, torna-se hoje objeto de pesquisas científicas com validade comprovada diante da fitoquímica e da farmacologia. A Educação Ambiental como formação e exercício da cidadania, refere-se como uma nova forma de encarar a relação do ser humano com a natureza, baseada numa nova ética, que pressupõe outros valores morais e uma forma diferente de ver o mundo e os seres humanos [1]. Considerando-se a importância da Educação Ambiental nos processos de mudança de comportamento da humanidade, reconhecese como a ferramenta mais eficiente para a conscientização ambiental e consequentemente a mudança de postura do ser humano frente ao ambiente. Nesse sentido, a utilização de plantas medicinais pela comunidade, apresenta-se como mais um campo de atuação da Educação Ambiental, tendo vistas a preservação das espécies e a reaproximação do ser humano da natureza [2]. As experiências educativas utilizando plantas medicinais nas escolas da rede pública do país vêm sendo testadas, com a finalidade de permitir que crianças e jovens desenvolvam noções de cooperação, responsabilidade e consciência ambiental. Com isso, este trabalho teve como objetivo promover a educação ambiental com plantas medicinais como fator importante no aprendizado cotidiano em duas escolas estaduais do município de Porto Velho-RO. Metodologia A pesquisa visou atender às diretrizes descritas na Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no SUS (PMPMF) [3], sendo realizada em duas etapas: 1ª etapa: desenvolvida no período de março a novembro de 2012, totalizando quatro visitas técnicas aos quintais de duas escolas estaduais em Porto VelhoRO, com entrevistas a dois professores (Ciências e Biologia) de cada escola, cujo tema foi: a importância de introduzir as plantas medicinais nas feiras de ciências que ocorrem nas mesmas, utilização de mudas para implantar quintais medicinais nas escolas e nas residências. A 2ª etapa: ocorreu no período de fevereiro a maio de 2013, com a implantação e o funcionamento de hortas medicinais construídas com materiais reciclados, reutilizados e adubação orgânica. Utilizou uma coleção de 20 espécies medicinais para implantação da horta medicinal, com destaques para o cultivo das espécies de chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus M.), corama (Kalanchoe pinnata (Lam.). Pers), malvarisco (Pothomorphe umbellata L.), boldo (Plectranthus barbatus L.), capim santo (Cymbopogon citratus D.C.), laranja (Citrus sinensis L.), crajiru (Arrabidaea chica V.) arruda (Ruta graveolens L.), caju (Anacardium occidentale L.), erva-cidreira (Lippia alba Mill.), hortelã (Mentha sp.), mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), alfavaca (Ocimum basilicum L.), limão (Citrus limonum L.), babosa (Aloe vera L.), vassourinha (Baccharis dracunculifolia L.), gengibre (Zingiber officinale L.), elixir parigórico (Piper marginatum L.), algodão roxo (Gossypium hirsutum L.) e poejo (Mentha pulegium L.), por serem citadas com mais frequência em levantamentos etnobotânicos em Rondônia, bem como adaptadas as condições edafoclimáticas da região. Em ambas as etapas procederam-se com palestras, oficinas e atividades lúdicas envolvendo o tema plantas medicinais e meio ambiente. Resultados e Discussão Ao final de aproximadamente três meses, observou-se um total de 400 estudantes sensibilizados e de visitações ao horto medicinal, chegando a 1.000 pessoas atendidas em 12 palestras, três oficinas e brincadeiras educativas. Diante disso, explorar o tema plantas medicinais na educação ambiental nas escolas e no horto medicinal motivou o público alvo a desenvolver trabalhos na área, contribuindo assim com uma maior sensibilização das pessoas sobre o tema. O conhecimento popular sobre plantas do Cerrado como subsídios para propostas de Educação Ambiental na área urbana de Martinésia (Uberlândia - MG) foi estudado e verificou-se que os estudantes da região analisam esta temática inserida com fatores físicos e biológicos, como o clima e o cultivo de espécies nativas [4]. Entretanto, também se devem levar em consideração os fatores da comunidade estudada, como: socioeconômicos, educacionais e culturais. Conclusões Dessa forma, as pesquisas e trabalhos em educação ambiental que envolva os saberes relacionados às plantas medicinais têm a possibilidade de promover religações significativas e desencadear transformações socioambientais mais efetivas, estabelecendo uma relação racional entre o uso de plantas e a cura de doenças. Agradecimentos Aos alunos e aos professores das Escolas Estaduais que participaram assiduamente deste trabalho. Referências Bibliográficas [1] Jacobi, P. 2003. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Caderno de Pesquisa 2(118): 189-216. [2] Favila, M.A.C. & Hoppe, J.M. 2011. As plantas medicinais como instrumento de educação ambiental. Monografias ambientais 3(3): 468-475. [3] Brasil. Ministério da Saúde. 2009. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde. 136p. [4] Borges, M.R. 2009. Conhecimento popular sobre plantas do Cerrado como subsídio para propostas de educação ambiental. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. p.120.