16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis O livro infantil como objeto de estudo da cultura visual na escola Anelise Zimmermann Mestranda em Artes Visuais, UDESC Resumo: O presente artigo trata da importância do emprego de elementos da cultura visual em atividades escolares nas disciplinas de Artes Visuais, como já assinalado por Hernández (2000). Entre as diversas possibilidades citadas por ele como objetos de estudo, destaco as ilustrações de livros infantis, elementos estes muitas vezes ignorados em sala de aula. Assim como Hernández, saliento a importância da avaliação e seleção desse material e, para tanto, sugiro a utilização dos critérios apontados pelo mesmo autor, estabelendo também, comparações entre os mesmos e alguns depoimentos dados por escritores, ilustradores e crianças sobre a qualidade das publicações. Complementando o estudo, faço uso das teorias de Vygotsky no que diz respeito ao desenvolvimento infantil, imaginação e criatividade. Palavras-chave: cultura visual, livro infantil, ilustração, ilustrador, imaginação. Abstract: This article shows the importance of using elements presents in our visual culture in school activities during Visual Arts classes, as previously mentioned by Hernández (2000). Among many possibilities, the children's book illustration are emphasized here, although, it is known that, in most of the cases, they are completely ignored during the classes. Considering Hernández ideas, it is showed the importance of the evaluation of this material. Regarding this fact it is suggested the use of the Hernández criterions for this selections. Trying to relate these criterions to the reading books, it is established comparisons among them and some personal accounts given by writers, illustrators and young readers talking about the quality of the books. The children's imagination development theories of Vygotsky are also used as a way to complement the study. Keywords: visual culture, children’s book, illustration, illustrator, imagination. A “Era das Imagens” e a cultura visual Há muito tempo os presságios da invasão das imagens em nosso cotidiano de forma avassaladora são anunciados, tentando nos preparar, ou ao menos nos levar a questionarmos as conseqüências de todo esse processo. É o que Heidegger chama de “ascensão desconcertante da imagem” na chamada “The Age of the World Picture” (MARTINS in: OLIVEIRA e HERNÁNDEZ, 2005, p. 137), ou “chuva ininterrupta de imagens” como nos fala Calvino (1990, p. 73), que em seu livro Seis Propostas para o próximo milênio (1990), aponta a “visualidade” como uma das características marcantes da informação nosso século, dispensando um capítulo inteiro ao assunto. 693 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis A relação entre homem e imagem, que deveria ocorrer a partir de uma postura crítica, passou, entretanto, a dar-se de uma maneira completamente passiva. Deixamo-nos seduzir pelas imagens e elas passaram a tomar conta de nosso dia-a-dia como algo totalmente natural. Quando saímos à rua damos de cara como outdoors gigantescos mostrando-nos o estilo de vida que deveríamos ter, onde morar, o que comer e como nos vestir. Quando chegamos em casa, como num gesto completamente automático, ligamos a televisão muito antes de tirarmos os sapatos, e além disso, nos não contentamos com as imagens despejadas por apenas uma emissora; o zapping é praticamente inevitável. É inegável nossa postura completamente passiva perante essa situação, contrastando gritantemente com a reação de desconfiança das pessoas em relação à fotografia logo após o seu descobrindo (1835) e que, por mais de meio século que se seguiu, considerada uma devoradora de almas. Hoje vemos pessoas que se expõem 24 horas por dia em programas de TV ou sites na internet sem receio da exibição de suas imagens ao mundo todo. Esse, entretanto, é um rumo tomado pela humanidade com o qual temos que conviver, pois, por mais que o critiquemos, fazemos parte da construção desse processo. Colocarmo-nos do lado de fora, como meros observadores, eximindo-nos de nossa culpa ou simplesmente de nossa participação é tentar mascarar o problema como se fosse alheio, desconsiderando-nos como somos seres influenciados e influenciadores. Como apontando por Vygotsky (2003) “tudo o que nos rodeia e foi criado pela mão do homem, todo o mundo da cultura (...) é produto da imaginação e da criação humana” (2003, p. 10), resultado das relações do homem com o meio que o cerca e a sociedade na qual convive, estando estes produtos impregnados de significados construídos através dos tempos e em constante modificação. Já, considerando o que podemos aprender com as manifestações visuais que nos rodeiam, Hernández (2005) nos diz que estas “são portadoras e mediadoras de posições discursivas que contribuem a pensar o mundo, pensarmos como sujeitos, e que fixam a realidade de como olhar e ser olhado” (HERNÁNDEZ, 2005, p. 38) e servem como “referência para pensar de forma 694 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis crítica o momento histórico no qual vivemos e revisar o olhar com o qual construímos o relato sobre outras épocas a partir de suas representações visuais” (ibid, 38). Decorre daí a relevância dos estudos e atividades desenvolvidos por educadores das Artes Visuais envolvendo a chamada cultura visual em sala de aula, com crianças e jovens, buscando prepará-los para uma postura mais crítica frente a essa “era das imagens”, levando-os a se verem nela como também agentes e não apenas receptores. Buscando estabelecer uma relação entre a cultura visual e o ensino das artes, Hernández (2000) destaca: “a noção de cultura visual é interdisciplinar e busca referenciais da arte, da arquitetura, da história, da mediatologia i , da psicologia cultura, da antropologia, etc. e não se organiza a partir de nomes de artefatos, fatos e sujeitos, mas sim em relação a seus significados culturais.” (HERNÁNDEZ, 2000, p. 134) Dessa forma, também os objetos da cultura visual participam das “mudanças nas noções de arte” (HERNÁNDEZ, 2000, p. 134) como elementos mediadores. São eles definidos como aqueles criados pelo homem “com finalidades estéticas, simbólicas, rituais ou político-ideológicas”(ibid, p. 134), ou ainda “finalidades práticas dirigidas ao sentido do olhar (ibid, p. 134). Dentro desse campo de estudo se enquadram os mais variados tipos de produtos visuais, como revistas, anúncios de publicidade, outdoors, roupas, programas de TV, videoclipes, fotografia, desenhos animados, filmes, livros, panfletos distribuídos na rua, capas de caderno, entre tantos outros. É nesse panorama que venho destacar o livro infantil, mais especificamente a ilustração de livros destinados a crianças, e justifico minha escolha baseada em diversos fatores que considero relevantes referentes a esse produto. Primeiramente, o livro infantil é produzido para fazer parte do universo da criança nas idades em que a mesma está desenvolvendo a linguagem, e, portanto, como apontado por Vygotsky (1989), período bastante rico na formação de símbolos, estabelecimento de significados ii e sentidos iii , 695 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis participando de seu “intercâmbio social” e formação do “pensamento generalizante” (VYGOTSKY, 1989). Em segundo lugar, o livro, comparado a outras mídias, como por exemplo, a TV, apresenta características físicas que lhe permitem uma observação pausada, possibilitando ao leitor determinar o “seu tempo” de atenção e reflexão para cada página, personagem, e todo e qualquer elemento que compõe uma imagem, além de permitir o retorno do observador às páginas anteriores quantas vezes lhe for desejado, com extrema facilidade. Mais ainda, o livro infantil já faz parte do cotidiano escolar, apesar de estar, na maioria das vezes, relacionado à aprendizagem apenas da “palavra escrita”, desconsiderando-se os significados de suas imagens, ou seja, seu “texto visual” iv . Por fim, sabemos que um dos grandes e mais importantes estímulos à leitura, principalmente nas idades iniciais, são as ilustrações. Geralmente quando conversamos com adultos que possuem o hábito da leitura originário da infância, fazem parte de seus discursos observações sobre as capas ou as ilustrações dos seus livros preferidos, nas quais se perdiam por muito tempo, destacando-os como elementos realmente marcantes. Outro exemplo desse fato pode ser facilmente constatado ao entrarmos em uma livraria e observarmos o setor infantil; as crianças, na maioria dos casos, não ficam fascinadas pelos títulos dos livros e muito menos pelos textos que contêm, mas sim pelas ilustrações. Considerando que estas imagens irão fazer parte do repertório visual da criança, parece-me contraditório, entretanto, que nas escolas, a maioria dos títulos que compõem a biblioteca seja escolhida apenas considerando seus textos verbais, sendo geralmente parte de atividades das disciplinas português ou literatura, utilizados apenas como recurso para exercícios do tipo “leia e resuma”. Aqui, portanto, destaco a importância dos livros infantis envolvidos em atividades de aula da disciplina de Artes Visuais, com o objetivo de se analisar, questionar, buscar interpretar e discutir suas ilustrações inseridas em uma perspectiva que coincide com a cultura visual. Entretanto, considerando o que foi apresentado, como selecionar estes livros? Hernández (2000) apresenta algumas características que podem servir 696 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis como critérios de seleção de imagens da cultura visual em geral e que, acredito, possam ser perfeitamente aplicadas à seleção de livros infantis considerando suas ilustrações. Estes mesmos não se apresentam fechados, mas como possibilidades. São eles: "1. Ser inquietante. 2. Estar relacionadas com valores compartilhados em diferentes culturas. 3. Refletir a voz da comunidade. 4. Estar abertas a múltiplas interpretações. 5. Referir-se à vida das pessoas. 6. Expressar valores estéticos. 7. Fazer com que o expectador pense. 8. Não ser herméticas. 9. Não ser apenas a expressão do narcisismo do artista. 10. Olhar para o futuro. 11. Não estar obcecadas pela idéia de novidade." (HERNÁNDEZ, 2000, p. 140) Se compararmos estes critérios aos apresentados por escritores, editores e profissionais envolvidos na área editorial, referindo-se à qualidade em literatura infantil, veremos que é possível estabelecermos algumas relações entre ambos. No segundo caso, estes geralmente estão associados ao texto verbal, podendo, porém, em minha opinião, serem transpostos às ilustrações. O escritor Bernardo (OLIVEIRA, 2005) no livro “O que é qualidade em literatura infantil e juvenil?” apresenta algumas formas de avaliação da “boa” ficção. São elas: “a ficção é boa, se e somente se, não tem tudo a ver com a realidade, isto é, se souber nos apresentar a suposta realidade sob nova perspectiva, sob nova face (...); um livro de ficção é bom quando deixa aquele gosto forte de ‘quero mais’ (...) isto é, quando a leitura nos motiva a reler aquele livro, a ler outros livros, ou mesmo a ficar pensando na história por horas e horas (...); um livro de ficção é bom se a cada vez que o lemos ele desperta entendimentos e sensações diferentes, ou seja, se ele é tão dinâmico e plurissignificativo quanto a vida confusa, mas interessantíssima, que vivemos(...); ficção é boa, se e somente se, não tem tudo a ver com o leitor, ou seja, se ela leva o leitor a vivenciar uma catarse v completa, tornando-o diferente, quiçá melhor, do que era antes da leitura.” (BERNARDO in: OLIVEIRA, 2005, p. 22) 697 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis Complementando ainda com alguns depoimentos de crianças falando sobre o consideram “bons livros” encontramos também outros semelhanças entre estes diferentes critérios de avaliação. Tatiana Belinky, escritora de livros infantis (OLIVEIRA, 2005) nos relata o depoimento de sua neta de 8 anos: “livro que não dá pra rir, não dá pra chorar, não dá pra ter medo, não tem graça (ibid, p. 186). Já um aluno em uma das palestras da também escritora Ana Maria Machado dá o seguinte depoimento sobre como consegue identificar um “bom livro”: “É muito fácil. Livro bom é um livro cheio de surpresas, que a gente lê sem adivinhar o que vem depois (ibid, p. 178). Já, Ken, um menino americano de 10 anos, diz: “Eu gosto das ilustrações em livros que o artista faz parecerem reais de um jeito e não reais de outro vi ” (FISHEL, 2001, p. 68). E quanto ao ilustrador, considerando este responsável pela criação de cultura visual, poderia ele também aplicar tais critérios no desenvolvimento de seus projetos? Tive a oportunidade de assistir a uma palestra do ilustrador Quentin Blake na Inglaterra com o título de “What the illustrators think about”, ou seja, “Sobre o que o ilustrador pensa”, título este que na época achei bastante curioso. Hoje o mesmo me parece bastante propício para estabelecermos tais critérios, levando o ilustrador a pensar sobre o que faz, por que faz, como e para quem, não como regras fechadas de conduta e criação, mas como um ponto de partida para uma reflexão, comprometendo-se com seu trabalho e seu público. É possível perceber a existência dessa preocupação no discurso de muitos profissionais da área, mesmo não sendo esta consciente ou parte metodológica dos seus trabalhos, mas como uma real busca de entendimento com à criança e cuidado com o que lhe é oferecido, tentando dar-lhe “algo mais” do que simplesmente uma imagem colorida. No discurso da ilustradora brasileira Angela Lago (2006), por exemplo, encontramos: “não me preocupo com que a criança entenda tudo, porque eu tampouco entendo tudo. Prefiro que ela se perca, a que encontre um trajeto sem novidade ou surpresas” (LAGO, 2006, p. 01), fazendo, com isso, que a leitura de suas imagens seja o que Hernández (2000) chama de “inquietante”. 698 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis Outro importante ilustrador nacional, Rui de Oliveira menciona: “sempre almejo que a interpretação que tenho do texto não seja única” (OLIVERIA, 2006, 01), o que está diretamente relacionada com o critério apontado por Hernández como “estar abertas a múltiplas interpretações” (HERNÁNDEZ, 2000, p. 140), ao que Bernardo (in OLIVEIRA, 2005, p.22) denominada como “dinâmico e plurissignificativo” e ao que encontramos em um dos depoimentos de crianças: “livro bom é um livro cheio de surpresas” (ibid, p. 178). Além disso, Rui de Oliveira (2006), falando sobre o que ele mesmo chama de seu “método de abordagem” (OLIVERIA, 2006, 01), diz: “Penso que o ato de criação de imagens se origina não diretamente na palavra, mas no entre - palavras. Daí vem minha preocupação em criar para cada texto uma imagem adequada, que muitas vezes está de acordo, ou não com meus gostos pessoais, ou com a minha visão de arte.” vii (ibid, p. 01) Aqui é possível perceber o comprometimento do ilustrador com a história contada e seu público, fugindo de qualquer visão narcisista, item também apontado por Hernández (2000) na escolha de imagens. Como outro exemplo, encontramos no discurso do o ilustrador inglês Benson o seguinte comentário a respeito de seu trabalho: “A coisa mais importante para um ilustrador é fornecer muitas dicas visuais, pedaços de informações - como pistas- que vão funcionar como um trampolim para a imaginação e ajudar a criança a visualizar o meio no qual a história está acontecendo.” viii (BLAKE, 2003, p. 38) Nessa fala podemos encontrar relação, entre outros, com os seguintes critérios apontados por Hernández: “fazer com que o expectador pense” e “não ser herméticas” (HERNÁNDEZ, 2000, p. 140), pois esse ilustrador busca trabalhar, não com informações completas, e sim com “pistas”, para que o leitor também participe da construção das histórias. 699 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis Considerações finais Destacando a importância de se trabalhar os produtos da cultura visual por professores nas escolas, nas disciplinas de Artes Visuais, como apontado por Hernández (2000), a fim de prepararmos os alunos para assumirem uma postura crítica frente ao bombardeio constante e cada vez maior das imagens é que venho a ressaltar a ilustração do livro infantil como uma das possibilidades de objeto de estudo para a prática dessas atividades. Aqui, considero as ilustrações dos livros também elementos integrantes das histórias, ultrapassando meras funções decorativas, contribuindo também com o desenvolvimento da imaginação da criança e com a construção de significados, além de enriquecer o seu repertório visual. Percebo certa escassez de materiais que tratem da imagem e suas relações com o entrecho verbal nos livros infantis. Entre alguns disponíveis está a pesquisa de doutoramento de Breves (1996), "O livro de imagens: um (pré) texto para contar história", que assinala a sua compreensão de que a ilustração é também uma experiência estética, aliando imagem, palavra e desenvolvimento infantil, problematizando a leitura visual na aprendizagem da mesma. Considerando tais aspectos é que, assim como Breves (1996), faço uso das teorias de Vygotsky, no que diz que respeito ao processo de imaginação e criatividade da criança como leitor de livros. Por fim, assim como Hernández (ibid) destaco a importância de uma seleção criteriosa desse material a ser usado em sala de aula, e para tanto, utilizo os critérios por ele apresentados, relacionando-os às ilustrações dos livros, intenções de ilustradores, além de considerações feitas por escritores e jovens leitores sobre o que consideram ser um "bom" livro, ou seja, aquele que desperta a imaginação e prende o leitor. 700 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis Notas finais i Mediologia, segundo Debray corresponde "a disciplina que tem por tarefa explorar as vias e os meios de eficácia simbólica" (apud HERNÁNDEZ, 2000, p. 134). ii Significado: "refere-se ao sistema de relações objetivas que se formou no processo de desenvolvimento da palavra (...) compartilhado por todas as pessoas que a utilizam". (OLIVEIRA, 1997, p. 50). iii Sentido: "refere-se ao significado da palavra para cada indivíduo, composto por relações que dizem respeito ao contexto de uso da palavra e às vivências afetivas do indivíduo". (ibid, p. 50). iv Na semiótica discursiva, denominada greimasiana (GREIMAS, 2005) a terminologia "textos" é empregada referindo-se a toda e qualquer estrutura narrativa, seja ela formada por imagens ou palavras. v Para o autor "o processo de catarse é (...) um processo do reconhecimento de si mesmo como alguém que há pouco não se era, isto é, um processo de produção dinâmica (OLIVEIRA, 2005, p. 22). vi Trad. livre da autora. “I like illustration in books that the artist makes look real in a way and not real in a way” vii Grifo da autora. viii Trad. livre da autora. "I think the most important thing an illustrator has to do is to provide lots o visual clues, bits of information - rather like snapshots - that will act as sort of springboard for the imagination and help the child to visualise the surroundings in which the story is happening." Referências ARSLAN, Luciana Mourão e IAVELBERG, Rosa. Ensino de Arte. São Paulo: Thompson Learning, 2006. BLAKE, Quentin (selec.). Magic Pencil. Children’s book illustration today. London: The British Library, 2003. BREVES, Maria Tereza. O livro de imagens: um (pré) texto para contar história. Tese de Doutorado. UFSCAR,1996. CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo: Cia das Letras, 1990. FISHEL, Catherine. Designing for children. Marketing design that speaks to kids. Gloucester: Rockport Publishers, Inc., 2001. GREIMAS, Algirdas J. & Joseph COURTÉS. “Semiótica Figurativa e Semiótica Plástica”. In: OLIVEIRA, Ana Claudia (org), Semiótica Visual, São Paulo: Hacker, 2005. HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. LAGO, Angela. Artigos. Disponível em: www.angela-lago.com.br Acessado em: Setembro, 2006. OLIVEIRA, Ieda de. (org.) O que é qualidade em literatura infantil e juvenil? Com a palavra o escritor. São Paulo: DCL, 2005. OLIVEIRA, Marilda Oliveira e HERNÁNDEZ, Fernando (orgs.). A formação do professor e o ensino das artes visuais. Santa Maria: Editora UFSM, 2005. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky. Aprendizagem e desenvolvimento - um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1997. 701 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas Dinâmicas Epistemológicas em Artes Visuais – 24 a 28 de setembro de 2007 – Florianópolis OLIVEIRA, Rui. Como vejo a arte de ilustrar e as intenções do meu trabalho. Disponível em: www.doceletra.com.br/ruideoliveira/ Acessado em: Janeiro, 2007 VIGOTSKY, Lev Semenovich. La imaginación y el arte en la infancia. Ensayo psicológico. 6. ed. Madrid : Akal, 2003. _________________________. Pensamento e linguagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. Currículo Resumido Anelise Zimmermann é mestranda em Artes Visuais do Centro de Artes da UDESC, orientada pela Profª Drª Neli Klix Freitas. Possui graduação em Programação Visual (2001) e em Publicidade e Propaganda (1997) pela UFSM, especialização em Marketing pela UNIP (2005), além de ter participado do curso Children’s Book Illustration na University of the Arts London (2005). 702