José João Pereira Dias Vasques Cepêda Trabalho Realizado Por: José João Pereira Dias Vasques Cepêda Título: “ Esproarte – 15 Anos de Música em Mirandela” P.A.P Sob Orientação de: Prof. José Luís Postiga Esproarte Escola Profissional de Música de Mirandela 2005/2006 "Devemos ter sempre velhas lembranças e novas esperanças." Houssaye "A mudança tem início quando alguém vê a próxima etapa." William Drayton "Hastes de trigo, cheias de grãos, aprendem a curvar a cabeça." Provérbio Chinês Agradecimentos Inicio por todos aqueles que até este momento, contribuíram para este modelo de ensino na minha cidade, permitindo-me um dia optar pelo mesmo. Ao professor José Francisco, o grande responsável pela escolha do estudo do “violoncelo”, pela partilha do conhecimento nos primeiros cinco anos. Ao professor David Cruz, os ensinamentos finais, o apoio, o incentivo e ajuda técnica que me tem dado neste ultimo ano. A todos os professores que me acompanharam durante estes seis anos, pela transmissão dos conhecimentos adquiridos, pela amizade, compreensão e tolerância, em especial à professora Svetelana, a amiga, a confidente, “a mãezinha da escola”, pela paciência que teve para comigo, pelas vezes que me ouviu e aconselhou e à professora Antonieta Rodrigues pelos raspanetes que me deu, como incentivo ao melhor sucesso, pena foi, que não correspondi tanto quanto deveria, mas valeu a pena ouvi-la pela amizade e preocupação por nós demonstrada. Aos funcionários da escola, pela sua boa – vontade e prontidão. A todos os colegas, pelos momentos passados em conjunto, pela amizade construída e pela solidariedade partilhada. Às funcionárias e responsáveis da Biblioteca Municipal de Mirandela, pela ajuda e pela permissão dada, para consulta dos jornais existentes na Hemeroteca, donde extraí grande parte deste trabalho. Aos entrevistados, pela gentileza que tiveram, no preenchimento do questionário, como também aos que o receberam e por razões várias, o não fizeram. Ao meu orientador da P.A.P Prof. José Luís Postiga, pelo incondicional apoio, pela disponibilidade, opiniões e ensinamentos que deram corpo a este trabalho. Os momentos bons e menos bons que nesta escola passei, começam já a fazer parte de “Velhas Lembranças”, conducentes a “Novas Esperanças”, na minha vida. Uma nova etapa se avizinha e na hora da mudança curvo a minha cabeça perante todos os que me acompanharam ao longo destes seis anos. A todos bem hajam. Zé João Dedico este trabalho final aos meus pais e irmãos pelo apoio, estímulo e coragem que me têm dado. À Sara pela dádiva de Amor. Índice Introdução ........................................................................................................... 7 Como nasceu a Esproarte................................................................................... 9 Mirandela vence candidatura ............................................................................ 11 Divulgação/Promoção do Projecto .................................................................... 13 Direcção e Corpo Docente ................................................................................ 15 Os Pioneiros da Esproarte ................................................................................ 17 Inauguração da escola ...................................................................................... 17 Actuações, Participações, Promoções, ............................................................. 19 Intercâmbios...................................................................................................... 19 Novo Rosto Para a Escola – 1991/92 ............................................................... 24 Esproarte tem novo Presidente ....................................................................... 29 Localidades Nacionais e Estrangeiras Que Serviram de Palco à Esproarte: .... 31 Personalidades que ouviram a «Esproarte» ..................................................... 32 Concertos em parceria ...................................................................................... 33 Gravações – Programas/ CD ............................................................................ 34 Professores que Leccionaram entre 1990/2006................................................ 35 Directores Pedagógicos e Artísticos.................................................................. 39 Estágios/ Master-Class/ Convidados................................................................. 39 Compositores, Obras e Respectivos Estilos Estudados.................................... 43 Análise das Entrevistas ..................................................................................... 53 Em jeito de Conclusão ...................................................................................... 56 Pesquisa Bibliográfica ....................................................................................... 57 Anexos .............................................................................................................. 59 Introdução Este estudo reflecte sobre os anos decorridos entre o lançamento da Esproarte – Escola Profissional de Música de Mirandela e os tempos hodiernos. A sua origem, os seus impulsionadores, os directores e professores, obras estudadas e respectivos compositores, dificuldades, sucessos, as relações afectivas dos intervenientes, digressões, actuações, personalidades que nos ouviram, comentários que se fizeram, artigos que se escreveram, entrevistas efectuadas, deram corpo a este trabalho. Foram os seguintes objectivos que nortearam este trabalho de investigação: • Saber a origem da escola onde estudo; • Conhecer os seus impulsionadores e precursores; • Aprofundar o conhecimento dos autores e obras estudadas; • Descobrir, contactar e reunir os antigos alunos. Na primeira parte deste trabalho desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de vários jornais que publicaram e noticiaram sobre a Esproarte, desde a sua origem até ao presente. Os dados apresentados, foram recolhidos na Hemeroteca da Biblioteca Municipal de Mirandela. Na segunda parte analisamos as obras, estilos e compositores trabalhados. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 7 Numa terceira parte, partimos até onde nos foi possível, ao encontro daqueles que pela Esproarte passaram, para nos darem o seu testemunho e falarem da importância desta escola nas suas vidas. Utilizámos o método de entrevista e questionário para a recolha destes dados. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 8 Como nasceu a Esproarte A Esproarte, Escola Profissional de Arte, está sedeada no coração do conjunto de concelhos denominados por “ Terra Quente Transmontana”, situada no centro geográfico de imensa região de Trás-os-Montes e Alto Douro, propriamente na cidade de Mirandela. Mirandela, é a sede de um extenso concelho que ocupa uma área aproximadamente de 674 km2 e engloba 105 aldeias agrupadas em 37 freguesias A abertura do IP4 facilitou o acesso ao interior, influindo no desenvolvimento global do meio, incluindo o sócio-cultural. Por sua vez a nível nacional, dá-se uma viragem favorável no domínio cultural e artístico e na área da música, novas portas se abrem. Surge um novo conceito no investimento Educativo/Cultural que é lançado por um gabinete de Educação Tecnológica, Artística e Profissional (GETAP) com a criação de escolas profissionais de Música. A apatia sentida no campo musical e artístico durante décadas, tem com a criação destas escolas, a procura de novos talentos. Imbuído neste espírito de advento cultural, aliando a edificação do Auditório Municipal com salas apropriadas para o ensino artístico, mais a sala com capacidade para quatro centenas e meia de ouvintes, nasce a ideia da Escola de Música em Mirandela. O embrião deste projecto, começa ainda com presidente Marcelo Lago, isto no final do seu último mandato (1989). José João Pereira Dias Vasques Cepeda 9 Este projecto é muito ambicioso para um meio, onde o estilo predominante da região está enraizado no Folclore e Bandas Filarmónicas e com um nível cultural muito baixo. É de facto com o sucessor de Marcelo Lago, o emblemático e já falecido Doutor José Gama, homem de visão, atento aos sinais dos tempos e apostador do progresso, que não se poupa a esforços para implantar na sua cidade, a “Esproarte“ que metaforicamente apelidou de “Menina dos seus olhos“, pelo orgulho sentido na luta travada pela conquista da instituição, bem como, pelo desenvolvimento, crescimento e acompanhamento dos sucessos e progressos que a escola ia tendo no seio artístico nacional, o que o envaidecia, como se de um filho se tratasse, a ser observado por um “pai babado“. Dizia para um entrevistador: “É verdade também que uma das grandes apostas deste executivo é a criação de uma escola profissional de Música em Mirandela. E devo dizer-lhe, pelas notícias que me chegam, temos fortíssimas hipóteses de ver esse novo projecto aprovado pela GETAP. Temos um projecto seriamente estruturado, temos instalações óptimas para essa escola profissional de música, que tem paralelismo pedagógico e devo dizerlhe que neste momento há apenas duas escolas profissionais de Música em Portugal, portanto Mirandela poderá ter a terceira Escola Profissional de Música. Houve por parte das autarquias, cerca de trezentas candidaturas, mas como já lhe disse, pelas notícias que me chegam, temos fortíssimas possibilidades de ter a nossa escola de Música. Isso trará para Mirandela uns cerca de trinta e tal mil contos anuais da Comunidade Económica Europeia que, subsidia a totalidade praticamente deste projecto e obviamente, vai fazer de Mirandela um centro cultural importante. E Mirandela poderá ter a curto prazo a primeira orquestra de cordas. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 10 Espero que isso aconteça e que Mirandela possa ter essa boa notícia”. (Notícias de Mirandela 30/06/90) Esta seria a única Escola de Música de todo o Distrito de Bragança, caso fosse aprovado o projecto. Este ensino inovador tem por objectivo formar verdadeiros profissionais instrumentistas em instrumentos de cordas e criar por inerência “A Orquestra de Trás-osMontes, com sede em Mirandela” (José Gama, Mensageiro de Bragança, 20/07/90). A Esproarte nasce com o objectivo de despertar e sensibilizar musicalmente e acusticamente um novo estilo na região, diferente das bandas de música, das tunas, dos grupos musicais existentes, importantes no seio etnográfico e musical das gentes transmontanas. Mirandela vence candidatura O sonho tornou-se realidade. Mirandela ganha concurso e no ano lectivo de 1990/1991, arranca com a primeira turma de 7º ano. Sendo Mirandela um meio relativamente pequeno, imediatamente se espalha a notícia. A mensagem nem sempre era positiva e favorável, isto porque muitos não acreditavam numa vida longa para esta escola. Não seria de admirar, que qualquer grupo, ou acção envolta em raízes etnográficas, que chegasse a terras trasmontanas proliferasse, um ensino artístico que girasse à volta música clássica e erudita, talvez suscitasse dúvidas, pois não havia história, nem tradição do toque destes instrumentos na região. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 11 - “E como é que mãos rudes, vindas de gente rude e do campo, incultas artisticamente e culturalmente poderão tocar tais instrumentos?“ - “Isto é cultura? Sim, sim, se pegassem numa enxada e ajudassem os pais no campo, talvez tivessem mais sucesso na vida.“ Estes foram alguns dos ecos ouvidos, então! As expectativas do referido modelo, numa região carenciada e pouco sensibilizada para a área artística, começaram a emudecer os cépticos e a vitoriar os crentes e apostadores no referido projecto. Este projecto foi possível graças aos apoios do Feder, Ministério de Emprego e Segurança Social, Getap, FSE e Câmara Municipal de Mirandela. No ano seguinte abriram mais duas escolas, a de Almada e Lisboa. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 12 Divulgação/Promoção do Projecto 1º Descartável de Divulgação 1990/1991 Ultrapassadas barreiras, torna-se necessário fazer uma campanha de divulgação. A Câmara Municipal envia um documento que diz: José João Pereira Dias Vasques Cepeda 13 “A Escola Profissional de Música de Mirandela é uma escola particular oficializada com paralelismo pedagógico para o nível básico (7º, 8º e 9º anos) e destina-se aos alunos que vão frequentar o 7º ano de escolaridade no ano lectivo de 1990/91“. Por sua vez os alunos desta escola podem, em qualquer momento, ser transferidos para outras escolas, sem perda de ano lectivo, no caso de a adaptação não for a melhor. “Terminando o 9º ano na Escola Profissional de Música de Mirandela, os alunos terão duas opções: 1- Ingressar no curso complementar da Escola Profissional de Música (10º, 11º e 12º ano) junto ao qual terão um diploma profissional (nível 3); 2- Ingressar no curso complementar em qualquer outra escola secundária, seguindo outro curso. Pelas informações obtidas junto da Autarquia Mirandelense, a Escola de Música – Esproarte que irá funcionar em instalações apropriadas e pertencentes ao moderno e recém-construído Centro Cultural Municipal de Mirandela, acolherá jovens estudantes oriundos de toda a região, pelo que a residência do IASE, existente em Mirandela, irá acolher os candidatos que vierem do exterior”. (Jornal Terra Quente 01/02/90-Mirandela). “Uma promoção bem organizada e muito personalizada provou que uma escola com estas característica era muito bem aceite pela região em geral e considerada mesmo necessária”. (José Gama, Noticias de Chaves-15/07/1994). José João Pereira Dias Vasques Cepeda 14 Direcção e Corpo Docente Na fundação da escola, estiveram como animadores do projecto um número significativo de personalidades do meio artístico, cultural e social não só da localidade, como oriundos de outros pontos do país e de outras partes do “Globo”. Os Órgãos Directivo e Corpo Docente de 1990/1991 eram assim constituídos: Direcção Presidente: José Augusto Gama, Presidente da Câmara Municipal de Mirandela; Vice-Pres: Teresa Rocha, uma violoncelista diplomada pelo Conservatório Nacional de Lisboa; Vogal: Cândida Carvalho, Vereadora do Pelouro da Juventude. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 15 Na Direcção Administrativa e Financeira: Directora: Adelaide Fernandes Sub-Director: Abrunhosa e Sousa Na Direcção Pedagógica: Directora: Teresa Rocha Conselho Pedagógico Presidente: Teresa Rocha Delegados: Silvério Benigno Pires António Cunha e Silva Carlos Semedo Corpo Docente Professores da Área Artística: Anna Kratochvilova, diplomada com o curso de violino do Conservatório de Praga –Checoslováquia; António Azevedo Cunha e Silva, diplomado com o curso superior de violino do conservatório de Música do Porto; Gustavo Humberto Delgado, diplomado com o curso de violino dos Conservatórios de Buenos Aires e Moscovo; Carlos Semedo, Professor de Formação Auditiva e Formação Musical Arnold Allum, diplomado com o curso de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres. Luís Pipa, diplomado com o curso de Piano Professores da Área-Sociocultural Silvério Benigno Pires, Ana Rafael, Alda gama, Sofia Moreira, Augusto Ferreiro. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 16 Os Pioneiros da Esproarte Estes foram os vinte e nove primeiros, a descobrir este novo modelo de ensino – O Artístico – em terras transmontanas. Violinos: Celestina santos, Sandra grilo, Eliana Alves, Cláudio Ramires, Valter Alves, Elisa Moreira, José Joaquim, Adriana Ramos, Hugo Rodrigues, Sandra Tavares, Sónia Guerra, Adriana Sampaio, Anabela Queirós, Márcio Moreira, Susana Monteiro, Suzete Teixeira, Paulo Carvalho, Maria do Céu carvalho, Ângela Rodrigues e Artur Potencio. Violas D, Arco: José Barreiras, Sónia Santos, Sónia Alexandra e Olga Fragueiro. Violoncelos: Vasco Alves, Carla Dias, Paulo Caldeiras, Isabel Grilo e Hugo Correia. Inauguração da escola Com o corpo docente e discente formado, dá-se início ao ano lectivo 90/91, propriamente a 24 de Setembro. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 17 Oficialmente, a escola foi inaugurada durante as comemorações do 7º Centenário de Foral de D. Dinis, a 7 de Março de 1991, tendo presidido à inauguração o Secretário de estado da Reforma Educativa Pedro d`Orey Cunha e Meneses. No seu discurso o Dr. José Gama refere: “Tem hoje lugar também, a inauguração da Escola profissional de Música de Mirandela que representa um salto qualitativo importante no desenvolvimento cultural do Nordeste Transmontano. Isto só foi possível porque houve duas vontades que se equivaleram, de um lado a Câmara Municipal e do outro o Ministério da Educação. Este empreendimento é apenas um dos três actualmente em vigor existentes no país. Quero, em nome dos mirandelenses, por quem aqui estou e por quem aqui falo, agradecer ao senhor Governador Civil do Distrito de Bragança. Eng. Cruz de Oliveira velho amigo desta casa e ao Sr. Dr. Duarte Lima tudo o que fizeram para que a Escola Profissional de Música tivesse sido uma realidade. Foi na verdade um sonho que se concretizou. Falo em sonho porque já o meu colega Sr. Marcelo Lago, que aqui saúdo com de forma particular, havia desenvolvido contactos nesse sentido. … Mas na verdade pouco importa que seja o Marcelo Lago ou o José Gama a abrirem as portas desta casa. O que importa, isso sim, são as instituições porque estas ficam e os homens estão sempre em regime de passagem transitória. … Entendo também que em nome do rigor e da verdade tenho que salientar aqui o trabalho desenvolvido pelo Getap que também contribuiu decisivamente para que esta realidade se tornasse possível. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 18 Queria distinguir duas senhoras neste projecto. A minha vereadora a tempo inteiro Cândida Carvalho que tem sido a presença diária na escola de música, vivendo muitas horas do seu dia a dia com um entusiasmo contagiante e a Dr.ª. Teresa Rocha, directora pedagógica desta instituição que sem ela muito dificilmente esta escola teria arrancado no ano lectivo de 1990/91. E o meu apreço porque não somos muitos é também estendido à Sr.ª. Directora dos serviços financeiros, Dr.ª Adelaide pelo seu rigor sereno e a todos os professores e professoras, nomeadamente os professores estrangeiros ao lado de quem eu quero levantar aqui a minha bandeira da solidariedade. E aos funcionários e aos alunos que são a alma desta escola, aos alunos e aos pais que acreditaram neste projecto. Muito obrigados a todos. A cultura não é só o teatro de S. Carlos em Lisboa ou a ópera em Paris. A cultura está também nas escolas de música, nesta e nas outras de Portugal”. (Notícias de Mirandela, 31/03/91) Actuações, Participações, Promoções, Intercâmbios. A Esproarte e todos os que nela acreditaram, abriram um novo ciclo cultural, não só em Mirandela, como em toda a região transmontana e vizinhas. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 19 A 24 de Novembro de 1990, pelas 21h e 30m, precisamente a dois meses do inicio das aulas, os alunos acompanhados com os seus professores, estreiam-se no palco do Auditório do centro Cultural de Mirandela. Começam-se a ouvir as primeiras notas musicais, a avaliar o progresso dos alunos e o trabalho dos seus professores. Este acontecimento inédito, começa a revolucionar um novo estilo musical na região e a nível social as pessoas começam a afluir para o auditório, enchendo-o praticamente neste primeiro concerto, para assistir aos programas inovadores. O entusiasmo era tanto, que em cada separação dos andamentos, era motivo para uma salva de palmas. Também nesta atitude, a Esproarte veio “Educar” musicalmente o público, que passados alguns concertos, se começaram a aperceber do tempo certo, para aplaudi. Os alunos e seus professores, numa conjugação de esforços, começam a levar o nome desta escola e cidade para o exterior, aceitando todos os convites que lhe são feitos, aproveitando-os para fazer uma boa divulgação e José João Pereira Dias Vasques Cepeda 20 prospecção de mercado, com o intuito de fazer arrastar um grande número de alunos. A Esproarte chega à cidade de Mirandela para interagir com as instituições. A filosofia da Escola, era estar aberta ao meio local, nacional e internacional, conseguindo chegar mesmo a outros pontos do mundo. Em Fevereiro de 1991 com a colaboração da Biblioteca Municipal de Mirandela, enquadrado num programa de actividades culturais promove a exposição de Livros e Pintura sobre o tema “Música”, da responsabilidade de António Azevedo Cunha e Silva, professor de violino na escola. Em Junho de 1991 inicia uma “Tournée” de concertos na Região de Trásos-Montes. As Câmaras Municipais de Carrazeda de Ansiães, Chaves, José João Pereira Dias Vasques Cepeda 21 Alfândega da Fé e Vila Flor promovem esta iniciativa, dando cumprimento aos objectivos que visavam o enriquecimento cultural da Região. Também neste primeiro ano de vida, em colaboração com a Câmara Municipal de Mirandela e o apoio logístico do Auditório Municipal organiza uma séries de actividades culturais na cidade – Concertos com os alunos da Escola, convida músicos profissionais, organiza conferências, workshops sobre construção, reparação e manutenção de instrumentos de corda. Organiza uma exposição de arte, outra de instrumentos de corda e uma de livros de música. Termina as actividades lectivas para este primeiro ano com um Espectáculo de Ballet. Esta dinâmica, envolveu os alunos, professores e toda a comunidade com muito entusiasmo e a população de Mirandela e a região começam a saborear um novo estilo cultural. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 22 Assim se apresentou o programa 28/06/91- Auditório Municipal (Sala Pequena) Às 16 horas encontro com o Luthier – Jean Yves Matter. 29/06/91- Auditório Municipal (Sala Pequena) Às 10 horas encontro com o Luthier – Jean Yves Matter. 05/07/91- Auditório Municipal – Às 21.30h ---Inauguração da Exposição: A MOZART COM AMOR. Trabalhos realizados pelos alunos da Esproarte. Orientação do Prof. A. Cunha e Silva. - Comunicação sobre o Ensino Artístico. - Concerto pelos alunos da Escola Profissional de Arte de Mirandela. 6 A 13.07.91- Concertos Itinerantes Na Região. Direcção Arnold ALlum/ A. Cunha e Silva/ Carlos Semedo. - Alfândega da Fé - Chaves - Carrazeda de Ansiães - Vila Flor 08 A 12/07/91 – “ Semana Mozart” 08.07.91- Exposição: A MOZART COM AMOR. Trabalhos realizados pelos alunos da EsproarteBiblioteca Sarmento Pimentel. 10/07/91- Conversa sobre Mozart- Maestro Gunther Argelebe. Auditório Municipal (sala pequena) 18.30h 11.07.91- À Descoberta de Mozart Orientação do professor Carlos Semedo Biblioteca Sarmento Pimentel às 17h. “Mozart e Nós” Auditório Municipal Às 21.30h Alunos da Escola de Dança e Movimento de Matosinhos: Professora Luísa Ramos. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 23 Novo Rosto Para a Escola – 1991/92 Para promover a escola no 2º ano, foi elaborado um desdobrável muito sugestivo, onde aparecia na capa a fotografia dos alunos, tendo na sua retaguarda, as bandeiras da Comunidade Europeia. O texto de apresentação e divulgação surge em língua portuguesa e inglesa. Com uma certa visão de progresso, de querer fazer chegar o nome”Esproarte” e “Mirandela” a outros pontos do Planeta, a Dra. Teresa Rocha, então Directora Pedagógica, não se poupa a esforços, no trilhar os caminhos da fama e do sucesso. No segundo ano de vida da escola, os alunos foram submetidos a critérios de experimentação pedagógica em provas de concursos nacionais. Os resultados surpreenderam, pois muitos dos alunos concorrentes da Esproarte foram relevados pelo júri seleccionador. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 24 Dos alunos que concorreram à “Orquestra 92“ (das escolas de música nacionais) foram admitidos como efectivos, dois violinos, um violoncelo e um contrabaixo da Esproarte. A estes alunos, foram encontradas grandes capacidades artísticas, características para este tipo de trabalho, reforçando na prática, o que um dia o presidente José Gama dizia “um dos principais objectivos da escola: a preparação de instrumentistas para as carenciadas Orquestras Portuguesas.“ Outros, mais com características de solistas, participaram no Concurso da Juventude Musical Portuguesa, tendo sido seleccionados alguns alunos da Esproarte, bem como recebida, uma menção honrosa por parte de um aluno de violoncelo. Em tão pouco tempo de vida começavam os sucessos e os ecos eram cada vez mais favoráveis para esta escola acabada de nascer. Em 1993 continua a digressão pelo, Porto, Maia, Matosinhos, Aveiro, Castelo Branco, Covilhã, Bragança, Miranda do Douro, Lamego, Alfândega da Fé, Chaves, Vila Real, Cinfães do Douro, Moncorvo, Valpaços, Torre-de-Dona Chama, Vilarandelo, Freixo-de-Espada-à-Cinta, Carrazedo de Montenegro e Carrazeda de Ansiães. Esta série de vinte concertos, mostrou não só o bom trabalho executado pela Esproarte ao longo destes três anos, como começou a fazer escrever e falar o nome sonante desta pequena cidade do interior do país, “Mirandela”, mostrando assim a força deste concelho a transformar-se. É neste ano que começa a passar fronteiras e a pisar solo espanhol com a realização de um concerto na cidade de Zamora a convite da Câmara de Comércio e Industria daquela cidade. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 25 Em Julho deste mesmo ano para finalizar o ano lectivo é organizada uma semana cultural no auditório Municipal, onde é apresentado uma série de quatro concertos, com solistas, músicos de câmara e orquestra. Associaram-se outras manifestações artísticas: uma exposição de arte“ A Natureza das coisas, as coisas da natureza”, dos alunos das Oficinas de Arte Macedónia`s de Arte e Design de Matosinhos; um encontro com o compositor “Jorge Peixinho, um compositor na escola”; um dia com o Maestro José Luís Duarte, “ Uma comunicação sobre o fenómeno acústico – Luís Henrique; uma comunicação sobre a “Fauna Transmontana” tendo como orador Carlos Aguiar e duas sessões de cinema. No ano seguinte, o terceiro ano de vida da escola, voltam a concorrer para a Orquestra Portuguesa da Juventude, Orquestra 93 e concurso Jovens Músicos, onde foram seleccionados para a Orquestra 93 como efectivos, sete alunos da classe de violino, três alunos da classe de violoncelo e um aluno da classe de contrabaixo, que obteve o 3º prémio. Para a Orquestra Portuguesa de Juventude, são seleccionados neste concurso como efectivos, quatro alunos da classe de violino, um aluno da classe de violoncelo e um aluno da classe de contrabaixo. No Ano Lectivo de 1993/ 1994 – Abre o 1º Curso Básico de Instrumento de Sopro, para a classe de Flauta e Clarinete e o Curso Básico de Instrumento de Corda – nível 3. Novos horizontes se abrem e a escola começa a ganhar mais força, passando a ter 52 alunos. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 26 Neste ano são apurados como participantes efectivos, 19 alunos para a “Orquestra 9 4 e da classe de Contrabaixo um aluno obteve o segundo prémio do concurso” Prémio Jovens Músicos”. Em Junho de 1994 fizeram uma Digressão ao Canadá a convite da Edmonton Public Schools, realizaram-se uma série de 14 concertos incluindo alguns nas escolas de Edmonton e Alberta. Aproveitando esta estada no Canadá a orquestra fez um estágio com o violinista, maestro e pedagogo Thomas Rolston no Banff Centre of Arts, sendo nesta mesma cidade gravado o primeiro CD da escola. Neste mesmo ano foram realizados também, concertos em Salamanca, Segóvia e Valladolid. No ano lectivo de 94/95, a convite da Embaixada de Portugal em Angola – Cooperação portuguesa – e com o apoio do Hotel Meridien e da TAP a escola faz-se representar pelo grupo “ADLIBITUM” em Luanda. Realizaram concertos na Galeria Cenários, no Instituto Médio de Economia de Luanda e na Igreja Nossa Senhora dos Remédios. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 27 Fizeram uma gravação para a Televisão Angolana, programa “Gentes e Tons” de André Mingas. É também no ano lectivo de 1994/1995, que um aluno da escola é laureado com um prémio de grande mérito instituído pela fundação belga: No seguimento deste prémio, deu um concerto em finais de Janeiro na sala gótica do "Hotel de Ville", em Bruxelas, a convite da Fundação Maurice Raskin. com a colaboração do pianista Thomas Gaal. José Teixeira interpretou na ocasião obras de Beethoven, Saint-Saens e Max Bruch. Também em Junho de 95 a Esproarte participou num festival internacional em colaboração com o Coral de Letras da Universidade do Porto, no Festival Internacional da SOPETE, na Póvoa do Varzim. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 28 Esproarte tem novo Presidente Em 12 de Fevereiro de 1996, o Dr. José Maria Lopes Silvano, assume o lugar de Presidente da Câmara Municipal de Mirandela e também passa a ser o novo presidente da Esproarte. Também para o novo Edil, esta escola passa a ter um carinho e atenção especial. Serve de testemunho esta minha afirmação, o exemplar do Jornal de Notícias de 6/7/97, onde o repórter Fernando Seixas refere uma visita guiada à escola de música e no decorrer da mensagem diz “uma escola de que o presidente da Câmara Municipal, José Maria Lopes Silvano, acabara de falar com especial ênfase.” No ano lectivo seguinte, 1997/98 uma nova saída profissional é dada pela Esproarte a alunos que quisessem enveredar pelo estudo de Instrumentos de Sopro de Metal. Este novo passo, dá a possibilidade de se formar a Orquestra Sinfónica Esproarte, mas enquanto se preparam os novos alunos para a integrarem, a Orquestra «Esproarte», continua a cativar terras vizinhas e juntamente com o presidente da escola Dr. José Silvano, o director dos serviços culturais Dr. João Teixeira e o director financeiro da Esproarte, Dr. Carlos Pinto, rumam até Espanha para realizarem dois concertos, sendo recebidos” com todo o carinho e afectividade no Centro Cultural Caja de Burgos, pelos responsáveis da Junta de Castilla y León Dr. Pedro de Las Heras e Dr. Luís Hibañes”.( Notícias de Mirandela de 15/04/98) José João Pereira Dias Vasques Cepeda 29 Se os fundadores da escola mereceram destaque pela forma como conduziram todo o processo para a implementação da mesma, para o novo presidente, não deixa de ser menos merecido igual destaque, pela forma como tem gerido esta herança que recebeu. Projectar socialmente, criar uma imagem de marca sem problemas económicos e financeiros, qualquer um consegue fazer, desde que minimamente sensível para o projecto que pretende abraçar. Difícil, é ter boa vontade para dar continuidade a um projecto e encontrar problemas vários, tendo sido o financeiro o mais difícil de contornar, o que levou ao fecho da escola a “cadeados”, pela falta de pagamentos de salários e subsídios aos alunos. Em letras gordas, saem mais notícias nos jornais regionais e em alguns matutinos, mas desta vez desfavoráveis: O Jornal de Notícias de 17 de Março de 1999, dizia então: “ Segundo José Silvano, esta situação é uma "consequência" do processo de inspecções à gestão da escola, que "obrigou à suspensão dos pagamentos até estar clarificada a situação". O autarca, que preside há três anos, por inerência do cargo, à Direcção da escola, afirmou que, quando tomou posse, detectou "diversas irregularidades no pagamento de ajudas de custo, alimentação e dormidas aos docentes". Por esse facto, pediu uma inspecção aos ministérios da Educação e das Finanças, que vieram a confirmar as irregularidades e ainda detectaram "um incumprimento no pagamento do IVA e IRS, no valor de 30 mil contos". Na sequência destes acontecimentos, José Silvano demitiu a directora pedagógica e alguns dos elementos da Direcção da escola, que foi obrigada a terminar com o pagamento daquelas ajudas, consideradas ilegais pelos inspectores. O presidente da Câmara disse já ter comunicado ao Ministério da Educação a regularização das ilegalidades detectadas, esperando que as verbas que vão permitir regularizar os pagamentos em atraso cheguem "a qualquer momento". "A situação era de tal maneira grave, que existem 36 mil contos em dívida por aquelas ajudas, que o ministério se recusa a pagar por serem ilegais", frisou. … O director da escola salientou ainda que, nos primeiros cinco anos de actividade, a gestão era feita "à grande e à francesa", citando casos de docentes que "recebiam 500 contos por mês só destas ajudas". José João Pereira Dias Vasques Cepeda 30 Lendo o artigo anterior e outros que saíram, permitiu-me verificar, a boa vontade e interesse que este presidente tinha em dar continuidade à escola que tanto o orgulhava, pois recebendo-a tão endividada, canalizou vários esforços para que os vencimentos fossem sempre pagos e a instituição continuasse a proporcionar o sucesso aos seus alunos. “ Casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão”. Já antes, para fazer face às dificuldades, foi criada uma associação a “Artemir”, em 1998/99, constituída pela Câmara Municipal de Mirandela, Associação dos Socorros Mútuos dos Artistas Mirandelenses e Associação Comercial e Industrial de Mirandela, contando cinco partes para a C.M.M, duas para a ASMAM e duas para a ACIM, Localidades Nacionais e Estrangeiras Que Serviram de Palco à Esproarte: Alfândega da Fé; Aranda de Duelo (Espanha); Arouca; Ávila (Espanha); Bragança; Canadá; Carrazeda de Ansiães; Carrazedo de Montenegro; Castelo Branco; Cerva; Chaves; Cinfães; Coimbra; Condeixa – a – Nova; Covilhã; Escócia; Freixo de Espada à Cinta; Lamego; Luanda – Angola; Macedo de Cavaleiros; Matosinhos; Moncorvo; Murça; Penharanda de Bracamonte (Espanha); Peso da Régua; Porto; Sta. Marta de Penaguião; Tomar; Torre de Moncorvo; Valladolid – Espanha; Valpaços; Viatodos; Vila das Aves; Vila do Conde; Vila Flor; Vila Pouca de Aguiar; Vila Real; Vila Verde da Raia; Zamora (Espanha) José João Pereira Dias Vasques Cepeda 31 Personalidades que ouviram a «Esproarte» Sempre que Mirandela recebe uma personalidade pública, a Esproarte faz parte das honras da casa dos seus presidentes e a todos os convidados surpreende pela existência e qualidade do trabalho em terras do interior, tornando-se “ num grande cartaz da PRINCESA DO TUA”, como referia o repórter Arnaldo Pinto em 15/04/94, o que ainda hoje se mantém. Alberto João Jardim Dr. David da Fraga Iribarne (Político Espanhol) D. Duarte Duque de Bragança Dr. Mário Soares Ministra da Ciência e Ensino Superior, Dr.ª Graça Carvalho 1º Ministro Dr. Durão Barroso Ministro das Cidades, Dr. Isaltino de Morais Ministro da Educação, Dr. David Justino Ministro Fernando Nogueira Ministro Laborinho Lúcio Ministro Silva Peneda. Ministro do Turismo, Dr. Telmo Correia Subsecretário de Estado da Cultura, Prof. Doutor António de Sousa Lara Secretário de Estado da Reforma Educativa Pedro de Orey Cunha e Meneses. Bispo de Bragança, D. António Montes José João Pereira Dias Vasques Cepeda 32 Concertos em parceria 1990/1991 – Orquestra Nacional do Porto – Escola de Dança e Movimento de Matosinhos 1991/1992 – Actuação com a Orquestra Júnior de Orthez-França, 1992/1993 – Coro Misto do Conservatório de Castelo Branco 1994/1995 – Orquestra de Cordas “Singing Strings”, de Edmonton, Alberta (Canadá) 2001/2002 – Concerto com a Soprano Dora Rodrigues 2002/2003 – “Noite sideral” – Direcção de Artur Pinho 2003/2004 – Orquestra da Covilhã 2005/2006 _ Aproarte – Actuação com um grupo de Etnia Cigana, dirigido pelo maestro Paco Suarez – Sinfonia – Coral da Mudança op.6 Direcção de Artur Pinho (Coro Misto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Orfeão da Universidade de Aveiro, Orfeão de Vale de Cambra) – Actuação com “ Vitorino”. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 33 Gravações – Programas/ CD Fez uma gravação para a Televisão Angolana, programa “Gentes e Tons” de André Mingas. Gravaram o 1º CD no ano lectivo 1995/96 e o 2º em 2000/01, dirigido pelo maestro Roberto Pérez Foram entrevistados pela RDP no programa “ Jardim da Música” e Rádio Terra Quente. Em 2004, é gravado o programa da RTP 1, Praça da Alegria e a escola está representada por um grupo de Música de Câmara e pelo director, prof. José Francisco. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 34 Professores que Leccionaram entre 1990/2006 Piano Luís Pipa Tatiana Pavlova Helena Nunes José Augusto Reis Svetelana Tarassova Paula Susana André Oliveira Fiameta Faccini Francesca Serafini Elena Salamova Emanuel Andrizzi Álvaro Barriola Prática de Conjunto Petia Samardjiev Formação Musical, Auditiva, Análise e Técnicas de Composição, História da Música e Acústica Carlos Semedo Sandra Caleiro José Luís Postiga Ana Paula Lopes José João Pereira Dias Vasques Cepeda 35 Hugo Rodrigues Paulo Videira Eduardo Patriarca Daniel Pedro Oliveira Pedro Bento Gustavo Davico Ana Paula Davico Contrabaixo Alexandre Samardjiev Alexandre Storojouk Alexandre Ioff Hugo Correia Viola D`Arco David Lloyd Danuta Grossmanova Violino António Azevedo Cunha e Silva Anna Kratochvilova Gustavo Humberto Delgado José Tavares Pedro Queirós Duarte Faria José João Pereira Dias Vasques Cepeda 36 Hugo Rogrigues Marcus Lázaro Mariana Sampaio Paulo Carvalho Violoncelo Petia Sanardgi Arnold Allumm Andrzej Michalczyk José Francisco Dias Pedro Neves António Ferreira David Cruz Sopros Flauta Inês Fernandes Rosana Rodrigues Elisa Trigo Trompete Maciel Matos Trombone Nuno Scarpa José João Pereira Dias Vasques Cepeda 37 Trompa Ivan Kucera Ricardo Matosinhos Nuno Costa Tuba Nuno Machado Fagote Zsolt Pap José Pedro Figueiredo Oboe Ellen Telles Sandra Monteiro Ana Madalena Silva Clarinete Filipe Silva Iva Barbosa Hélder Tavares Cândida Oliveira Directores de Orquestra Arnold Allumm Pedro Queirós Roberto Peres Maciel Matos Pedro Neves José João Pereira Dias Vasques Cepeda 38 Professores da Área-Sociocultural Silvério Benigno Pires, Ana Rafael, Alda gama, Sofia Moreira, Augusto Ferreiro, Amélia Tavares, Otília Lima, Maria Gentil Vaz, Deolinda Ricardo, Cândida Ribeiro, Cláudia Pimentel, Fátima Colmeais, Antonieta Pinto, António Ferreira, Amélia Rodrigues, Maria José Beça, Hernâni Fidalgo, Virgílio Vicente, Angélica Pinto, Ivone Morais, Pedro Poças, Mercedes Martins, Maria Trigo, Helena Almeida, Ana Luísa Esteves, Cláudia Gama Directores Pedagógicos e Artísticos Teresa Rocha José Humberto Tavares Gustavo Humberto Delgado António José Andrade Amélia Tavares José Francisco Dias Estágios/ Master-Class/ Convidados Abel Pereira Alberto Gaio Lima Andezej Michalazgk André Gouseau José João Pereira Dias Vasques Cepeda 39 André Henry Aníbal Lima Artur Pinho Anthony Elliot Avelino Ramos Bernard Mathern Bertrand Rauolx Bohdan Sebestik Carlos Alves Carlos Riazuelo Carolino Carreira Diana Cabazan Doreal Foureau Eduardo Lala Eduardo Lucena Elias Arizcuren Ernest Schelle Ernest Ioffe Fernando Ribeiro Gary Daverne Gerardo Ribeiro Gerald Fishbach Gunther Arglebe Harvey Felder Herbert Weissberg José João Pereira Dias Vasques Cepeda 40 Hughes Hesteman Irene Lima Jacques Grimbert Jindrik Petrás Jorge Peixinho Jorge Trindade José David José Luís Duarte Leonardo de Barros Luís Henrique Manuel Teixeira Marcos Fregnani - Martins Maria de Macedo Marvin Rabin Max Rabinovitsj Michel Arrignon Miguel Graça Moura Miyo Inouye Nelson Alves Nuno Pinto Oystein Baadsvik Paco Suarez Paulo Barros Paulo Gaio Lima Pedro Queirós José João Pereira Dias Vasques Cepeda 41 Pedro Ribeiro Reinaldo Guerreiro Ricardo Averbach Ryszard Woycicki Saúl Silva Sérgio Carolino Serguei Aroutiounian Thiérry Tibault Thomas Rolston Vladimir V. Kouznetsov Zhakar Bron José João Pereira Dias Vasques Cepeda 42 Compositores, Obras e Respectivos Estilos Estudados BARROCO Lully –Minuetto -8ºano Rigaudon -8ºano Purcel – Horn pipe – 8ºano - Rondeau – 8ºano A. Vivaldi – Concerto em lá m para violino e orquestra -Esproarte - Concerto em sol m para violino e orquestra – Esproarte - Concerto para contrabaixo em ré maior nº9 op.3 –Esproarte - 4 Estações -8ºano - Concerto grosso op.3 nº8 –Esproarte - Concerto para 2 violinos, cordas e baixo continuo – orquestra de cordas - Gloria –Esproarte - Sinfonia nº1 em dó m -8ºano - Concerto em lá maior – Orquestra de cordas - Sinfonia “ alla rústica “ – Orquestra de cordas - Concerto em fá maior – Orquestra de cordas J. S. Bach – Jesus bleibet meine frend –Esproarte - Concerto para violino e orquestra em lá m –Esproarte - Coral –Esproarte - Concerto para 2 violinos e orquestra em lá m – Esproarte - Ária – orquestra de cordas Esproarte G. F. Haendel – Largo-8ºano - Water music-9º, 10º e 11ºanos - Hornpipe-9º, 10º e 11ºanos - Hallelujah chorus - Esproarte -sarabande e variações – 7ºano - Fuga – 8ºano - Music for the royal fireworks -8ºano - festmusike -8ºano Corelli – concerto grosso op. 6 Nº 7 -8ºano - Concerto grosso op. 6 Nº 10 - Esproarte - Concerto grosso op. 6 Nº 8 - Esproarte Haendel – festmusike -8ºano F. Geminiani – concerto grosso op. 3 Nº2 –esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 43 Sousa Carvalho – L’amore industrioso –esproarte Telemann -« la putain » -esproarte - Concerto suite -8ºano M. C. Charpentier –prelude « te deum » -orquestra de sopros ROMÂNTICO F. Schubert –rosamunde –esproarte -sinfonia nº8 –esproarte -sinfonia incompleta –esproarte Weber – coro dos caçadores da opera –esproarte Mendelssohn – sinfonia nº1 em dó maior –esproarte Brahms – danças hungaras nº5 e nº6 -10º e 11ºanos G. Bizet – L’ Arlésienne suite -8ºano - carmen, suite nº1 –Esproarte Schumman – sinfonia nº4 –esproarte Richard Wagner –die mistersinger von number – esproare Weber – coro dos caçadores da opera –esproarte L. V. Beethoven – hino da alegria – 8ºano - egmont – esproarte - Sinfonia nº1 – esproarte - Sinfonia nº5 – esproarte Elgar – land of hope and glory-8ºano -Larghetto- Esproarte -Pomp and circumstance- Esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 44 Seitz – concerto em ré maior –esproarte R. Korsakov – dança para acrobatas -9ºano - Capricho espanhol –esproarte Carl Bohm – perpetual motion -8ºano Grieg – dança norueguesa nº2 –esproarte - Dança norueguesa nº3 –esproarte - A morte de Ácia da suite –esproarte - Suite orquestral –esproarte - peer gynt suite nº1 –esproarte A. Dvorak – sinfonia do novo mundo –esproarte Mussorsky –gopak Slimacek –sonatina para cordas –esproarte J. Sibelius – poema sinfónico (finlandia) – esproarte M. Moussorgsky – quadros de uma exposição -8ºano –gopak T. Susato –two pieces from donserye – 8ºano C. Saint – Saens – pequeno Carnaval dos animais – 8ºano Tchaikovsky – abertura 1812 – 8ºano - Concerto para violino op. 21 – esproarte J. Strauss -Danubio azul – Esproarte -radetzky – marche – Esproarte -Pizzicato polka – Esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 45 PÓS-ROMÂNTICO Puccini – o mio babbino caro da opera –Esproarte - Gianni schicchi –Esproarte - crisantemi –Esproarte R. Strauss – assim fala Zarathustra -8ºano Gustav Holst –Brook green -8ºano G. Fauré –Élegie –esproarte MODERNISMO Benjamin Britten – sinfonia simples – Esproarte Prokofiev – Pedro e o lobo -8ºano A. Webern – suite nº2 do cats -9ºano - Pie Jesu -8ºano - Jesus christ – super star – orquestra de sopros - O fantasma da opera -8ºano C. M. Schonberg – les miserables – orquestra de sopros TRADICIONAL Tradicional –good king wenceslas -8ºano -rocking carol -8ºano -jingle bells -8ºano -bobby shaftoe-7ºano -london’s burning-7ºano -we wish you a merry Christmas-Esproarte -The first nowell –Esproarte -silent night-Esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 46 CLÁSSICO W. A. Mozart – marcha religiosa – 8ºano - jubilate deo – Esproarte - Ave verum – Esproarte - Serenata k. V. 525 – Esproarte - Serenata nº9 – Esproarte - Andante k. 315 – Esproarte - minuetto I e II – 8ºano - Divertimento nº3 – Esproarte - Abertura flauta mágica – Esproarte L. Mozart – hunting horn song – 7ºano - burleske – 7ºano Óscar Rieding- concerto para violino e orquestra em si menor –esproarte Clementi –sonatina para cordas -9ºano Diabelli – duas peças -8ºano C. P. E. Bach – sinfonia (Potsdam) –esproarte G. B. Sammartini – sinfonia em sol maior –esproarte Hummel – tango -8ºano SÉC. XX M. Rose – suite for the forth – 8ºano Jorge Salgueiro – ceremonial stereo – Esproarte Freitas Branco – suite Alentejana – Esproarte P. wilby – carol singer – 8ºano - The bird fancyer’s delight – 8ºano José João Pereira Dias Vasques Cepeda 47 R. A. P. - «… years ago …» - Esproarte - Três canções Eslovacas – Esproarte - Pequena suite – Esproarte - letania – Esproarte - Batuque – Esproarte - Fuga pr’a 1 gato – Esproarte - little ducks in a train – orquestra de sopros Rui Paulo Teixeira – stille nacht – Orquestra de cordas - Mudança – Esproarte R. Ramskill – Don Quixote rides again-7ºano J. Townsend – circo chegou a cidade -8ºano W. Hofeldt – toccatina –esproarte - Nocturno -esproarte Robert Frost –caper capriccioso –esproarte C. Nunez – apache –esproarte Gates – suite para orquestra de cordas –esproarte Keuning – canção do marinheiro –esproarte F. L. Graça L. Petiz – acordai –esproarte – procelas raivosas –esproarte B. Terreiro – baladas de neve –esproarte Wade – suite de natal –esproarte -Rocking carol –esproarte -On a peaceful night –esproarte -Greens leeves –esproarte G. Deakbardos – eli, eli … -esproarte P. Camerloher – sinfonia em sol maior –esproarte Samuel Adler –concertino para orquestra de cordas –esproarte Gary Daverne – A jazz burlesque –esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 48 Avandano – sinfonia em ré maior –esproarte Mancini – a pantera cor de rosa –esproarte Isaag –fiddles Tunes nº 3 -9ºano G. Farnaby –a toy-7ºano -tower hill-7ºano Mr. Popely- mr’s carey’s romance-7ºano Daniel Turk-serenade-7ºano M. Kocsar- danças de pozsony –esproarte - Danças nº3 –esproarte Richard Aylerling- musica do espaço –esproarte John Cameron- o cavaleiro branco e o dragão –esproarte Del Borgo –oxford overture –esproarte - Fantasia para cordas -8ºano Mc Cartney / Davis –Paul McCartney Liverpool suite –esproarte - Step inside love –esproarte - Yellow submarine-esproarte G. Gershwin –summertime -9º, 10º e 11ºanos - Lullaby para cordas -esproarte Hernani Aguiar – quatro momentos -9º, 10º e 11ºanos Scott Joplin –the strenuous life -10º e 11ºanos -The entertainer – orquestra de sopros H. Alpert –the Spanish flea -10º e 11ºanos Skalkottas – cinco danças gregas –esproarte David Rose –holiday for strings –esproarte Duke Ellington –it don’t mean a thing –esproarte José João Pereira Dias Vasques Cepeda 49 Vanghan Williams -4th parallel –esproarte Washington / Harline –when you wish upon a star –esproarte John Kander –New York, New York –esproarte Nepomuceno –serenata –esproarte Red Mc Leod –blue grass camp meeting –esproarte Villa – Lobos – preludio das bachianas –esproarte Somers - little suite for string orchestra –esproarte Davis / Onorati / Simeone –the little drummer boy –esproarte Leroy Anderson –the syncopated clock –esproarte John Higgins –the lion king –orquestra de sopros R. Sheldon –Fall River overture –orquestra sopros Arvo Part –sarabande – esproarte R. Conello –clarinando – orquestra de sopros D. Haddad –suite para tuba –orquestra de sopros M. Hanser –cradle song -7ºano P. M. Dubois – dança -7ºano -Carrilhão-7ºano J. Williams –jurassic park -7ºano -The Olympic theme of Atlanta –esproarte -John Williams in concert – orquestra de sopros H. Alschin – variações sobre um tema popular Hebreu -7ºano José João Pereira Dias Vasques Cepeda 50 E. Aguiar – momentos nº3 -9ºano - Tempo de cabocolinhos – 8ºano J. Podesva – allegro vive -9ºano P. M. Liebergen – the christmas light – esproarte Ulvacus / Andersson – highlight from chess – orquestra de sopros J. Chattaway –spanish fever –orquestra de sopros J. P. H. Sousa – the March king -8ºano L. Bernstein –west side story -8ºano J. C. Amoit – petit tat ova chez le roy -7ºano - Ballade du petit tato -7ºano Chris John – petit march -7ºano - On the Mississippi river -7ºano P. R. Curnow – wyndhm manziable -7ºano Connery –promenade -7ºano - Ranger rock -7ºano R. Peres – dialogo – 7ºano S. konagaya –grand march – orquestra de sopros J. De Haaw – festa paesana – orquestra de sopros R. Sheldon – Fall River overture – orquestra de sopros C. M. Schonberg –les miserables – orquestra de sopros J. L. Hosay – canto de natal – orquestra de sopros - nurock – 7ºano P. R. Curnow – wyndham marziale – 7ºano K. weill –mack the knife -7ºano B. Thielle – what a wonderful world – 8ºano José João Pereira Dias Vasques Cepeda 51 P. Warlock – suite capriol -8ºano J. Brouquieres – suite rythmique -8ºano J. Grossmann – andante -8ºano M. Story – millenium -8ºano K. Schoonenbbek –vivat Mozart – 8ºano Lossifov – concerto para cordas -10º e 11ºanos Como facilmente se constata na leitura do repertório, executado pelas Orquestras da escola, ao longo dos últimos anos, houve uma abrangência de estilos musicais desde o período Barroco até ao séc. XX. Entre estes a maior incidência de obras é dos períodos Romântico e séc. XX, sendo que não existem referências programáticas aos períodos mais antigos Idade Média e Renascimento. As razões para tal prendem-se com duas ordens de factores: o primeiro de ordem social, o segundo técnico. O aspecto social prende-se com o maior brilhantismo do repertório Romântico, que tal como na sua época abriu as portas dos espectáculos musicais aos burgueses, também aqui tenta conquistar as gentes mirandelenses para o repertório musical erudito. Por outro lado, grande parte das obras que enchem a lista enquadrada no séc. XX, são arranjos de músicas populares, pequenas obras de fácil audição e grande espectacularidade, que sem abordar estéticas atonais, mantêm sonoridades antigas com ritmos e roupagens mais modernas. Enquadram-se aqui a maior parte das obras executadas pelas orquestras de 7º e 8º anos, bem como o amplo número de excertos de bandas sonoras efectuadas pelas orquestras de sopros. Convém, contudo realçar, obras de compositores portugueses escritas especialmente para as orquestras da escola, com sonoridades mais condizentes com a época de vanguarda, e por isso de maior dificuldade de entendimento. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 52 Destas destacam-se a Suite para Cordas de Eduardo Luís Patriarca, incluída no primeiro CD da Escola, ou a Sinfonia da Mudança, de Rui Paulo Teixeira, ambas feitas em estreia absoluta. Desta forma, alarga-se a abrangência das estéticas estudadas pelos alunos. No que aos aspectos técnicos dizem respeito, a não existência de repertório da Idade Media ou renascimento, deve-se única e simplesmente a factos Históricos. Na realidade, a música vocal dominou ambos os períodos, e os exemplos de obras instrumentais não se enquadram nem no espírito orquestral, ou tão pouco de desenvolvimento técnico dos instrumentos da orquestra - é necessário não esquecer que a quase totalidade dos instrumentos de orquestra atingiu a plenitude para além deste período. Por outro lado, os compositores românticos, após se terem libertado da exclusividade a que se via obrigados às cortes nos períodos Barroco e Clássico, tiveram necessidade de escrever obras de carácter pedagógico, nomeadamente métodos de desenvolvimento técnico. Com um maior estudo das capacidades e qualidades da orquestra, bem como a ampliação e a introdução de novos instrumentos na mesma, são em muito maior número, e logo com maior grau de escolha entre o nível exigido, as obras criadas no curto espaço de 80 anos que o delimita. É possível verificar que, a ampliação da orquestra Esproarte para o elenco sinfónico permitiu a execução de obras sinfónicas de maior porte e dificuldade, como exemplos os Capricho Espanhol de Rimsky- Korsakov, ou a 5ª sinfonia de Beethoven. Contudo, não deixou de se abordar estilos para formações mais pequenas, sobretudo de cordas, onde se destaca a Camerata Esproarte e o Estilo Barroco. Realce-se ainda o facto de, nos três Cds gravados, a abrangência de todos os estilos é igualmente feita. Se o primeiro assenta o seu repertório no Séc. XX, o segundo inclui o classicismo (com Haydn), para o terceiro vir a incluir o Romantismo (Rimsky-korsakov) e o Barroco (J.S.Bach). Análise das Entrevistas Como atrás referi, solicitei a várias pessoas que por esta escola passaram, (alunos, professores, funcionários, directores e membros da direcção) o parecer e testemunho da sua passagem pela mesma. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 53 Da fundação da escola, entrevistei a Dra. Cândida Carvalho e a Dra. Teresa Rocha, que por motivos de agenda, teve que se ausentar do país, prometendo fazer chegar o seu testemunho, somente no final da semana, razão pela qual, a sua entrevista, não consta na apresentação deste trabalho, incluindo-a posteriormente, caso me seja permitido. Quanto à Dra. Cândida, as suas palavras serenas, falam muito alto e com muito entusiasmo, da escola que viu nascer e crescer, ultrapassando alguns dissabores que encontrou no seu percurso, que preferiu não escrever. Nesta caminhada, refere, que nem tudo foi fácil, tendo existido muitas dificuldades, pois houve até quem quisesse inviabilizar o projecto. «Porém, a vontade firme e determinada do Executivo e com a colaboração da ex. Directora Pedagógica, aconteceu esta “maravilha”». Salienta também, que só as “vontades férreas, força e coragem inquebrantáveis”, dos dois Presidentes, “conseguiram erguer e dar continuidade, a uma escola que se tornou modelar e se revestiu de tanta importância para Mirandela e para a Região. Há que prestar homenagem a estes dois Presidentes de Direcção”. Ao Sr. Presidente, Dr. José Silvano, também lhe fiz chegar um inquérito, tendo sido impossível o seu parecer por escrito, pelo excesso de trabalho, contudo manifestou-se afável, receptivo e optimista com a “Sua Escola”, querendo para ela e seus intervenientes o melhor, preocupação pautada desde que a assumiu. O professor José Francisco, que assumiu a direcção da escola desde Setembro de 2000, manifestou o seu interesse pelo bem-estar da mesma. O objectivo de cativar alunos para dar continuidade a este projecto que vai evoluindo ao longo destes 15 anos, uma atenção às realidades do tempo, às novas exigências, adaptar-se aos novos modelos e currículos com o objectivo de fomentar o progresso e sucesso dos alunos, o surgir de academias de música que desde cedo motivem as crianças para o mundo musical, a luta por novas instalações, o garantir melhores contratos de trabalho aos seus professores, são a sua constante preocupação enquanto director pedagógico. Entrevistei o professor Hugo Rodrigues, mas, na qualidade de aluno pioneiro desta escola. Salientou o impacto e entusiasmo que a mesma teve, na sua abertura, sobretudo no seu fundador “Dr José Gama, mas lembra-se que também havia quem aspirasse que a mesma “parasse”, pessoas fechadas ao meio cultural… José João Pereira Dias Vasques Cepeda 54 Pela escassez do tempo e por só agora (hora de entrega), me terem feito chegar a maioria das entrevistas, não posso dar continuidade à análise de conteúdo das mesmas, pelo que as fotocopio na integra e as junto em anexo, evitando assim a omissão de qualquer dado importante. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 55 Em jeito de Conclusão A história, é algo que se vai fazendo aos poucos, ano após ano. Foi minha pretensão, fazer um levantamento de tudo o que estivesse ao meu alcance, para enriquecimento desta resenha histórica, aprofundando conhecimentos sobre esta escola que me acolheu durante seis anos e poder facilitar a quantos por aqui passarem, a origem deste tecto que nos acolhe. Termino, com a certeza dum trabalho inacabado e ainda bem, sinal evidente que houve uma grande dinâmica ao longo destes anos, para que este movimento “Esproarte” nascesse, crescesse e não morresse. Encontra-se na “adolescência”, na “flor da idade”, a completar os dezasseis anos. Todos sabemos, que é nesta fase que os filhos, mais trabalho dão aos pais, devendo estes, por sua vez, prestar-lhe mais atenção. Neste propósito, apelo a todas as forças de Mirandela, directores, professores e pais, que atentem e amparem com estacas firmes, este “pomar”, que tão bons frutos, tem dado, “A Esproarte”. José João Pereira Dias Vasques Cepeda 56 Pesquisa Bibliográfica Terra Quente – 1 de Fevereiro de 1990 Diário de Notícias – 16 de Fevereiro de 1990 Notícias de Mirandela – 30 de Junho de 1990 Mensageiro de Bragança – 20 de Julho de 1990 Jornal de Notícias – 27 de Julho de 1990 Terra quente – 1 de Outubro de 1990 Terra quente – 1 de Dezembro de 1990 Jornal de Notícias – 3 de Março de 1991 Jornal de Notícias – 7 de Março de 1991 Mensageiro de Bragança – 15 de Março de 1991 Notícias de Mirandela – 31 de Março de 1991 Correio da Manhã – 16 de Julho de 1991 Terra quente – 1 de Dezembro de 1991 Mensageiro de Bragança – 20 de Dezembro de 1991 Notícias de Chaves – 20 de Dezembro de 1991 Notícias do Interior – 21 de Dezembro de 1991 O Cardo de Bragança – 1 de Maio de 1992 Correio da Manhã – 6 de Fevereiro de 1992 Público – 27 de Fevereiro de 1992 Mensageiro de Bragança – 29 de Maio de 1992 Terra quente – 1 de Junho de 1992 Notícias de Mirandela – 31 de Julho de 1992 O Emigrante – Lisboa – 7 de Agosto de 1992 Mensageiro de Bragança – 12 de Fevereiro de 1993 Diário de Notícias – 7 de Abril de 1993 Diário de Notícias, 5 de Junho de 1993 José João Pereira Dias Vasques Cepeda 57 Jornal de Notícias – 11 de Agosto de 1993 Jornal de Notícias – 9 de Maio de 1994 Mensageiro de Bragança – 10 de Junho de 1994 Comércio do Porto – 11 de Junho de 1994 Jornal de Notícias – 15 de Julho de 1994 Terra Quente – 15 de Julho de 1994 A Voz do Nordeste – 11 de Outubro de 1994 Jornal de Notícias – 24 de Outubro de 1994 Terra quente 15 de Dezembro de 1994 Vila Real Magazine – Dezembro de 1994 Terra Quente 1 de Maio de 1995 O Cardo do Nordeste – 19 de Janeiro de 1996 Mensageiro de Bragança 2 de Fevereiro 1996 Nordeste Informativo – 12 de Fevereiro de 1996 Jornal Terra Quente – 15 de Fevereiro de 1996 Jornal de Notícias – 17 de Fevereiro de 1996 Mensageiro de Bragança – 31 de Janeiro de 1997 Voz do Nordeste – 4 de Março de 1997 Terra Quente - 5 de Março de 1997 Jornal de Notícias - 6 de Março de 1997 Mensageiro de Bragança -7 de Março de 1997 Notícias de Mirandela – 15 de Abril de 1998 Comércio do Porto – 17 de Março de 1999 Jornal Nordeste – 23 de Março de 1999 Jornal de Notícias, 22 de Maio de 1999 Jornal de Notícias – 17 de Março de 1999 Jornal Terra Quente – 1 de Maio de 1999 José João Pereira Dias Vasques Cepeda 58 Anexos JN