MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE BENTO GONÇALVES CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM VITICULTURA E ENOLOGIA COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES QUE PRATICAM O TURISMO DO VINHO: UM ESTUDO DE CASO NA VINÍCOLA CAVE DE AMADEU Rosete Karlinski Bento Gonçalves 2008 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE BENTO GONÇALVES CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM VITICULTURA E ENOLOGIA COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES QUE PRATICAM O TURISMO DO VINHO: UM ESTUDO DE CASO NA VINÍCOLA CAVE DE AMADEU Rosete Karlinski Trabalho de conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Vititcultura e Enologia Orientador: Prof. Luís Henrique Ramos Camfield Bento Gonçalves 2.008 RESUMO A questão fomentadora do estudo partiu do interesse e da necessidade de se aprofundar a investigação sobre o comportamento dos turistas em relação ao vinho e seu contexto, considerando-se o enoturismo uma atividade com grande potencial para se consolidar, não só como modalidade turística, mas também como alternativa de desenvolvimento econômico e social para as vinícolas. Esse estudo teve como propósito identificar o perfil e analisar o comportamento dos consumidores que praticam o turismo do vinho na Vinícola Cave de Amadeu. Sendo um estudo de caso exploratório, utilizou-se para a coleta de dados, um instrumento na forma de questionário, aplicado para uma amostragem dos turistas visitantes da empresa, visando identificar o perfil dos indivíduos, suas motivações, interesses e atrativos que chamam sua atenção. A pesquisa revelou que o perfil dos visitantes é de pessoas com nível de escolaridade superior, vindas de várias regiões do Brasil, acompanhadas da família e com motivações ligadas diretamente ao assunto vinho. O estudo permitiu fazer uma caracterização geral dos indivíduos em forneceu dados importantes que servirão de subsidio para a empresa perante a tomada de decisões. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 05 1.1 Problema da pesquisa ........................................................................................... 06 1.2 Objetivos............................................................................................................... 06 1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................... 06 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 06 1.3 Justificativa........................................................................................................... 07 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 08 2.1 O enoturismo e o vinho ....................................................................................... 08 2.2 Histórico do enoturismo e as rotas de vinho........................................................ 08 2.3 Panorama das rotas de vinho no mundo .............................................................. 10 2.4 As rotas de vinho no Brasil ................................................................................. 12 2.5 A evolução do enoturismo em Pinto Bandeira .................................................... 14 2.6 Roteiro Vinhos de Montanha ............................................................................. 16 2.7 Projeto da indicação de procedência .................................................................. 17 2.8 A importância da qualidade e do marketing no mercado turístico ...................... 18 2.9 Comportamento do consumidor turístico ............................................................. 21 2.10 Fatores que no comportamento dos consumidores............................................. 23 2.10.1 Fatores culturais ................................................................................... 23 2.10.2 Fatores sociais ...................................................................................... 24 2.10.3 Fatores pessoais .................................................................................... 24 2.10.4 Fatores psicológicos ............................................................................. 24 3 METODOLOGIA.................................................................................................................. 26 4 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................... 29 4.1 Procedência dos visitantes ....................................................................... 29 4.2 Atividade profissional ......................................................................................... 30 4.3 Gênero ................................................................................................................. 30 4.4 Idade ..................................................................................................................... 31 4.5 Grau de instrução.................................................................................................. 32 4.6 Renda .................................................................................................................... 32 4.7 O grupo ................................................................................................................. 33 4.8 Experiência ........................................................................................................... 34 4.9 Expectativas.......................................................................................................... 34 4.10 Motivos pelo qual as expectativas foram superadas .......................................... 35 4.11 Atendimento ....................................................................................................... 36 4.12 Satisfação do cliente ........................................................................................... 36 4.13 Infra-estrutura ..................................................................................................... 37 4.14 Fatores motivantes ............................................................................................. 38 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 40 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 42 ANEXOS .................................................................................................................................. 45 Anexo I ....................................................................................................................... 45 Anexo II ..................................................................................................................... 46 Anexo III .................................................................................................................... 48 1 INTRODUÇÃO Reportando-se ao cenário da vinicultura mundial, constata-se que os países europeus têm sido, ao longo da história, as referências mundiais em vinhos finos. O Brasil se destaca no cenário mundial vitícola, figurando como o 16º produtor mundial (FAO, 2004). Destacam-se como os maiores produtores os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais (UVIBRA). No Rio Grande do Sul, a vitivinicultura desenvolveuse com a colonização de origem italiana, especialmente na Serra Gaúcha, região responsável por mais de 90% da produção da indústria vinícola nacional (UVIBRA), a qual tem orientado o desenvolvimento da produção e do mercado do vinho nacional, constituindo-se, portanto, na principal referência à análise da evolução do setor do país. É na Serra Gaúcha, também, onde se oferece um dos segmentos mais diferenciados do turismo brasileiro, o enoturismo. Como já classificado por algumas instâncias, “o enoturismo deve ser considerado como toda e qualquer viagem motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e tipicidades da região que produz a bebida” (Fonte: Convention Bureau Nacional). Embora estudos de turismo sejam recentes, se comparados aos de vinhos, pesquisas sobre a relação existente entre vinho e turismo são praticamente inexistentes. O enoturismo, da mesma forma que o turismo, é um agente de mudanças sociais, econômicas ambientais e culturais, o que torna um fenômeno social complexo, de acordo com Valduga (2007). Essa atividade vem crescendo e se consolidando cada vez mais, muito embora, comparada com outras regiões vinícolas do mundo, só no últimos anos começou a se destacar na região da Serra Gaúcha. Muitas pessoas têm buscado opções de lazer onde possam redescobrir valores antigos presentes na arquitetura colonial, nos costumes e na interatividade com comunidades de outras regiões. Essa procura deve-se em grande parte, ao fato do processo acelerado de urbanização e as transformações nos processos produtivos gerarem nas pessoas um problema denominado stress. A necessidade de liberar um pouco deste acúmulo de tensões faz com que cresça a demanda por férias e passeios em regiões cuja natureza, cultura e estrutura sejam adequadas a estas necessidades, assim, o enoturismo vem crescendo na região. Surge então a necessidade de novas idéias, planos e estratégias capazes de aproveitar ao máximo todas as vantagens que o enoturismo oferece, porém, sem explorar o turista. Segundo Hall et all (2004), o vinho constitui um importante atrativo motivacional para o turismo, enquanto que, para a indústria vinícola, o enoturismo é uma forma de construir relações com os clientes que podem experimentar e conhecer produtos nas diferentes fases de produção. Ao visitar uma vinícola, pode-se conhecer o processo de elaboração dos vinhos, conhecer um pouco da história, da tradição, do folclore e da gastronomia do local, mas principalmente, degustar e adquirir produtos diretamente na sua origem. Ainda conforme Hall (2004), pode-se descrever algumas vantagens do enoturismo: a) maior exposição do produto ao consumidor; b) estabelecimento de uma fidelidade entre produtor e consumidor; c) maior margem de lucro para venda direta ao consumidor; d) para pequenas empresas é um importante ponto de vendas; e) cadastro dos visitantes em mailing, podendo ter desse cliente um feedback mais rápido; f) oportunidade de educação do consumidor, que pode resultar em um incremento do consumo de vinhos. Diante do crescimento do enoturismo, tem-se a necessidade de melhor conhecer os consumidores, para então, aprimorar os serviços prestados, buscando soluções para melhor atendê-los, inovando, revendo conceitos, remodelando instalações, acrescendo novas atrações e curiosidades, afim de se obter um diferencial e uma identidade fortalecida, chegando cada vez mais perto do que o turista realmente deseja e ampliando o potencial turístico da empresa. 1.1 Problema da pesquisa Qual o comportamento dos consumidores que praticam o turismo do vinho na empresa Vinícola Cave de Amadeu? 1.2 1.2.1 Objetivos Objetivo geral: Delinear o perfil e o comportamento dos turistas que visitam a Vinícola Cave de Amadeu em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. 1.2.2 Objetivos específicos: - Identificar o perfil do público alvo do enoturismo da Vinícola Cave de Amadeu; - Verificar os principais interesses dos turistas ao visitar a empresa; - Avaliar os atrativos motivantes do turismo do vinho; - Detectar as principais tendências para o enoturismo na empresa. 1.3 Justificativa Diante do problema apresentado, essa pesquisa tem como temática central o estudo do comportamento dos consumidores que praticam o turismo do vinho na Região de Pinto Bandeira, em específico, na Vinícola Cave de Amadeu. A escolha da Vinícola como objeto de estudo se deu em função de essa ser uma empresa integrante do Roteiro Vinhos de Montanha, região conceituada e reconhecida pela produção de seus vinhos e em contrapartida ao Roteiro Vale dos Vinhedos. Constata-se que são poucos ainda os estudos feitos e divulgados sobre o assunto enoturismo na região da Serra Gaúcha, sendo que, esses poucos são, quase que na íntegra, direcionados à Região do Vale do Vinhedos, em Bento Gonçalves. Região essa, pioneira na iniciativa de estudos e trabalhos de divulgação e reconhecimento como um roteiro enoturístico, prova disso é a conquista da Indicação de Procedência, sendo a primeira região do Brasil a conquistar esse título. Convém salientar que o Vale dos Vinhedos é uma região privilegiada pelo número de estabelecimentos que a integra, bem como, o potencial econômico dessas empresas. A existência de poucos estudos direcionados à região dos Vinhos de Montanha e a existência de novos investimentos, principalmente oriundos da iniciativa privada, no que diz respeito à estrutura turística da região influenciaram diretamente na decisão do tema. A pesquisa tem relevância na medida em que contribui para o estudo em profundidade dos aspectos relacionados ao comportamento dos consumidores praticantes do enoturismo na Vinícola Cave de Amadeu e espera-se que este estudo possa contribuir tanto do ponto de vista acadêmico, como prático. Na visão acadêmica, o trabalho evolui no campo teórico, na medida em que se busca um maior conhecimento dos fatores sociais e culturais que interferem na região estudada. Na prática, a pesquisa contribui, ao explorar o comportamento dos consumidores, gerando informações importantes para o processo de tomada de decisões do arranjo produtivo. Por fim, justifica-se a relevância do presente estudo, pelo fato de contribuir como parte dos estudos elaborados sobre o roterio Vinhos de Montanha, somando-se a outros estudos já elaborados sobre a mesma temática. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O enoturismo e o vinho O vinho e o turismo estão ligados há muito tempo, mas apenas recentemente têm sido reconhecido por governantes, pesquisadores e pela indústria turística. Para o turismo, o vinho é um importante atrativo motivacional. Para a indústria vinícola, e enoturismo é uma forma de construir relações com clientes que podem experimentar e conhecer produtos em sua essência, de acordo com Hall et al. (2000), Ainda, segundo o autor, também conhecido como turismo de vinho, ou turismo enológico, o enoturismo teve sua origem em meados de 1.980, no continente Europeu. O termo é resultado da união de eno e turismo, sendo que eno deriva do grego oînos e significa vinho. Por se tratar de uma atividade de turismo bastante recente, mas de futuro próspero, na visão de Pacheco e Silva (2.001, p. 331) “os profissionais da área de serviços turísticos devem, cada vez mais, se adaptar aos novos interesses desse público, buscando conhecimentos que lhe permitam diferenciar e valorizar”. 2.2 Histórico do enoturismo e as rotas de vinho Segundo Hall et al. (2000, p.3) “o enoturismo é a atividade de [...] visitar vinhedos, vinícolas, festivais do vinho e exposição de uva para vinho com degustação e/ou experimentação de atributos da uva para vinho de uma região, estes são os primeiros fatores de motivação para os visitantes. Para Barreto (1995), o turismo pode ser definido como um fenômeno de deslocamento de pessoas (os turistas), que pode ser classificado segundo diversos critérios, entre eles a motivação pela qual as pessoas decidem fazer turismo. O enoturismo pode ser definido como o deslocamento de pessoas, cuja motivação está relacionada ao mundo da uva e do vinho, afirma Falcade (2001). Pode-se dizer que o vinho compreendido em seu habitat natural, não deve ser entendido como uma bebida qualquer, mas sim, como um produto cheio de histórias e tradições. Isso porque um mesmo vinho produzido em regiões diferentes resulta em um produto final com características distintas. A tradução literal de enoturismo não existe, mas pode-se entender que o enoturismo deve ser o meio pelos quais as pessoas, ao visitarem uma região, possam descobrir, através do vinho, todos os aspectos culturais da mesma. Logo, a promoção do mesmo deve ser um dos principais objetivos, ou mesmo, deve servir como instrumento para a formação das rotas de vinho. A paisagem e o patrimônio ambiental são naturalmente a matéria-prima do turismo, principalmente do turismo rural. No entanto, Bramabatti (2001) diz que o encantamento só acontece se houver vivência de ações, que são fecundadas pela cultura, o que constitui o espaço criado. Santos (2002) afirma também que “o território mostra todos os movimentos da sociedade. É o lugar que dá conta do mundo. Há nele uma empiricização do mundo...” No que provavelmente está se referindo a realização possível em um determinado momento e espaço. As rotas do vinho permitem que os visitantes entrem em contato mais facilmente com o mundo rural, pois é possível conhecer de perto todas as características que formam a identidade de uma determinada região produtora de vinhos, através do conhecimento direto dos vinhedos, bem como da participação de uma colheita, até a conversa e obtenção de informações diretamente com os produtores, e por fim, a possibilidade da degustação do vinho. ... Para mim, a indústria do turismo de vinho é um componente importante para determinados destinos turísticos, e pode ainda ser o fator principal de motivação para os visitantes. Para a indústria do vinho, o turismo de vinho é a forma encontrada para a construção de relacionamentos com os clientes, que muitas vezes estão tendo contato com o vinho pela primeira vez, e ainda para os produtores menores, este contato direto com os clientes pode representar a única forma de venda de seus produtos... (MACIONIS, 2.002, p.1). Outra característica de um roteiro é o encadeamento das atrações, ou seja, o trabalho partilhado em diversos órgãos fomentadores e fornecedores de turismo. O chamado trabalho em clusters. Uma atração por si não faz um roteiro. São necessários vários equipamentos encadeados, ligados uns aos outros, formando uma cadeia, que no turismo, pertence à classe econômica distintas, como hotéis, restaurantes, lojas comerciais, artesanato, prestadores de serviços de transportes, guias, o que caracteriza um cluster, uma cadeia produtiva. (BRAMBATTI, 2001). Ainda que as atividades do vinho sejam quase que em sua totalidade rural, a área urbana acaba por receber os reflexos deste setor, pois é lá que o vinho pode ser comercializado em maior quantidade, caso dos grandes produtores. É nos centros urbanos que se encontram as lojas especializadas em vinhos, assim como os restaurantes e bares, que comercializam os vinhos produzidos na zona rural. Segundo Brambatti (2002), não se deve perder de vista que não é só para os vinicultores que os ganhos aparecem, pois pode ser que para muitas pessoas uma visita a uma região turística, onde o vinho seja o principal motivo, seja sua primeira vez de contato com esse tipo de atividade. Logo, este turista também está tendo um ganho, e pode-se dizer então, que este tipo de turismo tem sua função que vai além do recreacional, ou seja, torna-se um turismo pedagógico, o que pode, mais uma vez, reverter aos produtores, pois o conhecimento do produto pode levar ao aumento de consumo do mesmo. Conclui-se, que este tipo de turismo pode ser usado como uma estratégia de negócio para as vinícolas, onde os pequenos produtores podem ter seus produtos comercializados através da venda direta ao consumidor em suas próprias adegas. Ainda, este tipo de turismo está contribuindo diretamente para a preservação da autenticidade de cada região, pois, além do vinho propriamente dito, acaba por divulgar outros aspectos da região, tais como o artesanato, a gastronomia e, por conseqüência, o patrimônio paisagístico, arquitetônico e museológico. 2.3 Panorama das rotas de vinhos no mundo Ainda que só recentemente o conceito de enoturismo tenha encontrado espaço na esfera turística formal, pode-se dizer que o vinho e o turismo encontram-se intimamente ligados desde os mais remotos tempos, desde a época das grandes excursões realizadas pelos gregos e romanos. Porém, somente a partir da metade do século XIX é que se pode dizer que o mesmo despontou como um interesse específico. Diversos fatores contribuíram para esta mudança de percepção do vinho especificamente como, por exemplo, a criação de estradas de ferro que facilitou o acesso às áreas mais distintas: às áreas rurais de produção de vinho. Também o crescimento da classe média contribui para esse desenvolvimento, pois assim como a aristocracia, passou a procurar um vinho de qualidade e, por fim, as diversas publicações passaram a ser produzidas neste período, que puseram o vinho no topo de importância e discussões habituais, servindo também como uma importante ferramenta de marketing para o vinho. Conforme dados fornecidos pela – L’ Assemblée dês Régions Européennes Viticoles (Assembléia das Regiões Européias Vitícolas - AREV)*, já existem mais de 250 rotas de vinho no mundo, sendo que destas, 215 estão dentro da Europa. Porém, ainda não existem regras definidas para estas rotas em todos os países. Existem muitas diferenças locais e territoriais. Não existe uma harmonização quanto à forma de apresentação destas rotas, mesmo dentro de um mesmo país, porém, de maneira geral, os objetivos de todas são bastante semelhantes, ou seja, “a valorização das zonas vitícolas e da sua história e cultura, para um enoturismo de qualidade, atento às tradições e respeitos do ambiente e da paisagem.” (www.arev.org). Ainda, segundo dados da AREV, as rotas de vinho na França, apesar de serem mundialmente reconhecidas, não constam com uma legislação específica, porém, em cada uma delas pode-se contar com regras específicas, para cada região. Já em Portugal, após a implantação do projeto Dionysos, que tem por objetivo a regulamentação das rotas da região do D’ouro, Vinho do Porto, e outras regiões que seguem o mesmo exemplo. Estas procuram trabalhar em conjunto com órgãos governamentais que cuidam do turismo local. Atualmente todas as 11 rotas de Portugal contam com mapas e informações gerais, como estabelecimentos de alimentação e acomodação para os turistas. Na Itália, que conta com o maior número de rotas de vinho da Europa, 98 no total, a maioria das rotas já está regulamentada. As demais rotas da Europa, ainda não contam com leis específicas e unificadas para sua regulamentação, porém, de acordo como o documento da AREV, todas já estão trabalhando para a tal. As rotas de vinho da Europa que se encontram catalogadas, segundo dados da AREV, são distribuídas da seguinte maneira: 98 rotas na Itália 20 rotas na Eslovênia 17 rotas na Austrália 16 rotas na Espanha 15 rotas na França * Assembléia das Regiões Européias Vitícolas (AREV) é uma associação de regiões européias de caráter vitícola, sem fins lucrativos ou políticos, que tem como principais objetivos a defesa e a promoção dos interesses comuns de seus associados, o culto do vinho enquanto fruto da vinha e produto do trabalho do homem, enquanto eminente valor civilizacional de comunicação e de aproximação entre os povos. (www.arev.org/fra). 15 rotas na Hungria 11 rotas em Portugal 11 rotas na Alemanha 06 rotas na Grécia 03 rotas na Croácia 02 rotas na Suíça 01 rota na Eslováquia Nota-se neste panorama, que os países que atualmente contam com o maior número de rotas não são os países conhecidos pela produção de seus vinhos. No restante do mundo outras rotas já foram catalogadas, porém em nenhuma delas existe uma lei específica para sua regulamentação. Estão distribuídas da seguinte maneira, conforme a AREV. 07 rotas na Argentina; 15 rotas na África do Sul 06 rotas no Chile 03 rotas nos Estados Unidos 01 rota em Ontário; 01 rota em Israel 01 na Nova Zelândia Pode-se notar que o Brasil não figura em nenhum catálogo oficial de rotas do vinho. 2.4 As rotas de vinho no Brasil Há poucas informações ainda sobre as rotas enoturísticas existentes no Brasil que, por enquanto, no que diz respeito às rotas enoturísticas de vinho de qualidade, encontram-se apenas no Rio Grande do Sul. O Vale do Vinhedos, através da formação Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos ( APROVALE), no ano de 1995, despontou como a primeira região formal de turismo do vinho no Brasil. Não que o turismo de vinho já não acontecesse antes no Brasil, porém, não existiam até então rotas que fossem formadas especificamente para esse fim. No Vale dos Vinhedos, o turista pode encontrar várias vinícolas estabelecidas, lojas de artesanato e de queijos, restaurantes, hotéis e, ainda, o museu do vinho e a casa de convivência do filó. Estes dois últimos localizados dentro das instalações do Hotel Villa Michelon. Todas estas instalações complementam a rota turística. Ainda que a maioria dos estabelecimentos comerciais estabelecidos na localidade não estejam totalmente formatados para a recepção do turista, existe já uma preocupação crescente quanto à qualidade de atendimento ao turista e, também, todos os estabelecimentos tentam, de alguma maneira, referenciar e valorizar o vinho produzido na região. Na maioria das vinícolas instaladas na região é possível degustar e comprar os vinhos lá produzidos. Atualmente, além do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, mais duas subregiões vinícolas da Serra Gaúcha também promovem as empresas ali instaladas, fazendo da indicação geográfica seu maior diferencial. Uma delas nasce no município de Flores da Cunha e Nova Pádua, onde surgiu recentemente a APROMONTES (Associação dos produtores dos vinhos dos Altos Montes) e a outra se encontra na área de Pinto Bandeira, denominada de ASPROVINHO (Associação dos Produtores de Vinho de Montanha). Estas duas entidades foram criadas em contraponto a APROVALE, atualmente localizada dentro do roteiro do Vale dos Vinhedos. Ambas as associações, APROMONTES E ASPROVINHO, representam os vinhos de montanha e a APROVALE representa os vinhos do Vale dos Vinhedos. Tanto a Apromontes como a Asprovinho foram fundadas com o objetivo, entre outros, de estimular a modernização na elaboração dos produtos e a divulgação de suas marcas. O desenvolvimento destes novos roteiros é conseqüência da reorganização das vinícolas. Estas duas últimas regiões não contam ainda com uma indicação de procedência, como já existe no Vale dos Vinhedos. Porém, este é um dos objetivos destas duas associações. Por sua vez, a Asprovinho tenta desenvolver a vinicultura da região de Pinto Bandeira. Situam-se no município os vinhedos de empresas mais conhecidas, como a Vinícola Cave de Amadeu, Cooperativa Pompéia, Don Giovani e Valmarino, além de associados da Cooperativa Vinícola Aurora. A Asprovinho pretende identificar os produtos locais como “vinhos de montanha”, marca já registrada e primeiro passo para implantação de uma futura denominação de origem. Com esse objetivo, toma forma a rota enoturística de Pinto Bandeira. No nordeste brasileiro, mais especificamente na divisa entre a Bahia e Pernambuco, nos municípios de Casa Nova, Petrolina, Juazeiro, Santa Maria da Boa Vista, Curaçá e Iregê, já existe também a intenção da formação de uma rota específica para vinhos, porém esta ainda não foi totalmente formatada. Os roteiros de turismo rural que se formam na Serra Gaúcha não são mais que produtos turísticos, considerados como atrações, que no seu conjunto, sugerem uma forma de “espetáculo cultural”, associados às belezas naturais, capazes de atrair visitação. São espetáculos ancorados na historicidade, exatamente por oferecerem aos visitantes imagens, impressões, percepções do passado vivido, e que os novos atores, os atuais moradores, conseguem reproduzir com certo grau de fidelidade, tendo como objetivo agregar valor à renda das suas propriedades, contribuindo de alguma forma com o resgate cultural, com a preservação do patrimônio histórico local.(BRAMBATTI, 2.001). Ainda, conforme Brambatti (2001), os roteiros de turismo rural devem ser considerados como produtos formatados também para o turismo, no caso, o enoturismo. 2.5 A evolução do enoturismo em Pinto Bandeira Conhecida como a região de montanhas de Bento Gonçalves, a 750 metros de altitude, Pinto Bandeira está localizado na região da Serra gaúcha. O caminho é repleto de montanhas e vales que se alternam, desenhando uma bela paisagem. Durante o trajeto, em meio à tranqüilidade e ao ar puro, os visitantes vão encontrar as vinícolas da ASPROVINHO (Associação dos Produtores dos Vinhos de Montanha), cada uma delas com sua estrutura peculiar, muita hospitalidade e bons produtos para oferecer. A evolução da vitivinicultura de Pinto Bandeira, desde o seu início até as mais recentes transformações da indústria vinícola local, incluindo a implantação de novas vinícolas e a melhoria da qualidade dos vinhos elaborados, pode ser evidenciada em diversas premiações que os vinhos vêm recebendo (EMBRAPA, 2005), tem permitido agregar, de forma crescente, o enoturismo como atividade de geração e ampliação do conhecimento e do consumo de seus vinhos. Segundo o MTV (Movimento Turismo del Vino), o enoturismo é um importante instrumento para diversificar a economia regional e agregar valores às paisagens e à cultura, melhorando a reputação e a imagem do vinho , associado ao marketing, nas regiões vinícolas. Além disso, oportuniza o incremento nas vendas através da comercialização direta dos produtos. Com o amadurecimento da atividade turística em toda Serra Gaúcha, os produtores vitivinícolas de Pinto Bandeira, convictos do excepcional potencial econômico e turístico da região, decidiram se unir para poder receber os turistas de todas as regiões do Brasil e do exterior. Assim, providências foram tomadas com o intuito de harmonizar as paisagens naturais e vitícolas da região com as estruturas empresariais que se dedicam a elaborar e comercializar vinhos. Foram criados espaços para atendimento e fornecimento de informações aos turistas. Investiu-se em infra-estrutura (pavimentação, distribuição de energia e telecomunicações) para facilitar o acesso e levar maior conforto aos visitantes. E, pensando sempre em atender com hospitalidade, algumas vinícolas ampliaram também suas instalações com a construções de restaurantes e pousadas. No Brasil a cultura do vinho e o conhecimento que o envolve é recente como também é jovem o enoturismo brasileiro. No entanto, nos últimos tempos tem-se percebido, da mesma forma que houve um crescimento na qualidade dos vinhos nacionais e um interesse maior das pessoas pela história, pelos mistérios e pelos locais onde a bebida é produzida. Prova dessa procura é o investimento em infraestrutura feito por muitos empresários do setor, principalmente na Serra Gaúcha. (BONVIVANT, 2006) Pinto Bandeira, atual distrito de Bento Gonçalves, faz parte da maior região produtora de vinhos finos do Brasil e, a paisagem vitícola local forma pontos de beleza cênica especiais para a observação e se constituindo um dos grandes atrativos ao enoturismo. 2.6 Roteiro Vinhos de Montanha Vinhos de Montanha é uma rota enoturística localizada no Distrito de Pinto Bandeira e que faz parte da ASPROVINHO, nascida de forma associativa, em 2001, pela força e empreendedorismo de 8 estabelecimentos vinícolas situados na região, sendo que atualmente, conta com somente 5 desses associados, conforme informações da própria entidade. A Asprovinho visa, principalmente, proteger a natureza, a cultura local, os produtores de vinho e, sobretudo, preservar a qualidade e afirmar a identidade dos vinhos e espumantes elaborados no local. Seus objetivos são os seguintes: (www.asprovinho.com.br) • Contribuir para o desenvolvimento e incentivo da pesquisa vitivinícola; • Implementar ações que organizem e preservem o espaço físico da região de Pinto Bandeira, realizando estudos e agindo junto às autoridades competentes para a elaboração de leis que atendam aos objetivos da Associação; • Explorar e divulgar o potencial turístico da região; • Preservar, defender e fazer jus à conquista da indicação Geográfica dos Vinhos da Região de Pinto Bandeira; • Estabelecer normas para o uso da identificação “Vinhos de Montanha” aos vinhos de viníferas produzidos pelos associados; • Prestar apoio à industrialização e à comercialização de vinhos e bebidas em geral; • Atuar com o intuito de agregar valor e criar marcas coletivas aos produtos de seus assciados. • Os estabelecimentos associados, além de comercializarem seus produtos junto ao mercado, se valem do entoturismo para fortalecer sua imagem e agregar valor as suas marcas, com o objetivo de gerar uma renda extra, essa importante, as vezes, para a própria subsistência. Segundo Frare (2006) esse roteiro conta com vinícolas reconhecidas nacional e até internacionalmente pelos seus produtos, porém, por não apresentar uma estrutura bem definida ainda, conta com o trabalho espontâneo de pessoas que fazem parte das empresas associadas, visando divulgar a rota com o objetivo de atrair turistas. Na região de Pinto Bandeira os visitantes podem apreciar as belas paisagens, as vistas e bons vinhos. O verde dos parreirais, a tranquilidade e o ar puro são as melhores companhias para a apreciação deste belo passeio. As vinícola que se encontram ao longo do trajeto e que fazem parte do roteiro Vinhos de Montanha estão sempre de portas abertas para os visitantes, oferecendo diversas atrações. Os estabelecimentos que atualmente integram a associação são os seguintes: Vinícola Don Giovanni, Vinícola Cave de Amadeu, Cooperativa Vinícola Aurora (Centro Tecnológico), Estabelecimento Vinícola Valmarino e Cooperativa Vinícola Pompéia. Como localizar Pinto Bandeira no mapa e qual o trajeto a percorrer para visitar o roteiro Vinhos de Montanha. (www.asprovinho.com.br). Principais distâncias: Caxias do Sul 45km Gramado 111km Canela 119km Porto Alegre 120km Mapa Rodoviário: 640 800 1024 x x x 507 634800 8121024 1280 x 1015 640 x x x 507* 634* 812* 1280 x 1015* 1600 x 1268* 1920 x 1522* 4590 x 3638* * Fonte: DAER-RS Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. www.daer.rs.gov.br 2.7 Projeto da indicação de procedência Além de concretizar os objetivos almejados pelas vinícolas, a Asprovinho tem outro fim importante que é a Indicação de Procedência. A legislação brasileira define dois tipos de indicações geográficas: (www.inpi.gov.br) - Indicação de Procedência (IP): é caracterizada por ser o nome geográfico conhecido pela produção, extração ou fabricação de determinado produto, ou pela prestação de dados serviço, de forma a possibilitar na agregação de valor quando indicada a sua origem, independente de outras características. O Vale dos Vinhedos é o primeiro exemplo no Brasil, o qual teve sua indicação outorgada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2002. - Denominação de Origem (DO): cuida do nome geográfico “que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos”. Não existe ainda no Brasil nenhum produto certificado com a DO, porém, convém salientar que a região do Vale dos Vinhedos busca esse propósito desde 2005. A Indicação de procedência busca a consolidação do desenvolvimento regional com base na produção de vinhos de qualidade e de origem controlada, cujo projeto foi lançado pela Asprovinho no ano de 2006 em conjunto com a EMBRAPA Uva e Vinho, EMBRAPA Clima temperado, Universidade de Caxias os Sul (UCS) , Universidade do Rio Grande do Sul (URGS), Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Apoio à pesquisa e ao Agronegócio Brasileiro (FAGRO). Este projeto deverá culminar com o Selo de Indicação a ser utilizado nos vinhos que forem avaliados e considerados aptos a levarem o mesmo. Esta avaliação é realizada por um conselho regulador composto de enólogos que fazer parte da ASPROVINHO, de órgãos de pesquisa e representantes da comunidade. A ação da Indicação de Procedência pretende, além de valorizar os produtos elaborados na região, torná-los um diferencial, ampliar o potencial turístico da localidade, fazendo com que o enoturismo seja um divulgador dos vinhos de Pinto Bandeira e que o produto prime principalmente pela qualidade.( (Bonvivant, 2006). 2.8 A importância da qualidade e do marketing no mercado turístico As definições de qualidade evoluíram com o tempo. “A qualidade, hoje, centra-se no consumidor, e, em função disso, torna-se difícil definir de forma permanente, pois suas expectativas e experiências variam muito de uma pessoa para outra. Embora difícil, ela deve ser entendida a partir do ponto de vista do consumidor”. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002, p.552). As organizações buscam conciliar a visão da qualidade das operações e dos consumidores. Nesse sentido, Slack, Chambers e Johnston (2002) afirmam que, “para criar uma visão unificada, a qualidade pode ser definida como grau de adequação entre as expectativas dos consumidores e a percepção deles no produto ou serviço”. Segundo Beni (2001), para o mercado altamente competitivo que é turismo, o fator qualidade é o único critério que se impõe de maneira natural para determinar o êxito ou o malogro dos produtos e serviços. “A qualidade deve ser, portanto, a estratégia usada em seu lançamento e aplicada para garantir sua permanência competitiva no mercado”. Para o mercado turístico, é importante ter sua qualidade percebida pelos consumidores, o que, agregado de outros elementos, pode resultar na venda do produto. Todas as características contribuem de alguma forma, para a venda dos produtos de determinada região. No entanto, as vendas são conseqüência de uma série de fatores, como o marketing, por exemplo. O vinho tem a vantagem de despertar um grande interesse por parte dos consumidores e dos não-consumidores em conhecê-lo em sua origem, o que faz com que o enoturismo se fortaleça. Diferentemente de outros produtos, como eletrônicos, alimentos em geral e produtos de limpeza, o vinho motiva as pessoas a conhecerem as regiões produtoras, pois possui uma série de elementos que o envolve como tradição, status, gastronomia, contato com as pessoas que o elaboram, paisagens, etc.(VALDUGA, 2007, p.62) Na era da globalização, o marketing tornou-se, uma ferramenta essencial para a sobrevivência das organizações, uma vez que a competição entre as empresas avançou as fronteiras políticas e geográficas. O consumidor evoluiu com o tempo, suas necessidades mudaram e as organizações perceberam que “entender e adaptar-se à motivação e comportamento dos consumidores não é uma opção – é uma necessidade absoluta para a sobrevivência competitiva”. (ENGEL; BLCCKWELL;MINIARD, 2000, p.9). Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfação metas individuais e organizacionais. A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos. (CHURCHILL; PETER, 2002, p.4) Cada produto ou serviço oferecido, possui uma série de atributos e, são esses atributos que influenciarão na tomada de decisão de compra. Para Zeithaml e Bitner (2003), algumas etapas são importantes no processo de tomada de decisão de compra: 1) reconhecimento da necessidade; 2) busca de informação; 3) avaliação de alternativas; 4) compra; 5) pós-compra. Outras variáveis também interferem na decisão dos consumidores, como sociais, econômicas e culturais. De acordo com Engel, Blackewell e Miniard (2000, p.255), “o comportamento às vezes é afetado mais por pressões do ambiente social do que por atitudes pessoais”. No entanto, de acordo com Kotler e Armstrong (1993) não se deve equiparar a classe social exclusivamente a renda, pois ela pode ser definida utilizando indicadores como escolaridade, educação, ocupação, além do poder aquisitivo. Especialmente no que se refere ao produto vinho, o estilo de vida tem forte influência no consumo. Em relação aos fatores econômicos, o preço é um dos critérios de avaliação mais importante. Como a economia e a renda das pessoas variam com o passar do tempo, seu potencial de consumo e avaliação de preço pode mudar. O custo-benefício de um produto pode ser um fator importante de análise, ao invés do preço exclusivamente. A variável cultural é fundamental, especialmente no que se refere ao consumo de vinho. Algumas sociedades o consideram supérfluo, outras o têm como essencial. Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 397) afirmam que “ a cultura tem um efeito profundo em por que as pessoas compram”, pois ela revela o modo que as pessoas usam para agir socialmente. Um objetivo comum ao marketing é influenciar o conhecimento do consumidor, uma vez que é difícil vender um produto ou serviço desconhecido. Conforme Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 222-223) é importante que as empresas saibam o que os consumidores compram, onde compram e quanto pagam, para tentar descobrir brechas e aumentar a probabilidade de compra”. A venda de vinhos tem um impacto direto no entoturismo, da mesma forma que este tem para aquele. Os elementos que influenciam a venda, indiretamente influenciam o enoturismo, e ele, por sua vez, tem influencia sobre os elementos. Essa influência pode ser tanto positiva quanto negativa, do ponto de vista da sustentabilidade de um destino turístico. 2.9 Comportamento do consumidor turístico O turismo caracteriza-se por ser uma atividade essencialmente humana. Para que essa atividade possa ser melhor compreendida, é necessário conhecer, entre outros, o comportamento das pessoas que praticam tal tipo de atividade. Os turistas são consumidores não só de recursos naturais e culturais, mas também de serviços turísticos, independentemente de suas motivações para o seu deslocamento. O ato de viajar consiste em um comportamento humano e, para que ele ocorra, as pessoas precisam estar motivadas. A motivação designa um conjunto de forças internas ou impulsos que mobilizam e orientam o comportamento de um indivíduo para determinado objetivo, como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio. As pessoas procuram responder às suas motivações e desejos, no caso do turismo, havendo a vontade e a possibilidade de satisfazer necessidades e desejos...(ROSA, 2006, p.17). Para que um estabelecimento possa desenvolver adequadamente seu potencial turístico, promovendo um atendimento adequado e satisfatório, inclusive para fazer com que os turistas retornem, torna-se necessário entender quem é o turista e quais são suas expectativas e fatores que exercem influência na decisão de deslocamento de um lugar para o outro. “O comportamento humano deve ser estudado, desde uma perspectiva científica, seja para que se possa contribuir positivamente para ampliar as ofertas e tornar o turismo de certa região ou local diferenciado, seja para analisar interesses, atitudes, valores.” (BARRETO, 2001, p.26). O comportamento do consumidor no turismo é uma questão de interesse, tanto para aquelas pessoas que atuam na área profissionalmente quanto para as organizações que “procuram estar à frente das mudanças nos gostos do consumidor, garantido com isso, a satisfação de suas necessidades”. (SWARBROOKE, 2002, P.222). É importante considerar o seu comportamento como sujeito ativo na escolha de suas atividades, a partir de suas motivações e expectativas, com disponibilidade de tempo para o lazer e formador da demanda turística. Num cenário globalizado, as empresas de serviços precisam acompanhar a evolução tecnológica e o perfil de seus clientes, desenvolvendo uma capacidade de identificar de forma rápida e correta suas necessidades e, principalmente, propor soluções para suprir as deficiências. Os estudos que focam o comportamento do turista não devem se limitar somente em analisar o que ele consome ou compra, mas precisam ampliar seu escopo buscando o entendimento do por que ele viaja. Dentro dessa conjuntura, conhecer o consumidor é fundamental para um planejamento estratégico e para a segmentação do mercado. Segundo Swarbrooke e Horner (2002), o comportamento do consumidor é a chave da sustentação para que se possa desenvolver, promover e vender um produto turístico, por isso a importância em identificar qual(is) atrativo(s) desperta(m) a atenção do consumidor. Comportamentos e atividades turísticas associadas a busca de conhecimento sobre o vinho e o desejo de conhecer in locco regiões específicas e consagradas, garantem um especial significado ou sentido, moldando as escolhas para um destino de viagem. Os critérios que regem o comportamento do turista na escolha de um destino, de um lugar para onde viajar obedece primeiramente à imagem que o turista tem desse lugar e as vantagens comparativas existentes entre os diversos destinos. “A imagem do lugar é uma representação mental formada por informações de diversas fontes. (ZANINI, 2007, p.35). Essas informações podem criar certas expectativas pessoais e o desejo de se informar mais a respeito do destino ou, ainda, a adoção de atitudes positivas ou negativas em relação ao lugar. A importância do enoturismo para as grandes e pequenas vinícolas é diferente. De acordo com Lavandoski (2008), para os pequenos estabelecimentos, o turismo é uma forma de propiciar vendas diretas ao consumidor e é visto também como um veículo promotor de financiamentos para inovações tecnológicas. Já para as vinícolas de grande porte, o turismo propicia contato direto com os consumidores, educa para o consumo da bebida, é um meio de testar novos produtos e acaba por fortalecer a imagem das marca do produto. Nos últimos quinze anos (SANTOS, 2004), o interesse pelo vinho cresceu consideravelmente no Brasil, sendo que cada vez maior o universo de consumidores, assim como o número de vinhos brasileiros e estrangeiros disponíveis no mercado, apesar de ainda o consumo per capita brasileiro anual ser baixo, em média de 1,85 litros por pessoa. (LAVANDOSKI, 2008), demonstrando que a maioria dos brasileiros ainda não possui o hábito de beber vinho. O consumo de bebida alcoólica está diretamente relacionado a determinados hábitos de lazer e a um tipo de evento ou situação específica. No caso do vinho, (LAVANDOSKI, 2008, p.42) “ está relacionados com a vida noturna, restaurantes, encontros afetivos, reuniões familiares, clima frio, festividades e comemorações, por isso o vinho é considerado uma bebida emocional”. O fator regional também influencia no consumo de vinhos, sendo o hábito de consumo da população da região sul do Brasil diferente em relação a população dos estados do nordeste, reforçando a idéia de que as motivações e o perfil dos enoturistas são diferentes para cada região. Portanto, para compreender como os indivíduos percebem determinado ambiente, conhecer seus conceitos e valores, identificar o que mais desperta atenção, bem como quais são suas expectativas e satisfações são tarefas relevantes para planejar e desenvolver ações bem sucedidas, utilizando como base a realidade percepcionada do público-alvo de destino turístico em questão. 2.10 Fatores que influenciam no comportamento dos consumidores O comportamento do consumidor é constituído por todas as ações tomadas pelos consumidores que estejam relacionados à aquisição, ao descarte e ao uso de produtos e serviços. Este campo estuda como pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e descartam, artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e desejos, de acordo com Mowen e Minor (2003). Para conhecer os seus clientes a fundo as empresas devem adotar o conceito de marketing holístico, que significa entendê-los, adquirindo uma visão completa tanto do cotidiano como das mudanças que ocorrem ao longo da vida dele. Isso ajuda a assegurar que produtos certos estão sendo comercializados para os clientes certos e de maneira correta. O comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. 2.10.1 Fatores culturais Cultura, subcultura e classe social são os que exercem a maior e mais profunda influência, tendo a cultura como o principal determinante do comportamento e dos desejos de uma pessoa. Pessoas pertencentes à mesma classe social tendem a se comportar de maneira mais semelhante do que pessoas de classes sociais diferentes, a exemplo, diferem quanto ao vestuário, padrões de linguagem, preferências de lazer e muitas outras características. Elas também são vistas, de acordo com sua classe social, como ocupantes de posições superiores ou inferiores. “Ocupação, renda, propriedades, grau de instrução e orientação para valores são variáveis que indicam a classe social e a depender da rigidez da estratificação social, as pessoas podem passar de uma classe social para outra durante a vida”. (KOTLER, 1994, p. 176). 2.10.2 Fatores sociais Os grupos de referência exercem influência direta ou indireta sobre atitudes ou comportamentos de uma pessoa. “O comportamento do consumidor também é influenciado por grupos de referência, família, papéis sociais e status”. (KOTLER, 1994, p. 176). Os grupos que possuem uma influência direta são os grupos de afinidade, como os primários, que se interagem contínua e informalmente, família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, e os secundários, que normalmente são formais e exige menor interação, como grupos religiosos e profissionais ou associações de classe. 2.10.3 Fatores pessoais Idade e estágio no ciclo de vida, ocupação, circunstâncias econômicas, personalidade, auto-imagem, estilo de vida e valores são características pessoais que também influenciam e têm um impacto direto nas decisões do comprador. Os padrões de consumo são moldados de acordo com o ciclo de vida da família. “As circunstâncias econômicas, como a renda disponível, economias e bens, débitos, capacidades de endividamento e atitude em relação a gastar e economizar, também afetam extremamente a escolha de um produto”. (KOTLER, 1994, p. 176). 2.10.4 Fatores psicológicos No consciente do comprador penetram-se estímulos ambientais e de marketing. Um conjunto de fatores psicológicos combinado à determinada característica do consumidor leva ao processo de decisão de compra. Os principais fatores psicológicos que influenciam a reação do consumidor aos vários estímulos são: motivação, percepção, aprendizagem e memória (KOTLER, 1994, p. 176). Enfim, ressalta-se que a decisão de consumo de uma pessoa é o resultado de uma integração complexa entres os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos, mesmo que o profissional do marketing não possa influenciar a grande maioria desses fatores, eles são úteis na identificação dos interesses pessoais dos consumidores, possibilitando a adequação de produtos e apelos na tentativa de melhor suas necessidades. 3 METODOLOGIA Em relação ao tema central deste estudo, turismo do vinho, “ainda que, só recentemente o conceito de enoturismo tenha encontrado espaço na esfera turística formal” (SOARES, 2004, p. 88), não se encontram muitas informações ou pesquisas que possam subsidiar o estudo em questão. Por esta razão optou-se pela realização de uma pesquisa exploratória, pelo método de estudo de caso. Foi realizada uma pesquisa exploratória por acreditar-se que este seja o método que melhor se adapte ao estudo em questão, já que, “pesquisas exploratórias têm por finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. (GIL, 1.999, p.43). Ainda, segundo o autor, as pesquisas exploratórias são utilizadas quando o tema escolhido é ainda pouco explorado, tornando-se difícil a formulação precisa de hipóteses e que sejam operacionalizáveis. Segundo Gil (2002) os estudos de caso são caracterizados pela análise profunda de um ou de poucos objetos, permitindo o seu conhecimento amplo e detalhado. Já de acordo com Yin (2002), o estudo de caso contribui de forma especial para a compreensão de fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos mais complexos, permitindo uma investigação que preserva as características holísticas e significativas dos eventos da vida real, tais como os ciclos de vida individuais, os processos organizacionais e administrativos, as mudanças ocorridas em organizações e regiões, entre outros aspectos dinâmicos. Um elemento importante que justifica a aplicação de estudo de caso nesta pesquisa é a relação fenômeno x contexto, na medida em que se busca conhecer as influências do vinho como atrativo turístico. Reforçando as palavras de Yin (2001), que o estudo de caso privilegia um fenômeno contemporâneo dentro do contexto da vida real, especialmente, quando os limites entre o fenômeno e o seu contexto não estão claramente definidos. O estudo foi desenvolvido tendo como objeto central o turismo do vinho e a partir dessa delimitação, selecionou-se para o desenvolvimento da pesquisa, a empresa Vinícola Cave de Amadeu, (anexo I) localizada no interior do distrito de Pinto Bandeira, no município de Bento Gonçalves, Serra Gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul. A empresa Vinícola Cave de Amadeu foi fundada no ano de 1979, pelo engenheiro agrônomo e enólogo Mario Raul Geisse, um chileno que veio tentar a sorte no Brasil e descobriu em Pinto Bandeira uma região com grande potencial para elaboração de vinhos finos e, principalmente, um terroir adequado para os espumante. Foi a pioneira na elaboração de espumantes pelo método champenoise na Serra Gaúcha. Com uma capacidade de armazenagem para quinhentos mil litros de vinho, comercializa anualmente, em média cento e vinte mil garrafas entre vinhos e espumantes e conta com uma equipe, atualmente, de vinte e cinco funcionários entre os setores administrativo, produção e vinhedos. A escolha da vinícola se deu por se tratar de uma empresa conceituada no mercado pela qualidade de seus vinhos e espumantes e, também, por contar com uma estrutura preparada e apta ao recebimento de turistas, estando atuante na área do enoturismo já há alguns anos e principalmente, por integrar o roteiro turístico de Pinto Bandeira “Vinhos de Montanha”. Considerando-se que a população é formada por um conjunto de elementos, cada um apresentando uma ou mais característica em comum, fizeram parte da amostra, os turistas que visitaram a empresa durante o período determinado para a realização da pesquisa, tendo como critério de seleção dos participantes que os mesmos fossem jovens e adultos, que soubessem ler e escrever e que se propusessem a colaborar com a enquete. O processo de seleção da amostragem foi de caráter não-probabilístico, onde não se conhecem as probabilidades de inclusão de cada indivíduo e, usaram-se as técnicas de amostra causal, pela qual se questiona um número x de indivíduos de forma causal e intencional e selecionam-se casos típicos do universo segundo a relevância teórica (www.fflch.usp.br ). Para esse estudo, constatou-se que a melhor forma para a coleta dos dados seria por meio da aplicação de um questionário (anexo II). Instrumento esse elaborado com questões tendo como foco o tema central, enoturismo. Valeu-se deste para apurar o perfil dos turistas, seus interesses e fatores motivantes que os levam até a vinícola. A coleta dos dados se deu por um período de dois meses, começando em 20 de junho e encerrando em 19 de agosto do corrente ano. Valeu-se da estrutura da empresa para a aplicação dos questionários, bem como a colaboração dos funcionários desse setor, os quais nos disponibilizaram um espaço na área da degustação e do varejo, dentro da empresa, para que os questionários ficassem expostos e de fácil alcance dos respondentes. Utilizou-se um questionário estruturado, com questões fechadas e abertas. Escolheu-se esse período nessa época do ano para a realização do estudo visando o aumento do fluxo de turistas( anexo III) na região atraídos pelo frio, valorizando assim a importância de contatar um maior número de pessoas possível, qualificando assim os instrumentos de coleta de dados utilizados. Ao término da coleta, totalizaram 55 questionários respondidos, os quais foram analisados e tabulados com o auxílio das ferramentas do Excel, na versão 2007. Esse estudo ficou limitado à opinião dos turistas que espontaneamente responderam ao questionário durante o período da realização da coleta dos dados. 4 ANÁLISE DOS DADOS De acordo com os instrumentos aplicados, segue a análise das respostas conforme os dados apurados. 4.1 Procedências dos visitantes A análise deste indicador permite conhecer a composição do fluxo de visitantes, quanto a sua origem, cultura, descendência, hábitos e clima. Gráfico 01 – Procedência dos visitantes A grande maioria dos visitantes provém do estado do Rio Grande do Sul (38,23%), de São Paulo 30.9%, do Paraná 18,18% e o restante (10,92%), estão distribuídos nos estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Distrito Federal, Ceará e Pernambuco. Através destes resultados, pode-se constatar que, pela proximidade da oferta, a demanda maior ainda é do estado onde o atrativo está inserido, o Rio Grande do Sul. Automaticamente a facilidade de acesso ao local e as informações condizentes ao assunto, beneficia tal resultado. Outro fator a ser considerado é a própria colonização italiana predominante no estado do Rio Grande do Sul, a qual tem inserida em sua cultura o hábito de beber vinho. 4.2 Atividade Profissional Por meio deste item, pode-se visualizar se o turista está ligado direta ou indiretamente ao mundo do vinho, se não está, em quais áreas atuam. Que outros segmentos possuem interesses pelo enoturismo, e, principalmente, descobrir seu potencial de consumo, uma vez que atividade exercida se reflete diretamente na renda e poder de aquisição do profissional. Gráfico 02 – Atividade profissional As atividades profissionais predominantes são, educacional (professores) e empresarial: 12,72% cada, saúde: 9,09%, administração: 9,09%, comercial (vendedores, representantes): 7,27%, estudantes: 7,27%, engenharia:5,48%, e demais: 36,36%. Constata-se que o interesse pelo enoturismo e consumo de vinhos provém de uma gama diversificada de profissionais atuantes nas mais diversas áreas. Essa informação revela noções sobre a formação dos indivíduos, sobre a renda e indiretamente, o potencial de consumo desses consumidores. 4.3 Gênero É importante saber qual a predominância de homens ou mulheres que se interessam pelo enoturismo. Gráfico 03 – Gênero Entre os questionados, 58,19% são do sexo feminino e 41,81% do masculino. Percebe-se que esta é uma atividade que atrai ambos os sexos, apesar de uma pequena predominância das mulheres. Observou-se também que, a maioria das pessoas que viajam com este fim, o fazem com suas famílias ou em casais, eventualmente praticam essa atividade sozinhas. 4.4 Idade A idade está diretamente ligada ao interesse, ao conhecimento e a independência financeira de cada pessoa. Gráfico 04 – Idade O percentual de visitantes entre 31 e 40 anos é o mais expressivo na amostragem, totalizando 29,09%, os demais, 25,45% entre 21 e 30 anos, 25,45% entre 41 e 50 anos, 9,09% têm entre 51 e 60 anos, 7% até 20 anos e 3,63% acima de 60 anos. A maioria está entre 20 a 50 anos, predominando, dentro destes, a faixa etária dos 31 aos 40 anos. Nessa idade as pessoas já têm um certo grau de conhecimento, normalmente são formadas, possuem profissões definidas ( conforme gráfico 03), uma renda fixa e consequentemente, uma independência financeira. 4.5 Grau de instrução O grau de escolaridade é importante para identificar qual é o nível de conhecimento e a formação dos visitantes. Este item está diretamente ligado a atividade profissional e a renda das pessoas. Gráfico 05 – Grau de instrução O gráfico 05 mostra que 76,36% possuem nível superior completo, 18,18% nível superior incompleto e 5,46% ensino médio. Essa análise mostra que a maioria têm formação de nível superior, são pessoas que concentram conhecimento e têm uma área de atuação profissional definida, conforme mostra o gráfico 02. Esse fato também pode ser explicado pela faixa etária dos visitantes. 4.6 Renda É através desta informação que pode-se comprovar o poder aquisitivo e o potencial de consumo do turista. Gráfico 06 – Renda A maioria, 52,72% dos visitantes ganham acima de 10 salários mínimos, 32,72% de 6 à 10 salários, 10,9% de 1 à 5 salários mínimos, e 3,63 %, não possuem renda. Constata-se a predominância da classe média-alta, pessoas com bom poder aquisitivo, possíveis consumidores de potencial, fortalecendo assim a idéia de um turismo qualitativo, o qual visa atrair não somente turistas, mas sim, turistas consumidores. De acordo com os gráficos 04, 05 e 06, pode-se constatar que os consumidores do turismo do vinho são pessoas com idade mediana, maior grau de instrução e renda superior. 4.7 O grupo Através desta informação, pode se avaliar o perfil do turista conforme sua forma de viajar, se praticam viagens de grupos ou , se são os chamados turistas particulares, os quais saem a passeio, com as famílias, em pequenos grupos e normalmente em carros próprios ou alugados. Gráfico 07 – O grupo O predominio está em grupos de até 5 pessoas (81,83%), os demais, 7,27% grupos de 11 a 15 iindivíduos, 7,27% para grupos com mais de 15 integrantes e 3,63% para grupos de 6 a 10 pessoas. Conforme estes dados, os visitantes da vinícola se caracterizam como sendo turistas particulares, os quais viajam em pequenos grupos e praticam o turismo familiar, predominando as viagens de finais-de-semanas, feriados e férias escolares. 4.8 Experiência Dado também importante para saber qual o percentual de pessoas que retornam até a empresa para repetir a experiência. Gráfico 08 – Experiência No gráfico 08, visualiza-se que: para 74,54% é a primeira vez que está visitando a empresa, para 7,27% é a secunda, para 10,9% terceira vezes e para 7,29% mais de 3 vezes. Conclui-se que 25% das pessoas que passam pela empresas retornam para repetir a experiência. O retorno é importante pois mostra o grau de satisfação e de interesse do turista, tanto pela empresa, como pelo assunto. 4.9 Expectativas Este item aponta o grau de satisfação do turista quanto ao produto turístico explorado. Gráfico 09 - Expectativa Conforme esse gráfico, 92,72% dos visitantes responderam que suas expectativas foram superadas, 3,63%, responderam que não superou e, 3,63% não opinaram. Percebe-se que para a maioria dos visitantes houve uma superação de expectavivas, o que significa que seus objetivos foram atingidos e estão satisfeitos com a experiência vivida. 4.10 Motivo pelo qual as expectativas foram superadas É sempre importante saber quais são os aspectos que mais atraem as pessoas, bem como os principas pontos positivos ou negativos, no sentido de melhor direcionar os trabalhos de aperfeiçoamento dos serviços e produtos oferecidos. Gráfico 10: Motivo pelo qual as expectativas foram superadas Analisando a questão do motivo da superação das expectativas do gráfico 10, percebese que para 38,59% as expectativas foram superadas pelo atendimento e recepção, 35,08% pela qualidade dos produtos, 7,01% pelo lugar, 7,01% pela empresa, por ser pequena e familiar, 5,26% pelo processo x modernidade x qualidade, recebidas e 1,79% pela arquitetura. 5,26% pelas informações Com essa análise consegue-se identificar alguns pontos considerados importantes e positivos pela concepção dos turistas em relação a empresa, sendo os principais estão relacionados ao atendimento e recepção e a qualidade dos produtos elaborados pela empresa. 4.11 Atendimento Um dos pontos mais importantes no que diz respeito ao atendimento ao público, não está somente nos serviços e produtos oferecidos, mas também em profissionais qualificados que exercem a função de recepcionistas e na hospitalidade que o estabelecimento proporciona. Gráfico 11 – Atendimento A grande maioria dos visitantes (98,18%) acharam que o atendimento foi ótimo e restante qualificou o atendimento como bom. Constata-se assim que a empresa, além de uma estrutura hospitaleira, conta com profissionais capacitados para a função que exercem, que acima de tudo, está em proporcionar a satisfação do consumidor e mostrar um pouco do que a empresa é, e busca no segmento do enoturismo. 4.12 Satisfação do cliente Este item auxilia na identificação do grau de satisfação dos visitantes. Gráfico 12 – Satisfação do cliente Todos os questionados responderam que ficaram satisfeitos com o atendimento. Esta estatística mostra que os vistitantes estão satisfeitos com a experiência vivida, certos que fizeram uma boa escolha ao optar por pela empresa e pelo tipo de atividade e, provavelmente, serão propagadores da idéia, compartilhando a experiência vivida com pessoas de seu convívio, favorecendo o marketing chamado de boca-a-boca. 4.13 Infra-estrutura da região É importante saber como estão sendo recebidas as pessoas na região, os pontos positivos, os pontos que devem ser melhorados em todos os setores que, direta ou indiretamente, trabalham com o turismo. Nada melhor do que a opinião dos que usam esses serviços para avaliar seu funcionamento. Gráfico 13 – Infra-estrutura da região Entre os questionado, 58,19% acharam que a infra-estrutura está ótima, 36,36% está boa e 5,45% que está regular. Percebe-se que, no geral, a infra-estrutura do município para o recebimento dos turistas está boa, porém, nem todos estão totalmente satisfeitos, o que leva a crer que ainda existem deficiências nos setor receptivos de turista na região Seguem algumas sugestões e comentários deixados pelos visitantes: - Aumentar o horário de atendimento dos restaurantes; - Melhoria nos acessos, como estrada sem asfalto; - Melhoria na divulgação dos roteiros; - Atendimento pouco receptivo em alguns estabelecimentos; - Hotéis pouco aconchegantes e melhoria nas opções de hospedagem; - Melhoria e mais opções de restaurantes. 4.14 Fatores motivantes Essa análise, acredita-se que seja uma das mais importantes, pois é através dela que se descobre o que as pessoas buscam, almejam, quais seus interesses e objetivos ao se dirigir até a empresa. Através destes dados, a empresa passa a ter condições de direcionar seus trabalhos e produtos, buscando oferecer aos turistas o que eles realmente desejam. Gráfico 14 – Fatores motivantes No gráfico 14, referente ao fatores motivantes , visualiza-se o seguinte resultado : 20,21,% estiveram visitando a vinícola por apreciar vinhos; 14,87% para obter conhecimentos sobre as tradições do vinho; 13,82% pela experiência de conhecer uma vinícola e serem atendidos por profissionais da área; 12,32% por apreciar os produtos elaborados por esta empresa; 11,16% para desfrutar da cultura e dos aspectos saudáveis do vinho; 7,33% para apreciar a arquitetura e a arte regional; 7,44% pelo prazer de um passeio em ambiente rural; 5,31% por ter sido indicada por terceiros; 4,25% estar participando de algum evento na região e 3,19% por motivos gastronômicos. As motivações predominantes são inúmeras e variam de acordo com a idade, o gênero,a classe social/renda, entre outros. Nesse estudo, percebe-se que os principais motivos estão diretamente relacionados com o vinho propriamente dito, como o fato de gostar de vinhos, querer aprender mais sobre o assunto vinho, pela experiência, e também, um percentual considerável de individuos mostra que já conhece e aprecia os produtos da empresa em questão. 5 CONCLUSÃO Ao focar o estudo do enoturismo na região da Serra Gaúcha, é possível pesquisar diferentes segmentos de análise. A presente pesquisa norteou-se na análise do comportamento dos consumidores que praticam o turismo do vinho na empresa Vinícola Cave de Amadeu em Bento Gonçalves. No sentido de buscar resposta ao problema inicial, foram formulados objetivos que forneceram o itinerário da pesquisa. As informações obtidas ao longo do trabalho permitiram tecer algumas considerações, resguardadas as limitações que o estudo apresenta. Referenciando-se aos objetivos desse trabalho, conclui-se que, apesar do estudo ter se limitado a uma amostra do público, acredita-se ter conseguido apurar várias informações sobre o comportamento do consumidor praticante do enoturismo na empresa estudada. Conforme constatação, o fluxo de turistas não é muito elevado e também bastante sazonal, aumentando consideravelmente em épocas de férias, feriados e no período do inverno, reduzindo nas outras épocas do ano. O público é formado, na maioria das vezes por grupos de homens e mulheres, caracterizado por casais, enfatizando assim o turismo familiar. Eventualmente integram crianças aos grupos. Em relação aos interesses, percebe-se que os consumidores estão bem focados em seus objetivos que são, além do prazer e da diversão, o desejo de ampliar seus conhecimentos numa área específica, nesse caso, o vinho, em todos os seus aspectos. A busca desse conhecimento, o interesse em conhecer uma vinícola e os atrativos que ela oferece, são fatores motivantes que levam as pessoas a buscar por esse tipo de experiência, porém, cabe às empresas cada vez mais inovar, melhorar, buscar novos atrativos e serviços diferenciados, visando atrair cada vez mais um número maior de interessados, bem como, um possível retorno dos que já passaram por ali. Percebe-se também que esses consumidores, além de proporcionarem um retorno econômico para a empresa, através de suas aquisições diretas de produto, são responsáveis pela propaganda do roteiro, uma vez que esta, em sua grande maioria é feita boca-a-boca, onde os turistas transmitem suas experiências vividas para pessoas de seu convívio, fazendo assim um trabalho de marketing e divulgação. Constatou-se que o enoturismo cresceu muito nos últimos anos exigindo que toda a infra-estrutura receptiva da região operasse com maior eficiência, não só estabelecimentos vinícolas, como também, hotéis, restaurantes, agências e centros de informações. Ao se conhecer de forma mais ampla o comportamento dos consumidores, seus hábitos, preferências, necessidades, grau de cultura, faixa etária, rendimentos, se viajam em grupos, famílias ou sozinhos, ajuda a melhor compreender os motivos que levam certas pessoas buscar tal atividade, bem como orientar as empresas receptoras nos tipos de serviços e atrativos que devem oferecer. Para tanto, conclui-se que as empresas não devem-se deter somente em pesquisas estatísticas para qualificar seus visitantes, e sim, enfatizar mais a observação qualitativa, estudando casos que podem mostrar mais claramente os anseios e as frustrações de cada indivíduos, facilitando assim na tomada de decisões. Outro fator importante observado e que se deve destacar nesse estudo é a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Não deve-se focalizar a qualidade apenas do ponto de vista da imagem, pois, para o setor turístico não é o suficiente, uma vez que, conforme já mencionado, grande parte da propaganda é feita pelos próprios turistas, que, se satisfeitos com a experiência, serão responsáveis pelo marketing positivo, e, caso contrário, pelo marketing negativo. Observa-se também que alguns fatores são determinantes no caso de uma empresa ao optar em oferecer tais serviços ao consumidor, como: atrativos e infra-estrutura qualificada, desenvolvimento tecnológico (telecomunicação, transporte, condições sanitárias, etc.), segurança, promoções, hospitalidade, uma política de preços que evite a exploração, bom atendimento e qualificação dos profissionais da área, o sucesso da arividade depende da satisfação das expectativas dos visitantes, assim como, uma forma de atraí-los para o destino. Para tanto, pode-se dizer que, além do desejo de viajar, buscar experiências novas, ou, reviver experiências já vividas, essas pessoas buscam algo mais, optaram por um roteiro enoturístico que, por algum motivo lhes interessa, com o intuito de tornar sua viajens mais prazerosa podendo unir o conhecimento com a diversão. Ao finalizar a presente pesquisa, novos questionamentos sugerem caminhos para outros estudos no intuito de melhor compreender o comportamento dos consumidores que praticam o turismo do vinho na Vinícola Cave de Amadeu. Da mesma forma, acredita-se que a empresa estudada deva investir em novos atrativos turísticos com a finalidade de modificar seu roteiro e buscar um diferencial das demais empresas. Sugere-se a exploração dos vinhedos da propriedade proporcionando ao turista uma opção de passeio ao ar livre e em maior contato com a natureza, e também, levando-se em conta a caracterização do turismo familiar, a criação de atrativos para crianças e adolescentes, bem como a adequação da estrutura do estabelecimento para o recebimento de pessoas deficientes, como cadeirantes. 6 REFERÊNCIAS ASSEMBLEE DES REGIONS EUROPEENNES VITICOLES. Vin et Tourisme. Disponível em: http://www.arev.org. Consulta em junho de 2008. ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE VINHOS DE PINTO BANDEIRA. (ASPROVINHO). Tursimo. Disponível em: http://www.asprovinho.com.br. Consulta em setembro de 2008. BARRETTO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus, 1995. BARRETO, M. e RECOJOWSKI,M. Turismo: interfaces, desafios e incertezas. Caxias do Sul: Educs, 2001. BRAMBATTI, L.E. Revista da Faculdade da Serra Gaúcha. Bento Gonçalves: vol.2, 2001. BRAMBATTI, L.E. e SANOCKI, M. 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Porto Alegre: Bookman, 2003. ANEXOS Anexo I Vinícola Cave de Amadeu Fonte: Acervo de fotos da Vinícola Cave de Amadeu Anexo I QUESTIONÁRIO: Nome:____________________________________________________________ (opcional). Cidade:___________________________________Estado:____________________________ País: ________________________ e-mail: ________________________________________ Profissão: ___________________________________________________________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: ( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( )de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( ) de 51 a 60 anos ( ) acima de 60 anos Escolaridade: ( ) ensino básico ( ) ensino médio ( ) superior incompleto ( ) superior completo ( ) pós-graduação Renda: ( ) de 1 a 5 salários mínimos ( ) de 6 a 10 salários mínimos ( ) acima de 10 salários mínimos Nº de pessoas no seu grupo: ( ) até 05 pessoas ( ) de 6 a 10 pessoas ( ) de 11 a 15 pessoas ( ) acima de 15 pessoas. Nº de vezes que já esteve visitando a Vinícola Cave de Amadeu: ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( )acima de 3 vezes Referente à visita: Superou suas expectativas: ( ) sim ( ) não Por que? _______________________________________________________________ Sua opinião sobre o atendimento: ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Sugestões: _____________________________________________________________ Você voltaria: ( ) sim ( ) não Recomendaria a alguém: ( ) sim ( ) não No geral, qual sua opinião sobre a infra-estrutura da região para o bom recebimento dos turistas em hotéis, restaurantes, centros de informações, vinícolas e estabelecimentos em geral. ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Sugestões: _____________________________________________________________ Quais são os principais motivos que o levaram a visitar a Vinícola Cave de Amadeu. (Assinalar uma ou mais alternativas). ( ) Gostar de vinhos ( ) Para obter conhecimentos sobre as tradições do vinho ( ) Pela experiência de serem atendidos por profissionais da área e conhecer uma vinícola ( ) Pelo prazer de um passeio em ambiente rural, aprendendo mais sobre o agriturismo ( turismo rural). ( ) Por motivos gastronômicos ( ) Por estar participando de eventos na região ( ) Para desfrutar da cultura e dos aspectos saudáveis do vinho ( ) Para apreciar a arquitetura e a arte regional ( ) Por ter sido indicada por terceiros ( ) Por apreciar os produtos elaborados por esta empresa ( ) Outros Quais: _________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Anexo III Grupo de turistas visitando a Vinícola Cave de Amadeu Fonte: Acervo de fotos da Vinícola Cave de Amadeu .