DESAFIOS DA GESTÃO DA COMUNICAÇÃO EM PROJETOS - UM ESTUDO DE CASO NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DE UMA EMPRESA DO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO Autoria: Sirlei de Almeida Pereira, Patrícia Morilha Muritiba Resumo Na era do conhecimento, a informação e sua comunicação de modo eficiente entre profissionais e gestores de projetos, representam fator importante para o sucesso das empresas. Em projetos e nos negócios, a decisão estratégica ágil e de qualidade, que permita tempo hábil para inovações e competitividade, é afetada pelo modo como a informação flui nas organizações. Temas associados à comunicação têm sido frequentes nos estudos sobre gestão de projetos, porém na prática ainda há desafios e impactos a serem superados. Este trabalho tem por objeto verificar conflitos internos relacionados à comunicação e responder a questão sobre quais são as dificuldades em gerenciar a comunicação em projetos e quais os impactos disso. A pesquisa foi elaborada por meio de estudo de caso numa área de tecnologia da informação de uma instituição bancária brasileira e utilizou análise documental, observação participante e entrevistas não estruturadas com gerentes de projetos seniores. Os resultados evidenciaram dificuldades em estabelecer padrões de comunicação, ausência de planejamento ou de processos comuns e falta de relatórios de desempenho padronizados e frequente em todas as fases do projeto, fatores que têm impactado a credibilidade e o resultado final das entregas. Palavras-Chave: Comunicação, Gestão da Comunicação; Gerenciamento de Projeto. Abstract In the era of knowledge, information and communicating efficiently among professionals and project managers, represent important factor for success of companies. In projects and business, the strategic decision with agility and quality, allowing enough time for innovation and competitiveness, will be affected by how the information flows in organizations. Issues related to communication have ¾en frequent in studies of project management, but in practice, there are still challenges and impacts to be overcome. This paper aims to check internal conflicts related to communication and answer the question of what are the difficulties in managing communication in projects and the impacts of these difficulties. The research was developed through a case study in the area of information technology in a Brazilian bank, using document analysis, participant observation and unstructured interviews with senior project managers. The results showed difficulties in establishing communication standards, lack of planning or lack of common processes and no standardized or frequent progress reports at all stages of the project, aspects that brought impacts on the credibility e on the outcome of deliveries. Keywords: Communication; Communication Managing; Project Management. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 1 1. INTRODUÇÃO Na era do conhecimento, a informação e sua comunicação de modo eficiente, representa fator importante para o sucesso das empresas. A tomada de decisão estratégica, ágil e de qualidade, que permita tempo hábil para inovações e competitividade, dependerá de como a informação será tratada e distribuída dentro da organização. O cenário competitivo, incertezas e características complexas dos negócios da atualidade, acarretam ao gerente de projetos uma gama de desafios, incluindo alta responsabilidade em influenciar e coordenar simultaneamente áreas multifuncionais, gerenciar esforços para negociar eficazmente uma variedade de projetos e suas partes interessadas, bem como prestação de contas em projetos. A resposta satisfatória do gerente de projetos a esses desafios pode ser atribuída à competência em comunicação (Henderson, 2003), aspecto que representa o meio para chegar a um entendimento comum e cuja coordenação afeta o estado e o progresso dos projetos (Chiocchio, 2007). Assim, na gestão de projetos a comunicação tem se mantido constante como uma competência desejável e essencial, com evidências claras de que o seu refinamento traz impacto positivo nos resultados, na maturidade do gerente de projetos, produtividade e satisfação dos membros da equipe (Henderson, 2008). Apesar da vasta literatura listar boas práticas para o gerenciamento da comunicação, problemas relacionados existem, por exemplo, porque há em cada indivíduo particularidades em sua maneira de falar e escutar. Comunicação requer saber ouvir e se adaptar à variedade de membros nas equipes e suas bases de comunicação (Koskinen, 2004). Chegar a um entendimento comum requer um ambiente de confiança (Fox, 2001) e na falta de confiança, as pessoas concentram-se mais em suas suposições e temores, o que gera ruído. Quando a confiança existe, as pessoas assumem riscos, transmitem informações abertamente e desenvolvem suas atividades com menos ansiedade e estresse (Carvalho & Mirandola, 2007). Observa-se, portanto que na prática ainda há obstáculos a serem vencidos e trabalhados, fato que aumenta a relevância do papel do gerente de projetos como principal responsável pela gestão da comunicação, planejamento e resultado em projetos. Para a sobrevivência dos negócios torna-se então fundamental dar a devida atenção aos conflitos relacionados à comunicação em projetos e promover o desenvolvimento de competências para uma comunicação eficaz, permitindo ao grupo interpretar as informações com significados compartilhados (Carvalho & Mirandola, 2007). ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 2 Nesses termos, este artigo visa analisar as práticas utilizadas na gestão das comunicações em projetos de uma instituição bancária, especificamente na área de TI (Tecnologia da Informação) que atende o segmento de cartões de crédito e empréstimo pessoal, buscando identificar a percepção dos gerentes de projetos sobre os conflitos e dificuldades relacionados à comunicação. A empresa utilizada neste estudo é destaque no cenário financeiro nacional e internacional e possui uma equipe de gerentes de projetos altamente qualificada. O conhecimento e a opinião desses especialistas sobre os aspectos da gestão da comunicação, discutindo os impactos nos negócios e atuando para incorporar as boas práticas de gerenciamento, têm potencial relevância no dia a dia em projetos e nos resultados deste artigo. A questão de pesquisa deste trabalho é verificar com base na literatura, quais são as dificuldades em gerenciar a comunicação em projetos e quais os impactos disso, observando por meio de estudo de caso, como a área de TI da empresa estudada realiza os processos inerentes à comunicação. Apesar da experiência e capacitação dos gerentes de projetos, os resultados mostram que no ambiente empresarial ainda há barreiras que dificultam os processos da comunicação. Este trabalho está organizado em capítulos que apresentam a seguinte sequência e detalhamento: introdução e relevância do tema, revisão da literatura sobre comunicação em projetos e competências para comunicação em projetos, procedimentos metodológicos e definição da abrangência da pesquisa (empresa, área e projetos a serem observados, bem como o perfil dos entrevistados), apresentação dos dados coletados, análise de resultados e considerações finais. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 3 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 COMUNICAÇÃO EM PROJETOS O conceito de comunicar está relacionado ao ato ou efeito de transmitir e receber mensagens por meio de métodos e ou processos, nas formas oral ou escrita. Comunicar considera sete elementos básicos: mensagem, emissor, receptor, canal ou meio, codificação (do emissor), decodificação (entendimento do receptor) e feedback ou retorno da mensagem (Ferreira, 1996). É, portanto a ação que busca tornar comum o entendimento, a linguagem e técnicas utilizadas por uma determinada pessoa ou grupo para trocar informações, partilhar ideias, experiências e valores. Em gerenciamento de projetos, comunicação é o fator essencial que permite aos envolvidos e partes interessadas (stakeholders) interagir eficazmente e funcionar como uma equipe, atingindo resultados planejados (Fosberg, Mooz, & Cotterman, 2005). A comunicação estimula o pensamento e promove possibilidade de observação por meio de novas formas, o que por sua vez pode influenciar o desempenho. Para trabalhar juntos e garantir o sucesso em projetos, equipes dependem da comunicação e principalmente, da coordenação de como a informação flui durante o projeto (Chiocchio, 2007). Diversos autores já mencionaram aspectos que podem trazer impacto à comunicação. Barreiras existem e são tanto físicas quanto de significado ou psicológicas (Ferreira, 1996; Carvalho & Mirandola, 2007), pondendo ainda serem provenientes de padrões de comportamento, diferenças culturais, estruturais ou geográficas. O nível de conhecimento dos indivíduos, comunicadores e receptores, “incluindo-se barreiras semânticas, nível intelectual e cultural, especialização e a capacidade de transformar o conteúdo de mensagens numa proposta inteligível” (Torquato do Rego, 1986), são questões que sinalizam a necessidade de desenvolvimento pessoal e da maturidade do indivíduo no processo comunicativo. Também é frequente, por exemplo, encontrar profissionais técnicos e de negócios que procuram contato direto com clientes, acreditando que o outro não saberá estabelecer uma comunicação assertiva. Quando o instinto substitui a compreensão e quando o produto final deixa de satisfazer o cliente, muitas vezes é atribuída ao próprio cliente a falta de adequada apreciação ou de entendimento das necessidades (Fosberg, Mooz, & Cotterman, 2005). ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 4 Esses aspectos explicam porque não é raro ouvir dos executivos que seus maiores probemas estão relacionados à comunicação, sendo esse um tema também de destaque na literatura sobre gerenciamento de projetos. Vários autores sinalizam que a área de comunicação está diretamente relacionada ao sucesso ou ao fracasso em projetos. Sua transmissão de forma clara reduz possíveis ruídos e possibilita o feedback como uma prática constante, garantindo entendimento mútuo (Carvalho & Rabechini Jr., 2011) Na busca por mitigar ruídos e barreiras no processo da comunicação, o ambiente organizacional pode fazer uso de padrões comuns com etapas, ferramentas e formulários préformatados que permitam demonstrar de forma sucinta e clara a informação que se deseja divulgar. Ocorre então em atas, relatórios, e-mails ou até em conversas e reuniões estruturadas ou não. A eficiência da comunicação está relacionada às habilidades humanas, em que o uso sinérgico da informação, além de melhorar as condições dos atos comunicativos, gera respostas mais imediatas e claras (Torquato, 1986). Comunicação eficaz depende então da capacidade do gerente de projetos em chegar a uma “mente coletiva”, ou seja, usar linguagem comum e quadros conceituais semelhantes, conceito que reafirma a necessidade de processos estruturados e desenvolvimento das habilidades de comunicação (Carvalho & Rabechini Jr., 2011). Kerzner (2009), ao abordar o modelo Project Management Maturity Model (PMMM), descreve que no primeiro nível de maturidade, apesar da organização reconhecer a importância em gerenciamento de projetos e haver certa linguagem comum, há resistências como, por exemplo, a falta de iniciativa e interesses pessoais acima dos interesses da empresa. Essas resistências impedem o avanço ao segundo nível, denominado processos comuns e podem ser reduzidas se houver ações em treinamentos, apoio executivo, padrões de linguagem e disponibilização de ferramentas de gestão. São cinco as características mais relevantes nos processos de comunicação, destacadas pelo guia de práticas em gestão de projetos ou Project Management Body of Knowledge (PMBOK, 2008): Identificar as partes interessadas: representa os processos de selecionar as pessoas e áreas internas e externas que podem ser afetadas pelo projeto e documentar as informações relevantes relacionadas aos seus interesses, envolvimento e responsabilidades. Planejar as comunicações: representa a verificação e definição das necessidades de informação das partes interessadas no projeto e a abordagem de comunicação. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 5 Distribuir informações: processo que apoia a disseminação das informações necessárias, colocando-as a disposição das partes interessadas, conforme planejado. Gerenciar as expectativas das partes interessadas: representa a capacidade de identificar as necessidades individuais dos envolvidos e interagir por meio da comunicação para apresentar os resultados e solucionar conflitos. Reportar o desempenho: indica o processo de coletar, armazenar e distribuir as informações sobre o desempenho, incluindo relatórios de desempenho, medições de progresso e previsões. Esta etapa dá subsídios para tomada de decisão e redirecionamento do rumo, se necessário. Assim, para que haja comunicação eficaz, destaca-se a necessidade de estruturação da comunicação em processos e regras comuns, além de treinamento e reciclagem em gerenciamento de projetos. 2.2 COMPETÊNCIAS PARA COMUNICAÇÃO EM PROJETOS Competência é o conjunto de qualificações ou características que permitem a alguma pessoa ter desempenho superior em certo trabalho ou situação (Dutra, Hipólito, & Silva, 2000). Além do conceito a respeito de qualificação pessoal, competência para comunicação em projetos requer a compreensão do ambiente, do outro e de si mesmo, significa alinhamento com os objetivos da empresa e ter a informação presente em todas as atividades, compartilhando normas e significados em comum. Assim, competência se relaciona com aprendizagens sociais e comunicacionais, é saber agir de modo responsável e reconhecido pelos outros e é a habilidade de agregar valor econômico e social (Fleury & Fleury, 2001). A investigação sobre competências em comunicação aborda principalmente o comportamento dos profissionais. Competentes comunicadores conseguem se relacionar com empatia e apoio em interações com os outros, sendo dois os fatores críticos comportamentais: a codificação, representada pelo envio ativo e produtivo de mensagens, apresentando as ideias de forma clara e a decodificação, que se refere à escuta ativa e receptiva das mensagens, transformando sensações em sentido (Henderson, 2008). Na maior parte da literatura, competência se refere a características funcionais e virtudes (Drejer, 2001) e seu conceito pode ser estudado a partir da decomposição da palavra ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 6 em latim: com, que significa conjunto e petere que significa esforço (Carvalho & Rabechini Jr., 2011). O campo para pesquisa sobre desenvolvimento de competências é vasto e seu futuro depende de dinamismo e da necessidade de soluções para facilitar aprendizagem e desenvolvimento organizacional, com o propósito de alcançar um modelo normatizado que permita aperfeiçoamento gerencial (Drejer, 2001). Estudos indicam que competências gerenciais, assim como as técnicas, evoluem tanto por meio da experiência (vivência) como por aprendizado (treinamento) e assim o gerente de projetos deve criar e reciclar conhecimentos ao longo de sua vida profissional. Planejamento, partes interessadas, objetivos e comunicação, entre outros aspectos do gerenciamento de projetos, estão relacionados às competências técnicas do gerente dentro da organização e na atuação em projetos (Patah, 2010). Para Carvalho e Rabechini Jr. (2011), sobre as habilidades de comunicação, é esperado que o gerente de projetos: “conheça as formas de comunicação (planos, relatórios, políticas, procedimentos, reuniões, cartas etc)”; “entenda e exerça as diversas formas de expressão da comunicação (não verbal, expressões faciais, movimentos corporais etc)”; “tenha senso de justiça (em sua atuação como mediador de conflitos, por exemplo)”; “saiba sintetizar ou expandir informações (considerando os interessados)”; “elabore o planejamento da comunicação (cronogramas de reuniões, plano de distribuição de informação, relato de desempenho etc)”; “Conheça as expectativas dos emissores/receptores”; “Conheça os canais disponíveis”. Em contextos organizacionais, comportamentos e habilidades comunicativas se relacionam diretamente com a realização do objetivo, desempenho e resultados (Henderson, 2008). A busca por conhecimento, aprimoramento e desenvolvimento profissional é então o que permite alavancar o sucesso e a competência gerencial em projetos e consequentemente melhorar seu planejamento, comunicação e resultados (Huemann, Keegan, & Turner, 2007). ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 7 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho foi desenvolvido utilizando-se a técnica de estudo de caso único, cujo objetivo, é a análise de um caso representativo ou típico, que permite captar circunstâncias de uma situação que ocorre com frequência, gerando presumidamente informações sobre as experiências do observador, dos entrevistados ou da instituição média (Yin, 2010). Trata-se de uma investigação empírica que busca opiniões baseadas em histórico e que usou a coleta de dados por meio de observação participante, levantamento de documentos internos de projetos da empresa, pesquisa em entrevistas não estruturadas com gerentes de projetos, análise dos fluxos de comunicação utilizados e que considerou a opinião dos entrevistados sobre sua percepção nos processos de comunicação em projetos recentes que participaram na organização. Para sintetizar os resultados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, buscando evidências que revelam como os processos de comunicação estão sendo conduzidos dentro dessa área da empresa. A técnica de análise de conteúdo permite ultrapassar o senso comum e subjetivismo de interpretação e alcançar uma vigilância crítica em relação à análise de documentos, textos, entrevistas ou observação (Minayo, 2000). Para as entrevistas de forma não estruturada, utilizou-se a abordagem em perguntas abertas baseadas nos tópicos descritos no PMBOK (2008), capítulo “Gerenciamento das Comunicações do Projeto”, buscando aferir como o entrevistado avalia a comunicação em projetos dentro da organização, sob as seguintes características: a identificação das partes interessadas, o planejamento das comunicações, a distribuição das informações, o gerenciamento das expectativas das partes interessadas, o reporte de desempenho, os meios utilizados na comunicação (físicos, eletrônicos, formulários, reuniões, entre outros) e a percepção do impacto que a gestão das comunicações pode trazer aos projetos. Algumas questões conversacionais e amigáveis (Yin, 2010) foram previamente formuladas para nortear a entrevista, são elas: Como você avalia a gestão e o planejamento das comunicações nos projetos? Qual sua percepção sobre o processo das comunicações em projetos? Como você avalia a identificação das partes interessadas e de suas respectivas expectativas em projetos? Qual sua percepção sobre o reporte de desempenho dos projetos? Como você avalia a gestão das comunicações ou as deficiências dela, sobre o impacto em projetos? ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 8 Os entrevistados foram orientados a responder de acordo com sua própria percepção e experiência, com base nos projetos que atuaram recentemente na empresa. A área de tecnologia da informação da empresa selecionada para este estudo atende especificamente o segmento de cartões de crédito e de empréstimo pessoal. Nessa área há aproximadamente quarenta funcionários com cargos de gerentes de projetos altamente qualificados, dos quais foram escolhidos três para as entrevistas. A escolha desses três gerentes foi principalmente motivada por terem recentemente vivenciado a entrega de projetos significativos para o faturamento e melhoria de processos na organização e por estarem nessa área e função há mais de dois anos, o que possibilita a representatividade da experiência vivida por essa área em gestão de projetos. Além das entrevistas, este trabalho utilizou a metodologia de observação participante para analisar os processos e registros de comunicação utilizados em dois projetos recentes e de relevância, um com implantação concluída em outubro de 2012, denominado Débito em Conta, que afeta diretamente a comodidade do cliente, reduz riscos de crédito e melhora a imagem da empresa neste quesito e o outro, denominado Anatel, implantado em julho de 2012 e que atendeu a mudança na identificação de telefones celulares, com o aumento de um dígito à frente do número original. Para permitir identificar o perfil do entrevistado, também foi questionado: tempo de experiência em gestão ou liderança de projetos, certificado ou formação em gerenciamento de projetos, idade e nível de escolaridade. A análise dos resultados iniciou-se paralelamente ao trabalho de coleta, de forma analítica e por meio de encadeamento das evidências. Os dados foram sintetizados conforme a característica da questão abordada na pesquisa e estão demonstrados no capítulo quatro, apresentação dos resultados. A partir dessas definições metodológicas, este trabalho visa analisar qualitativamente os aspectos da gestão das comunicações em projetos da área de tecnologia da informação de uma empresa do segmento bancário e detectar dificuldades, impactos, possíveis deficiências e melhorias. A abordagem em entrevistas abertas está apoiada na literatura de estudo de caso, em que, segundo opinião de Yin (2010), entrevistados bem informados podem fornecer atalhos para a história prévia das situações e proporcionar insights sobre os assuntos e eventos. A empresa foco desta pesquisa é uma instituição financeira, com um portfolio aproximado de 400 mil correntistas e mais de seis mil funcionários no Brasil. Por ter solicitado sigilo, está denominada neste trabalho com o nome fictício de “Banco A”. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 9 O “Banco A” é reconhecido por ter construído uma grande empresa de serviços financeiros diversificados para oferecer soluções aos clientes em todo o mundo, com uma variedade de produtos, capacidade de distribuição e clientes em mais de 100 países em quatro regiões: América do Norte, EMEA (Europa, Oriente Médio e África), Ásia-Pacífico e América Latina. Sua área de TI promove aos gerentes de projetos uma compreensão do vínculo crítico entre as áreas de tecnologia, o Banco e seu plano estratégico, além de fomentar oportunidades para acelerar o desenvolvimento de habilidades técnicas e capacitação gerencial, consolidando o modelo de negócios e estimulando o desenvolvimento de competências em gestão. 4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os resultados evidenciam que os participantes são unânimes em reconhecer a importância da gestão das comunicações em projetos e seus respectivos impactos, porém sinalizam informalidade na escolha de meios e formas para executar a comunicação, o que indica ausência de utilização de processos comuns. Os respondentes relatam que a confiança, a colaboração dos envolvidos e a reciclagem de conhecimentos, são fatores que afetam a comunicação nos projetos e, embora a área de TI estudada tenha concentração de profissionais com alta qualificação em gestão de projetos e conscientização sobre a importância dos processos de comunicação, não está evidenciado o aculturamento de boas práticas sobre os aspectos das comunicações em projetos. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 10 A análise do Quadro 1 permite verificar a síntese das entrevistas em forma escrita e destaca as dificuldades e impactos encontrados. Síntese dos Resultados das Entrevistas Aspectos da (*) Os entrevistados foram orientados a responder de acordo com sua própria gestão das percepção e experiência, com base nos projetos que atuaram recentemente na empresa. comunicações Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 em projetos na Idade: 37 Idade: 29 Idade: 23 área de TI Escolaridade: Pós, MBA, Escolaridade: Escolaridade: MBA Gestão estudada. GP - Gestão de Projetos Especialização (Economia, ADM e Mkt) Formação GP: PMP Experiência GP: 10 anos Graduação Formação GP: Cursando Experiência GP: 5 anos “Poucos são os gerentes de projetos que conseguem planejar e “A gestão e o divulgar planejamento das antecipadamente como comunicações em Dificuldades será o processo de projetos são etapas de em estabelecer comunicação.” alta relevância, mas padrões ou dependem processos de “Não conheço ou particularmente de comunicação percebo a existência de como cada gestor em projetos. processos ou decide realizar o metodologia claros de processo.” comunicação. Cada gerente faz como acha melhor”. “Quando existe a comunicação, na “A comunicação maioria das vezes o depende formato não é adequado principalmente da Possível ao público”. confiança entre as ausência de partes envolvidas, planejamento “Sem planejamento e entre a área de TI e as das existência de uma áreas de Negócio. Se comunicações comunicação clara há confiança é em projetos. sobre o andamento do possível seguir o projeto, o controle do caminho à conclusão cronograma e das do projeto”. pendências é raro.” Empresas (cursando) Formação GP: Cursando PMP Experiência GP: 3 anos “A comunicação entre os envolvidos em projetos é bem simples quando há uma pessoa focada nesta atividade e colaboração entre as áreas envolvidas.” “O bom relacionamento e a constante troca de informações entre todas as partes desde o início do projeto é essencial para a continuidade da comunicação.” “Quando se trata de projetos, as pessoas tendem a se fechar e trabalhar individualmente, focando seu projeto em particular”. “Em quase 100% das vezes o projeto impacta áreas além da área imediatamente responsável”. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 11 Aspectos da gestão das comunicações (continuação) Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 “A preocupação com as “Nunca tive oportunidade expectativas dos “A definição logo no início de ver um material com a interessados é questão do projeto das partes uma lista detalhada dos fundamental para interessadas e as stakeholders, suas garantir que seja expectativas das mesmas em expectativas, como os entregue o que se pede, relação aos projetos é Limitações na mesmos seriam porém, em alguns essencial. Sem esta definição da lista impactados pelos casos, os interessados definição prévia, a chance de interessados resultados dos projetos e não são profundos de sucesso do projeto não é no projeto qual o plano de conhecedores dos temas alta”. (stakeholders). comunicação”. que solicitam”. “Em alguns casos nem todas “Há identificação informal “É importante definir as áreas afetadas estão e que fica na cabeça do responsabilidades e participando desde o início gerente do projeto”. papeis para cada pessoa no projeto”. envolvida no projeto”. “O reporte de desempenho “Não adianta utilizar em projetos é muito ruim. “É uma opção do métodos específicos, Poucos são os gerentes de gerente de projetos detalhados e criteriosos de projetos que publicam o comunicar ou não os reporte, se a empresa não Dificuldades na status do projeto ao longo relatórios de evolução está evoluída a esse ponto. definição de do desenvolvimento e do projeto”. Cabe analisar qual tipo de padrões e de mais raros ainda são os reporte é o melhor para a periodicidade “Em minha opinião não gerentes que divulgam empresa”. para relatórios há projeto bem após a finalização dos de desempenho. conduzido se não “Superficialidade em projetos, um documento houver comunicação comunicar traz impactos nas atualizado com os periódica”. metas, prazos e qualidade requisitos entregues / não dos projetos”. entregues”. “Um processo de “Há desinteresse por parte comunicação ineficiente “A comunicação afeta dos envolvidos, que se tem alto impacto sobre os diretamente o projeto e deslocam para outros projetos e também sobre o separa um projeto bem assuntos ou guardam nível de satisfação dos feito sem informações por stakeholders. Uma má reconhecimento, de um esquecimento ou para se Possíveis notícia mal comunicada projeto bem feito protegerem de algum contratempos na gera um impacto muito parabenizado pela aspecto falho no projeto”. tomada de maior do que uma má instituição”. decisão e má notícia comunicada “Falta de confiança é “Áreas alinhadas, percepção dos corretamente”. geradora de barreiras na através de uma patrocinadores comunicação”. “Aspectos como causas, comunicação saudável, dos projetos. consequências e plano de tendem a trabalhar em “Não há programas que ação, prazo união, com foco na motivem a reciclagem das (antecedência), público e resolução de problemas habilidades de comunicação canal, devem ser melhor e na entrega bem ou mesmo o interesse das considerados nas sucedida do projeto”. pessoas”. comunicações”. A análise de conteúdo das entrevistas destaca ainda os seguintes aspectos: ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 12 Dificuldades em estabelecer padrões ou processos de comunicação em projetos: os respondentes percebem a relevância em usar padrões nos processos de comunicação, porém relatam que não há a percepção ou existência de processos comuns utilizados. Afirmam que cada gerente assume a responsabilidade em comunicar da maneira que julgar ser a mais apropriada para o projeto e descrevem o aspecto relacionamento como sendo primordial ao planejamento, confiança e continuidade da comunicação. Relatam que a ausência de padrões gera impacto na obtenção das informações e nos resultados planejados. Sinalizam ainda que a falta de informação adequada gera ruído entre as partes interessadas e muitas vezes tomada de decisão inadequada nos projetos. De fato, de acordo com Kerzner (2009), pode haver barreiras na comunicação muitas vezes provenientes de resistências como a falta de iniciativa ou interesses pessoais acima dos interesses da empresa. Barreiras impedem o avanço da maturidade em gerenciamento de projetos e uso de linguagem de comunicação padronizada. Ter apoio da alta gestão, investimentos na implementação de gerenciamento em projetos, dar ênfase aos resultados positivos no uso de processos padronizados e disponibilizar ferramentas de gestão que facilitem o uso de meios comuns, pode promover na equipe o “espírito” necessário para atuar de forma a estabelecer padrões e habilitar um processo claro e aberto de comunicação (Patah, 2010). Possível ausência de planejamento das comunicações em projetos: a conclusão desta abordagem está principalmente pautada na observação sobre a falta de adequação do formato da comunicação ao público alvo e ausência de comunicação clara, além de argumentos sobre confiança e pessoas focando em seus trabalhos individualmente. Os relatos apontam dificuldades de planejamento e ausência de definição de papéis na equipe, o que impacta a definição do plano e a fluidez da comunicação. Segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011) é requerido do gerente de projetos, entre outras, habilidades de comunicação que possibilitem elaborar o planejamento claro da comunicação, tais como: cronogramas de reuniões, plano de distribuição de informação, relatório de desempenho, adequar políticas e procedimentos em processos comuns e atuar como mediador de conflitos. A falta dessas habilidades pode acarretar as barreiras identificadas para estruturação e controle do planejamento da comunicação. Limitações na definição da lista de interessados no projeto (stakeholders): os entrevistados relatam que não reconhecem a existência de tratamento planejado da lista de interessados, bem como não há detalhamento de como serão impactos ou quais são seus papéis e responsabilidades. A análise de conteúdo das respostas evidencia problemas de ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 13 comunicação entre áreas participantes e a informalidade na seleção de interessados. Há também evidências de que os requisitos e premissas dos projetos não são profundamente conhecidos pelas áreas solicitantes. Corroborando estudos de Mallak, Patzak e Kurstedt Jr. (1991), satisfazer stakeholders e principalmente dar resultados aos acionistas, depende antes de saber quem são as partes interessadas, identificar suas categorias e seus principais interesses, visando tratar suas expectativas por meio da elaboração de uma estratégia com o objetivo de satisfazê-las. A satisfação das partes interessadas se baseia na precisão das informações e o gerenciamento do projeto terá maior potencial de sucesso se estiver claro quem são seus stakeholders (Mallak, Patzak, & Kurstedt Jr., 1991). Dificuldades na definição de padrões e de periodicidade para relatórios de desempenho: os respondentes enfatizam que poucos gerentes de projeto produzem relatórios adequados e periódicos de evolução dos projetos. O impacto disso é o resultado superficial e não gerenciado das informações e a falta de formalidade sobre a evolução, conclusão ou pendências dos projetos. De acordo com a literatura estudada, o sucesso e maturidade no gerenciamento de projetos requer organização adequada, planejamento, monitoramento e comunicação contínuos sobre a evolução dos projetos. O uso de padrões e métricas permitem consciência e formalidade à gestão de projetos (Patah, 2010). Sem relatórios adequados de evolução e status dos projetos, pode haver impacto no gerenciamento de recursos, prazos e resultados finais. Possíveis contratempos na tomada de decisão e má percepção dos patrocinadores dos projetos: em suma este é o aspecto que gera maior impacto em projetos e é resultado da ausência de um programa estruturado e disseminado para a gestão das comunicações. Todos os outros aspectos discutidos anteriormente a este, resultam em contratempos, ruídos de comunicação e tomada de decisão equivocada ou tardia. O processo de comunicação é visto como ineficiente e de alto impacto para os projetos. Sobre o nível de satisfação dos stakeholders um dos entrevistados reforça: “uma má notícia mal comunicada gera um impacto muito maior do que uma má notícia comunicada corretamente”, assinalando que corretamente relaciona-se com causa (consequência e plano de ação), prazo (antecedência), público e canal. Esse aspecto corrobora estudos de Rabechini Jr., Maximiano, & Martins (2005) que afirmam: o gerenciamento de projetos numa organização requer técnicas e processos ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 14 organizados que auxiliem os gestores na tomada de decisão e na melhor equação para utilização de seus recursos. Em complemento a coleta por meio de entrevista, utilizou-se também o método de observação participante e análise de documentos nos projetos selecionados (Débito em Conta e Anatel) por meio dos quais foi possível evidenciar os seguintes aspectos: Dificuldades em estabelecer formalmente e no início do projeto, um planejamento das comunicações. Em ambos os projetos, a comunicação formal percebida foi referente à convocação para a reunião de kick-off (marca o início do projeto), atas de reuniões para definição de requisitos e o documento denominado BRD (Business Requirements Definition). Após aprovada formalmente a BRD, ação realizada por e-mail, iniciou-se o período de construção dos requisitos pela fábrica, período em que não houve reporte de desempenho e que foi marcado por algumas comunicações eletrônicas para apontamentos de dúvidas e alterações de requisitos no documento PCR (Project Change Request). Também nesse período, alguns conflitos sobre definição do escopo e do prazo de entrega surgiram e, motivados por não haver confiança ou percepção da evolução da construção e garantia da data de entrega, gerentes de projetos iniciaram cobranças acirradas a respeito de prazo. Após entrega da fábrica, evento não formalizado num processo comum de comunicação, foi dado início ao período de testes, que são elaborados por uma equipe apartada denominada TQA (Tests Quality Assurance) e que não está sob a responsabilidade do gerente de projetos. Na fase de testes observou-se a existência de comunicação em processo comum e diário, via e-mail em formato padronizado e direcionado aos principais interessados no projeto, contendo o reporte sobre a evolução do período de homologação. É sabido que a equipe de TQA utiliza ferramenta eletrônica de testes e processo automatizado que gera o reporte diário. A seleção dos interessados para direcionamento dos comunicados foi por meio de indicação do gerente de projetos, que definiu quem deveria recebê-los. Após o período de homologação houve o “de acordo” formal do patrocinador (sponsor) do projeto, por e-mail, autorizando a implantação. A comunicação formal do plano de implantação a todos os interessados também foi realizada. Comparando os dois projetos (Débito em Conta e Anatel), observou-se que os formatos seguidos nas comunicações identificadas, com exceção dos documentos gerados durante a evolução dos testes, não são unificados ou padronizados e não há periodicidade programada. A prática mais disseminada é a utilização de e-mail de livre formato para o ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 15 registro de assuntos abordados em reuniões, divulgação de ocorrências, confirmação ou mudanças de objetivos do projeto. Tanto a BRD quanto a PCR são documentos préformatados, porém tem livre escrita e o detalhamento depende do gerente de projetos. No projeto Débito em Conta reuniões quinzenais de acompanhamento foram realizadas, porém os apontamentos gerados por estas reuniões não foram distribuídos, não estão em local que permita acesso livre aos interessados e foram realizados em planilha eletrônica, gerando um formato particular de documento. Os documentos percebidos foram aqueles que requerem o “de acordo” entre as partes interessadas: contratos de serviço com a fábrica, BRD, PCR, reporte de evolução e plano de implantação. Durante as fases de construção e testes, registrou-se a troca diária e constante de informações por e-mails. Não foi identificado em nenhum dos dois projetos um repositório único, em que informações pudessem ser armazenadas e extraídas conforme a necessidade. Sempre que necessário, o gerente de projetos buscou e proveu as informações solicitadas. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 16 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como resultado das análises feitas a partir da observação participante, avaliação de documentos e das entrevistas não estruturadas, observou-se que apesar de todos os entrevistados concordarem com a relevância da gestão da comunicação em projetos, ainda há dificuldades para o planejamento e definição de processos padronizados, obstáculos para identificar formalmente a lista de interessados, suas expectativas e responsabilidades, ausência ou limitações nos relatórios de evolução das atividades e falta de repositório único para que os interessados acessem as informações, aspectos esses que têm impactado a credibilidade e o resultado das entregas. As possíveis causas de tais lacunas podem estar associadas a resistências e interesses pessoais, falta de iniciativa, bem como a falta de patrocínio ou de um programa para o desenvolvimento das habilidades no gerenciamento das comunicações (Kerzner, 2009). Pautado na literatura, que indica a evolução de competências gerenciais por meio de experiência e aprendizado (Patah, 2010; Kerzner, 2009), recomenda-se uma intervenção através da elaboração de proposta de trabalho que promova estratégias para o aprimoramento dos aspectos relacionados à comunicação em projetos, principalmente a partir da implantação de um programa que, patrocinado e valorizado pela alta gestão, contemple de forma detalhada os processos, características e práticas recomendadas no gerenciamento das comunicações. Este trabalho demonstrou que a área de tecnologia da informação do “Banco A” considera relevantes os aspectos da comunicação em projetos, resposta unânime entre os entrevistados, porém enfatizou que esse tema ainda está subvalorizado e deixado para decisão particular de cada gerente de projeto. Nessa organização há dificuldades em equilibrar teoria e prática, o que demonstra a necessidade de propor planos e programas (Martins, & Theóphilo, 2009) que permitam solucionar o problema diagnosticado e garantir o amadurecimento da gestão da comunicação em projetos na área estudada. Embora exista uma conscientização geral sobre a importância da gestão da comunicação em projetos, é possível sugerir a elaboração de um novo estudo de caso que avalie especificamente a causa da permanência das dificuldades identificadas. Essa nova abordagem poderá indicar os caminhos prioritários para o desenvolvimento das habilidades de comunicação em projetos. ________________________________________________________________________________________________________ Anais do I SINGEP – São Paulo – SP – Brasil – 06 e 07/12/2012 17 6. REFERÊNCIAS Carvalho, M. M., & Mirandola, D. (2007). A comunicação em projetos de TI: uma análise comparativa das equipes de sistemas e de negócios. Produção. Carvalho, M. 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