CORRELAÇÕES ENTRE VARICELA E HERPES ZOSTER: INFECÇÕES
CAUSADAS PELO VÍRUS VZV
Alisson Geraldo Carvalho 1
Betânia Tedesco 2
Daniele Pereira Aragão 3
Janaina Aparecida de Lima Gomes 4
Thalita Faraco 5
Ester Rita Nunes Paiva 6
Resumo: O vírus varicela zoster (VZV) é causador da varicela (catapora) e, com
recidiva o herpes zoster (cobreiro). A varicela é uma doença altamente contagiosa,
porém leve, já o zoster é uma doença esporádica. O objetivo deste estudo foi realizar um
levantamento bibliográfico sobre estas infecções correlacionando-as entre si, bem como
propor uma assistência de enfermagem direcionada ao paciente infectado pelo vírus.
Trata-se de um estudo de caráter analítico, descritivo e qualitativo. Realizou-se uma
busca de dados em livros, periódicos e internet acerca do assunto. Após análise dos
dados encontrados concluiu-se que cabe ao profissional de saúde reconhecer o mais
rápido possível a infecção e prestar assistência adequada e eficaz ao paciente portador
de qualquer que seja a infecção (varicela ou herpes zoster).
Palavras – chave: VZV, Varicela, Herpes zoster, Assistência de Enfermagem
Abstract: The virus chicken pox zoster (VZV) is causer from the chicken pox
(catapora) and, along recidiva the one herpes zoster (copper). The one chicken pox that's
an ailment highly addictive porém slight, already the one zoster that's an ailment
sporadic. The one objetivo of this I study he went accomplish um lifting bibliographical
on the subject of these infections correlated - the amidst si, as well as to come up with
an assistance as of sickbay direcionada to the patient infecting by the virus. Trata - in
case that by one I study as of character analytic, descriptive and qualitative. Attained in case that a he picks of data in books, periodic and Internet he nears from the affair.
After analysis of data encountered concluded that - in case that than it is to cabe to the
health professional acknowledge the fastest feasible the infection and tusk assistance
suited and effective to the patient bearer as of whatever the infection (chicken pox or
herpes zoster).
Words - key : VZV , Chicken pox , Herpes zoster , Assistance as of Sickbay
1
Acadêmico de Enfermagem no UNIFESO - Teresópolis/ RJ, 2 Acadêmica de
Enfermagem no UNIFESO – Teresópolis/ RJ, 3 Acadêmica de Enfermagem no
UNIFESO – Teresópolis/ RJ, 4 Acadêmica de Enfermagem no UNIFESO – Teresópolis/
RJ, 5 Acadêmica de Enfermagem no UNIFESO – Teresópolis/ RJ, 6 Docente das
disciplinas: DIP (Doenças Infecciosas e Parasitárias), Pediatria e Neonatologia no
Centro Universitário Serra dos Órgãos.
I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 – O vírus Varicela Zoster (VZV)
O vírus varicela zoster (VZV) pertence à subfamília Alphaherpesvirinae do
grupo herpes vírus humano. Distingue-se dos demais herpes vírus através de algumas
características como estrutura do genoma, tropismo tecidual, efeito citopatológico e
local de infecção latente 1.
Causador da varicela (catapora) e, com recidiva o herpes zoster ou cobreiro 2, o
vírus VZV é disseminado predominantemente por via respiratória. Sua infecção é
comum e seus vírus são ubíquos 2 .
A FDA (U. S. Food and Drug Administration) aprovou uma vacina com vírus
vivo contra o Vírus varicela zoster.
No Brasil, a varicela não é uma doença de notificação compulsória, embora os
surtos devam ser notificados às secretarias municipais e estaduais de saúde.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM) apontam dois estudos:
Um estudo realizado em 1997 avaliou a prevalência da infecção pelo vírus
Varicela zoster em 975 amostras de soro de adultos jovens de 20-29 anos, doadores de
sangue de cinco capitais brasileiras (Fortaleza, Salvador, São Paulo, Curitiba e Porto
Alegre). A soroprevalência global de anticorpos antivaricela zoster foi de 94% e a
soroprevalência nas regiões de clima tropical (Fortaleza e Salvador, 89%) foi
significativamente menor que nas regiões de clima temperado (97%) 4 .
Outro estudo, conduzido no período de 1992 a 1994 em escolas públicas do
município de São Paulo, indica que o contato com o vírus Varicela-zoster ocorre nos
primeiros anos da infância. Cerca de 40% das crianças com um ano apresentaram
anticorpos antivaricela zoster, proporção que aumentou rapidamente até o 3º ano,
manteve se ascendente e alcançou 90% aos 10 anos. No período de 1998 a 2002, foram
registradas no SIH-SUS 6.558 internações por varicela, com média anual de 1.312 casos
(desvio padrão=546) (Figura 1). O maior número de hospitalizações concentra-se na
faixa etária de 1 a 4 anos, seguido dos menores de 1 ano e de 5-9 anos. Embora o maior
número absoluto de hospitalizações seja observado entre crianças, grupo em que se
espera o maior número de casos da doença, proporcionalmente os adultos apresentam
maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito na qual se vê que a taxa
de letalidade entre os casos hospitalizados aumenta com a idade, chegando a 5% na
faixa etária de 50 anos ou mais e 3% na faixa etária de 15 a 49 anos 4.
Em virtude disso, essa pesquisa tem como objetivos:
•
Realizar um estudo bibliográfico sobre as infecções causadas pelo VZV;
•
Correlacionar essas infecções entre si;
•
Propor uma assistência de enfermagem direcionada a clientes infectados pelo
vírus VZV;
Estúdios dessa natureza podem ajudar no entendimento e compreensão da
patologia, possibilitando uma atuação mais eficaz e imediata por parte do profissional
de saúde.
II – METODOLOGIA UTILIZADA
O presente artigo constitui-se como pesquisa bibliográfica. Trata-se de um
estudo de natureza analítica, descritiva e qualitativa.
“A escolha do método deve-se aos mesmos serem
apropriados quando o fenômeno em estudo é complexo, de
natureza social e não tende à quantificação. Normalmente, são
usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um
elemento importante para a pesquisa. Para aprender métodos
qualitativos é preciso aprender a observar, registrar e analisar
interações reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas 5”.
Foi realizada uma busca em livros, periódicos e internet sobre varicela, herpes
zoster e suas correlações. Limitou-se um período de tempo entre setembro e novembro
de 2008 para o levantamento dos dados, assim como toda análise dos mesmos.
III – REVISÃO DE LITERATURA
3.1 – O vírus varicela zoster
A varicela (catapora) e o herpes zoster (cobreiro) são infecções causadas pelo
mesmo vírus, o vírus varicela zoster (VZV). A varicela é uma doença leve e altamente
contagiosa, afetando principalmente crianças, onde a mesma pode ser grave em adultos
e crianças imunocomprometidas, já o zoster é uma doença esporádica e incapacitante de
adultos ou indivíduos imunocomprometidos 2.
O vírus varicela zoster (VZV) é altamente contagioso, com taxas maiores de
90%. Sua disseminação é principalmente pela via respiratória, mas também pode ser
através do contato com as vesículas cutâneas 3. Nos países desenvolvidos, mais de 90%
dos adultos apresentam anticorpos contra o VZV.
3.2 – A varicela e o Herpes zoster
A via de administração da varicela é a mucosa das vias aéreas superiores ou
conjuntiva, onde o vírus circula no sangue, sofre numerosos ciclos de replicação e,
localiza-se na pele 2. Ocorre viremia secundária entre 11 e 13 dias, aparecendo
corpúsculos de inclusão eosinófilos no núcleo das células infectadas.
Conseqüentemente após a infecção primária o vírus torna-se latente na raiz
dorsal ou gânglios dos nervos cranianos, onde o mesmo pode ser reativado em
indivíduos idosos ou em pacientes com imunidade celular prejudicada. Essa reativação é
conhecida como herpes zoster ou cobreiro. Assim no herpes zoster o vírus se replica e é
liberado ao longo das vias neuronais para a pele, causando uma erupção vesicular ao
longo de todo dermátomo.
A varicela subclínica é rara. A doença típica possui período de incubação entre
14 e 21 dias 3. Geralmente é uma doença branda da infância e sintomática, caracterizada
por febre exantema maculopapular que aparece após seu período de incubação. Em
poucas horas, a lesão maculopapular forma vesículas de parede delgada em base
eritematosa (“gota de orvalho em uma pétala de rosas”). Esta vesícula é o aspecto
característico da varicela 1.
As lesões cutâneas do zoster são idênticas às da varicela 2,
verificando-se
também inflamação aguda dos nervos e gânglios sensoriais, onde com freqüência
apenas um gânglio pode ser afetado.
Quanto à imunidade, acredita-se que a infecção anterior ao vírus da varicela
possa conferir imunidade permanente à varicela, portanto pode ocorrer zoster na
presença de níveis elevados de anticorpos neutralizantes contra varicela 2.
O diagnóstico diferencial para células infectadas pelo vírus VZV é do tipo
laboratorial, podendo ser através de citologia, sorologia e isolamento do vírus 1. O
tratamento pode ser apropriado para adultos e pacientes imunocomprometidos com
infecção por VZV, assim como pacientes com cobreiro, todavia nenhum tratamento é
necessário para crianças com catapora. Alguns medicamentos como antivirais são
utilizados entre eles aciclovir, valaciclovir, fanciclovir (interferem na replicação viral),
ainda para controle da dor utiliza-se aspirina, acetaminofeno, AINES e narcóticos.
Assim, como a zoster é a reativação do vírus que já está no organismo, quem
tem zoster já curou sua varicela (com ou sem sintomas) e quem ainda não teve varicela
pode pegá-la pelo vírus que se encontra na lesão do zoster. Contudo não se desenvolve
zoster por contato com varicela, mas pode se desenvolver varicela em contato com o
zoster.
IV – Discutindo a temática investigada
Diante de todo contexto analisado e descrito observou-se a gravidade do
problema. A varicela pode propagar-se com muita rapidez entre os pacientes. Como a
varicela constitui uma séria ameaça para crianças imunossuprimidas, é necessário evitar
a exposição das mesmas à doença.
Pode-se utilizar a imunoglobulina antivaricela zoster para modificar a doença
nessas crianças que foram expostas à varicela, devendo ser administrada antes da
doença se manifestar 2.
A infecção primária geralmente é mais grave em adultos que nas crianças, onde
pode ocorrer pneumonia intersticial em 20 a 30%dos pacientes adultos 1.
Como observado antes, o herpes zoster representa uma ativação da infecção
latente por varicela adquirida anteriormente na vida do paciente. Os defeitos da
imunidade celular nesses pacientes aumentam o risco de disseminação do vírus para o
pulmão, cérebro e fígado, o que pode ser fatal. A doença pode ocorrer em resposta a
uma exposição primária à varicela ou devido uma recidiva.
De acordo com o objetivo desta pesquisa, a seguir serão enumerados alguns
cuidados de enfermagem a ser dispensados ao paciente portador de infecções causadas
pelo vírus varicela zoster (VZV).
•
Administrar medicamentos antivirais e aplicar pomadas antibacterianas;
•
Ensinar paciente a aplicar compressas úmidas para efeitos suavizantes;
•
Ensinar paciente a usar a técnica de lavagem das mãos, a fim de se evitar a
disseminação do vírus;
•
Orientar paciente a não furar as bolhas, prevenindo infecção secundária e
formação de cicatrizes;
•
Controlar a dor, medicando de acordo com a prescrição e observar efeitos
colaterais dos medicamentos analgésicos.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, conclui-se que o vírus é encontrado no mundo inteiro, e não há
incidência sazonal. Ainda não existe nenhuma medida disponível para prevenção ou
controle da varicela e do zoster na população em geral.
Uma vacina viva atenuada para o VZV foi licenciada para uso nos Estados
Unidos e é administrada depois de dois anos de idade, assim como esquema vacinal
contra sarampo, caxumba e rubéola. Essa vacina induz imunidade celular, sendo eficaz
como tratamento profilático mesmo após a exposição ao vírus.
Desta forma cabe ao profissional de saúde em particular o enfermeiro,
reconhecer e prestar assistência integral e eficaz ao paciente portador do vírus (VZV),
evitando complicações futuras que possam até mesmo ser fatais.
REFERÊNCIAS
1. Murray et al. Microbiologia Médica. 4ª Ed. Guanabara Koogan, RJ, 2004.
2. Jawetz et al. Microbiologia Médica. 20ª Ed. Guanabara Koogan. RJ, 1998.
3. Alterthum, F; Trabulsi, LR. Microbiologia. 4ª Ed. Atheneu, São Paulo, 2004
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de
Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília – DF, 6ª
edição, 2005.
5. Liebscher, Peter. Quantity with quality ? Teaching quantitative and qualitative
methods in a LIS Master’s program. Library Trends, v. 46, n. 4, Spring 1998.
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