1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA
DE SANTANA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
BIOTECNOLOGIA
MARCOS ANDRADE DE OLIVA
AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO CERVICAL DO COMPONENTE
UCLA UTILIZADO EM PRÓTESE FIXA DO TIPO PROTOCOLO:
ESTUDO COMPARATIVO COM MICROSCOPIA ELETRÔNICA
DE VARREDURA.
Feira de Santana, BA
2013
2
MARCOS ANDRADE DE OLIVA
AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO CERVICAL DO COMPONENTE
UCLA UTILIZADO EM PRÓTESE FIXA DO TIPO PROTOCOLO:
ESTUDO COMPARATIVO COM MICROSCOPIA ELETRÔNICA
DE VARREDURA.
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, da
Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito parcial para
obtenção do título de Doutor em Biotecnologia.
Orientador: Prof. Dr. Aristóteles Góes Neto
Co-orientador:Prof a. Dr a. Maria Emilia Santos Pereira Ramos
Feira de Santana, BA
2013
3
À minha família que me apóia de forma
incondicional.
4
AGRADECIMENTOS
A DEUS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PELO ACOLHIMENTO PARA
REALIZAÇÃO DO DOUTORADO.
APOIO FINANCEIRO DO PROGRAMA DE BOLSA CAPES.
INSTITUTO NACIONAL DE EXPERIMENTOS E PESQUISAS ODONTOLÓGICAS - INEPO,
NA PESSOA DO PRESIDENTE E AMIGO, PROF. FABIO BEZERRA.
S.I.N. - SISTEMAS DE IMPLANTES, NA PESSOA DO ENGENHEIRO PROF. RICARDO LUIZ
CIUCCIO, PELO SUPORTE NO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO.
DESTAK -LABORATÓRIO PELA DEDICAÇÃO AO NOSSO TRABALHO.
PROFESSOR DR. ARISTÓTELES GÓES NETO PELO APOIO E AJUDA NA
CONCRETIZAÇÃO DESTE TRABALHO.
PROFESSORA DRa. MARIA EMÍLIA SANTOS PEREIRA RAMOS PELO APOIO DECISIVO
PARA A CONTINUAÇÃO E CONCLUSÃO DESTE TRABALHO.
PROFESSORAS DRa. SILVIA REIS E DRa. ALENA MEDRADO SEMPRE PRONTAS A ME
AMPARAR. MUITO OBRIGADO.
SR. HELTON RICARDO CARNEIRO JÚNIOR, SECRETÁRIO DO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA, POR TODA SUA DEDICAÇÃO E EXTREMA
COMPETÊNCIA EM SUAS ATIVIDADES.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a adapatação cervical dos pilares protéticos tipo UCLA
para confecção da prótese protocolo inferior sobre quatro implantes com conexão hexágono externo
em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram utilizados nove modelos em alumínio,
divididos em quatro grupos: a) MINI (mini-abutments de 1mm); b) UCLA (abutments UCLA
calcinável fundido com a barra protética); c) EUCLA (abutments UCLA com cinta metálica): d)
EUCLA/BARRA (abutments UCLA com cinta metálica fundido com a barra protética). O grupo
MINI foi utilizado como grupo controle. Após a aplicação de torque recomendado pelo fabricante, o
grau de adaptação entre os implantes e pilares protéticos foi avaliado sob MEV em três pontos
equidistantes na face vestibular e na face lingual de cada interface I-P, de maneira padronizada. O
grupo UCLA apresentou maior desadaptação (10.8±2.2µm) quanto comparado aos demais grupos
(p<0.05). Não houve diferença estatisticamente significante entre o grupo EUCLA (5.4±2.6µm) e o
grupo EUCLA/BARRA (7.0±2.2µm) (p>0.05). O grupo MINI (3.1 ± 1.3µm) obteve os menores
valores de desadaptação entre os protocolos avaliados (p<0.05). Dentro dos limites desse estudo, o
grupo UCLA apresentou maiores discrepâncias marginais verticais quando comparado aos demais
grupos.
PALAVRAS CHAVE: Implante dentário. Interface implante-pilar protético. Conexão implantepilar protético. Pilar protético. Prótese implanto-suportada. Microscópio eletrônico de varredura.
6
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate in vitro the implant-abutment interface misfits of external hex
UCLA abutments used for full-arch implant supported prosthesis via scanning electron microscopy
(SEM). Nine solid models with four implants each were divided in four groups: a) MINI (1mm
mini-abutments); b) UCLA (plastic castable abutments with infrastructure); c) EUCLA (plastic
castable abutments with milled Co-Cr base); and d) EUCLA/BARRA (plastic castable abutments
with milled Co-Cr base and infrastructure). The group MINI was used as control. After applying the
recommended torque by the manufacturer, the measurements of vertical misfits were obtained via
SEM before and after casting in three points at the exact same distance on the buccal and lingual
surfaces. The UCLA group presented statistically different results and the most critical interface
misfit (10.8 ± 2.2µm) when compared to the other groups (p <0,05). There was no statistically
significant differences in the EUCLA group (5.4±2.6µm) and EUCLA/BARRA group (7.0±2.2µm)
(p>0.05). Within the limits of this study, the UCLA group used for full-arch implant supported
prosthesis presented worse results when compared to the other groups at SEM analysis.
KEYWORDS: Dental implants. Dental implant-abutment interface. Dental implant-abutment
connection. Dental abutment. Implant-supported dental prosthesis. Scanning electron microscopy.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL
2 CAPÍTULO 1
8
11
INTRODUÇÃO
13
MATERIAIS E MÉTODO
15
RESULTADOS
19
DISCUSSÃO
21
CONCLUSÃO
23
REFERÊNCIAS
24
3 CONCLUSÃO GERAL
27
4 REFERÊNCIAS
28
5 ANEXOS
31
8
1 INTRODUÇÃO GERAL
Dados do Ministério da Saúde (2004) demonstram que no Brasil, apenas 55% dos
adolescentes têm todos os dentes. Entre os idosos, três a cada quatro não têm nenhum dente
funcional na boca. Ao todo, são 30 milhões de brasileiros desdentados. Desses, oito milhões
precisam de prótese total. Desta forma, a reabilitação implanto-suportada apresenta-se como uma
opção de tratamento a reposição dos elementos dentários perdidos, permitindo recuperar a função, a
estética, o conforto e a fonação, com vantagens sobre as próteses convencionais. As próteses sobre
implantes, em comparação com as próteses removíveis, apresentam maior eficiência mastigatória,
estabilidade, retenção, conforto e segurança, além de beneficiar psicologicamente os pacientes,
permitindo grandes mudanças em sua auto-estima e elevando o padrão de qualidade de vida
(PRIEST, 1999).
Neste contexto, os implantes dentários têm sido cada vez mais utilizados, sendo que para se
atingir o sucesso do tratamento reabilitador, é importante estabelecer adequada biomecânica ao
conjunto prótese-implante. A maioria dos implantes dentários apresentam uma porção intra-óssea,
em titânio, e um pilar protético transmucoso sobre o qual é confeccionado o trabalho protético. Os
pilares são conectados aos implantes, após o procedimento cirúrgico ou após a osseointegração,
através de um mecanismo de encaixe, associado a parafusos (MCGLUMPHY et al., 1998;
COELHO et al., 2007). O encaixe desses componentes de modo impreciso pode influenciar
negativamente o prognóstico do tratamento com implantes dentários (SKALAK, 1983; JANSEN et
al., 1997).
A má adaptação entre o implante e o pilar protético (I-P) pode submeter o conjunto a cargas
indesejáveis, resultando em afrouxamento ou fratura do parafuso protético, ou fratura do corpo do
implante comprometendo o sucesso do tratamento reabilitador. Tem sido demonstrado uma relação
direta entre desadaptação e afrouxamento do parafuso protético, ou seja, quanto maior o espaço
entre I-P maior as chances de afrouxamento do parafuso (SKALAK, 1983; RANGERT et al., 1989;
BINON, 1996; MCGLUMPHY et al., 1998; AL-TURKI et al., 2002). Spazzin et al. (2009)
realizaram um estudo, in vitro, com o objetivo de avaliar o afrouxamento do parafuso em função da
desadaptação I-P em prótese fixa do tipo protocolo inferior e concluíram que é importante obter o
máximo de assentamento I-P nessas reabilitações para reduzir o estresse sobre o parafuso protético
e consequente afrouxamento do mesmo.
Outro fator biomecânico a ser considerado é a tensão estática gerada pela falta de adaptação
entre esses componentes, o qual pode ocasionar falhas no sistema prótese/implante, principalmente
9
quando essas tensões são submetidas às cargas mastigatórias (JEMT e LIE, 1995). Millington e
Leund (1995) realizaram análise fotoelástica para a avaliação dos padrões de estresse gerados ao
redor de implantes, alterando os níveis e a localização da desadaptação I-P, os quais concluíram que
o nível de tensão estática em prótese fixa depende da dimensão e da localização da interface I-P e
acrescentam que há uma relação direta entre a magnitude de desadaptação e tensão na estrutura.
Markarian et al. (2007) também avaliaram, em análise fotoelástica, a distribuição de carga em
prótese fixa com diferentes níveis de adaptação. Os autores confirmaram que a tensão estática
aumentou em função da desadaptação I-P.
Além do comprometimento mecânico, a existência de espaços entre I-P favorece o acúmulo
bacteriano, o qual pode aumentar o risco de inflamações teciduais e consequentes danos à interface
osso/implante. Considerando o biofilme bacteriano como um importante fator etiológico da
mucosite e da peri-implantite, a infiltração bacteriana na interface I-P poderá afetar a evolução do
tratamento e interferir no sucesso em longo prazo dos implantes osseointegráveis (QUIRYNEN e
VAN STEENBERGHE, 1993; PERSSON et al., 1996; JANSEN et al., 1997; BROGGINI et al.,
2003; DIBART et al., 2005; BROGGINI et al., 2006; COVANI et al., 2006). Broggini et al. (2003)
analisaram, in vivo, os tecidos peri-implantares e a reabsorção da crista óssea relacionados a
interface I-P, observando um aumento do infiltrado inflamatório na referida região e consequente
aumento da reabsorção óssea. Cosyn et al. (2011) analisaram a presença de bactérias na porção
interna dos pilares protéticos em implantes em função a mais de seis anos, desta forma,
confirmaram a contaminação dos pilares protéticos e concluíram que a principal via de
contaminação é a presença da interface I-P.
Nesse sentido, a seleção adequada do pilar protético é um fator de grande relevância. Em
1988, Lewis et al., na Universidade da Califórnia (EUA), desenvolveram um pilar calcinável,
denominado Universal Castable Long Abutment (UCLA), que depois de fundido seria conectado
diretamente sobre a plataforma do implante com a possibilidade de restaurar proteticamente
fixações mal posicionadas ou com pouco espaço interoclusal, e onde a necessidade estética não
permitiria uma cinta metálica, além de tornar simplificada a restauração. Contudo, o pilar calcinável
UCLA está suscetível a distorções técnico-laboratoriais, devido ao processo de fundição, podendo
provocar um mau assentamento da peça sobre o implante e, desta forma, expor o tratamento ao
insucesso (LEWIS et al., 1988; LEWIS, 1991 WEINBERG et al., 1993; BYRNE et al., 1998;
BARBOSA et al., 2007). Apesar disso, esses componentes passaram a ser usados de forma
indiscriminada pois apresentam uma alternativa de baixo custo para o tratamento reabilitador
(CUNHA et al., 2010).
10
A falta de adaptação pode se agravar a partir do momento em que se realizam próteses com
dois ou mais implantes, pois, além da adaptação individual, existe a necessidade de adaptação entre
os demais componentes das próteses simultaneamente. Dentro desse aspecto, as reabilitações fixas
implanto-suportadas que visam repor elementos dentários ausentes em todo o arco dental, também
conhecidas por protocolo Branemark, são as que oferecem maior risco à desadaptação, devido à
extensão e formato curvo da peça (SKALAK, 1983). Embora o protocolo original de Branemark
seja constituído de cinco a seis implantes, a tendência é desenvolver um protocolo mais simples e
de menor custo. O conceito “All-on-four” para reabilitações fixas implanto-suportadas vem sendo
adotado com boa previsibilidade, no qual se utiliza apenas quatro implantes na região anterior de
mandíbula para suportar uma prótese fixa (BRANEMARK et al., 1995; ENGQUIST et al., 2002).
Malo et al. (2003) realizaram estudo retrospectivo para avaliar o sucesso do tratamento de quarenta
e quatro pacientes com mandíbulas edêntulas, os quais foram reabilitados com prótese total fixa
sobre quatro implantes. Os autores obtiveram taxa de sucesso acima de 96% e afirmam que o
tratamento proposto pode ser adotado. Posteriormente, Malo et al. (2012) avaliaram cento e
quarenta e dois pacientes reabilitados com prótese total fixa sobre quatro implantes em condições
desfavoráveis (implantes com áreas de fenestração, áreas com comprometimento periodontal e
áreas imediatamente após extração dentária) e obtiveram taxa de sucesso acima de 94%,
reafirmando o conceito “All-on-four”. Patzelt et al. (2013) realizaram uma revisão de literatura
referente ao tratamento “All-on-four” e observaram que os implantes mais utilizados apresentavam
conexão hexágono externo e a taxa de sucesso estava acima de 98%.
O parâmetro de adaptação em próteses sobre implantes ainda é um tema controverso. Há
dificuldade de estabelecer qual o valor aceitável, o melhor método para verificar este desajuste e
sua implicação clínica (SAHIN e ÇEHRELI, 2001). Apesar da dificuldade em estabelecer padrão
aceitável para o desajuste entre I-P, o desafio na implantodontia continua sendo a obtenção de bom
assentamento dos componentes protéticos sobre os implantes, principalmente nas reabilitações
totais, buscando o ajuste da prótese às demandas estruturais e funcionais, de maneira a oferecer ao
paciente a melhor reabilitação possível. Dentro deste aspecto, torna-se importante avaliar a
adaptação dos pilares calcináveis UCLA em reabilitações tipo protocolo inferior, objetivando o
sucesso em longo prazo.
11
2 CAPÍTULO 1
Artigo em Português *
*Este artigo foi escrito de acordo com as normas do Journal of Oral Rehabilitation.
12
Avaliação da adaptação cervical do componente UCLA
utilizado em prótese fixa do tipo protocolo: Estudo comparativo com microscopia eletrônica de
varredura.
M. A. Oliva*, F. J. B. Bezerra†, M. E. S. P. Ramos*, A. Goes-Neto*. *Programa de Pós
Graduação em Biotecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, Brasil;
†
Instituto Nacional de
Experimentos e Pesquisas Odontológicas - INEPO, São Paulo, Brasil.
*Endereço para correspondência: Dr. M. A. Oliva, Avenida Alphaville, Alphaville, 233, 604, Salvador, BA,
Brasil, 41701-015. E-mail: [email protected]
13
Introdução
!
Os implantes osseointegráveis representam um grande avanço para a Odontologia, proporcionando
aos pacientes a reposição dos elementos dentários perdidos, permitindo recuperar a função, estética,
conforto e fonação. Estudos longitudinais demonstraram o sucesso em longo prazo dos implantes
osseointegrados, porém complicações biológicas ou mecânicas têm sido relatadas, principalmente pelo
desajuste entre o implante dentário e o pilar protético (I-P), resultando em falhas clínicas das reabilitações
implanto-suportadas (1-3).
!
A maioria dos sistemas de implantes dentários apresentam uma porção intra-óssea, em titânio, e
um pilar protético transmucoso sobre o qual é confeccionado o trabalho protético. Os pilares são retidos no
implante pelo emprego de um mecanismo de encaixe, associado a parafusos (4, 5). Essa conexão produz
uma fenda que pode levar ao risco mecânico ou biológico (6, 7).
!
A má adaptação entre I-P pode submeter o conjunto a cargas indesejáveis, resultando em
afrouxamento ou fratura do parafuso protético, ou fratura do corpo do implante comprometendo o sucesso
do tratamento reabilitador (6, 8, 9). Outro fator biomecânico a ser considerado é a tensão estática gerada
pela falta de adaptação entre esses componentes, principalmente quando submetidos às cargas
mastigatórias. Tem sido demonstrado uma relação direta entre desadaptação e afrouxamento do parafuso
protético, assim como a magnitude de desadaptação e tensão na estrutura (4, 10, 11).
!
Além do comprometimento mecânico, a existência de espaços na interface I-P favorece o acúmulo
bacteriano, que pode aumentar o risco de inflamações teciduais e consequentes danos à interface osso/
implante. Considerando o biofilme bacteriano como um importante fator etiológico da peri-implantite, a
infiltração bacteriana na interface I-P poderá afetar a evolução do tratamento e interferir no sucesso em
longo prazo dos implantes osseointegráveis (3, 7, 12-14).
!
Neste contexto, a adaptação das próteses sobre implantes é um fator fundamental para o sucesso
longitudinal nos trabalhos reabilitadores. Por conseguinte, um dos maiores desafios na execução dos
trabalhos protéticos implanto-suportados é o de escolher peças que tenham adaptação precisa e passiva
sobre os implantes, visando evitar tensões que possam levar a complicações mecânicas e biológicas. Karl
et al. (2005) (15) demonstraram que a adaptação passiva das estruturas e componentes protéticos sobre
implantes é afetada pelo material e pelo processo de fabricação dos mesmos.
!
Em 1988, Lewis et al. (16), na Universidade da Califórnia (EUA), desenvolveram um pilar calcinável,
denominado Universal Castable Long Abutment (UCLA) que, depois de fundido, seria conectado
14
diretamente sobre a plataforma do implante com a possibilidade de restaurar proteticamente fixações mal
posicionadas ou com pouco espaço interoclusal, e onde a necessidade estética não permitiria uma cinta
metálica, além de tornar simplificada a restauração. Com a fundição desse pilar calcinável, a distorção no
processo de confecção pode provocar um mau assentamento da peça sobre o implante, criando uma
interface que favoreceria o aparecimento de peri-implantite. Com o objetivo de manter as características dos
pilares UCLA com melhor assentamento I-P surgiram pilares UCLA com bases pré-usinadas em ligas
nobres ou semi-nobres (17).
!
A falta de adaptação pode se agravar em próteses com dois ou mais implantes, pois, além da
adaptação individual, existe a necessidade de adaptação entre os demais componentes das próteses
simultaneamente (6). Dentro desse aspecto, as reabilitações fixas implanto-suportadas que visam repor
elementos dentários ausentes em todo o arco dental, também conhecidas por protocolo Branemark, são as
que oferecem maior risco à desadaptação, devido à extensão e formato curvo da peça. Embora o protocolo
original de Branemark fosse constituído de cinco a seis implantes, a tendência é desenvolver um protocolo
mais simples e de menor custo para o paciente. O conceito “All-on-four” para reabilitações fixas implantosuportadas vem sendo adotado com boa previsibilidade, no qual se utiliza apenas quatro implantes na
região anterior de mandíbula para suportar uma prótese fixa (18, 19).
!
Considerando as variáveis envolvidas e a importância em se obter adaptação das próteses tipo
protocolo sobre implantes, o objetivo desse trabalho foi avaliar in vitro a adaptação cervical dos pilares
protéticos tipo UCLA para confecção da prótese protocolo inferior sobre quatro implantes com conexão
hexágono externo em microscopia eletrônica de varredura (MEV).
15
Materiais e métodos
Materiais
!
Para a realização deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: trinta e seis implantes
Tryon (SA 307); doze mini-abutments (MA 4101)*; doze UCLA calcináveis (UCLA 400-Q)*; doze UCLA com
cinta metálica (EUCLA 400-Q)*; e um torquímetro mecânico (KTMEC)*.
Métodos
!
Confecção dos modelos: Foram confeccionados nove modelos de estudo padronizados (32X14X07
mm) em alumínio contendo quatro implantes (SA 307)* do tipo hexágono externo de plataforma regular, com
3,75 mm de diâmetro e 7 mm de comprimento, dispostos com o espaçamento de 3 mm entre os mesmos.
Após a sequência de fresagem (fresadora CNC modelo VF1)‽ recomendada pelo fabricante, os implantes
foram instalados nos modelos de alumínio, com torquímetro mecânico (TMECC)*, posicionados em formato
de "U" (Fig. 1 e 2).
Fig.1. Desenho esquemático do modelo em alumínio (32X14X07mm). Detalhe A em escala 4:1.
16
!
Obtenção dos corpos de prova:! Foram utilizados nove modelos em alumínio com quatro implantes
cada, divididos em quatro grupos: a) MINI (mini-abutments de 1 mm (MA 4101))*; b) UCLA (abutments
UCLA (UCLA 400-Q) fundidos com a barra protética)*; c) EUCLA (abutments UCLA com cinta metálica
(EUCLA 400-Q))*; e d) EUCLA/BARRA (abutments UCLA com cinta metálica (EUCLA 400-Q)* fundidos com
a barra protética). O Grupo UCLA foi obtido através do assentamento de quatro abutments UCLA
calcináveis e confecção da barra protética. Após a confecção da mesma, foi aplicado torque de 32 Ncm,
conforme preconizado pelo fabricante* (Fig. 3, A, B e C) e as interfaces de adaptação entre os componentes
e os implantes foram avaliados sob microscopia eletrônica de varredura (Modelo JSM-6390LV/GS) (MEV)†.
O Grupo EUCLA foi obtido através do assentamento de quatro abutments UCLA com cinta metálica com um
torque de 32 Ncm, conforme preconizado pelo fabricante* (Fig. 3, D). Após o torque, as interfaces de
adaptação entre os componentes e os implantes foram avaliados sob MEV†. O Grupo EUCLA/BARRA foi
obtido através da confecção da barra protética sobre os corpos de prova do grupo EUCLA. Após a
confecção da mesma, foi aplicado torque de 32 Ncm, conforme preconizado pelo fabricante* (Fig. 3, E e F)
e as interfaces de adaptação entre os componentes e os implantes foram avaliados sob MEV†. O Grupo
MINI (grupo controle) foi obtido através do assentamento de quatro mini-abutments com torque de 20 Ncm,
conforme preconizado pelo fabricante* (Fig. 3, G e H). Após o torque, as interfaces de adaptação entre os
componentes e os implantes foram avaliados sob (MEV)†. O aperto do parafuso dos pilares protéticos, em
todos os grupos, foi realizado com o auxílio de um torquímetro mecânico (KTMEC)* e o corpo de prova
fixado em um torno de bancada†.,
!
Confecção da barra protética: Foi incluído um corpo-de-prova (seccionado) por anel de inclusão de
silicone n.4 com capacidade para 90g‡. Sobre a superfície livre foram unidos quatro canais de alimentação
em cera‡ de 2mm de diâmetro. Esses, por sua vez, foram ligados à base formadora de cadinho por uma
trave, da mesma cera, com diâmetro de 5mm. Para se evitar a formação de bolhas, Calibra-express®¶ foi
espatulado manualmente por 15 segundos e mecanicamente à vácuo por 60 segundos (Polidental Multivac
4)§. Em seguida, o anel de inclusão foi preenchido sob vibração. Foram utilizados 100g da liga de níquelcromo-molibdênio da marca Remanium® CSe ‡, com 61% Ni, 26% Cr, 11% Mo, 1,5% Si, e menos de 1% de
Fe, Co, Ce. O conjunto foi ao forno elétrico (7000 – 5P)☥ pré aquecido à temperatura de 900oC quando a
cera, uma vez volatizada, gerou o molde que por fim foi preenchido pelo metal fundido (ponto de fusão entre
1260oC e 1350oC). A injeção do metal liquefeito deu-se por meio de uma centrífuga. Após resfriamento do
17
conjunto, foi realizada soldagem a arco elétrico (Kernit®)#. A peça recebeu acabamento com disco à base
de óxido de alumínio ❡ e polimento com disco de borracha✚.
Fig. 2. Vista superior dos 09 modelos em alumínio (32X14X07mm) com os implantes instalados .
!
Avaliação da interface I-P: Para a aferição do grau de adaptação entre os implantes e pilares
protéticos foi realizado a avaliação sob microscopia eletrônica de varredura (Modelo JSM-6390LV/GS)†,
imediatamente após o torque dos parafusos, em três pontos equidistantes na face vestibular e na face
lingual de cada interface I-P, de maneira padronizada. A magnificação utilizada foi de 1000 vezes. As
imagens obtidas foram mensuradas em sistema de medição computadorizado (Jeol Scanning Electron
Microscope)† (Anexo I).
!
Análise estatística: Inicialmente os dados foram avaliados quanto à normalidade pelo teste de
Shapiro-Wilk. Após a detecção e ajuste da normalidade, foi realizada a Análise de Variância one-way,
seguido do teste de Tukey para detecção das diferenças entres os grupos. Foi realizado um cálculo posthoc do estudo, considerando o desvio padrão médio da desadaptação, sendo determinado um poder do
estudo de 92%. Foi considerado um nível de significância de 5% para todas as análises.
18
Fig. 3: Pilares UCLA posicionados (A) e posterior confecção da barra fundida (B e C). Pilares UCLA com cinta metálica
posicionados (D) e posterior confecção da barra fundida (E e F). Mini-abutments posicionados no modelo (G e H). Visão
da área de assentamento dos pilares mini-abutment, UCLA com cinta metálica e UCLA calcinável (respectivamente,
esquerda para direita) (I).
* S.I.N., Sistema de Implante Nacional, São Paulo, Brasil.
‽ Hass, Oxnard, Califórnia.
† Jeol,
Tóquio, Japão.
†Metalsul,
Santa Catarina, Brasil.
‡ Dentaurum, Ispringen, Alemanha.
¶ Protechno, Girona, Espanha.
§ Degussa, Hanau, Alemanha.
☥ EDG Equipamentos e controle Ltda, São Paulo, Brasil.
# Compact, São Paulo, Brasil.
❡ Talmax, Paraná, Brasil.
✚ Dedeco, Nova Iorque, Estados Unidos.
19
Resultados
"
Na análise da média de todas as regiões foi detectada uma diferença estatisticamente significativa
entre o grupo UCLA para todos os outros grupos avaliados (p<0.05), sendo observada uma maior
desadaptação neste grupo. Além disso, EUCLA e EUCLA/BARRA também mostraram maior desadaptação
que o grupo MINI (p<0.05), embora sem diferença estatisticamente significativa entre si (p>0.05). O grupo
MINI foi o grupo com os menores valores de desadaptação entre os protocolos avaliados (p<0.05) (Tabela
1 / Anexo II).
Tabela 1. Análise da desadaptação (µm±desvio padrão) encontrada nos diferentes protocolos avaliados.
Grupo
Média ± Desvio padrão (µm)
UCLA
10.8 ± 2.2 A
EUCLA/BARRA
7.0 ± 2.2 B
EUCLA
5.4 ± 2.6 B
MINI
3.1 ± 1.3 C
p <0.0001
Letras maiúsculas distintas na vertical indicam diferença estatisticamente significante entre os grupos pelo teste ANOVA/
Tukey, p<0.05.
!
A figura 4 mostra a desadaptação vertical entre o implante e o componente protético dos grupos
avaliados. Pode-se notar a superfície irregular dos componentes após a fundição nos grupos UCLA e
EUCLA/BARRA (B e D, respectivamente) e uma maior desadaptação no grupo UCLA (B). As imagens
correspondem às médias da desadaptação vertical encontradas em cada grupo. Na figura 5 fica
demonstrado o cenário mais crítico para o assentamento vertical encontrado no grupo MINI (7µm) (A),
assim como no grupo UCLA (27µm) (B).
20
Fig. 4. As imagens correspondem às médias da desadaptação vertical vista por microscopia eletrônica de varredura dos
grupos MINI (A), UCLA (B), EUCLA (C) e EUCLA/BARRA (D). (Aumento de 1000X).
Fig. 5. Desadaptação vertical vista por microscopia eletrônica de varredura demonstrando o cenário mais crítico no
grupo MINI (7µm) (A) e no grupo UCLA (27µm) (B). (Aumento de 1000X).
21
Discussão
!
Desde o surgimento dos implantes osseointegráveis na Odontologia, a utilização dos mesmos em
indivíduos parcial ou totalmente edêntulos vem buscando aprimorar os princípios biomecânicos. A
adaptação entre I-P é um importante fator a ser considerado para o sucesso longitudinal nos trabalhos
reabilitadores (6). Os resultados do presente estudo mostraram que o grupo UCLA apresenta uma maior
desadaptação vertical que todos os outros grupos avaliados. Além disso, EUCLA e EUCLA/BARRA também
mostraram maior desadaptação vertical que o grupo MINI (p<0.05), embora sem diferença significativa entre
si (p>0.05). O grupo MINI foi o grupo com os menores valores de desadaptação vertical entre os protocolos
avaliados (p<0.05).
!
O resultado do presente estudo reforça a afirmativa que o pilar calcinável UCLA apresenta maiores
discrepâncias marginais verticais entre as superfícies de união I-P e que os pilares usinados são mais
precisos. Isso se deve ao fato dos pilares calcináveis estarem mais propensos à sensibilidade técnicalaboratorial, gerando problemas quanto à contração de fundição, técnica de inclusão, método de fundição,
tipo de liga odontológica utilizada e contração da liga (16, 20, 21). Baseado em trabalhos que corroboram
com resultados apresentados, a seleção dos mini-abutments no grupo controle está fundamentado na
melhor adaptação dos componentes usinados (16, 20, 21).
!
Na comparação entre os grupos MINI e EUCLA, os resultados demonstram que os componentes
pré-fabricados de titânio (grupo MINI) apresentaram menores níveis de desajuste vertical quando
comparados ao UCLA com base em Co-Cr (grupo EUCLA). Esses resultados podem ser explicados pela
diferença no material dos componentes, ou seja, os componentes pré-fabricados são de uma liga de titânio,
enquanto as bases metálicas dos pilares UCLA são de Co-Cr. Essa última liga é muito mais rígida que o
titânio, o que poderia dificultar o processo de usinagem para obtenção dos componentes. Uma outra
hipótese seria a melhora da adaptação após o aperto do parafuso (10, 22). Apesar do torque do parafuso ter
sido maior no grupo EUCLA (32Nm), os abutments em titânio, presentes no grupo MINI, são mais flexíveis
resultando em melhor adaptação após o torque do parafuso. Estudos para avaliação dessas hipóteses
devem ser realizados.
!
O processo de fundição da barra não demonstrou ter alterado a adaptação vertical entre I-P, o que é
possível observar quando se compara o grupo EUCLA
e o grupo EUCLA/BARRA. Isso pode ter sido
22
favorecido pelo método de fundição e soldagem utilizado para confecção destas peças. Sabe-se que a
desadaptação em peças fundidas, principalmente as extensas e em curva, tem a tendência de se agravar,
pois a infra-estrutura se torna única, o que causa uma maior distorção, porém, quando seccionada e
soldada, a infra-estrutura apresenta menores distorções (23, 24). Além disso, o estudo apresentado não
simulou procedimentos clínicos para a confecção da infra-estrutura, dessa forma, foram eliminados os
possíveis fatores como procedimentos de moldagem, material de impressão, expansão de cristalização do
gesso especial e confecção do modelo mestre, os quais poderiam influenciar a adaptação da interface I-P
(23).
!
No entanto, quando falamos em obtenção de adaptação, além do uso de métodos de compensação
para a distorção da infra-estrutura, também é necessário avaliar a geometria e disposição dos implantes no
arco, pois os mesmos também podem influenciar os componentes mecânicos das reabilitações implantosuportadas (6). Um modelo padrão em alumínio com a disposição dos implantes de forma similar para todos
os grupos, assim como a confecção de barras fundidas padronizadas foi utilizado com o objetivo de eliminar
essas possíveis variáveis na comparação entre grupos. O fato de este estudo ter trabalhado com quatro
implantes para reabilitações fixas implanto-suportadas em mandíbulas edêntulas baseia-se em trabalhos
anteriores nos quais tal procedimento proporcionou altos índices de sobrevivência para os implantes com
baixo custo (18, 19). Com isso o uso de quatro implantes vem ganhando cada vez mais indicação na
reabilitação de mandíbulas edêntulas, o que reforça a importância do estudo apresentado.
!
Ao serem analisadas as imagens de MEV, verificou-se que os pilares que sofreram processo de
fundição apresentaram a base de assentamento com superfície bastante irregular quando comparados aos
pilares antes da fundição. Apesar de o processo de fundição não ter interferido na adaptação vertical, as
imagens demonstram que o processo de fundição promoveu uma superfície irregular, criando uma interface
que pode favorecer o desenvolvimento de peri-implantite (25).
!
O parâmetro de adaptação em próteses sobre implantes é um tema controverso. Há dificuldade de
se estabelecer qual o valor aceitável, o melhor método para verificar este desajuste e sua implicação clínica
(23). Apesar da dificuldade em estabelecer padrão aceitável para o desajuste entre I-P, a literatura
demonstra uma relação positiva entre a magnitude de desadaptação e o comprometimento biomecânico
das reabilitações implanto-suportadas (4, 10, 11). Dessa forma, o presente estudo demostra que o Grupo
23
UCLA apresenta a maior média de desadaptação vertical entre os grupos avaliados, o que sugere um
comportamento biomecânico desfavorável.
Conclusão
!
Dentro dos limites desse estudo, pilar calcinável UCLA para confecção da prótese tipo protocolo
inferior sobre quatro implantes com conexão hexágono externo apresenta maiores discrepâncias marginais
quando comparado aos demais grupos.
24
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Agradecimentos
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Brasil
S.I.N., Sistema de Implante Nacional, São Paulo, Brasil.
INEPO, Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas, São Paulo, Brasil.
27
3 CONCLUSÃO GERAL
O presente estudo in vitro mostrou que pilar calcinável UCLA para confecção da prótese
tipo protocolo inferior sobre quatro implantes com conexão hexágono externo apresenta maiores
discrepâncias marginais verticais entre as superfícies de união I-P e que os pilares usinados
avaliados são mais precisos. Além disso, reforça a necessidade de se questionar o uso dos pilares
calcináveis UCLA em próteses sobre implante, visando à longevidade dos tratamentos
reabilitadores.
28
4 REFERÊNCIAS
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31
5 ANEXO I
Para a aferição do grau de adaptação entre os implantes e pilares protéticos foi realizado a
avaliação sob microscopia eletrônica de varredura (Jeol, Modelo JSM-6390LV/GS) em três pontos
equidistantes na face vestibular (1V, 2V, 3V) e na face lingual (1L, 2L e 3L) de cada interface I-P
(Fig. 6). As imagens obtidas foram mensuradas em sistema de medição computadorizado. No ponto
da avaliação interface I-P foi traçado uma linha no sentido vertical e posteriormente foi traçado
duas linhas, paralelas entre si, posicionadas nos pontos de união entre a linha vertical e a superfície
do implante e entre a linha vertical e a superfície do pilar protético. A distância entre essas duas
linhas foi determinada em micrômetros pelo sistema de medição computadorizado (Jeol Scanning
Electron Microscope) (Fig. 7).
Fig. 6. Linhas vermelhas representando ponto de
avaliação da adaptação vertical na plataforma do
implante.
32
Fig. 7. Determinação das distâncias entre implante e
pilar protético.
5 ANEXO II
As medidas de desadaptação vertical (µm) realizadas em três pontos equidistantes na face
vestibular (1V, 2V, 3V) e na face lingual (1L, 2L e 3L) de cada interface I-P em cada implante, em
cada modelo estão apresentadas nas tabelas abaixo (Tabelas 2, 3, 4 e 5). No total foram avaliados
288 pontos.
Tabela 2: Medidas de desadaptação vertical (µm) realizadas em 06 pontos (1V, 2V, 3V, 1L, 2L e 3L) em
cada implante em cada modelo do grupo MINI.
1 MINI
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
4,6
5,6
4,6
4,6
4,8
4,8
IMPLANTE 02
3,2
2,4
4,2
3,2
1,8
3
IMPLANTE 03
4,4
3,2
3,8
1,2
1
0,4
IMPLANTE 04
4,2
2,6
3,8
2,6
2,8
3
2 MINI
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
0,8
0,8
0,8
7,2
6,4
7,4
IMPLANTE 02
1,4
1,4
1,8
1,8
2,2
2,4
IMPLANTE 03
1,2
0,4
0,4
2
2,4
2
IMPLANTE 04
1
0,6
1,2
0,4
0,8
0,6
3 MINI
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
4
3,2
4
3,8
4,2
4,2
IMPLANTE 02
5,4
5,47
4,2
2
2,6
3,2
IMPLANTE 03
2,8
4
2,6
2,8
3,8
3,4
IMPLANTE 04
4,71
5
5
3,8
4,2
4,4
33
Tabela 3: Medidas de desadaptação vertical (µm) realizadas em 06 pontos (1V, 2V, 3V, 1L, 2L e 3L) em
cada implante em cada modelo do grupo UCLA.
1 UCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
12,6
7,8
9,6
13,6
8,2
17,4
IMPLANTE 02
11,2
11,8
10,4
7
8,6
9,8
IMPLANTE 03
10,8
11,8
11,2
24,2
5
2,8
IMPLANTE 04
6
7,4
19,8
14,6
13,6
13,2
2 UCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
13
18,8
27,2
4,6
3,6
3,8
IMPLANTE 02
5
15
10,2
3,6
4,8
7
IMPLANTE 03
7,8
13,6
9,4
12,8
4,6
3
IMPLANTE 04
3,8
4,4
4
15
15,8
8,6
3 UCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
6,6
17,8
21,8
1,4
6,8
12,4
IMPLANTE 02
10,2
20,2
19
1,8
1,4
2,8
IMPLANTE 03
7,8
14,8
14,2
21,4
10,2
6,6
IMPLANTE 04
6,4
13,8
12,2
25,2
19,2
17,4
34
Tabela 4: Medidas de desadaptação vertical (µm) realizadas em 06 pontos (1V, 2V, 3V, 1L, 2L e 3L) em
cada implante em cada modelo do grupo EUCLA.
1 EUCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
3
2,6
2,6
3,6
4,8
7,6
IMPLANTE 02
7,6
7,2
6,6
5,6
5,4
6,4
IMPLANTE 03
9
7,2
8,8
9,2
6,6
9
IMPLANTE 04
3
3,4
3,2
8,2
3
3,2
2 EUCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
4
4
4
11
12,4
13,8
IMPLANTE 02
2,8
3,4
1,6
2,6
3,2
3
IMPLANTE 03
3
2,8
2,8
3
2,4
1,8
IMPLANTE 04
3
3,8
3
2,8
2,6
2,4
3 EUCLA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
4
3,8
3,6
3,6
4
4
IMPLANTE 02
8,4
8,2
6,8
7,6
7,2
8
IMPLANTE 03
4,6
3,6
4,4
4
4
3,6
IMPLANTE 04
9,2
9,2
9,6
10,4
10,8
11
35
Tabela 5: Medidas de desadaptação vertical (µm) realizadas em 06 pontos (1V, 2V, 3V, 1L, 2L e 3L) em
cada implante em cada modelo do grupo EUCLA/BARRA.
1 EUCLA/BARRA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
10
7,8
7,6
7,6
10,8
12,6
IMPLANTE 02
6
4,8
6,6
6,8
7,4
9,4
IMPLANTE 03
5,4
6,6
7,6
5,6
5,2
5,2
IMPLANTE 04
7,6
10,6
8,6
6,8
9,6
3,8
2 EUCLA/BARRA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
9,4
8,4
7,4
5
4,8
6
IMPLANTE 02
5,8
5,4
4,6
4,8
5
5,4
IMPLANTE 03
6,4
8,8
10
8,2
7,2
3,2
IMPLANTE 04
7,8
11
14,4
18,6
14,4
7
3 EUCLA/BARRA
1V
2V
3V
1L
2L
3L
IMPLANTE 01
7,2
5
4
6,8
9
12,8
IMPLANTE 02
5,8
4,6
4
3,6
2,8
5,2
IMPLANTE 03
5,2
4,8
6,2
4,6
5,8
3,2
IMPLANTE 04
3,2
4,6
5,4
6,6
5,45
7,2
36
5 ANEXO III
Journal of Oral Rehabilitation
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or .rtf file format and is therefore not an appropriate file type. Manuscripts should be double line
spaced with 2.5cm margins. Use 10pt Helvetica font. Headings: main (section) headings [A] in bold
sentence case; sub-headings [B] in italic sentence case; sub-sub-headings [C] in italic sentence case
with the text continued on the same line.
Figures
For help and advice on preparing your artwork, see http://authorservices.wiley.com/bauthor/
illustration.asp
TIFF and EPS are preferred file formats. Figures should be prepared in an appropriate graphic
package and named according to DOS conventions, e.g. 'figure1.tif'. PLEASE NOTE our
submission system does not accept RAR files. Space in the print version is limited. Please consider
if any of your figures (or tables) could appear online only. Additional figures and tables can be
made available on the web version of the journal – please see below.
Line work (vector graphics) and combined images (photographs with lines/ bars)- .ai (Adobe
Illustrator)/ Encapsulated PostScript (.eps). There is a ‘save as’ function in most statistical/
spreadsheet packages such as Microsoft Excel that allows files to be saved in eps format.
Lines should not be thinner than 0.25 pts and in-fill patterns and screens should have a density of at
least 10%. Use 10pt Helvetica font for labels. The optimal resolution for these images is 600‒
1200dpi.
Photographs should be saved as high-resolution (300dpi) .tif files at 1.5x desired print size. Lower
resolutions (<300 dpi) may compromise output quality.
37
Supplementary data
Supporting material that is too lengthy for inclusion in the full text of the manuscript, but would
nevertheless benefit the reader, can be made available by the publisher as online-only content,
linked to the online manuscript. The material should not be essential to understanding the
conclusions of the paper, but should contain data that is additional or complementary and directly
relevant to the article content. Such information might include the study protocols, more detailed
methods, extended data sets/data analysis, or additional figures (including).
All material to be considered as supplementary data must be uploaded as such with the manuscript
for peer review. It cannot be altered or replaced after the paper has been accepted for publication.
Please indicate clearly the material intended as Supplementary Data upon submission. Also ensure
that the Supplementary Data is referred to in the main manuscript. Please label these supplementary
figures/tables as S1, S2, S3, etc. Full details on how to submit supporting information, can be found
at http://authorservices.wiley.com/bauthor/suppinfo.asp
Permission to include other’s work
Permission to reproduce material within the manuscript must be obtained in advance by the
corresponding author. Refer to the original publisher, who is responsible for managing the rights of
the original author. Expect this to take up to six weeks. Once granted, upload a copy of the approval
as a supporting file. An acknowledgement to the source must be made in your text.
SUBMISSION REQUIREMENTS
All submissions to Journal of Oral Rehabilitation should conform to the uniform requirements for
manuscripts submitted to biomedical journals, drawn up by the International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE) see http://www.icmje.org/.
General requirements
All submissions should include the following:
Main document
1. Title and running head (short title);
2.
Article category;
3.
First name, middle initial (if any) and family name of all authors – no degree/ titles/ positions
of responsibility. All those listed as authors must fulfil the ICMJE criteria;
4.
Affiliations should be written after the authors list as follows: Department/Division/Unit
name, if any; affiliation name/City (without state)/Country;
5.
Correspondence should be written after the affiliations list as follows: write only the title of
one corresponding author (Mr/Mrs/Ms/Dr/Prof), first name(s) written with initials only, and
followed by the last name – e.g. Dr. J. E. Smith; add Department/Division/Unit name, if any/
affiliation name/Street address/ City/ postal code /Country/ Email address;
6.
A structured abstract (summary for review papers);
7.
Six MeSH-compliant keywords http://www.nlm.nih.gov/mesh
8.
Main body containing sections on background, methods, results and conclusions, with the
appropriate heading.
9.
Disclosure/ Acknowledgements: I ndicate at the end of the text before references: 1. Any
necessary ethical approval(s); 2. The source of funding for the study; and 3. Any conflict of
interest.
10. A reference list in Vancouver style (Ann. Intern. Med. 1997; 126: 36-47), in the order made in
the text. Example: confirmed by other studies.23 / 23 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman
38
DG. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA
statement. BMJ 2009; 339: b2535.
For books, names and initials of all authors, the full title, place of publication, publisher, year
of publication and page number should be given.
11. Tables – if appropriate, in tabulate text. Do not embed tables.
12. Figure legends – if appropriate, in a list following the references/ tables. (Figures must be
uploaded additionally as individual graphic files. Please do not embed figures.)
Accepted article types
Original research – structured abstract of no more than 250 words should include the following:
background, objective(s), methods (include design, setting, subject and main outcome measures as
appropriate), results and conclusion. Original articles that describe cases require parental/ patient
consent. For cohort studies, please upload a copy of your IRB approval.
Maximum words – 2500; maximum figures and tables – 6; maximum references – 25.
Reviews – structured summary giving information on methods of selecting the publications cited.
Maximum words – 3000; maximum figures and tables – 6; maximum references – no limit.
Case reports – only exceptional reports that have important education or safety messages will be
considered. Our current rejection rate is 90%. Conclude with 3 learning points for our readers. All
case reports require parental/ patient consent for publication.
Maximum words – 2000; maximum figures or tables – 1; maximum references – 5
We work together with Wiley’s Open Access journal, Clinical Case Reports, to enable rapid
publication of good quality case reports that we are unable to accept for publication in our journal.
Authors of case reports rejected by our journal will be offered the option of having their case report,
along with any related peer reviews, automatically transferred for consideration by the Clinical
Case Reports editorial team. Authors will not need to reformat or rewrite their manuscript at this
stage, and publication decisions will be made a short time after the transfer takes place. Clinical
Case Reports will consider case reports from every clinical discipline and may include clinical
images or clinical videos. Clinical Case Reports is an open access journal, and article publication
fees apply. For more information please go to www.clinicalcasesjournal.com.
Correspondence – Letters to the editor are encouraged, particularly if they comment, question or
criticize original articles that have been published in the journal. Letters that describe cases require
parental/ patient consent for publication.
Maximum words – 1500; maximum figures and tables – 1; maximum references – 5.
Guidelines on specific papers
Randomised clinical trials (RCTs) must conform to the CONSORT statement http://www.consortstatement.org on the reporting of RCTs. A flow diagram of subjects, the trial protocol, and the
registration details of the trial must be included in the paper along with and a numbered checklist
provided as supplementary material.
Diagnostic studies must conform to the STARD statement http://www.stard-statement.org/. A flow
diagram of subjects, the trial protocol, and the registration details of the trial must be included in the
paper along with and a checklist provided as supplementary material.
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Qualitative research – authors should refer to the EQUATOR NETWORK resource centre
guidance on good research reporting http://www.equator-network.org,which has the full suite of
reporting guidelines (both quantitative and qualitative).
Observational studies (Epidemiology) please follow the STROBE guidelines http:// www.strobestatement.org/and submit the study protocol as supplementary material.
Systematic reviews/ meta-analysis of randomised trials and other evaluation studies must conform
to PRISMA guidelines http://www.prisma-statement.org (these have superseded the QUOROM
guidelines) and submit the study protocol as supplementary material.
SUBMISSION
Submissions must have been read and approved by all authors. Submission of a manuscript implies
that it reports unpublished work and that it is not under active consideration for publication
elsewhere, nor been accepted for publication, nor been published in full or in part (except in
abstract form).
All material to be considered for publication in Journal of Oral Rehabilitation should be submitted
via the journal's online submission system at ScholarOne Manuscripts http://
mc.manuscriptcentral.com/jor
Full instructions and support are available on the site and a user ID and password can be obtained
on the first visit. If you have any queries please contact Lou Whelan, Journal of Oral Rehabilitation
Editorial Office: [email protected]
Once you are ready to submit, check:
Your main document conforms to our requirements;
Figures are uploaded as graphic files;
Supporting documents are uploaded and designated correctly; and
You have completed all submission steps.
Failure to do so will result in your files returned to your author centre. You will receive an email
detailing corrections required.
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Avaliação da adaptação cervical do componente UCLA utilizado em