3 O Erro de Medição Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial www.posmci.ufsc.br Erro de Medição sistema de medição indicação mensurando valor verdadeiro erro de medição Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 2/67) Um exemplo de erros... Teste de precisão de tiro de canhões: Canhão situado a 500 m de alvo fixo; Mirar apenas uma vez; Disparar 20 tiros sem nova chance para refazer a mira; Distribuição dos tiros no alvo é usada para qualificar canhões. Quatro concorrentes: Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 3/67) A B D C Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 4/67) Ea Ea Es Es A B D C Ea Ea Es Es Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 5/67) 3.1 Tipos de erros www.posmci.ufsc.br Tipos de erros Erro sistemático: é a parcela previsível do erro. Corresponde ao erro médio. Erro aleatório: é a parcela imprevisível do erro. É o agente que faz com que medições repetidas levem a distintas indicações. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 7/67) Precisão & Exatidão São parâmetros qualitativos associados ao desempenho de um sistema. Um sistema com ótima precisão repete bem, com pequena dispersão. Um sistema com excelente exatidão praticamente não apresenta erros. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 8/67) 3.2 e 3.3 Caracterização e componentes do erro de medição www.posmci.ufsc.br Exemplo de erro de medição (1000,00 ± 0,01) g E = I - VVC 1 E = 1014 - 1000 1014 g 1014 0g E = + 14 g Indica a mais do que deveria! Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 10/67) Erros em medições repetidas 111 1014 1015 1017 0g 1010 erro médio (1000,00 (1000,00 (1000,00 ± 0,01) ± 0,01) ± 0,01) g g g 1014 g 1015 g 1017 g 1012 g 1015 g 1018 g 1014 g 1015 g 1016 g 1013 g 1016 g 1015 g dispersão 1020 1000 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 11/67) Cálculo do erro sistemático média de infinitas indicações condições: valor verdadeiro conhecido exatamente Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 12/67) Estimativa do erro sistemático VVC tendência Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 13/67) 3.4 Erro sistemático, tendência e correção www.posmci.ufsc.br Algumas definições Tendência (Td) Valor Verdadeiro Convencional (VVC) é uma estimativa do Erro Sistemático é uma estimativa do valor verdadeiro Correção (C) é a constante que, ao ser adicionada à indicação, compensa os erros sistemáticos é igual à tendência com sinal trocado Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 15/67) Correção dos erros sistemáticos Td C = -Td Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 16/67) Indicação corrigida Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 média I 1014 1015 1017 1012 1015 1018 1014 1015 1016 1013 1016 1015 1015 C -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 -15 Ic 999 1000 1002 997 1000 1003 999 1000 1001 998 1001 1000 1000 Ea -1 0 2 -3 0 3 -1 0 1 -2 1 0 0 C = -Td C = 1000 - 1015 C = -15 g 995 1000 1005 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 17/67) 3.5 Erro aleatório, incerteza padrão e repetitividade www.posmci.ufsc.br Erro aleatório e repetitividade -5 0 5 O valor do erro aleatório é imprevisível. A repetitividade define a faixa dentro da qual espera-se que o erro aleatório esteja contido. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 19/67) Distribuição de probabilidade uniforme ou retangular 1.2 Probabilidade (1/6) probabilidade 1/6 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0 0 1 2 3 4 5 6 Lançamento de um dado 1 2 3 4 5 6 Valores Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 20/67) 7 Distribuição de probabilidade triangular probabilidade (1/36) 6 4 2 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 Média de dois dados Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 21/67) Distribuição de probabilidade triangular Probabilidade (1/36) 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Média de 2 dados Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 22/67) Lançamento de um dado Probabilidade (1/6) 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Valores Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 23/67) Média de dois dados P rob a b ilid ade (1/36) 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 M é di a d e 2 d a do s Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 24/67) Média de três dados Pr o bab ilid ade (1/2 16) 30 25 20 15 10 5 0 0 1 2 3 4 5 6 7 M é di a d e 3 d a do s Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 25/67) Média de quatro dados Pro bab ilid a d e (1 /12 96) 16 0 14 0 12 0 10 0 80 60 40 20 0 0 1 2 3 4 5 6 7 M é di a d e 4 d a do s Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 26/67) Média de seis dados Pro ba bili dad e ( 1/ 466 56) 50 0 0 45 0 0 40 0 0 35 0 0 30 0 0 25 0 0 20 0 0 15 0 0 10 0 0 50 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 M é di a d e 6 d a do s Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 27/67) Média de oito dados Probabilidade (1/1679616) 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Média de 8 dados Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 28/67) “Teorema do sopão” Quanto mais ingredientes diferentes forem misturados à mesma sopa, mais e mais o seu gosto se aproximará do gosto único, típico e inconfundível do "sopão". Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 29/67) Teorema central do limite Quanto mais variáveis aleatórias forem combinadas, tanto mais o comportamento da combinação se aproximará do comportamento de uma distribuição normal (ou gaussiana). Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 30/67) Curva normal pontos de inflexão s = desvio padrão m = média assíntota s s assíntota m Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 31/67) Efeito do desvio padrão s>s>s m Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 32/67) Cálculo e estimativa do desvio padrão cálculo exato: (da população) estimativa: (da amostra) n n s = lim n Ii I n 2 ( I I ) i i =1 n s= 2 ( I I ) i i =1 n 1 i-ésima indicação média das "n" indicações número de medições repetitivas efetuadas Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 33/67) Incerteza padrão (u) medida da intensidade da componente aleatória do erro de medição. corresponde à estimativa do desvio padrão da distribuição dos erros de medição. u=s Graus de liberdade (): corresponde ao número de medições repetidas menos um. =n-1 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 34/67) Área sobre a curva normal 95,45% 2s 2s m Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 35/67) Estimativa da repetitividade (para 95,45 % de probabildiade) A repetitividade define a faixa dentro da qual, para uma dada probabilidade, o erro aleatório é esperado. Para amostras infinitas: Re = 2 . s Para amostras finitas: Re = t . u Sendo “t” o coeficiente de Student para = n - 1 graus de liberdade. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 36/67) Coeficiente “t” de Student 1 2 3 4 5 6 7 8 9 t 13.968 4.527 3.307 2.869 2.649 2.517 2.429 2.366 2.320 10 11 12 13 14 15 16 17 18 t 2.284 2.255 2.231 2.212 2.195 2.181 2.169 2.158 2.149 19 20 25 30 35 40 50 60 70 t 2.140 2.133 2.105 2.087 2.074 2.064 2.051 2.043 2.036 80 90 100 150 200 1000 10000 100000 t 2.032 2.028 2.025 2.017 2.013 2.003 2.000 2.000 2.000 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 37/67) Exemplo de estimativa da repetitividade (1000,00 ± 0,01) g 1 1014 g 1014 0g 1014 g 1015 g 1017 g 1012 g 1015 g 1018 g 1014 g 1015 g 1016 g 1013 g 1016 g 1015 g média: 1015 g 12 u= 2 ( I 1015 ) i i =1 12 1 u = 1,65 g = 12 - 1 = 11 t = 2,255 Re = 2,255 . 1,65 Re = 3,72 g Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 38/67) Exemplo de estimativa da repetitividade -3,72 1010 1015 1015 +3,72 1020 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 39/67) Efeitos da média de medições repetidas sobre o erro de medição Efeito sobre os erros sistemáticos: Como o erro sistemático já é o erro médio, nenhum efeito é observado. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 40/67) Efeitos da média de medições repetidas sobre o erro de medição Efeitos sobre os erros aleatórios A média reduz a intensidade dos erros aleatórios, a repetitividade e a incerteza padrão na seguinte proporção: Re I Re I = n uI uI = n sendo: n o número de medições utilizadas para calcular a média Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 41/67) Exemplo No problema anterior, a repetitividade da balança foi calculada: ReI = 3,72 g Se várias séries de 12 medições fossem efetuadas, as médias obtidas devem apresentar repetitividade da ordem de: Re I12 3,72 = = 1,07 g 12 Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 42/67) 3.6 Curva de erros e erro máximo www.posmci.ufsc.br Curva de erros Td + Re Td Td - Re erro Emáx 15 1015 - Emáx indicação Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 44/67) Algumas definições Curva de erros: É o gráfico que representa a distribuição dos erros sistemáticos e aleatórios ao longo da faixa de medição. Erro máximo: É o maior valor em módulo do erro que pode ser cometido pelo sistema de medição nas condições em que foi avaliado. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 45/67) Calibração Virtual Clique sobre a figura Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 46/67) 3.7 Representação gráfica dos erros de medição www.posmci.ufsc.br Sistema de medição “perfeito” (indicação = VV) indicação 960 980 1000 1020 1040 960 1000 1020 1040 980 mensurando Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 48/67) Sistema de medição com erro sistemático apenas indicação 960 980 1000 1020 1040 +Es 960 980 1000 1020 1040 mensurando Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 49/67) Sistema de medição com erros aleatórios apenas indicação 960 980 960 980 Re 1000 1020 1040 1000 1020 1040 mensurando Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 50/67) Sistema de medição com erros sistemático e aleatório indicação 960 980 Re 1000 1020 1040 +Es 960 980 1000 1020 1040 mensurando Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 51/67) 3.8 Erro ou incerteza? www.posmci.ufsc.br Erro ou incerteza? Erro de medição: é o número que resulta da diferença entre a indicação de um sistema de medição e o valor verdadeiro do mensurando. Incerteza de medição: é o parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a faixa dos valores que podem razoavelmente ser atribuídos ao mensurando. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 53/67) 3.9 Fontes de erros www.posmci.ufsc.br Fontes de erros: fatores externos sinal de medição retroação mensurando operador sistema de medição indicação fatores internos retroação fatores externos Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 55/67) Erros provocados por fatores internos Imperfeições dos componentes e conjuntos (mecânicos, elétricos etc). Não idealidades dos princípios físicos. alongamento região linear força região não linear Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 56/67) Erros provocados por fatores externos Condições ambientais temperatura pressão atmosférica umidade Tensão e freqüência da rede elétrica Contaminações Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 57/67) Erros provocados por retroação A presença do sistema de medição modifica o mensurando. 65 °C 20 °C 70 °C 65 °C Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 58/67) Erros induzidos pelo operador Habilidade Acuidade visual Técnica de medição Cuidados em geral Força de medição Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 59/67) Dilatação térmica Propriedade dos materiais modificarem suas dimensões em função da variação da temperatura. T b c c' b' b = b' - b c = c' - c b = . T . b c = . T . c Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 60/67) Temperatura de referência Por convenção, 20 °C é a temperatura de referência para a metrologia dimensional. Os desenhos e especificações sempre se referem às características que as peças apresentariam a 20 °C. Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 61/67) Dilatação térmica: distintos coeficientes de expansão térmica I = 44,0 I = 40,0 > I = 38,0 20°C 40°C 10°C Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 62/67) Dilatação térmica: mesmos coeficientes de expansão térmica I = 40,0 I = 40,0 = I = 40,0 20°C 40°C 10°C Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 63/67) Dilatação térmica: Ce Sabendo que a 20C Ci = Ce α=α Ci Qual a resposta certa a 40C? (a) Ci < Ce (b) Ci = Ce (c) Ci > Ce (d) NRA Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 64/67) Dilatação térmica: (a) Ci < Ce (b) Ci = Ce (c) Ci > Ce (d) NRA Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 65/67) Micrômetro Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 66/67) Correção devido à dilatação térmica SM Mat Temp. A 20 °C A TSM 20 °C A TSM A 20 °C A TSM 20 °C A TSM Peça a medir Mat Temp. A 20 °C A TP = TSM A TSM TP B 20 °C B TSM = TP B TSM TP Correção devido à temperatura C=0 C=0 C = A . L . (TSM - TP) C=0 C = (A - B). (TSM - 20°C) . L C = [A . (TSM - 20°C) - B . (TP - 20°C)] . L Fundamentos da Metrologia Científica e Industrial - Capítulo 3 - (slide 67/67)