54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 A formação do povo brasileiro: visão molecular através do cromossomo X Santos- Lopes, SS1; Bydlowski, SP2;Pena, SDJ1 Laboratório de Genética Bioquímica – Departamento de Bioquímica e Imunologia ICB/UFMG, Belo Horizonte, MG 2 Laboratório de Genética e Hematologia Molecular, Departamento de Hematologia, FMUSP [email protected] 1 Palavras-chave: Cromossomo X, Brasileiros, Haplótipos e Inserção Alu A matriz triíbrida brasileira envolveu os Ameríndios nativos, Europeus colonizadores e escravos Africanos. Cinco séculos de cruzamentos entre os grupos ancestrais originaram a ampla heterogeneidade genética brasileira, que pode ser estudada a nível molecular por diferentes marcadores genéticos. Com o objetivo de investigar a estrutura genética dos brasileiros utilizamos um pequeno bloco haplotípico no cromossomo X formado por dois microssatélites (DXS1002 e DXS1019) e uma inserção Alu (DXS225). Analisamos 107 homens classificados como Brancos e 97 classificados como Pretos da cidade de São Paulo e comparamos com resultados da análise de 98 africanos e 342 euroasiáticos do painel internacional CEPH. A diversidade haplotípica encontrada nos Brasileiros foi de 0,869±0,014, tendo os Pretos o maior índice (0,905±0,018) em comparação com os Brancos (0,826±0,022). Esses valores de diversidade foram ambos intermediários aos encontrados nas populações da África (0,947±0,006) e Eurásia (0,754±0,015) do painel do CEPH. A proporção de contribuição genética africana para os Pretos foi de 55% e para os Brancos 29%, enquanto que a contribuição euro-asiática para os Pretos foi de 45% e 71% para os Brancos. Esses resultados são similares com os observados com uma bateria de 40 polimorfismos de inserção-deleção autossômicos. As análises de variância molecular (AMOVA) e Bayesiana de estrutura populacional (BAPS) não revelaram estrutura populacional significativa entre os grupos de brasileiros classificados pela cor da pele, o que confirma a tênue associação entre cor da pele e ancestralidade genômica, a nível individual, já observada anteriormente com outros marcadores. Nas análises de componente principal (PCA) os Pretos Brasileiros agrupam-se com populações do oeste e leste-central africano, regiões descritas como provável origem dos escravos africanos que vieram para o Brasil. Nossos resultados permitiram concluir que o bloco haplotípico do cromossomo X é um marcador bastante eficaz capaz de fornecer informações adicionais que contribuem para o entendimento do processo de formação do povo brasileiro. Apoio Financeiro: CAPES, FAPEMIG. 26