Campanha Do Acre: Uma Revolução
Iniciada Pelo Povo Brasileiro
Rafael Polinício Lanza Braga
O povo brasileiro foi o personagem central da Campanha do Acre ocorrida nos primeiros
anos do século XX. Região ocupada por seringalistas oriundos, na sua grande maioria, do nordeste
brasileiro, foi marcada por intensos conflitos contra os bolivianos. O descaso do governo central, as
condições adversas, a dificuldade de combater no inóspito ambiente de selva e o desconhecimento da
região foram algumas das dificuldades encontradas pela tropa chefiada pelo gaúcho Plácido de
Castro.
O sertanejo, típico homem oriundo do nordeste brasileiro, com características da raça negra,
índia e branca em seu sangue, acostumado a lidar com as agruras da vida, foi o grande destaque desta
epopeia. A grave seca do ano de 1877 naquela região motivou a emigração para o oeste, na busca por
melhores condições de vida. A extração do látex da borracha crescia vertiginosamente, a partir da
segunda metade do século XVIII, sendo este um grande atrativo para este povo.
A soberania nacional fora afetada por estrangeiros que financiavam as ações bolivianas na
região onde hoje conhecemos pelo estado do Acre. Esta façanha promovida por nativos brasileiros,
lutando dentro da selva amazônica, marcou os ideais nacionalistas do final do século XIX, tão
evidente nos Estados nacionais modernos.
O conflito pode ser dividido em três fases distintas. Primeiramente destacamos a fase que vai
do Tratado de Ayacucho (1867) até a demarcação da linha fronteiriça Cunha Gomes (1897), onde o
componente político, juntamente com a diplomacia brasileira, fora fundamental para as desavenças
entre os contendores. Em um segundo momento, entre 1897 até meados 1903, surgiram as lideranças
das campanhas militares e a participação efetiva do povo acreano. No desfecho deste processo
demarcatório, após o ano de 1903, a diplomacia brasileira assume a dianteira e negocia habilmente
os limites entre os dois países, quepersistem até os dias de hoje.
A imprensa nacional e a comoção nacional que atingiu as diversas partes do território foram
fundamentais para o sucesso alcançado. A política nacional do incipiente Estado Republicano
brasileiro precisou se adequar aos interesses do povo e as expressivas manifestações de identidade
nacional.
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A questão foi resolvida através da intermediação de um dos maiores diplomatas brasileiros: o
Barão do Rio Branco. A assinatura do Tratado de Petrópolis marcou o fim de uma Revolução
iniciada no coração do sertanejo brasileiro.
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