Análise do Consumo de Potência e Eficiência Energética em Redes Ópticas Elásticas Luis G. T. Zulai e Taufik Abrão Fábio Renan Durand Departamento de Eng. Elétrica Universidade Estadual de Londrina Londrina – PR – Brasil [email protected] Departamento de Eng. Elétrica Universidade Tecnológica Federal do Paraná Cornélio Procópio – PR – Brasil [email protected] Resumo— Neste trabalho foi realizado um estudo do consumo de potência e eficiência energética em redes ópticas elásticas. Foi proposto um novo modelo de consumo de potência da camada física (transmissão, recepção, amplificação e comutação). Ainda, uma nova metodologia foi proposta para determinar o consumo de potência considerando as restrições da camada física e a potência óptica otimizada. A potência e o número de bits transmitidos em cada subportadora são definidos pelo algoritmo de Waterfilling. Os principais resultados ilustram a potência consumida nos elementos da camada física de redes EON, considerando a técnica de eficiência energética baseada na hibernação dos equipamentos. Palavras-chave hibernação. — eficiência I. energética; redes ópticas; INTRODUÇÃO Atualmente se verifica o crescimento contínuo de investimentos em infraestrutura do segmento de tecnologia da informação e comunicação ICTs (Information and Communications Technology) [1]. Neste seguimento, as redes ópticas se consolidaram como uma maneira de transportar, de forma transparente, as informações provenientes de redes de acesso [2]. Assim, as redes ópticas vêm sendo largamente empregadas como redes de abrangência em média e grande distância como MANs (Metropolitan Area Networks) e WANs (Wide Area Network) [3]. As redes ópticas avançaram em função do desenvolvimento e consolidação da tecnologia de multiplexação por divisão de comprimentos de onda WDM (Wavelength Division Multiplexing) [4], porém as demandas por largura de banda superior a 100 Gbps motivaram o desenvolvimento das redes ópticas elásticas EON (Elastic Optical Network) [5]. As EON-SLICE (Spectrum-Sliced Elastic Optical Path Network) apresentam a flexibilidade de oferecer diferentes formatos de modulação, largura de banda e alocação de espectro flexível, de acordo com a distância e qualidade de transmissão QoT (Quality of Transmission) [6]. As EONs são baseadas na tecnologia da multiplexação por divisão de frequências ortogonal OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) que emprega técnicas de processamento digital de sinal DSP (Digital Signal Processing) nas etapas de transmissão e recepção do sinal [7]. Ainda as EONs empregam transmissores/receptores com largura de banda variável BV-OTP (Bandwidth Variable Optical Transponder) e comutadores ópticos com largura de banda variável (BV-WXC - Bandwidth Variable Wavelength Cross Connect) [8]. Neste contexto, frente a perspectiva do crescimento exponencial de infraestruturas de ICTs, as quais possuem consumo estimado em 4 % da energia elétrica cosumida em escala global [1], passou-se a estudar as questões referentes a eficiência energética das ICTs [1][3][9-10]. Desta forma, vem sendo desenvolvidos vários estudos com o foco de aumentar a eficiência energética em EON [11-15]. Os estudos desenvolvidos buscam estabelecer modelos de consumo de potência [11-12], bem como estabelecer técnicas de alocação de espectro [13] e modulação adaptativa [14] com intuito de aumentar a eficiência energética. Por outro lado, também busca-se desenvolver novos dispositivos concebidos para as EONs com finalidade de diminuir a potência consumida [15]. De uma forma em geral, observa-se que não é trivial quantificar e identificar as oportunidades de economia de energia em redes EONs. Ainda, as investigações sobre a eficiência energética em redes EONs empregam valores de consumo de energia fornecidos por fabricantes ou modelos de consumo de energia adaptados de redes WDM [11-13]. Neste contexto, o objetivo geral deste trabalho é propor um modelo de consumo de potência para avaliação da eficiência energética da camada física de redes EONs. Este modelo é baseado no modelamento dos equipamentos e dispositivos de transmissão, recepção, amplificação e comutação, assim diferentemente dos modelos que vem sendo utilizados [11-13], será possível avaliar o impacto de cada elemento que compõem os equipamentos empregados na camada física das redes EONs. Por outro lado, o modelo proposto será empregado para avaliar a eficiência energética de redes EONs que empregam a técnica de hibernação (sleep) em conjunto com esquemas de engenharia de tráfego. Este trabalho está organizado da seguinte forma: A Seção II apresenta os aspectos teóricos das redes EONs. Na Seção III é apresentado o modelo do consumo de potência proposto. A Seção IV apresenta a metodologia de análise empregada. A Seção V ilustra os principais resultados obtidos e, finalmente na Seção VI são discutidas as principais conclusões do trabalho. II. ASPECTOS TEÓRICOS A. Arquitetura da rede EON A arquitetura de uma rede EON é composta de transmissores/receptores BV-OTP que apresentam taxa, modulação e alcance de transmissão variável que se adaptam aos requisitos de tráfego. Desta forma, o controle da EON realiza a alocação do espectro, determinando a frequência central e a largura de banda que o BV-OTP transmissor/receptor deve empregar [15]. Outro equipamento empregado é o comutador óptico com largura de banda variável (BV-WXC) que atua nas funções de comutação e roteamento de sinais que passam pelo nó óptico. Os BV-WXC são constituídos de comutadores seletivos em comprimento de onda BV-WSS (Wavelength Selective Switch) que podem ser implementados por meio das tecnologias de Cristal Líquido sobre Silício LCoS (Liquid Crystal on Silicon) [8] ou Sistemas Microeletro-mecânicos MEMs (Microelectro Mechanical System) [16]. Os BV-WXC podem empregar as duas tecnologias de WSS, ou seja, LCoS e MENs em função dos requisitos de granularidade e custo [17]. A Fig. 1. ilustra a arquitetura de um BV-WXC em que o canais que chegam no dispositivo passam pelo divisor de potência sendo direcionados para todos os BV-WSS, por outro lado os BVWSS determinam quais os canais serão destinados para cada porta de saída do dispositivo. BV-WXC In1 1 8 2 Out1 2 BV-WSS In2 Out2 5 4 5 7 BV-WSS InN-1 4 7 6 6 OutN-1 BV-WSS BV-WSS BV-OTP BV-OTP Add Drop 8 1 Fig. 1. Arquitetura de um BV-WXC. B. Desempenho do sistema OFDM Nas redes EONs o tráfego é transmitido por meio da técnica OFDM que emprega N subportadoras ortogonais que apresentam baixa taxa de transmissão que são moduladas em m níveis da modulação em amplitude e quadratura m-QAM (Quadrature Amplitude Modulation), sendo m = 4, 8,16, 32, 64. A taxa de transmissão, nível de modulação e o alcance são limitados pelo ruído de emissão espontânea ASE (Amplifier Spontaneus Emission) dos amplificadores ópticos EDFA (Erbium Doped Fiber Amplifier) e pelos efeitos não lineares. Por outro lado, lado a passagem do sinal por vários WSS em cascata causa penalidades nas subportadoras que estão nas bordas laterais de cada fatia de espectro alocado. Assim, relação sinal-ruído no domínio óptico (OSNR) é dada por [6]: PS OSNR = − H × NWSS (1) PASE + PNL sendo PS a potência do sinal recebido, PASE a potência do ruído ASE, PNL a potência de ruído não linear, H o número de enlaces percorridos (Hop count) e NWSS é penalidade de potência dos WSS. A PASE é dada por [18]: (GAMP (ω ) − 1) N (2) S Fhν Bn 2 GAMP( ω) é o espectro de ganho do amplificador, NS o número de spams, F a figura de ruído, h a constante de Planck, ν a frequência de propagação da luz e Bn a largura de banda alocada. Por outro lado, a PNL é dada por [18]: PASE = PNL = η NL N S γ 2 Pt3 (3) sendo ηNL o parâmetro de interferência não linear, γ coeficiente de não linearidade, Pt a potência transmitida na fatia de espectro alocada. C. Algoritmo de alocação de recursos Na transmissão do OFDM é necessário definir a potência e o número de bits alocados para cada subportadora, tendo em vista que cada subportadora estará exporta a diferentes valores de ganho do canal óptico. A capacidade de transmissão (bits/seg) para canais AWGN (Additive White Gaussian Noise) é dada pela equação de Shannon [18]: C (4) = log 2 (1 + SNR ) B sendo C a capacidade (bits/seg), B a largura de banda e SNR a relação sinal-ruído. Entretanto, os sistemas reais transmitem numa taxa de transmissão inferior que C, assim as transmissões que empregam QAM obtém taxa de transmissão (R) dada por: R SNR = log 2 1 + (5) B θ sendo θ uma constante (gap) que representam as perdas com relação a capacidade do canal de Shannon. Para a modulação QAM considera-se θ = α 2 3 [19], sendo α = Q −1 ( Pe ) , Pe a probabilidade de erro de símbolo e Q-1 é a função inversa de Q. A relação entre a taxa de transmissão e largura de banda representa a taxa de transmissão normalizada dada por b = R/B. Considerando que a potência média total transmitida (Pt) é uma restrição do sistema, a taxa máxima de transmissão pode ser escrita como: max b = Pn P H n n log 2 1 + 2 θσ n n =0 N −1 ∑ sujeito Pt = 2 N −1 ∑P n n =0 (6) 2 sendo H n o ganho do canal, σ n2 a variância do ruído e Pn é a potência transmitida para a nth portadora. A solução de (6) é largamente obtida pelo método watterfilling que resulta em [19]: Pn + θσ n2 Hn 2 =a (7) sendo a uma constante escolhida para que Pt = ∑ P n n , assim a alocação ótima de potência será: θσ n2 θσ n2 , a≥ a − 2 2 Hn Hn Pn = (8) θσ n2 a< 0, 2 Hn Após a determinação da potência alocada por portadora, o número de bits que será transmitido em cada subportadora é computado por meio de (5). III. MODELO DE CONSUMO DE POTÊNCIA Os modelos de consumo de potência de redes ópticas de grade fixa (WDM) [9] e adaptados para redes EON [11-13] empregam informações não muito detalhados fornecidos por fabricantes. Portanto, no modelo de consumo de potência proposto neste trabalho serão estabelecidas relações entre os dispositivos empregados na camada física e seu consumo de potência. Neste estudo serão empregados modelos de equipamentos e dispositivos da camada óptica para possibilitar uma investigação mais ampla e flexível no intuito de explorar os possíveis gargalos de eficiência energética. O modelo proposto pode ser empregado em conjunto com modelos que estabelecem o consumo nas camadas acima ou que consideram o consumo de potência de equipamentos de suporte como ar condicionado, coolers, entre outros [1][9]. Neste contexto, a potência consumida pela a camada óptica será dada por: ܲÓ௧ = ்ܲ/ோ + ܲ௦௪ + ܲ௦ (9) sendo PTX/RX, Psw e Pamps a potência consumida pelos transmissores/receptores (BV-OTP), crossconnects ópticos (BV-WXCs) e amplificadores, respectivamente. A potência consumida pelos transmissores/receptores é dada por ்ܲ/ோ = ்ܲ + ܲோ , assim, de uma forma geral, a potência consumida nos transmissores é dada por [10][15]: ( ) PTX (W) = PDSP + Edriver + E laser + ECW R (10) sendo PDSP a potência consumida pelo DSP, Edriver a energia consumida pelo circuito do driver de acionamento do laser, E laser a energia média consumida pelo laser, ECW é a energia consumida pelo laser contínuo e R a taxa de transmissão. Os receptores empregados são compostos de circuitos eletrônicos e amplificador EDFA na configuração de pré-amplificador. Desta forma, a potência consumida nos receptores é dada por [10][15][20]: PRX (W) = PDSP + Pamp + PLO + ERe c R (11) sendo Pamp a potência consumida no pré-amplificador EDFA e PLO a potência consumida pelo oscilador local e ERec é a energia consumida pelo fotodetector. Se for empregado um receptor com amplificador de transimpedância o termo (Pamp) será desconsiderado. O BV-WXC considerado neste trabalho é baseado em uma arquitetura composta de WSS com MEMs e LCoS [17], além de transmissores/receptores para adição e retirada de canais, conforme ilustrado na Fig. 1. Por outro lado, o consumo do BV-WXC pode ser ajustado para composição somente de MEMs ou LCoS. Portanto, para este tipo de comutador óptico a potência consumida é dada por: ܲௌௐ = ܲைௌ + ܲொெௌ + ்ܲ/ோ (12) sendo PLCOS a potência consumida pelos WSS baseados em LCOS, PMEMS a potência consumida pelos WSS baseados em MEMs e PTX/RX a potência consumida pelos canais adicionados e retirados no BV-WXC. A potência consumida pelos MEMs é aproximadamente 107 mW por porta e a potência consumida pelos LCOS é 4 W por dispositivo com relação 9 x 1 [17]. Para obter a potência consumida nos EDFA considera-se que os EDFAs possuem controle automático de ganho (AGC Automatic Gain Control), desta forma a potência consumida é dada por [10]: Pamps = MPin ( G AMP (ω ) − 1) η Eη PCE (13) sendo o ganho do amplificador dado por [4]: G0 (ω ) (14) P 1 + out Psat sendo G0(ω) espectro de ganho do amplificador sem saturação, Pin a potência de entrada, Pout a potência de saída, Psat a potência de saturação, M o fator de preenchimento, ηE a eficiência de conversão de potência dos circuitos de controle do laser de bombeio, ηPCE eficiência de conversão máxima de potência, dada pela razão entre a potência do comprimento de onda de bombeio e a potência do comprimento de onda do sinal transmitido. Os dois parâmetros de eficiência são dados por ηEPCE = ηE × ηPCE. G AMP (ω ) = IV. ANÁLISE DE DESEMPENHO A análise da eficiência energética nas redes EONs será realizada por meio do esquema ilustrado na Fig. 2. Inicialmente, serão geradas solicitações de tráfego com diferentes larguras de banda, múltiplos de Bn = 12,5 GHz, e Solicitação de tráfego - Largura de banda - Distância Potência máx. transmitida - Caminhos ópticos - Equações 1, 2 e 3 Alocação subportadoras - Waterfilling Potência Consumida - Sem otimização - Otimizada (Hibernar) Fig. 2. Esquema de análise de eficiência energética em redes EONs. Com intuito de verificar a eficiência do modelo de consumo de potência proposto neste trabalho, será empregada a metodologia proposta em [21] para aumento da eficiência energética. No modelo proposto em [21] o tráfego que ingressa na rede é monitorado e se o volume de tráfego exceder o limite estabelecido, será executado o algoritmo de engenharia de tráfego para definir quais as partes dos dispositivos que compõem os caminhos ópticos (transmissor/receptor, EDFAs e portas do WXC) podem hibernar. O algoritmo deve verificar a melhor relação custobenefício entre a eficiência energética e a qualidade de serviço estabelecida [21]. V. RESULTADOS Para obtenção dos resultados foram considerados os seguintes parâmetros F = 3, h = 6,63 × 10-34 J/Hz, f = 193,1 THz, γ = 1,3 1/W/km, ηNL = 187,2 km2, Rin = 50 Ω, ℜ = 0,7 A/W, η = 1%, ηEPCE = 1 %, Pout = 0 dBm, Psat = 16 dBm, ( G0 (ω ) = −4 ×1016 λ − 1555 × 10−9 ) 2 + 15 dB, Bn = 12,5 GHz, NWSS = 1 dB, Edriver = 25 fJ, ECW = 2 pJ, VpolVin/ Rin < 200 µW, PDSP = 33 W, ERec = 35 pJ e PLO = 3 W. Inicialmente, será avaliado o consumo de potência dos transmissores/receptores em função da taxa de transmissão conforme é ilustrado na Fig. 3 considerando a modulação BPSK. 44 Transmissor Receptor 42 Potência consumida (W) diferentes distâncias de alcance, de acordo com a topologia da rede. Desta forma, os caminhos ópticos estabelecidos são computados considerando as restrições da camada física que compreendem os efeitos do ASE, efeitos não lineares, perfil espectral dos EDFA e variação de largura de banda dos WSS em cascata. Após a definição dos caminhos ópticos determinase o valor da potência óptica otimizada, de acordo com o método desenvolvido em [18]. Assim, será possível definir a potência e o número de bits transmitidos em cada subportadora, considerando as características de cada caminho óptico, por meio do algoritmo de Waterfilling descrito em II.C. Finalmente, é possível determinar a potência total consumida por meio da metodologia descrita em III, de acordo com os requisitos de OSNR e taxa de erro de bit. 40 38 36 34 0 20 40 60 80 100 Taxa de transmissão (Gbps) Fig. 3. Potência consumida em função da taxa de transmissão. Observe na Fig. 3 que o consumo de potência no transmissor é maior que no receptor, sendo preponderante nesta diferença a potência consumida pelo driver do transmissor. Por outro lado, nas redes de grade fixa (WDM) a potência consumida é aproximadamente de 3,0 e 1,25 W para taxa de transmissão de 10 Gbps no transmissor e receptor, respectivamente. Portanto, se verifica que ocorre um aumento de potência consumida nos transmissores e receptores das EONs em função da utilização do processamento digital de sinal. No intuito de avaliar a potência consumida nos amplificadores EDFA será apresentada na Tabela I o consumo de potência para um amplificador EDFA em função do fator de preenchimento. Neste estudo serão considerados dois espectros de amplificação, sendo um espectro plano e outro espectro parabólico dado por ( G0 (ω ) = −4 ×1016 λ − 1555 × 10−9 ) 2 + 15 que se aproxima da situação real do espectro do EDFA. Tabela I. Consumo de potência para um amplificador EDFA em função do fator de preenchimento. Fator de Consumo Consumo Variação preenchimento Plano (W) Parabólico (W) (%) (%) 40 1,54 1,45 5,85 60 2,31 2,18 5,62 80 3,10 2,90 6,45 100 3,90 3,65 6,41 Por meio da Tabela I verifica-se que o consumo de potência dos amplificadores EDFA varia em função do fator de preenchimento, ou seja, o número de canais que estão sendo amplificados. Por outro lado, o modelo de espectro de ganho do amplificador apresenta variação na potência consumida. Portanto, a adequação do tipo de espectro de amplificador com o modelo de EDFA empregado na rede é de grande importância no estudo da eficiência energética das EONs. Os BV-WXC considerados neste estudo empregam MEMs com capacidade de comutação de 80 comprimentos de onda e WSS (9 × 1) [17], além de ser previsto a capacidade de inserção e retirada de comprimentos de onda no próprio nó. Para avaliar o consumo de potência dos BV-WXC ilustra-se na Fig. 4 a potência consumida em função do número de canais, considerado uma largura de banda total disponível (B) de 1 THz, desta forma pode-se obter até 80 canais de 12,5 GHz. 19 67 10 1213 540 552 4 592 259 757 9 83 4 32 7 66 8 24 400 474 15 26 551 25 72 0 1209 6 79 534 376 23 783 570 22 522 218 74 7 16 8 21 819 10 1 27 45 514 474 600 7 775 17 0 42 5 393 6 381 11 6 540 3 594 Potência consumida (W) 20 18 69 0 1200 1000 3 2 12 Capacidade de inserir/retirar canais (%): 5 10 20 62 722 462 1 14 27 760 13 1500 28 Fig. 5. Rede Pan-Européia com 28 nós e 41 enlaces bidirecionais. 800 600 A Fig. 6 ilustra a potência consumida em função do trafego médio gerado uniformemente nos nós da rede, considerando que não é empregado nenhum esquema de proteção e com proteção (backup). O esquema de proteção consiste do estabelecimento de uma rota compartilhada com outros caminhos ópticos [9]. 400 200 260 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 240 Número de canais 220 A potência consumida nos BV-WXC aumenta em função do número de canais utilizados do equipamento, neste sentido o número de canais que serão adicionados/retirados apresenta grande impacto no consumo de potência. Neste contexto, se verifica que uma oportunidade de diminuir o consumo de potência é a utilização da técnica de hibernação para desativar os canais não utilizados e agrupamento (grooming) de informações com mesmas características de qualidade de serviço nos mesmos canais [21]. Por outro lado, nas redes de grade fixa os OXCs com capacidade de comutação de 80 comprimentos de onda apresentam consumo de potência de 85 W. Com o intuito de avaliar o consumo de potência de uma rede EON considerando somente a potência consumida na camada física será aplicado o modelo proposto na rede PanEuropéia ilustrada na Fig. 5. Esta rede possui 28 nós e 41 enlaces bidirecionais. Potência consumida (kW) Fig. 4. Potência consumida em função do número de canais. Sem proteção Com proteção (Backup) 200 180 160 140 120 100 80 60 40 10 20 30 40 50 60 70 80 Tráfego Médio (Gbps) Fig. 6. Potência consumida em função do tráfego médio na rede. Por meio da Fig. 6 observa-se que ocorre uma variação de 16,7% no consumo de potência da rede Pan-Européia quando emprega-se o esquema de proteção com tráfego médio de 80 Gbps. A distribuição da potência consumida é aproximadamente: 37, 33, 29 e 1 % para os transmissores, receptores, BV-WXC e EDFAs. Por outro lado, empregando o modelo analítico proposto em [9] para redes WDM com mesmo tráfego médio será de aproximadamente 100 kW. Com objetivo de implementar uma técnica de eficiência energética nas redes EONs em conjunto com o modelo de consumo proposto, será ilustrado na Fig. 7 a potência consumida em função do tráfego médio, considerando a técnica de hibernação proposta em [21]. Para implementar esta técnica é necessário realizar um estudo das características de tráfego, porém com intuito de ilustrar a importância da técnica de hibernação pode-se fazer uma aproximação por meio do tráfego médio [9][21]. [3] [4] 200 Sem Hibernação Hibernação de 20 % Hibernação de 30 % Hibernação de 50 % 180 160 Potência consumida (kW) [2] [5] 140 [6] 120 100 [7] 80 60 [8] 40 20 10 20 30 40 50 60 70 80 [9] Tráfego Médio (Gbps) Fig. 7. Potência consumida em função do tráfego médio na rede. [10] A Fig. 7 ilustra que o aumento da quantidade de enlaces e BV-WXCs no modo de hibernação, ou seja, com baixo consumo de energia resulta na diminuição do consumo de potência da rede EON. A topologia estudada permite uma taxa de hibernação máxima de 50 % que resulta em uma variação de 53,9% no consumo de potência da rede Pan-Européia quando o tráfego médio é de 80 Gbps. [11] [12] [13] VI. CONCLUSÕES Neste trabalho foi realizado um estudo do consumo de potência e eficiência energética em redes ópticas elásticas. Neste estudo foi proposto um novo modelo de consumo de potência da camada física que consiste de equipamentos e dispositivos de transmissão, recepção, amplificação e comutação. Para determinar o consumo de potência foi proposta uma metodologia em que os caminhos ópticos estabelecidos são computados considerando as restrições da camada física e o valor da potência óptica otimizada. A potência e o número de bits transmitidos em cada subportadora são definidos pelo algoritmo de Waterfilling. Os principais resultados ilustram a potência consumida nos transmissores, receptores, amplificadores e BV-WXC em função das características físicas dos elementos que os compõem. Por outro lado, o modelo proposto foi empregado para determinar o consumo de potência de uma rede EON empregando a técnica de eficiência energética baseada na hibernação dos equipamentos com baixa utilização. REFERÊNCIAS [1] J. Buysse et al, “Energy-Efficient Resource-Provisioning Algorithms for Optical Clouds,” J. Opt. Commun. Netw., vol. 5, no. 3, pp. 226–239, March. 2013. [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] E. Wong, “Next-Generation Broadband Access Networks and Technologies,” J. Lightw. Technol., vol. 30, no. 4, pp. 597 – 608, Feb., 2012. A. Tzanakaki et al, “Dimensioning the Future Pan-European Optical Network With Energy Efficiency Considerations,” J. Lightw. Technol. vol. 3 , no. 4, pp. 272 – 280, April 2011. H. Pereira, D. Chaves, C. Bastos-Filho e J. 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