INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL Programa de pós-graduação Stricto Sensu em Botânica Avaliação de uma Floresta Atlântica urbana restaurada no município do Rio de Janeiro. Aluna: Ana Elena Muler Orientador: João Marcelo Alvarenga Braga Projeto de dissertação de Mestrado Rio de Janeiro, maio de 2012 2 Sumário Resumo.........................................................................................................................3 1. Introdução.........................................................................................................................3 2. Objetivo.............................................................................................................................6 2.1 Objetivo geral......................................................................................................6 2.2 Objetivos específicos..........................................................................................7 3. Justificativa......................................................................................................................7 4. Material e Método............................................................................................................7 4.1 Área de estudo....................................................................................................7 4.2 Coleta dos dados................................................................................................9 4.3 Análise dos dados..............................................................................................13 5. Cronograma.....................................................................................................................16 6. Orçamento.......................................................................................................................16 7. Bibliografia......................................................................................................................16 3 Resumo As florestas tropicais encontram-se altamente fragmentadas por consequência de uma série de conversões de áreas florestais para outros tipos de uso como pastos, plantações e centros urbanos. Diante disso, inúmeros projetos de restauração foram realizados como tentativa de reverter o alto grau de desmatamento das florestas tropicais. Estes projetos foram elaborados por diversas instituições com objetivos e metas diferentes. Contudo é necessário desenvolver e aprimorar metodologias que avaliem o sucesso das técnicas de restauração aplicadas. Dentre os principais aspectos a serem avaliados destaca-se o retorno dos processos ecológicos em áreas restauradas. Muitos desses processos têm relação, sobretudo, com a sobrevivência das espécies implantadas, incremento da riqueza e diversidade de espécies e regeneração natural. Para a avaliação das áreas restauradas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) na Serra de Inhoaíba, Rio de Janeiro/ RJ serão utilizados indicadores que pretendem avaliar a restauração quanto as características físicas e estruturais, a diversidade florística e os processos ecológicos. Os estratos arbóreo, juvenil e de plântulas serão amostrados bem como a abertura do dossel, a umidade e fertilidade do solo. Todos os aspectos avaliados terão como base para comparação os processos e padrões observados nos remanescentes florestais próximos aos locais de estudo. As diferenças estatísticas da flora e da fertilidade do solo entre o plantio e área de remanescente serão realizadas por um Teste T. Os testes estatísticos serão realizados com software Statistica 6.0. 1. Introdução De acordo com Ribeiro et al. (2009), restam apenas 11,26% da Mata Atlântica no Brasil. Isso porque a Floresta Atlântica tem passado por uma série de conversões para outros tipos de usos. Foram milhões de hectares de áreas desmatadas e convertidas em pastagens, lavouras ou centros urbanos (Myers et al., 2000; Galindo-Leal & Câmara, 2003; Ribeiro et al., 2009). Sua devastação é consequência direta da exploração desordenada de seus recursos naturais, principalmente madeireiros, e da sua ocupação (Barbosa, 2006; Dean, 1996). Dessa forma, grande parte das regiões tropicais apresenta sua cobertura florestal nativa altamente fragmentada e, muitas vezes, restrita a pequenas porções de terra (Dean, 1996; Rodrigues & Gandolfi, 2004). 4 A cidade do Rio de Janeiro possui importantes remanescentes urbanos de Mata Atlântica, estando cobertos por Floresta Ombrófila Densa Montana e Submontana (Velozo, 1991) em diferentes estágios de sucessão (Cintra et al., 2007). Embora exista uma carência virtual de dados quantitativos, principalmente da Serra de Inhoaíba, estima-se que a área possua elevada riqueza de espécies e, consequentemente, grande diversidade biológica. No entanto, apesar de sua importância para a conservação, a região perdeu extensas áreas florestais ao longo do crescimento urbano (Conceição et al., 2009). Para reverter este alto grau de desmatamento algumas áreas foram restauradas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro (SMAC), que coordena o programa de restauração “Mutirão de Reflorestamento”. Este programa tem como um dos principais objetivos a restauração de áreas que tiveram sua cobertura florestal suprimida e o enriquecimento das florestas degradadas, que estão inseridas nas unidades de conservação (Franco, 2006). Nos últimos 150 anos, o Brasil tem desempenhado um papel pioneiro no desenvolvimento de políticas ambientais que buscam a conservação dos ecossistemas florestais e a restauração ecológica de áreas degradadas (Calmon et al., 2011). A Restauração Florestal tem sido denominada a área da ciência que abrange toda ação de recuperação ambiental que visa restabelecer as interações ecológicas preexistentes na área (Rodrigues & Gandolfi, 2004). Os processos de restauração procuram retornar um ecossistema degradado para o que se assemelhava a um estado anterior conhecido, ou para outro estado que poderia ser esperado a se desenvolver naturalmente, dentro dos limites da sua trajetória histórica e do cenário ambiental atual (SER, 2004). Na verdade, a recuperação de ecossistemas degradados é uma prática muito antiga, conhecida na história de diferentes povos, épocas e regiões (Rodrigues & Gandolfi , 2004). Porém, só recentemente adquiriu o caráter de uma área de conhecimento, sendo denominada Ecologia da Restauração (Palmer et al., 1997), que vem incorporando conhecimentos sobre os processos envolvidos na dinâmica de formações naturais remanescentes, como o conhecimento da dinâmica da sucessão ecológica e desde então, os projetos de restauração se baseiam na Teoria da Sucessão Ecológica. Com base nesta teoria, os programas de recuperação foram aprimorados e deixaram de ser uma mera aplicação de práticas agronômicas ou silviculturais de plantios de espécie perenes, que visava apenas à reintrodução de espécies arbóreas numa dada área, para assumir 5 a difícil tarefa de reconstruir as complexas interações da comunidade (Rodrigues & Gandolfi, 2004). Atualmente, o grande desafio consiste em como avaliar o sucesso dos projetos de restauração já implementados (Hobbs & Norton 1996; Ruiz-Jaen & Aide 2005a), pois uma das maiores dificuldades é o que definir por “sucesso” na restauração. Segundo Higgs (1997), uma boa restauração ecológica inclui aspectos históricos, sociais, culturais, políticos, estéticos e morais. Já Hobbs & Norton (1996) acreditam que a restauração obtém sucesso quando possui objetivos de restituir os valores da conservação a porções específicas da paisagem produtiva, preferencialmente através da integração de produção e conservação e garantir que os usos da terra dentro dessa paisagem não tenham impactos negativos aos processos ecológicos ali existentes. O sucesso também pode ser interpretado como um continuum desde a implantação do projeto de restauração até o estabelecimento daqueles atributos que irão assegurar a sustentabilidade e o funcionamento do ecossistema (Reay & Norton 1999). Além disso, outro aspecto fundamental nesta avaliação é a comparação dos resultados encontrados nas áreas restauradas com locais de referência daquele ecossistema (White & Walker 1997), sendo essencial que esses locais estejam próximos da área restaurada e submetidos aos mesmos distúrbios naturais (Hobbs & Harris 2001). Assim, um dos aspectos mais importantes de um projeto de restauração é o de identificar um ecossistema de referência que servirá de guia para o planejamento do projeto de restauração e que também será utilizado para avaliar seu sucesso (SER, 2004). Geralmente, ecossistemas de referência devem refletir os atributos de composição e estrutura que se desenvolvem depois de distúrbios naturais (Palik et al., 2002), para que possam servir de comparação para a área restaurada. Outra dificuldade do monitoramento refere-se à falta de consenso na literatura científica em relação aos indicadores mais adequados para a avaliação do sucesso da restauração florestal e, consequentemente, dos ganhos ambientais (Siqueira & Mesquita, 2007). Neste contexto, Oliveira (2011) concluiu que a escolha dos indicadores para a avaliação da restauração deve levar em conta os objetivos propostos no projeto de restauração, levando-se a afirmar que “não existe um paradigma para o estabelecimento dos objetivos da restauração ecológica. A busca por um único paradigma, seja para a conservação 6 ou para a restauração, significa ignorar a imensa diversidade de condições ecológicas e as inúmeras formas de interação entre o homem e a natureza”. Assim, considerando a enorme diversidade de situações, os objetivos devem ser desenvolvidos, apropriadamente, para cada projeto, de acordo com seu escopo, e levando em conta as razões que demandam a restauração (Ehrenfeld, 2000). Dessa forma, é importante compreender que os indicadores também não podem ser únicos e pré-determinados, pois eles variam de acordo com a diversidade e heterogeneidade do ambiente e, principalmente, devem levar em conta os objetivos da restauração propostos. Com isso, os indicadores para a avaliação da restauração podem ser divididos nas seguintes categorias: físicos e estruturais, de biodiversidade, de processos ecológicos, de serviços ambientais e/ou ecossistêmicos, econômicos e sociais (Oliveira, 2011). A partir de diferentes objetivos e metodologias muitos trabalhos já foram desenvolvidos por diferentes instituições acadêmica e de pesquisa, demandas governamentais, Sociedade Civil e por instituições privadas, mas que até o momento não foram realizadas investigações experimentais que avaliem o sucesso destes projetos de restauração. Valendo-se desta informação, nesta etapa é necessário a avaliação e o monitoramento das ações já em andamento. Dessa forma, com o objetivo de avaliar experimentalmente o sucesso dos projetos de restauração da SMAC, será conduzido um estudo ecológico e fitossociológico que busca analisar se a área restaurada na Serra de Inhoaíba atingiu seus objetivos funcionais, retorno dos processos ecológicos, e incremento das espécies nativas da flora local. 2. Objetivo 2.1 Objetivo geral O objetivo geral deste estudo é avaliar, de acordo com alguns indicadores, uma área restaurada pela SMAC na Serra de Inhoaíba e compará-la a uma área florestal remanescente adjacente, a fim de saber se houve retorno dos processos ecológicos tais como: sobrevivência das espécies implantadas, aumento da fertilidade do solo, aumento da riqueza e diversidade, regeneração natural, dentre outros. 2.2 Objetivos específicos 7 Os objetivos específicos deste estudo são responder as seguintes questões: 1.1) Nas áreas restauradas houve formação de um ambiente favorável à regeneração de espécies e à sucessão florestal? 1.2) Como as espécies introduzidas há 20 anos nos plantios influenciam no recrutamento de novas espécies arbóreas? 1.3) As espécies invasoras dificultam os processos de regeneração e potencializam a extinção local de espécies nativas? 1.4) Há diferença de fertilidade no solo nas áreas analisadas? 1.5) Existe necessidade de enriquecimento na área? 3. Justificativa A presente proposta contará com apoio do Projeto “Biodiversidade do Bioma Mata Atlântica”, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e que tem a colaboração da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro (SMAC), responsável pelo projeto “mutirão de reflorestamento”, que realizou os plantios de restauração que serão avaliados neste estudo. Considerando que a Floresta Atlântica, especialmente em grandes centros urbanos, está fortemente ameaçada, esse estudo será de grande importância para conhecer a capacidade regenerativa de florestas urbanas restauradas e, portanto, de conhecer o grau de conservação que se poderá alcançar utilizando a restauração. 4. Material e métodos 4.1 Área de estudo O estudo será realizado na Serra de Inhoaíba/Cantagalo, área contínua ao Maciço da Pedra Branca. A área está localizada na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, RJ (Figura 1). O clima é do tipo tropical úmido, megatérmico, do tipo Af (Köppen, 1948). A precipitação média anual é de 1187mm e o regime pluviométrico é definido sazonalmente, sendo os meses de Julho a Outubro os meses mais secos, com precipitação média entre 880 a 970mm. A temperatura média anual é de 26ºC (Oliveira et al., 1980; SMAC, 2000). 8 No Maciço da Pedra Branca ocorrem rochas cristalinas e cristalofilianas, granitos e principalmente o gnaisse facoidal, entrecortadas por rochas básicas como o diabásio (Galvão, 1957). Mais especificamente na Serra de Inhoaíba predominam na área solo do tipo Pva2 (Associação Podzólico Vermelho Amarelo T bálico + Podzólico Vermelho Amarelo Tb eutrófico raso, ambos fase A moderado textura média/argilosa + Solos litólicos indiscriminados fase substrato rochas gnáissicas ácidas) e PVa3 ( Associação Pva Tbálico raso A moderado textura média/ argilosa fase floresta subcaducifólia relevo forte ondulado + Afloramentos de rocha ) (Santana, 2002). A vegetação local é típica de Mata Atlântica, classificada como Floresta Ombrófila Densa, predominantemente Montana e Submontana (Veloso, 1991) (Figura 2 e 3). A região possui vegetação no estágio inicial, no estágio médio, no estágio avançado e de floresta madura, classificada segundo interpretação visual de imagens de satélite Ikonos, tendo como referência a resolução número 06 de 04/05/1994 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) (Cintra et al., 2007). Figura 1: Localização da Serra de Inhoaíba/Cantagalo ao lado do Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro. Figura 2: Floresta Ombrófila Densa. Figura 3: Floresta Ombrófila Densa. 9 A área apresenta um histórico de intensa ocupação humana, principalmente a partir do século XVII com a presença de inúmeros engenhos de cana-de-açucar e de carvoarias (Oliveira et al., 2009). Depois houve a produção de cítricos, banana, carvão vegetal e lenha para atender a demanda da cidade do Rio de Janeiro em constante expansão (Engemann et al., 2005). A partir do século XX, com o arrendamento de terras e posterior venda de lotes, começou-se a produção de fruticultura especialmente banana e citricultura, somada a pequenas áreas de outras produções agrícolas (Galvão, 1957). As primeiras iniciativas de proteção do Maciço da Pedra Branca estão ligadas a preservação dos recursos hídricos da região que abasteciam a cidade desde o século XIX. A primeira medida legal foi à transformação de algumas áreas em Florestas Protetoras da União, a partir de 1941, para que os mananciais fossem preservados. O processo de criação do Parque Estadual da Pedra Branca iniciou-se em 1963, pelo decreto 1634, e concluiu-se em 1974 com a criação do parque (Lei nº 2377/74) (Abreu, 2005). O processo de restauração realizado pela SMAC, que será avaliado neste estudo, foi feito através do plantio total, somando 150 hectares de floresta restaurada. Os plantios de mudas, na sua maioria de espécies da Mata Atlântica, e a restauração em si, tiveram início no período de 1990-1992. 4.2 Coleta dos dados Para este estudo serão utilizados indicadores que pretendem avaliar a restauração quanto às seguintes categorias: indicadores físicos e estruturais, de diversidade vegetal e de processos ecológicos. Para facilitar, este estudo será dividido em duas partes. A primeira denominada Estrutura e Composição Florística e a segunda denominada Solo e Fatores abióticos. 4.2.1 Estrutura e Composição Florística Para este estudo serão considerados os seguintes indicadores: Taxa de crescimento dos indivíduos (altura e área basal); Estratificação do dossel; Presença de espécies invasoras ou indesejáveis; Cobertura (do solo) por gramíneas exóticas invasoras; Riqueza e diversidade de espécies vegetais; Presença de outras formas de vida vegetais (ervas, arbustos, lianas e epífitas); Presença de diferentes grupos funcionais de plantas; Presença de espécies de 10 diferentes grupos sucessionais; Presença de espécies com diferentes síndromes de dispersão (anemocóricas, zoocóricas, etc); Regeneração natural: a) Número de espécies regenerantes diferentes das introduzidas na área e b) Densidade de plântulas. A amostragem da composição florística será feita através de unidades amostrais (parcelas) alocadas de forma estratificada na área restaurada e na área conservada (controle). Estas serão selecionadas com auxílio de imagens aéreas e ferramentas de geoprocessamento. Para a análise da estrutura e florística da vegetação arbustivo-arbórea serão alocadas 5 parcelas base de 30x60m (9000 m²) por área. Cada uma das parcelas será dividida em 18 subparcelas de 10x10m. Em cada parcela serão sorteadas seis subparcelas para a amostragem da vegetação arbóreo-arbustiva, totalizando 3000m² por área. Todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm (DAP = diâmetro à altura do peito - 1,3m do solo) serão marcados e medidos quanto a altura e DAP (Figura 1). Para a análise da regeneração de indivíduos juvenis será alocada uma sub-parcela de 5x5m na parte superior direita de cada subparcela de 10x10m. Todos os indivíduos com DAP 1 ≤ 5cm serão marcados e medidos quanto a altura e DAP. A análise da regeneração de plântulas será realizada aleatoriamente com a alocação de três subparcelas de 2x1m em cada subparcela de 10x10m. Todos os indivíduos com DAS 0,5 ≤ 1cm (DAS = diâmetro à altura do solo) serão amostrados e medidos quanto a altura e DAS. (Figura 4). A identificação dos táxons será feita por meio da observação das características morfológicas dos indivíduos, da utilização de chaves analíticas existentes na literatura especializada, na comparação com material de herbário e, quando necessário, com envio à especialistas das respectivas famílias botânicas. A classificação das famílias seguirá o sistema proposto por APG III (2009). Os espécimes-testemunho serão incorporados ao herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). Para classificar os estágios sucessionais das espécies de Mata Atlântica serão utilizados os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA de 31 de janeiro de 1994. Para a identificação das síndromes de dispersão será utilizada a classificação de van der Pijl (1982). 11 5m 5m 10m 2m 1m 10m Estrato arbóreo inventariado Estrato juvenil inventariado Estrato de plântulas inventariado Figura 4: Modelo de parcelas e subparcelas amostradas. Parcela de 30 X 60m; subparcela de 10 X 10m para o estrato arbóreo; 5 X 5m para o estrato juvenil e 1 X 1m para plântulas, Serra de Inhoaíba, Rio de Janeiro. 4.2.2 Solo e fatores abióticos Para este estudo serão considerados os seguintes indicadores: Índice de área foliar (através da abertura do dossel); Variáveis do meio físico (Estrutura do solo; Fertilidade do solo; Teor de água do solo e Teor de matéria orgânica). Para relacionar os dados da Estrutura e Composição florística com as características de microhabitat, em cada um dos pontos de parcela serão medidos: 1. Abertura do dossel por meio de fotos hemisféricas: 12 As fotografias hemisféricas serão obtidas utilizando-se uma câmara fotográfica Nikon modelo Coolpix 4500, que contem lentes hemisféricas do tipo fisheve acopláveis. As fotos serão obtidas no centro de cada parcela de 10 X 10 m. As imagens serão obtidas no sentido do solo para o céu com a câmara posicionada a 1 metro acima do solo. 2. Umidade relativa A umidade do solo ou o teor em água é definido como o peso da água contida em uma amostra de solo dividido pelo peso seco das partículas sólidas do solo, sendo expressa em porcentagem. Para determinação do peso seco, o método tradicional é a secagem em estufa, na qual a amostra é mantida com temperatura entre 105ºCe 110°C, até que apresente peso constante, o que significa que ela perdeu a sua água por evaporação. Assim, o peso da água será determinado pela diferença entre o peso da amostra e o peso seco. 3. Análise do solo: Para avaliação da fertilidade e dos teores de Nitrogênio (N) e Carbono (C) do solo serão coletadas, em cada parcela, amostras compostas a uma profundidade de 5,0 cm. Para cada amostra composta serão coletadas dez amostras simples de forma aleatória na parcela. O material coletado será armazenado em sacos plásticos e encaminhado para o laboratório de fertilidade do solo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A seleção destas variáveis foi baseada na sua importância em outros estudos. Abertura de dossel (disponibilidade de luz) é conhecida por ser um importante fator para germinação e crescimento de plântulas tropicais (Howe et al. 1985, Swaine 1996). A emergência e a sobrevivência de plântulas também estão relacionadas com interações que envolvem carboidratos, hormônios, água e minerais (Tabarelli & Mantovani, 1999). 4.3 Análise dos dados 4.3.1 Estrutura e Composição Florísticas A estrutura da vegetação será descrita e analisada com base nas distribuições dos indivíduos pelas classes de diâmetro e pelos parâmetros fitossociológicos. Os parâmetros fitossociológicos descritos serão calculados através do software Mata Nativa (Cientec, 2006) e são os seguintes: N (número de indivíduos); NP (número de parcelas onde a espécie está presente); AB (área basal); DA (densidade absoluta); DR (densidade relativa); FA (Frequência 13 absoluta); FR (Frequência relativa); DoA (Dominância absoluta); DoR (dominância relativa); VI (valor de importância) e Equabilidade de Pielou. o Densidade Absoluta: A densidade se refere ao número de indivíduos por unidade de área ou volume. A densidade absoluta total da comunidade é descrita por: DAt = N/A Em que N representa o número total de indivíduos amostrados na comunidade e A o tamanho total da área avaliada em hectares. Para este estudo cada metodologia de restauração será analisada em 30 X 100m² = 30000m² (0,3ha) para indivíduos adultos; 30 X 25 = 750m² (0,075 ha) para juvenis e X 2 = 120m² (0,012ha) para plântulas. A densidade absoluta de uma espécie é descrita por: DAe = ne/A Em que ne é o número de indivíduos amostrados da espécie e e A é o tamanho total da área avaliada em hectares. o Densidade relativa: É a porcentagem de indivíduos amostrados que pertencem a uma mesma espécie e é descrita por: DR = 100. ne/ N Onde ne é o número de indivíduos amostrados da espécie e N é o número total de indivíduos amostrados na comunidade. o Frequência absoluta: É a proporção do número de unidades amostrais com presença de uma dada espécie em relação ao número total de unidades amostrais. Ela da uma ideia de como cada espécie ocupa o espaço da comunidade e é descrita por: FAe = 100 (Pe/Pt) Em que Pe é é o número de unidades amostrais em que a espécie e ocorre e Pt é o número total de unidades amostrais utilizadas no trabalho. o Frequência Relativa: É a proporção da frequência absoluta da comunidade que dada espécie possui. Ou seja, é a relação entre a frequência absoluta de uma espécie em relação à soma das frequências absolutas de todas as espécies somadas e é descrita por: FRe = 100 (FAe/FAt) Em que FAe é a frequência absoluta da espécie e e FAt é somatório da frequência absoluta de todas as espécies. 14 o Dominância Absoluta: É a soma das áreas basais dos caules de todos os indivíduos de uma determinada espécie dividida pela área amostrada em hectare e é descrita por: DoA = ∑Ge/A Em que ∑Ge é o somatório da área basal de todos os indivíduos da espécie e e A é a área total amostrada em hectare. o Dominância relativa: É a proporção da área basal total da comunidade que dada espécie possui e é descrita por: DoRe = 100(Ge/Gt) Em que Ge é a área basal da espécie (obtida pela soma das áreas basais de todos os indivíduos amostrados da espécie e) e Gt é a área basal total (obtida pela soma das áreas basais de todos os indivíduos amostrados de todas as espécies). o Curvas de dominância-diversidade: a diversidade será representada por gráficos de abundâncias relativas das espécies encontradas nos diferentes métodos avaliados. A abundância relativa dos indivíduos adultos, juvenis e de plântulas de cada espécie será ranqueada e plotada em escala logarítmica na base 10 ordenada de forma decrescente (Magurran, 1988). O formato das curvas obtidas permite comparar os métodos quanto à riqueza, abundância e dominância relativas e à equidade entre as espécies. o Diversidade: Diversidade de Shannon e Diversidade de Pielou. A diversidade de Shannon é utilizada para medir a diversidade dos dados. O resultado vai provar que uma determinada comunidade terá um Índice Shannon máximo se e somente se cada espécie representada for composta pelo mesmo número de indivíduos. É representada pela seguinte fórmula: Índice de Shannon-Weaver: H' = - ∑ Pi. Ln Pi Pi = abundância relativa (proporção) da espécie I na amostra. Pi = ni/N ni = número de indíviduos da espécie I N = Número de indivíduos total da amostra A diversidade também será avaliada pela Equidade de Pielou que expressa a maneira pela qual o número de indivíduos está distribuído entre as diferentes espécies, isto é, indica se as 15 diferentes espécies possuem abundância (número de indivíduos) semelhantes ou divergentes (Gomes, 2004). A Equidade de Pielou é expressa por: J’ = H máximo/ H observado H’máximo = diversidade máxima possível que pode ser observada se todas as espécies apresentarem igual abundância. H’ máximo = log S S = número total de espécies. o Valor de Importância (VI): A importância de uma espécie dentro da comunidade pode ser expressa pelo VI, descritor composto pelos parâmetros relativos de densidade, frequência e dominância. Este parâmetro permite a ordenação das espécies hierarquicamente segundo sua importância na comunidade e é expressa por: IVie = DRe + FRe + DoRe o Coeficiente de similaridade: a partir dos dados de composição da estrutura arbórea, de juvenis e de plântulas será descrita a similaridade entre as áreas analisadas pelo coeficiente de similaridade de Jaccard (similaridade qualitativa): o Cj = c / S o Cj = coeficiente de similaridade de Jaccard para a comunidade de indivíduos adultos, juvenis e de plântulas; o c = número de espécies em comum para método 1 e método 2; o S = número total de espécies encontradas nos dois métodos (riqueza de M1 + riqueza de M2 – espécies em comum aos dois métodos). 4.3.2 Solo e fatores abióticos Para a estimativa da porcentagem da abertura do dossel as fotos hemisféricas serão preparadas no software SideLook (Nobis 2005) no modo de threshold automático e posteriormente analisadas através do programa Gap Light Analyzer (Frazer et al.1999). As análises de solo serão realizadas seguindo a metodologia proposta pela Embrapa (1997), sendo avaliados os seguintes parâmetros: índice de pH em água, fósforo assimilável, potássio e sódio trocável, cálcio e magnésio trocáveis, alumínio trocável, carbono orgânico e nitrogênio. 16 As diferenças estatísticas entre o plantio e área de remanescente serão realizadas por um Teste T. A influência da densidade de plantas zoocóricas no recrutamento do sub-bosque será testada por regressão linear. As amostras de solo também serão verificadas por um Teste T. Todos os testes estatísticos serão realizados com software Statistica 6.0 (StatSoft 2001). 5. Cronograma Disciplinas Revisão bibliográfica Coleta de dados Análise de dados Elaboração da Dissertação Estágio docência Defesa 1º - 2012 X X 2º - 2012 X X X X 1º - 2013 X X X X X X 2º - 2013 1º - 2014 X X X X 6. Orçamento Itens Gastos (R$) Itens Gastos (R$) Material de campo 100,00 Motorista 0 Gasolina 1200,00 Aluguel de carro 0 Tubo de PVC 3139,2 Máquina fotográfica 0 Total 4439,20 Total 0 7. Bibliografia ABREU, M. L. Ocorrência de chuva ácida em unidades de conservação da natureza urbanas – Estudo de caso no Parque Estadual da Pedra Branca - Rio de Janeiro – RJ. Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 2005. APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p. 105-121. BARBOSA, K.C.; PIZO, M.A. Seed Rain and Seed Limitation in a Planted Gallery Forest in Brazil. Restoration Ecology, v. 14, n. 4, p. 504-515, 2006. 17 BRASIL. 2000. Lei nº 9.985/2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Disponível em <http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_dap_cnuc2/_arquivos/snuc.pdf.> Acesso em 13 de maio de 2012. 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