Desenho de Plano de Gestão para uma Empresa de Serviços de Equipamentos de Ar Condicionado Roberto Toshio Katayama Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientadora:Maria Alice Ferruccio, D.Sc. Rio de Janeiro Julho/2014 Desenho de Plano de Gestão para uma Empresa de Serviços de Equipamentos de Ar Condicionado Roberto Toshio Katayama PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO. Examinada por: _______________________________________ Profª. Maria Alice Ferruccio, D.Sc. _______________________________________ Prof. Samuel Jurkiewicz, D Sc. _______________________________________ Carlos Alberto Ferreira de Carvalho, Mestrando Rio de Janeiro, RJ – Brasil Julho de 2014 Katayama, Roberto Toshio Desenho de Plano de Gestão para uma empresa de serviços para equipamentos de Ar Condicionado / Roberto Toshio Katayama – Rio de Janeiro 2014. Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia de Produção, 2014. Referências bibliográficas: Pág. 38 Orientadora: Maria Alice Ferruccio, D. Sc. 1. Plano de Gestão2. Análise Estratégica3. Mercado de Serviços de Ar Condicionado. I. Cosenza, Maria Alice FerruccioII. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Politécnica, Curso de Engenharia de ProduçãoIII. Desenho de Plano de Gestão para uma empresa de serviços para equipamentos de Ar Condicionado Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como partedos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção. DESENHO DE PLANO DE GESTÃO PARA UMA EMPRESA DE SERVIÇOS DE EQUIPAMENTOS DE AR CONDICIONADO Roberto Toshio Katayama Julho/2014 Orientadora: Maria Alice Feruccio, D. Sc. Curso: Engenharia de Produção Resumo Este projeto final tem como objetivo apresentar a montagem de um Plano de Gestão para uma empresa do mercado de serviços de Ar Condicionado no município do Rio de Janeiro com o intuito de fortalecer e municiar de ações para que esta possa ter um longo e sustentável crescimento. Incluem-se no projeto os detalhamentos da empresa, através de entrevistas, coleta de materiais, realização de workshops. Em posse do material informado, foi possível realizar uma análise estratégica da empresa, tanto do ponto de vista do mercado, como da análise interna, através de modelos de análises estratégicas. Através de workshops junto aos sócios, foi possível identificar o direcionamento da empresa, como também foi possível aplicar o modelo de geração de alternativas para poder criar um plano de ações. Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer. MANAGEMENT PLAN DESIGN FOR A COMPANY THAT PROVIDES SERVICES IN AIR CONDITIONING EQUIPMENT Roberto Toshio Katayama July/2014 Advisor: Maria Alice Feruccio, D. Sc. Course: Industrial Engineer Abstract This undergraduate project has the objective of presentthe construction of a management plan for a company that provides services for air conditioning equipment in the Rio de Janeiro County, in order to improve and provide actions for this company to take a sustainable growth. In the project,we have details about the company, interviews, gathering information’s and workshops. Through the material, it was possible to analyze the company strategically, from the point of view of the market as an internal analysis, through high regarded models. Through workshops with the partner members, it was possible to identify the directions of the company. It was also possible to apply the model to generate alternatives in order to create a complete plan of actions. Agradecimentos Em primeiro, a minha amiga e companheira Inês,juntamente com toda a minha família e amigos por terem me apoiados em momentos tão difíceis e complicados da minha vida. Em segundo, a professora que me inspirou a mudar de Engenheiro Civil para Engenheiro de Produção, e que o destino se encarregou que fosse ela quem me orientasse não só no começo, mas no fim da minha faculdade. Obrigado, professora Alice. Em terceiro, a todo o corpo docente que sempre me apoiou para que contribuísse para o meu crescimento profissional e pessoal. Em quarto, a todos os funcionários da UFRJ que apesar dos pesares, conseguiram e me ajudaram de bom grado e com tanta boa vontade para que finalmente esse diploma tão próximo das minhas mãos. Sumário INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 1 – ANÁLISE DA EMPRESA ....................................................................................... 7 1.1 – SOBRE OS PROCEDIMENTOS E METODOLOGIAS ................................... 7 1.2 – SOBRE A EMPRESA ......................................................................................... 9 1.3 – SOBRE OS PRODUTOS E SERVIÇOS ............................................................ 9 1.4 – SOBRE SEUS SETORES ................................................................................. 12 1.4.1 – Comercial ................................................................................................... 13 1.3.2 – Manutenção Preventiva .............................................................................. 13 1.4.3 – Reparo e Instalação ..................................................................................... 14 1.4.4 – Cobrança ..................................................................................................... 14 1.4.5 – Marketing ................................................................................................... 15 1.4.6 – Recursos Humanos e Departamento de Pessoal ......................................... 15 1.4.7 – Financeiro ................................................................................................... 15 2 – ANÁLISES DE MERCADO ................................................................................. 16 2.1 – ANÁLISES DAS CINCO FORÇAS DE POTTER .......................................... 16 2.2 – ANÁLISES SWOT ........................................................................................... 18 2.2.1 – Forças (Strenght) ........................................................................................ 19 2.2.2 – Fraquezas (Weakness) ................................................................................ 20 2.2.3 – Oportunidades (Opportunities) ................................................................... 21 2.2.4 – Ameaças (Threats)...................................................................................... 23 2.3 – DIRETRIZES ESTRATÉGICAS ...................................................................... 24 3 – PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES ............................................................. 26 3.1 - MELHORIA DA QUALIDADE ....................................................................... 30 3.2 - AVALIAÇÃO DE NOVOS NICHOS DE MERCADO .................................... 32 3.3 – AVALIAÇÃO DE NOVOS FORNECEDORES .............................................. 33 3.4 - BUSCA DE TALENTOS .................................................................................. 34 CONCLUSÕES FINAIS .............................................................................................. 36 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 38 1 Índice de Figuras Figura 1: Cadeia de Valor adaptada à empresa .............................................................. 12 Figura 2: Modelo das Cinco Forças de Potter ................................................................ 16 Figura 3: Análise SWOT ................................................................................................ 18 Figura 4: Modelo SWOT adaptado à empresa ............................................................... 19 Figura 5: Modelo de Geração de Alternativas de Liam Fahey ....................................... 26 Figura 6: Detalhamento de Ações Ano a Ano ................................................................ 29 Figura 7: Avaliação de Expansão de Mercado ............................................................... 32 2 Índice de Tabelas Tabela 1: Distribuição do Faturamento Anual por Produto ........................................... 10 Tabela 2: Faturamento Mensal do Último Ano .............................................................. 11 Tabela 3: Distribuição dos funcionários por tempo de empresa .................................... 20 3 INTRODUÇÃO O mercado cada vez mais competitivo exige que as empresas tenham um planejamento mais elaborado. Essa competitividade pode ser confirmada através do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE (2013, pág. 3), divulgando a estatística que mostra que “a taxa de sobrevivência das empresas com até dois anos de atividade foi de 75,6%”. Em função desse cenário, é objeto deste projeto, elaborar um Plano de Gestão para uma empresa localizada no segmento de serviços para equipamentos de ar condicionado. Este projeto tem por objetivo melhorar o desempenho da empresa. e em consequência, alavancar seu crescimento. Também busca avaliar situações que futuramente possam colocar a empresa em risco, ou que tenha como consequência sua competitividade reduzida. Este projeto tem como expectativa, ser referência para criação de planos de gestão, independentemente de setor econômico da empresa. Através da aplicação de metodologias e procedimentos semelhantes, espera-se que qualquer empresa consiga elaborar um plano de gestão de forma integral, atendendo assim às suas expectativas. Espera-se que este projeto seja referência para criação de soluções e ações, para ideias e desenvolvimentos, para empresas localizadas no mesmo segmento de mercado, e inclusive em mercados que tenham semelhanças ou comportamentos parecidos. Não serão foco desse projeto as análises financeiras, de marketing e jurídicas. O plano de operações apresenta-se parcialmente através de algumas ações, mas não será abordado em sua plenitude. Não serão abordadas neste projeto algumas metodologias em detalhes sugeridas ao longo do processo. Os métodos serão apresentados e indicados, 4 porém com o intuito de que a empresa possua um referencial no desenvolvimento de suas ações. Dentro das hipóteses aplicadas ao projeto, podemos destacar que a empresa se encontra estabelecida em seu mercado e que sua sobrevivência não é sua questão principal. Além desta hipótese, o mercado considerado no escopo deverá ser o mais abrangente possível, sendo considerados todos os tipos de serviços adjacentes e todos os portes de equipamentos de ar condicionado (desde o pequeno, como o aparelho de “janela”, ao de grande porte). A metodologia aplicada será feita através de uma coleta de dados sobre os produtos e todas as áreas da empresa: Produção, Marketing, Comercial, Departamento de Pessoal e Recursos Humanos, Financeiro e Compras. Também foram realizados workshops e atividades de desenvolvimento para melhor entendimento da situação e aplicação das metodologias. Num primeiro capítulo serão apresentados os formatos desta coleta de dados, apresentando a metodologia aplicada. Também serão apresentados os resultados desta etapa inicial, apresentando detalhamento de produtos e de setores empresariais. Num segundo capítulo será apresentada uma análise estratégica da empresa completa, utilizando modelos de avaliação. Para avaliação do mercado, será utilizado o Modelo das Cinco Forças, seguindo o método sugerido por Michael E. Potter (1998). E em complemento a esta análise, será realizada uma análise Strenght-Weakness-Opportunity-Threaten (SWOT) para obter uma avaliação interna de forma abrangente. Também serão apresentadas as diretrizes e seus desdobramentos que guiam a empresa para se adequar as estratégias com as ações necessárias, utilizando os modelos de Missão, Visão, Valores e Objetivos. 5 No terceiro capítulo, serão avaliadas as propostas de implantação e de mudanças com vista a melhorias para empresa, se apoiando principalmente no modelo de Geração de Alternativas de Liam Fahey (1999). Na última etapa, será apresentado por fim as conclusões e considerações finais. 6 1 – ANÁLISE DA EMPRESA 1.1 – SOBRE OS PROCEDIMENTOS E METODOLOGIAS Após contato inicial com os sócios da empresa, foi definido que o projeto seria realizado com o objetivo de preparar e direcionar a empresa de forma estratégica. Assim, foi elaborado o planejamento do projeto em três etapas: 1. Coleta de dados 2. Avaliação de estratégias e direcionamento 3. Planejamento de ações Na primeira etapa, foram realizadas entrevistas para o entendimento sobre a empresa. Foram realizadas três reuniões: Reunião sobre a empresa e seus produtos: Esta reunião deve duração de aproximadamente duas horas, onde foram coletados dados gerais sobre a empresa e produtos. Reunião realizada no formato de entrevista, com questões previamente formuladas, onde foram abordados vários assuntos sobre o objeto de trabalho. Reunião sobre os setores da empresa e alocação de pessoal: Esta segunda reunião teve com o intuito de entender quais eram os setores, e foram apresentados alguns materiais como a cadeia de valores e dados sobre os colaboradores. Reunião também executada em formato de entrevista. Reunião para apresentação de dados coletados: Esta reunião teve duração também de duas horas, para apresentar os dados coletados, em forma de gráficos e tabelas aprovados pelos sócios. Após as reuniões, o material foi compilado, sendo debatido mais adiante através do capítulo atual. Na etapa seguinte, após definidas as metodologias de avaliação estratégica, foram realizados também quatro workshops: 7 Workshop aplicando o Modelo de Cinco Forças de Potter: Foi apresentado o modelo e aplicado o conceito para o mercado em questão. Workshop aplicando o Modelo SWOT: Foi apresentado o modelo e aplicada para a empresa. Já foi apresentado um modelo parcial, pois devida a coleta e ao workshop anterior, foi possível deduzir alguns dos pontos discutidos. 1º Workshop avaliando as Diretrizes Organizacionais: Foi avaliado o norte da empresa, explicando os conceitos de Missão, Visão, Objetivo e Valores. 2º Workshop avaliando as Diretrizes Organizacionais: Não foi possível finalizar apenas com um workshop, exigindo uma continuidade para a geração das diretrizes. Todos os workshops tiveram duração média de quatro horas. O resultado desta metodologia foi apresentado no capítulo de Análises de Mercado. Na última etapa, o planejamento foi realizado também através de workshops: Workshop aplicando o Modelo de Fahey: Explicado o modelo e foram geradas as alternativas para a empresa. Workshop para elaboração dos quatro objetivos menores: As informações do workshop anterior foram compiladas em apenas quatro objetivos. Workshop para elaboração das ações menores: Foram definidas ações de menor esforço e pontuais para as construções dos objetivos menores. Workshop para agrupamento por Objetivos: as ações menores foram agrupadas em menores divisões para um entendimento mais abrangente. Reunião para apresentação dos dados apresentados: Foram apresentados os dados finais para que o material servisse de apoio para a empresa. 8 Os resultados destes workshops foram apresentados na etapa de Planejamento de Atividades. Estes workshops tiveram duração aproximada de três a quatro horas. Nas reuniões sempre estiveram presente os dois sócios, mas nos workshops estiveram presentes não só os dois sócios, mais um responsável pela área administrativa e outro pela área de produção. 1.2 – SOBRE A EMPRESA A empresa em estudo é de pequeno porte, atuando no segmento de serviços de equipamento de Ar Condicionado, localizado no estado e no município do Rio de Janeiro, e possui dezenove anos de experiência de mercado, criada em 1995. Atualmente, a empresa hoje apresenta aproximadamente vinte e três funcionários, realizando serviços e vendas de equipamentos de ar condicionado. Destes vinte e três funcionários, cinco estão localizados no setor administrativo e os demais no setor de produção. 1.3 – SOBRE OS PRODUTOS E SERVIÇOS Abaixo serão apresentados os produtos e serviços oferecidos pela empresa: Manutenção Preventiva: É um serviço executado periodicamente nos equipamentos do cliente, com o objetivo de limpar, corrigir e acertar o equipamento, garantindo uma maior sobrevida. Além disso, garante também uma melhor qualidade do ar para as pessoas que se encontram no ambiente instalado. Esse tipo de serviço inclui também atendimentos mediante contato para verificação dos equipamentos, caso não haja o funcionamento em condições plenas. 9 Reparo ou Manutenção Corretiva: É um serviço executado de acordo com a demanda, para a correção do equipamento no caso de má utilização ou fadiga de peças do equipamento. Projetos: É um serviço para a execução de projetos de refrigeração, em conformidade com o órgão regulamentador, no caso o Conselho Regional de Engenharia e Meio Ambiente – Rio de Janeiro (CREA-RJ), e conforme necessidades do cliente. Venda de Equipamentos: É a venda de equipamentos de ar condicionados, de todos os portes, menos o do tipo “janela” com uso residencial. Atualmente, o maior foco hoje da empresa são máquinas de pequeno e médio porte, de 12.000 British Thermal Units (BTU´s) de potência até 120.000 BTU´s de potência. Instalação: É o serviço de instalação de equipamento vendido, normalmente está relacionado ao produto acima mencionado, pois após a compra do equipamento é necessário instalar. Em conversa com o sócio da empresa sobre os produtos da empresa, a Manutenção Preventiva possui maior participação no faturamento da empresa, conforme gráfico 1: Fonte da empresa interna, adaptado pelo autor. Período: 12 meses. Ano: 2013. Tabela 1: Distribuição do Faturamento Anual por Produto 10 Todos os produtos possuem influências do fator de sazonalidade. Quando a temperatura na cidade é maior, como no verão, é natural que a procura pelos serviços aumentem. Esse fator pode ser comprovado através do gráfico 2: Fonte da empresa interna, adaptado pelo autor. Período: 12 meses. Ano: 2013. Tabela 2: Faturamento Mensal do Último Ano Pode ser avaliado no gráfico acima que a receita do serviço de Manutenção Preventiva é uma receita que apresenta um faturamento com mais constância que os demais serviços. Além disso, em reunião, foi informado que o melhor produto no entendimento dos sócios também é a Manutenção Preventiva, pelos seguintes motivos: É um produto que tem menor variação conforme a sazonalidade, mas apresenta um aumento de custo no verão. Devido ao fato de a temperatura ambiente estar alta, o esforço exigido pela máquina é aumentado, gerando uma maior quantidade de visitas para avaliação do maquinário. Pelos processos e pela condição do equipamento, estas visitas informadas acima tem por consequência a geração dos serviços de 11 Reparo. De forma simplificada, quanto mais Manutenção Preventiva, maior a quantidade de Reparos. É um produto que não é regulada pela demanda, desta forma gera uma receita contínua e fixa. 1.4 – SOBRE SEUS SETORES Kotler (2000) apresenta o conceito de cadeia de valor, e através de material coletado, os setores de produção da empresa e sua importância foram representados através da Cadeia de Valor adaptada, apresentada na figura abaixo: Marketing RH & Departamento Pessoal Manutenção - Produção Comercial Reparo e Instalação Planejamento Cobrança Produção Financeiro Fonte: Adaptado de Cadeia de valor de Kotler (2000) Figura 1: Cadeia de Valor adaptada à empresa 12 1.4.1 – Comercial Esta área é responsável pela confecção das propostas de todos os serviços executados pela empresa. A Teoria das Restrições de Chase (2003) desenvolve um modelo através das restrições que determinam o desempenho do sistema e, portanto, influenciam diretamente na lucratividade e na rentabilidade das organizações. O responsável pelo setor é o sócio da empresa, sendo avaliado como um dos pontos de estrangulamento da produção pelo próprio sócio. É avaliado desta forma, porque todas as propostas são desenhadas, avaliadas, negociadas e acompanhadas em caso de aprovação pelo mesmo responsável. 1.3.2 – Manutenção Preventiva A área de Manutenção Preventiva é composta por equipes individuais que são responsáveis pelas visitas periódicas, geralmente mensais, mas existem algumas exceções que são realizadas bimestralmente ou trimestralmente. Cada equipe é responsável pelos clientes de uma área pré-definida. Cada área é definida por localidade geográfica, normalmente são divididos pelas divisões dos bairros da cidade. As equipes também são responsáveis pelo atendimento emergencial. Caso o atendimento seja solicitado até às 14:00 horas do dia, o atendimento deve ser feito no mesmo dia. A equipe é informada no momento da solicitação devendo executar o primeiro atendimento. Caso a solicitação seja feita posterior às 14:00 horas, será executado no dia seguinte. Neste caso, a equipe será informada no começo do dia seguinte sobre o atendimento que deverá realizar no dia. 13 A programação diária é realizada pelo próprio funcionário quando não tem nenhuma programação ou visita estabelecida, sendo este um ponto de atenção informado pelos sócios. 1.4.3 – Reparo e Instalação O setor pode ser dividido em dois segmentos: No primeiro segmento é organizada a programação das atividades, sendo as atividades definidas previamente no dia anterior a execução. Nesta etapa, acontece a separação do material e equipamento necessário e alocação da equipe para a realização do serviço. No segundo segmento, é executado o serviço de Reparo e Instalação. Normalmente, realizada por equipes de duas pessoas, geralmente um Mecânico e um Auxiliar de Mecânico. Do ponto de vista técnico, são pessoas que possuem conhecimento técnico mais elevado que as equipes de manutenção, pois precisam executar serviços que exigem maior qualidade técnica. Em alguns casos, onde o serviço é extenso, existe a possibilidade de ser utilizada mais de uma equipe por serviço. 1.4.4 – Cobrança A área de Cobrança é uma área com uma pessoa alocada com o objetivo de efetuar a cobrança dos serviços prestados. No caso do serviço de Manutenção Preventiva são emitidos boletos mensais, já nos serviços de Reparo e outros serviços são emitidos boletos de acordo com a demanda, normalmente ao fim do serviço prestado. 14 1.4.5 – Marketing O setor de marketing é relativamente novo na empresa, tendo apenas um ano de criação e hoje conta apenas com uma pessoa neste setor. Esta é responsável pela busca de novos contratos de manutenção e contenção no caso de contratos com risco de cancelamento. O foco deste setor é na venda do serviço de Manutenção Preventiva. 1.4.6 – Recursos Humanos e Departamento de Pessoal O setor ainda está sendo desenvolvido por uma pessoa em compartilhado com o de Cobrança. Possui o suporte de uma empresa contábil para a coleta e manutenção da maioria dos documentos pessoais e geração e cálculo e emissão de impostos trabalhistas. 1.4.7 – Financeiro O setor está sobre a responsabilidade de uma pessoa que tem o suporte de uma empresa terceirizada com especialização contábil para apresentação de balancetes entre outros. A empresa contábil está responsável também pela emissão de impostos, contato com a Receita Federal, emissão de impostos, entre outros. 15 2 – ANÁLISES DE MERCADO Neste capítulo, será realizada uma abordagem estratégica, aplicando modelos estratégicos. Serão realizadas duas análises: aplicação do modelo das Cinco Forças de Potter (1998) e o modelo SWOT. 2.1 – ANÁLISES DAS CINCO FORÇAS DE POTTER Conforme Michael E. Porter (1998, pág. 142), “a essência da formulação estratégica é lidar com a competição”. A competição tem sua raiz em sua respectiva economia subjacente e existem foças competitivas que vão bem além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes estabelecidos nesse setor em especial. Desta forma, Potter elaborou o modelo abaixo como referência: Fonte: Michael E. Porter (1998) Figura 2: Modelo das Cinco Forças de Potter 16 Através deste modelo, podemos definir as forças em dois níveis: fortes e fracas. Estes níveis serão utilizados para avaliação do mercado em questão: Rivalidade Entre Concorrentes: ALTO - Preços e qualidade são as principais disputas no mercado de serviços de Ar Condicionado. Os baixos preços cobrados por empreiteiros têm deixado o mercado mais competitivo, além de aplicação de mão-de-obra não qualificada com intensidade, tem feito o mercado se tornar altamente competitivo, ainda mais sem uma devida fiscalização por parte do governo e das instituições responsável. Além disso, esse segmento possui muitas empresas, apenas do mesmo fornecedor de equipamentos de ar condicionado são mais de cem empresas no mesmo município, ressaltando que são aproximadamente oito fornecedores nesse setor. Pode se dizer que a qualidade administrativa e de gestão desses novos concorrentes é baixa, pois seus gerentes e sócios normalmente são pessoas que trabalhavam para empresas do ramo e conseguiram se destacar tecnicamente. Gerando assim, concorrentes fortes do ponto de vista técnico, mas com problemas gerenciais e organizacionais. Poder de Negociação dos Clientes: BAIXO - O poder de negociação do cliente é baixo, pois estes costumam ter um baixo conhecimento técnico sobre o assunto tratado. No entanto, há de ressaltar, que com a facilidade de acessos a diversos orçamentos em pouco tempo essa negociação tem aumentado. Poder de Negociação dos Fornecedores: ALTO - O poder de negociação dos fornecedores é alto, devido às baixas quantidades de fornecedores de maquinário. Além do mais, equipamentos mecânicos também é um mercado em que não permite uma fácil entrada de novos fornecedores. Além disso, os materiais utilizados nesse setor, apenas os fornecedores de maquinário conseguem produzir a maioria de peças para reposição. 17 Ameaça de Entrada de Novos Fornecedores: ALTO - Existem vários empreiteiros e outros que fazem a instalação e até manutenção de equipamento, mas com baixa qualidade. Alguns destes com o tempo e a experiência, acabam por entrar no mercado como concorrentes diretos. Ameaça de Produtos Substitutos: BAIXO - Existem equipamentos de ventilação, mas considerando a posição geográfica, onde as temperaturas anuais são excessivamente altas, é praticamente inviável um produto substituto realmente eficaz. 2.2 – ANÁLISES SWOT A análise tem por fim: Efetuar uma análise interna e externa da empresa Identificar pontos chaves para a gestão da empresa Avaliar opções estratégicas Segue abaixo modelo para referência dos dados: Fonte: O autor, Adaptado. Figura 3: Análise SWOT 18 Conforme modelo, sendo avaliada da seguinte forma a empresa: Forças Fraqueza Empresa com muita experiência; Possui equipes com experiência; Clientes com contratos de longo prazo; Contrato com fornecedores já previamente estabelecidos. Fase de transição => dívidas antigas; Cultura empresarial antiga e resistência às mudanças; Baixa retenção da mão de obra; Baixa velocidade na entrega de serviços Alta dependência de pessoas chaves; Baixa qualidade contábil. Ameaças Oportunidades Mercado em Mudança; Concorrentes com baixa qualidade; Novo Mercado: Trepanação e Congelamento; Novo Mercado: Outsourcing (Terceirização); Novo Mercado: Equipamentos com Alta Complexidade (Chillers); Novo Mercado: Limpeza de dutos; Novo Mercado: Qualidade do Ar. Grande quantidade de concorrentes; Facilidade de novos entrantes no mercado; Poucos fornecedores de equipamento; Barateamento dos equipamentos; Utilização de splits; Redução na manutenção preventiva; Mercado com escassez de mão de obra especializada. Fonte: O autor, Adaptado. Figura 4: Modelo SWOT adaptado à empresa Segue uma avaliação de cada um dos itens para cada um dos campos: 2.2.1 – Forças (Strenght) Empresa com muita experiência: A empresa em questão já possui mais de dezenove anos de vida, o que permite que seu nome já esteja consolidado e seja uma empresa que busca crescimento no mercado e não apenas sua sobrevivência. Possui equipes com experiência: A maior parte do pessoal, cerca de 61,0% possui mais de cinco anos de experiência no mercado de Ar Condicionado permitindo que sejam efetuados serviços com qualidade. Cerca de 78,0% possuem mais de três anos de empresa, conforme Tabela 3. 19 22% 39% Menos de 3 anos Entre 3 e 5 anos Entre 5 e 10 anos 17% Mais de 10 anos 22% Fonte da empresa interna, adaptado pelo autor. Tabela 3: Distribuição dos funcionários por tempo de empresa Clientes com contratos de longo prazo: Existem contratos com mais de quinze anos de duração, o que gera uma grande acessibilidade por parte do cliente e também uma grande confiança. Isso permite também que os serviços sejam mais rápidos, por se saber, o modelo, localização, tempo de uso do equipamento desses clientes. Contrato com fornecedores já previamente estabelecidos: A maioria dos fornecedores já está cadastrada e conhecem a empresa, permitindo contratos de longo prazo. Além disso, permite também uma facilidade tanto na entrega como na liberação de materiais. 2.2.2 – Fraquezas (Weakness) Fase de Transição: A empresa em questão está passando por uma transição de cadastro, devido a uma nova restruturação, o que gera uma nova transição para o pessoal interno e externo, gerando certa desconfiança. Consequentemente, o cadastro anterior gera débitos que são necessários 20 quitar, gerando um grande problema de alocação de orçamentos. Os balanços que foram apresentados não são favoráveis devidos aos Débitos de Longo Prazo. Cultura empresarial antiga e resistente à mudança: A empresa ainda possui alguns hábitos de épocas anteriores, tendo ainda utilização de papel na maioria dos seus processos e existe certa resistência a novos modelos e formatos de processos. Um bom exemplo é que ainda parte do processo comercial ainda é feito em papel. Baixa retenção da mão de obra: A empresa em sua política anterior não conseguiu manter os melhores colaboradores, permitindo que alguns talentos tenham saído, devido aos baixos salários e benefícios. Baixa velocidade na entrega dos serviços: A empresa por não possui os melhores prestadores em conjunto com a cultura empresarial antiga onde os serviços tinham um longo tempo de execução, gera uma demora nos serviços. Alta dependência de pessoas chaves: Devido ao fato de ter pouca retenção, apenas algumas pessoas acabam se tornando chaves para o crescimento da empresa. Essas pessoas são responsáveis por boa parte da execução dos serviços, tendo um acúmulo de serviços e conhecimento com essas pessoas. Baixa qualidade contábil: Os controles contábeis estão em péssima qualidade e poucas informações que possam ser retiradas, inclusive não permitindo realizar um Plano Financeiro para empresa. 2.2.3 – Oportunidades (Opportunities) Mercado em Mudança: O mercado está em mudança, pois existem novos modelos e conceitos novos de máquinas, além de novas tecnologias. Os 21 preços dos equipamentos caíram drasticamente nos últimos dez anos. Além de ter tido um aumento da capacidade do maquinário e novas tecnologias que reduzem o consumo de energia, gerando assim novas demandas e novas adaptações. Concorrentes com baixa qualidade técnica: Devido a maior simplicidade dos equipamentos com a implantação de novas tecnologias, o que permite faz com que pessoas sem embasamento técnico entrem no mercado, mas com baixa qualidade. Surgindo assim uma oportunidade também no que se trata de Reengenharia, onde o foco é na revisão da instalação e na correção do maquinário ou de sua tubulação ou instalação anexa. Novo Mercado: Trepanação e Congelamento: A empresa possui experiência em serviços que exigem mão de obra e materiais específicos, como a trepanação e congelamento. Existem poucas empresas atuando nesse segmento. A trepanação é a realização de furos circulares em tubulações e tanques pressurizados. É um serviço realizado com equipamento mecânico especializado. O congelamento é um serviço que aplica o congelamento de fluidos no interior de tubulações permitindo que se realize o serviço como corte de tubos, inserção de registros, inserção de tubulações, entre outros. Novo Mercado: Outsourcing (Terceirização): Existe uma possibilidade no mercado de executar um modelo de contrato diferente através do Outsourcing. Nesse modelo, a empresa é proprietária do equipamento instalado no cliente e é responsável pela troca de peças e manutenção. Tem uma grande vantagem para o cliente no que diz respeito ao fato de desonerar o patrimônio do cliente. Esse modelo de contrato é o modelo mais usual hoje para um equipamento que passou pelos mesmos problemas do Ar Condicionado, o mercado de Impressoras. 22 Novo Mercado: Equipamentos com Alta Complexidade: Uma parte do mercado é especializada em equipamentos com alta complexidade como os Chillers. São equipamentos mais caros e pesados, gerando margem maior, mas necessitando de investimento maior e mão de obra mais especializada. Novo Mercado: Limpeza de dutos: Há espaços também para uma necessidade de um serviço que hoje é feito em parceria com outras empresas, mas que é altamente solicitado devido às especificações das agências controladoras do governo, como a Vigilância Sanitária. É a utilização de equipamentos mecânicos na limpeza de dutos e sua higienização, incluem-se também as grelhas e defletores. Novo Mercado: Qualidade do Ar: É um nicho de mercado parecido com o anterior, é um serviço também regulamentado e fiscalizado pela Vigilância Sanitária, mas exige a necessidade de profissionais especializados, além de equipamentos e materiais de custo elevado para a devida realização do serviço. É a avaliação da qualidade do ar, se está em condições conforme regulamento, avaliando contagem de fungos, bactérias, concentração de carbono (CO 2), poeira, temperatura e umidade. 2.2.4 – Ameaças (Threats) Grande quantidade de concorrentes, Facilidade de novos entrantes no mercado e Poucos fornecedores de equipamento: Esse tema foi devidamente já abordado anteriormente pela Análise das Cinco Forças de Potter. Barateamento dos equipamentos: O baixo custo dos equipamentos faz com que a manutenção cada vez seja menos viável, assim como é preferível à troca de equipamentos que o reparo dos mesmos. Utilização de Splits: A utilização cada vez maior desse tipo de equipamento que possui maior capacidade de resfriamento e menos tecnologia facilita a 23 entrada de cada vez maior de pessoas nesse mercado. Além de gerar também um conhecimento técnico cada vez menor, pois a instalação elétrica e hidráulica e de dutos é cada vez mais desnecessária. Redução da Manutenção Preventiva: Além disso, o serviço de manutenção preventiva é cada vez mais necessário, em parte pela utilização de equipamentos do tipo splits, e também por evolução tecnológica de equipamentos. Mercado com escassez de mão de obra especializada: Além disso, o mercado encontra-se com falta de mão de obra técnica especializada nesse setor. Isso faz com que o investimento em treinamento de mão de obra seja grande e de longo prazo. 2.3 – DIRETRIZES ESTRATÉGICAS Nesta etapa serão aplicados os conceitos da empresa de Missão, Visão e Objetivo e seus desdobramentos. A Missão da empresa, conforme Adalberto A. Fischmann (1987, pág. 25), “é o papel que desempenha a empresa junto à sociedade”. Desta forma, a Missão da empresa foi definida juntamente com os sócios, como “Proporcionar qualidade de vida a sociedade, através do bem-estar, do crescimento e da excelência dos seus serviços aos seus clientes e seus colaboradores”. Conforme John E. Gamble (2012, pág. 15), “uma visão estratégica descreve “para onde vamos” – o curso e a direção traçados e o futuro foco da empresa em relação a produto, mercado, cliente e tecnologia”. 24 Desta forma, a Visão definida pela empresa é “buscar a excelência de serviços para seus clientes, fornecedores e colaboradores, se tornando uma referência para o mercado e para a sociedade”. A visão estratégica convergirá em metas específicas de desempenho gerando assim seus objetivos, Conforme o mesmo John E. Gamble (2012, pág. 19), “a finalidade empresarial do estabelecimento de objetivos é converter a visão estratégica em metas específicas de desempenho”. Então, desta forma será definido um objetivo de longo prazo para empresa com meta a estabelecer as de menor prazo. Foi descrito como longo prazo, o período de cinco anos. Sendo assim, o grande objetivo, descrito para a empresa de Ar Condicionado é “estar entre as dez maiores empresas em faturamento de serviços de refrigeração do estado do Rio de Janeiro, e atuar em novos segmentos, nos próximos cinco anos”. Os valores da empresa se referem às crenças, e princípios que devem orientar as ações da empresa, sua cultura e as decisões de seus funcionários e colaboradores. Foram definidos quatro valores para a empresa que são a Qualidade, a Transparência, a Integridade e a Força de Vontade. Desta forma, estabelecido os pontos principais e seu norte, a empresa está pronta para estabelecer seus objetivos menores. 25 3 – PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES Após a avaliação inicial feita anteriormente, através de workshops realizados junto aos sócios, foi aplicado o modelo do processo de geração de alternativas. O desenho de diretrizes e objetivos de longo prazo é facilitado, conforme Liam Fahey: 14 Fonte: Liam Fahey (1999, pág. 238) Figura 5: Modelo de Geração de Alternativas de Liam Fahey Assim, desta forma, foram elaboradas vários objetivos menores para compor um objetivo maior. Ao fim da atividade, o objetivo foi dividido em quatro menores que compõe o inicial. Foram descrito abaixo os quatro objetivos menores gerados através desta metodologia: Melhoria da Qualidade – Conforme Michael Potter e Philip Kotler (2000), a vantagem competitiva está intrinsicamente ligada ao conceito de criação de 26 valor para o cliente. A mais importante criação de valor no entendimento das atividades é a qualidade dos serviços. Conforme apresentado, o mercado possui serviços com baixa qualidade gerando a necessidade de cada vez mais atender aos anseios dos clientes, inclusive com o aumento de exigência também verificada nos modelos estratégicos. Qualquer serviço adicional, principalmente qualitativo, que possa agregar valor entregue é um quesito para ganhar espaço neste tipo de mercado. Este objetivo será abordado de forma específica em ações relacionadas principalmente a Processos. Uma das conclusões dessas ações é avaliar se a setor Comercial realmente é o gargalo do processo. No entanto, foram sugeridas algumas ações para o setor, buscando um melhor desempenho. E também como resultado dessas ações, através de um melhor controle e índices de desempenho, a atuação específica com o setor de Qualidade passa a ser determinante. Objetiva-se com esse objetivo menor, também melhorar tempos de entrega de serviços, melhorar a prevenção de erros, evitar ações duplicadas e desta forma, baratear os custos de produção. Avaliação de novos nichos de mercado – Pelo mesmo fato de haver muita competitividade é necessário buscar novos nichos de mercado e maiores complexidades na instalação dos serviços. Conforme W. Chan Kim (2005, pág. 173), ele coloca como lema “não concorra com os rivais – torne-os irrelevantes”, buscando assim, mercados adjacentes onde é possível uma fácil entrada e uma melhor gratificação. Será avaliada a entrada ponto a ponto em cada nicho de mercado, sendo avaliados os estudos e os setores por ordem de maior facilidade. Avaliação de novos fornecedores – Além de reestruturar todo o setor de materiais e patrimônio, é necessário buscar mais fornecedores de equipamentos para aumentar a capacidade de instalação e melhorar a relação da empresa. 27 Será quebrado em um conjunto de ações avaliando incialmente o setor Financeiro-Contábil, em conjunto com medidas de Organização Estrutural, sendo o foco na questão de controle de materiais e patrimônio. Em terceiro e último ponto, foram agrupadas ações específicas com relação aos Fornecedores e Estoque. Busca de talentos – Num setor como o de serviços, a qualidade da mão de obra é fundamental para que a empresa possa progredir, pois conforme Eduardo Santiago Spiller (2011, pg. 39), “cada funcionário da linha de frente é, de certo modo, um administrador, (...) ao controlar seu próprio comportamento em relação ao cliente.”. E para tornar ainda mais importante, o mercado tem apresentado uma escassez de mão de obra, necessitando um treinamento forte e um cuidado com a retenção de talentos. Também foram agrupados três grandes grupos: Remuneração e Benefícios, Treinamento e Outros, sendo o terceiro um agrupado de ações relacionados ao grupo e ao setor de Departamento Pessoal e Recursos Humanos. As ações foram distribuídas ao longo dos cinco anos, prazo informado no Objetivo Maior. Através destes objetivos de longo prazo, serão estabelecidos objetivos de curto prazo para poder atender a essa demanda. Desta forma, podemos fazer uma tabela onde avaliamos o tempo de execução das ações dividido por objetivos menores. Assim, apresenta-se abaixo o modelo resultado dos workshowps: 28 Objetivo 4 Objetivo 3 Objetivo 2 Objetivo 1 Ano Um – Melhorias Internas e Estabilidade Ano Dois – Buscando Investimentos Ano Três – Crescimento Forte Ano Quatro – Buscando Alternativas Ano Cinco – Alcançando o Topo Avaliação e redesenho de processos Avaliação de KPI Restruturação do setor Comercial Aplicação dos KPIs e adequação ao ERP da empresa Aplicação de Padronização de Modelos de Proposta Aplicação do Balanced Scorecard Implementação de setor de Qualidade Aplicação de Pesquisa de Satisfação do Cliente Coleta de informações de performance Quebra de custos por processos Reavaliação da estrutura e dos processos Implementação do ciclo PDCA Avaliação do setor de Marketing Redesenho do setor de Marketing Estudo no setor de Trepanação e Congelamento Aplicação de nova área de Trepanação e Congelamento Estudo em Outsourcing Aplicação de área de Outsourcing Estudo em Qualidade do Ar Estudo em Instalação de Alta Complexidade Aplicação de área de Qualidade do Ar Aplicação de Instalação de Alta Complexidade Estudo em Limpeza de Dutos Aplicação em Limpeza de Dutos Estruturação contábil Mapeamento e organização da estrutura de patrimônio e materiais Avaliação e renegociação de dívidas Adaptação do ERP para inclusão de Materiais e Compras Aplicação de Orçamentos Avaliação de novos fornecedores Quebra por centro de custos Negociação e fechamento com novos fornecedores Montagem de estoques Avaliação de Estoques Avaliação da Qualidade dos fornecedores Estudo de avaliação de Remuneração do mercado Desenho de cargos e salários Desenho de Modelo de Treinamentos Estruturação de Plano de Carreira Avaliação e Implantação de benefícios Aplicação de Treinamentos Utilização de bônus (remuneração variável) por avaliação de desempenho Aplicação de Pesquisas de Clima anual Avaliação de Treinamento Utilização de headhunters para busca de talentos Fonte: resultado Workshop entre empresa e autor Figura 6: Detalhamento de Ações Ano a Ano 29 3.1 - MELHORIA DA QUALIDADE As ações deste objetivo podem ser agrupadas em três pontos de atuação: Processos: Durante a avaliação, foi avaliada a necessidade de redesenhar os processos para que haja uma melhoria na velocidade de entrega dos serviços. Além do mais, existem poucos índices de controles, em inglês, Key Performance Indicators (KPI), para retirada de informações gerenciais, inviabilizando inclusive análises mais profundas e avaliação sobre o estado dos processos. Esse desenho também permite que seja feita a implantação do modelo de Balanced Scorecard, um modelo para aplicação de medição e gestão de desempenho, onde envolve não só a questão financeira e processual, como também clientes e adição de inovações. Além disso, permite que se adeque os indicadores de controle ao sistema de controle integrado de gestão empresarial, em inglês, Enterprise Resourcing Planning (ERP) definido e utilizado pela empresa, facilitando assim a retirada de relatórios e acompanhamento. Por isso, são sugeridos os seguintes planos de ação ao longo dos cinco anos: Avaliação e redesenho de processos (Ano Um) Avaliação de KPI´s (Ano Um) Aplicação dos KPI´s e adequação ao ERP da empresa (Ano Dois) Aplicação do Balanced Scorecard (Ano Três) Quebra de custos por processos (Ano Quatro) Coleta de informações de desempenho (Ano Quatro) Reavaliação da estrutura e dos processos (Ano Cinco) Comercial: O setor comercial da empresa hoje se apresenta como um gargalo para os processos, conforme informado em entrevista. Isso 30 poderá ser confirmado no redesenho de processos, além de poder implantar melhorias indiretas para esse setor. Além disso, é sugerida a aplicação de uma padronização nas propostas. Foi compreendido que existe algo em torno de 50 tipos de propostas que representam praticamente 95% propostas, onde existe somente a variação do modelo e da potência do maquinário do cliente. A padronização tanto de avaliação de custos permite uma maior velocidade na cotação de preços, como na utilização de tempo utilizado na avaliação e na confecção. Desta forma, sugere-se o seguinte plano de ação: Restruturação do setor Comercial (Ano Um) Aplicação de Padronização de Modelos de Proposta (Ano Dois) Qualidade: Para que se possa aplicar um modelo efetivo de qualidade, existe a necessidade de se possuir números para avaliar efetivamente o nível de serviço aplicado e o percebido pelo cliente. Por isso, que essa etapa não ocorre concomitantemente com as demais do objetivo. Além disso, é sugerido que se aplique o ciclo de qualidade, conforme modelo Plan-Do-Check-Act (Modelo PDCA) de modelo de qualidade para poder continuar a evolução. Desta forma, é sugerido um plano de ação após a implantação do Balanced Scorecard: Implantação de setor de Qualidade (Ano Três) Aplicação de Pesquisa de Satisfação do Cliente (Ano Quatro) Implantação do ciclo PDCA (Ano Cinco) 31 3.2 - AVALIAÇÃO DE NOVOS NICHOS DE MERCADO Este objetivo tem dois agrupamentos, um inicial com o intuito de rever a situação atual do setor de Marketing e o segundo com o intuito de avaliar e planejar a entrada nos novos nichos de mercado. O primeiro agrupamento de ações tem apenas duas ações previstas logo para o Ano Um. Todas possuem o objetivo de tornar o Marketing da empresa mais efetivo, pois hoje, ele só cobre uma das ofertas: Avaliação do setor de Marketing (Ano Um) Redesenho do setor de Marketing (Ano Um) Este objetivo pode ser definido através do seguinte plano de ação em cima dos nichos já devidamente apresentados anteriormente no capítulo de análise do mercado: Fonte: resultado Workshop entre empresa e autor Figura 7: Avaliação de Expansão de Mercado 32 A previsão é de iniciar um a dois nichos de mercados por ano, sendo efetivado de forma lenta e avaliando o quanto o mercado aceita os novos serviços ofertados pela empresa. Durante o tempo de estudo, deve ser estipulado inicialmente o investimento inicial em material, pessoal, equipamento e precificação aplicada no mercado, assim como o retorno, a margem de lucro para o devido sucesso. Também deve ser avaliado como será vendido o produto, através de um planejamento e organização de marketing. Durante a etapa seguinte, espera-se que a empresa tenha todas as condições para atender e entregar o produto conforme desenhado. Ao longo do tempo, deve ser revisto e avaliado o rendimento por produto, para confirmar sua viabilidade e aceitação, anteriormente descrito. 3.3 – AVALIAÇÃO DE NOVOS FORNECEDORES Neste objetivo, dividimos em três pontos de atuação: Financeiro-Contábil: Antes de se buscar melhorias externas, é necessária a correção interna, por isso, é necessário um acerto das contas internas: Estruturação contábil (Ano Um) Avaliação e renegociação de dívidas (Ano Dois) Organização Estrutural: Além de organizar a parte financeira, é necessária também a estruturação do setor de materiais e patrimônio, que se encontra sem o devido controle, gerando perdas e estoques desnecessários. 33 A necessidade de incluir no sistema interno da empresa de gestão (sistemas ERP) o controle de materiais e as compras que hoje se encontram em sistemas obsoletos, em alguns casos até em papel. Mapeamento e organização da estrutura de patrimônio e materiais (Ano Um) Adaptação do ERP para inclusão de Materiais e Compras (Ano Dois) Aplicação de Orçamentos (Ano Três) Quebra por centro de custos (Ano Quatro) Fornecedores e Estoque: Após coleta e entendimento de como funciona o setor de compras, assim como também os ciclos de compra e quantidade média, a renegociação com fornecedores torna-se possível. Também é possível avaliar a formação de estoques e entender dados essenciais como estoque mínimo e preços ótimos (quantidade x preço): Avaliação de novos fornecedores (Ano Três) Negociação e fechamento com novos fornecedores (Ano Quatro) Montagem de estoques (Ano Quatro) Avaliação de Estoques (Ano Cinco) Avaliação da Qualidade dos fornecedores (Ano Cinco) 3.4 - BUSCA DE TALENTOS E por fim, este objetivo será definido em três campos: Remuneração e Benefícios: Para retenção de talentos, é importantíssimo o entendimento de que para um comprometimento do colaborador é necessário que ele se sinta valorizado, através de uma boa remuneração e benefícios. 34 Também é necessário aplicar incentivos por metas alcançadas, podendo assim instituir-se remunerações variadas para incentivar um bom desempenho. Desta forma, o plano de ação fica estabelecido da seguinte forma: Estudo de avaliação de Remuneração do mercado (Ano Um) Desenho de cargos e salários (Ano Um) Estruturação de Plano de Carreira (Ano Dois) Avaliação e implantação de benefícios (Ano Dois) Utilização de bônus (remuneração variável) por avaliação de desempenho (Ano Três) Treinamentos: Devido à dificuldade em obter mão de obra qualificada e com experiência, é necessário gerar sua própria mão de obra. Através deste planejamento, a empresa acredita estar gerando novos talentos: Desenho de Modelo de Treinamentos (Ano Um) Aplicação de Treinamentos (Ano Dois) Avaliação de Treinamento (Ano Três) Outros: Existe uma necessidade de entender como está a empresa em seu clima organizacional, sendo necessárias pesquisas de clima para melhor entendimento. Outro fator é a necessidade de utilizar especialistas em achar talentos (head-hunters) para encontrar profissionais capazes de realizar serviços cada vez mais específicos e especializados. Aplicação de Pesquisas de Clima anual (Ano Quatro) Utilização de head-hunters para busca de talentos (Ano Cinco) 35 CONCLUSÕES FINAIS Após a avaliação inicial feita, através de coletas de informações, entrevistas e workshops realizados junto aos sócios, aplicando análises estratégicas e alinhado as diretrizes empresariais, finalizamos o planejamento de gestão para empresa, modulado em ações de curto e longo prazo. Desta maneira, é possível desenvolver melhorias em todos os desempenhos em diversos setores da empresa. Além disso, a análise do mercado permitiu vislumbrar oportunidades para o crescimento da empresa dentro de suas capacidades. Diversas alternativas foram avaliadas para entrada em novos nichos de mercados, evitando desta a forma a disputa num mercado saturado. Contribuiu-se também, dando a devida importância dos colaboradores principalmente num mercado do setor de serviços. Permitem-se aplicações de algumas metodologias para cobrir, não só as necessidades do colaborador assim como sua satisfação. Espera-se que assim, este plano de gestão e estas metodologias aplicadas sirvam para a geração de outros de forma coesa, para que permita um melhor crescimento e desenvolvimento da competitividade num setor onde não existe tanta estruturação nem planejamento. Também permite que outras empresas em mercados que possuam ou que enfrentem problemas parecidos utilizem esse projeto para referência e possa desta forma complementar seu desempenho, buscando soluções ou métodos parecidos. É importante que haja o devido acompanhamento, podendo ser aplicadas também metodologias de Gestão de Projetos para que o que seja planejado seja devidamente realizado. Como o plano de gestão não é um documento fixo sem a possibilidade de alterações, é sugerido pelo autor que o plano deve ser 36 acompanhado ao fim de um ano e feita às devidas alterações, pois nem sempre é possível concretizar o que se foi planejado. É recomendada uma reavaliação anual para o seu correto emprego. Além de ser necessária também a aplicação de metodologias de Gestão de Mudanças, permitindo uma maior aderência e consequentemente o engajamento de todos os níveis da empresa para que o plano de gestão tenha sucesso. Deve ser avaliado futuramente, de forma mais profunda a avaliação de alguns outros setores empresariais, sendo necessário um plano financeiro, jurídico e o de marketing. O plano de Operação foi trabalhado parcialmente através do desenho da cadeia de valor e da necessidade de um redesenho de processos, juntamente com a aplicação de outros conceitos como Key Points Indicators (KPI´s) e o Balanced Scorecard. Desta forma, apresenta-se também uma necessidade de melhor estudo sobre a melhor aplicação e desenvolvimento destes modelos e metodologias. Por fim, espera-se que a empresa alcance seus objetivos e consiga crescer num mercado cada vez mais competitivo e com tecnologias cada vez mais inovativas. 37 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Chase, Richard; Davis, Mark; Aquilano, Nicholas. Fundamentos da Administração da Produção. Porto Alegre: Bookman, 2001. Fahey, Liam; Randall, Robert M.. MBA : curso prático : Estratégia. Rio de Janeiro : Campos, 1999. Fischmann, Adalberto A.. Implementação da Estratégia : identificação e análise de problemas. São Paulo : Universidade de São Paulo, USP, 1987. Gamble, John E.; Thompson, Artur A. Fundamentos da administração estratégica : a busca pela vantagem competitiva. Porto Alegre : AMGH, 2012. Kim, W. Chan. Blue Ocean Strategy : how to create uncontested market space and make the competition irrelevant. Cambridge : HBSP, 2005. Kotler, Philip. 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