Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica.
Estudo preliminar das plantas medicinais conhecidas pelos
usuários do SUS no IGG.
LUCI DE SENNA VALLE - MUSEU NACIONAL
MARIANA REIS DE BRITO - MUSEU NACIONAL
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Em 1992 foi criado o Programa de Fitoterapia da Secretaria Municipal de
Saúde do Rio de Janeiro, que seguindo as orientações da OMS e do
Ministério da Saúde selecionou a partir das patologias mais freqüentes
nas unidades de atendimento, algumas plantas medicinais que
apresentam segurança e eficácia. São realizadas diversas atividades
com grupos de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que
participam do trabalho nas hortas mantidas pelo programa. Este
trabalho tem como objetivo realizar o levantamento das plantas
medicinais conhecidas e utilizadas pelo grupo de 25 usuários do
Instituto Municipal de Geriatria e Gerontologia Miguel Pedro (IGG) com o
intuito de resgatar, preservar e valorizar o conhecimento tradicional. A
metodologia utilizada consistiu na realização de entrevistas estruturadas
e semi- estruturadas, na coleta, identificação e herborização das
espécies utilizadas medicinalmente pelos usuários e que não constam no
elenco de plantas empregadas no programa. Todo material herborizado
foi depositado no Herbário do Museu Nacional (R). Na horta situada nas
dependências desta unidade foram cultivadas até o momento 24 plantas
medicinais, destas 15 estão no elenco das utilizadas pelo programa e 9
espécies trazidas pelos usuários: mertiolate (Jatropha curcas): indicado
para dores de barriga provocada por gases; pimenta-malagueta
(Capsicum pendulum): usada nas doenças dos olhos, erisipela; cana-dobrejo (Costus spicatus): nas doenças renais e do fígado; assa-peixe
(Bohemeria caudata): contra gripes e bronquite; guiné (Petiveria
alliaceae): utilizada contra inchaço; babosa (Aloe Vera): para problemas
de queda de cabelo; malva (Malva silvestris): para inflamações em
geral; hortelã-pimenta (Mentha piperita): xarope para resfriado e
capim-limão (Cymbopogon citratus): chá para problemas do coração.
Este estudo possibilitará que novas plantas sejam cultivadas e mais
tarde possam ser utilizadas com segurança na sua forma tradicional ou
manipuladas e transformadas em novos medicamentos nas oficinas
farmacêuticas do Programa de Fitoterapia da SMS para serem
dispensados aos usuários do SUS.
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