RELATO DE (IN) EXPERIÊNCIA EM UM NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA: OS CASOS DE DISPUTA DE GUARDA NUMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA Nathália de Oliveira Vilas BOAS (UnilesteMG); Marianne Domingos LOURES (UnilesteMG); Anizaura Lídia Rodrigues de SOUZA (UnilesteMG) Introdução: O presente estudo parte do pressuposto de que muitos casais que se separam utilizam dessa situação para iniciar a disputa de guarda e prolongar uma separação litigiosa, fato que pode vir a causar muitos danos psíquicos, sentimentais e emocionais aos filhos e às partes envolvidas. A separação, portanto, revela-se um momento muito crítico, onde a atuação de um Psicólogo Jurídico é de fundamental importância. Nesse sentido pretende-se relatar uma prática no âmbito da psicologia jurídica a partir da perspectiva psicológica, visto que muitos processos jurídicos permeiam questões relacionadas à área da Psicologia. Objetivo: Relatar a prática de Psicologia comunitária ocorrida em um Núcleo de Prática Jurídica e Judiciária, descrevendo e analisando os casos de separação e disputa de guarda a partir de uma perspectiva psicológica. Metodologia: A prática consistiu em dez encontros semanais, com duração de três horas, durante quatro meses. As atividades realizadas foram: acompanhamento, observação, escutas, participação em audiências no Fórum, discussões e análises dos casos junto com os advogados do Núcleo. Nas duas primeiras semanas, aconteceram atendimentos às pessoas da comunidade, interessadas em abrir algum processo e no decorrer do semestre foi sendo dado o andamento aos mesmos. Acompanhamos vários atendimentos, onde foi possível perceber que muitos eram casos de separação e consequentemente de disputa de guarda, portanto é este o tema que despertou maior interesse e necessidade de um estudo aprofundado. Resultados: Foram analisados três casos que envolvem separação e disputa de guarda, o primeiro refere-se a uma ação de divórcio, guarda e alimentos, o segundo refere-se a uma separação litigiosa e disputa de guarda e o terceiro e ultimo caso sobre uma ação de guarda. Nos três casos foi possível observar que houve uma congruência com estudos da área, que aponta que muitos ex-casais fazem confusão entre o papel parental e o papel conjugal, e que em muitas das vezes um casal que se encontra em processo litigioso, por estar em meio à dor, acaba utilizando os filhos para alcançarem a “separação psíquica”, ou seja, em todos os três casos, pode ser notado que uma questão ética é perdida de vista, que é a de privilegiar aquilo que for melhor para a criança e garantir que ela tenha um lugar propício ao seu desenvolvimento, então na verdade essas disputas vêm sendo utilizada como uma forma de atingir ao outro. Portanto a atuação de um psicólogo jurídico nesses casos se faz importante, visto que ele pode intervir nessas demandas que envolvem aspectos emocionais e sentimentais, contribuindo tanto para uma possível agilidade processual, quanto para o entendimento das singularidades das partes envolvidas. Conclusão: Considera-se, portanto que a prática realizada contribuiu para o entendimento da importância do psicólogo que atua na área do direito e que muitas questões jurídicas estão entrelaçadas às questões psicológicas. Palavras-chave: Separação. Psicologia comunitária. Disputa de guarda . Agências de fomento: UnilesteMG 3º Congresso de Ciências da Saúde, 12ª Semana de Iniciação Científica e 3ª Semana de Extensão - UnilesteMG "Inovação a serviço da vida e ambientes saudáveis." Coronel Fabriciano-MG - 12/09/2011 a 14/09/2011