B O L E T I M NÚMERO DO DIA OFERECIMENTO € 221 mi Q U I N TA - F E I R A , 7 D E M A I O D E 2 0 1 5 lucrou a Adidas no trimestre, resultado 8% melhor que no mesmo período do ano passado EDIÇÃO • 249 Por mais verba, clubes alteram programa de sócio-torcedor POR DUDA LOPES No último ano, os programas de sócio-torcedor viraram prioridade entre os clubes brasileiros. Especificamente neste 2015, o futebol paulista teve um grande salto na área. Segundo o Movimento por um Futebol Melhor, Corinthians, Palmeiras e São Paulo têm quase 280 mil associados. E os três demonstraram nos últimos dias que querem mais do que isso. O caso mais radical foi o do São Paulo. Após quatro meses de planejamento, a diretoria do clube anunciou a reformulação do atual modelo. O objetivo é claro: passar dos 55 mil associados de hoje para 100 mil até o fim do ano. A grande diferença do modelo que será apresentado dia 15 está no pacote oferecido ao sócio. “Vamos passar uma série de experiências aos torcedores. Desde entrada em campo com o time até hospedagem no Morumbi”, exemplificou o vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, Douglas Schwartzmann. Os prêmios serão gerados de forma mais tradicional, com frequência aos jogos, e também pelo consumo dentro do Morumbi. O tíquete será um cartão pré-pago que poderá ser usado em compras ou em viagens com o time. Haverá até uma moeda própria, chamada de “Tricolor”. Os rivais Corinthians e Palmeiras não foram tão radicais nas mudanças, CARTAZ FEITO PELO SÃO PAULO PARA ATRAIAR OS SÓCIOS-TORCEDORES mas se ajustaram para ganhar mais. O time alvinegro 60 mil sócios em apenas quatro viu o resultado imediatamente. meses do ano, resolveu alterar a Há uma semana, o Corinthians precificação do programa Avanti. lançou mais dois planos: um para O clube extinguiu um dos plaquem adquirir cadeira cativa na nos mais caros, mas subiu o preço Arena e outro popular, de R$ 9 ao em todos os outros. Oficialmente, mês, para quem vai pouco ao esa justificativa é que o programa tádio. Já são 6 mil novos associanão sofria reajuste havia três anos. dos, e o clube passou a barreira Além disso, ele foi adaptado ao dos 100 mil sócios-torcedores. Allianz Parque, já que antes a O Palmeiras foi o mais sutil. O equipe atuava no Pacaembu. Na clube, que deu um salto de quase prática, isso eleva a arrecadação. 1 Tour de France cria experiência no Brasil em busca de promoção POR ADALBERTO LEISTER FILHO Pela primeira vez o Brasil será sede de um evento oficial dos organizadores da Volta da França, mais importante prova de ciclismo de estrada do mundo. O L’Étape do Tour de France, prova com participação exclusiva de 3.000 atletas amadores, será realizado em Cunha (SP) em 25 de outubro. O crescimento no interesse pela bicicleta, motivado pela expansão das ciclovias e discussões sobre mobilidade urbana, além do fato de o Brasil ser sede da Olimpíada do Rio, em 2016, foram fatores que motivaram o interesse em organizar a prova ciclística no país. “O Brasil tem sido um dos cinco países que mais leva ciclistas ao L’Etape na França. Por isso, tínhamos interesse em fazer provas aqui”, disse Arnaud Santin, gerente de novos negócios da ASO (Amaury Sports Organization), responsável pela Volta. O evento faz parte de um plano cujo objetivo é proporcionar aos ciclistas brasileiros a experiência da Volta da França por meio da promoção de provas em outras regiões do Brasil nos próximos três anos. “Queremos fazer do L’Étape uma espécie de Lollapalooza do esporte, com um grande envolvimento da população da cidade. Também queremos deixar um legado para Cunha, com melhorias na infraestrutura”, afirmou Márcio Flores, CEO do Grupo Manga, responsável pela prova brasileira em parceria com a ASO. 2 Segundo os organizadores, 500 profissionais irão trabalhar na competição, que não dará prêmios. Haverá investimento de € 4 milhões (R$ 13,7 milhões) nos próximos três anos. O L’Étape Brasil deve gerar um impacto de R$ 4,8 milhões para a região de Cunha. Uma segunda prova já está programada para acontecer no Recife (PE), em março de 2016. D A R E D A Ç Ã O Futebol começa a puxar a fila e muda a relação com o fã POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte Numa indústria ainda em formação como é a nossa, o futebol precisa ser o carro-chefe para mudar o jeito que pensamos a promoção do esporte no Brasil. Com mais dinheiro, mais atenção da mídia e público, o futebol tem a força de começar a mudar o comportamento de toda a indústria a partir de algumas ações. Nos últimos dias, temos noticiado por aqui diversos comportamentos dos dirigentes de futebol que vão, aos poucos, mudando a relação que a modalidade tem com o seu fã. Durante um século, o futebol pra- ticamente não precisou se preocupar em captar e reter os clientes. Agora, a situação é muito diferente. Ou o futebol busca o fã, ou vai encolher. A preocupação em não formar filas para o acesso da torcida ao estádio, a mudança na oferta de experiências ao fã pelo programa de sócio-torcedor, a criação de eventos para que o consumidor interaja com o clube não apenas nos dias de jogos são algumas das ações que podem ajudar a mudar a indústria do esporte. E o principal ponto de mudança é o impacto que essas atitudes tem na forma como o patrocinador enxerga o esporte como negócio por aqui. Num mercado de mídia peculiar como o nosso, em que uma emissora de TV detém 50% da audiência e 75% da verba, o esporte precisa se mostrar como uma alternativa viável e eficiente de investimento. Ser só uma mídia de massa mais barata não dá bom retorno às marcas. Quando o futebol começa a colocar o fã em primeiro lugar, passa a oferecer para as empresas novas possibilidades. É questão de tempo para as marcas se apropiarem disso. Em busca de redução de filas, Maracanã transforma ingresso em cartão POR REDAÇÃO A administração do Maracanã lançou um novo serviço para tentar diminuir as filas de pessoas para entrar no estádio em dias de jogos. Chamado de Cartão Maracanã, ele funcionará como ingresso, que pode ser carregado pela internet. Em funcionamento já para o Brasileirão, o plano é evitar as filas que se formam na troca de ingresso comprado pela internet, uma reclamação recorrente dos torcedores. O torcedor pega o cartão na primeira vez que adquirir a entrada. No restante do ano, a compra online já é descontada diretamente, e o cartão vira o ingresso. O serviço é semelhante à maioria dos programas de sócio-torcedor. Mas por conta da capacidade do estádio, a maior parte dos torcedores no Maracanã não é associada de seus clubes. A exceção do cartão está na compra de meia-entrada. Nesse caso, o torcedor tem que fazer a 4 troca no estádio para apresentar um documento que comprove a compra pela metade do preço. Apesar da popularização das vendas de ingressos pela internet, o processo de troca tem sido um problema para o Maracanã. Na final do Estadual do Rio, por exemplo, 14 mil ingressos foram vendidos pela internet. Metade desse público deixou para fazer a troca no dia da final. A situação foi tão problemática que a administração do estádio foi autuada pelo Procon. NBB celebra audiência recorde em transmissão via internet POR ERICH BETING A Liga Nacional de Basquete celebrou na noite da última terça-feira, dia 5, um novo recorde nas transmissões dos jogos do Novo Basquete Brasil, torneio equivalente ao Nacional da modalidade. O duelo que definiu a classificação do Bauru sobre o Franca para a semifinal do torneio bateu a marca de 30.000 usuários únicos na transmissão via internet. O número representa quase 10% de toda a audiência dos 41 jogos da atual temporada do NBB que foram exibidos pelo site da liga. “Atingimos um número muito maior de fãs do basquete em diversas plataformas diferentes e de fácil acesso, como o celular e o tablet. Mas o grande sucesso das transmissões vai além de apenas colocar jogos na internet. Nós produzimos uma transmissão de muita qualidade”, diz o vice-presidente da LNB, João Rossi. Segundo a liga, o duelo decisivo foi acompanhado por tor- cedores de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal. Além disso, dez países do exterior tinham usuários conectados no jogo, que alcançou um total de 400 diferentes cidades no país. Outro dado que deixou os executivos da liga empolgados foi a interação com os torcedores no perfil do NBB no Twitter. Foram mais de 1.700 interações usando as hashtags: #nbbnaweb, #playoffsnbb, #nbb7 e #finaisnbb. Na temporada, as 41 transmissões pela internet foram acompanhadas por 371.725 torcedores. Nos playoffs, a média de audiên- cia por jogo foi de 11.013 pessoas. Na TV fechada, geralmente a audiência é de cinco a seis vezes maior do que a obtida na web. Apesar do sucesso, a transmissão das semifinais do NBB deixará a web. A partir de agora, as partidas serão exibidas pelo Sportv, parceira oficial do torneio. Parceria com NBA gera alterações na promoção da liga A transmissão pela internet e a maior exposição do NBB na TV fechada já são pequenas mudanças que estão ligadas à aproximação do basquete brasileiro com a NBA, liga dos EUA. Parceiros desde o início do ano, NBB e NBA têm trocado experiências. O desenvolvimento da plataforma de transmissão de jogos pela internet é um dos carros-chefes da NBA, que com o League Pass expande o torneio mundialmente. Outra alteração feita pelo NBB que tem como modelo a NBA foi a decisão de criar dias fixos de exibição de jogos ao vivo na TV. Para isso, o basquete abriu mão dos jogos nos finais de semana, mas tem jogo ao vivo no Sportv terças e sextas. 5