Manual de orientações sobre quimioterapia
Apresentação
Este manual tem o objetivo de oferecer a pacientes e familiares informações a respeito de fatores envolvidos
no tratamento quimioterápico, ajudando-os a entender melhor esse tipo de terapêutica e a lidar com os
possíveis efeitos colaterais, sempre tendo em vista o seu bem-estar.
Procuramos abordar pontos importantes, contudo não temos a pretensão de conseguir atender a todos os
seus questionamentos: é imprescindível que procure seu médico sempre que tiver alguma dúvida, a fim de
que ele possa esclarecer melhor alguma questão.
A nossa equipe
A Clínica Onco-Hematos conta com uma equipe multidisciplinar especializada no tratamento integral ao
paciente nas áreas de Oncologia e Hematologia, contando com profissionais das seguintes especialidades:
cirurgia oncológica e geral; hematologia e hemoterapia; oncologia clínica; hematologia e oncologia
pediátricas; geriatria; clínica médica; radioterapia; nutrição; psicologia; farmácia e enfermagem.
Além das consultas, a clínica também oferece serviço domiciliar, caso o paciente necessite, com profissionais
habilitados para tal.
O que é o câncer?
O câncer é um grupo de doenças caracterizado pela divisão desordenada de determinadas células do corpo,
que sofreram uma alteração em seu código genético, denominada "carcinogênese". Com o crescimento
dessas células, ocorre a formação de tumores, e as outras células normais podem começar a ser destruídas.
Quando essas células malignas passam para a corrente sanguínea ou vasos linfáticos e afetam outras partes
do corpo, ocorre o que se denomina de "metástase", dando origem a novos tumores espalhados por outros
órgãos.
O câncer tem cura?
Como toda doença, a possibilidade de cura do câncer vai depender do seu tipo e do estágio em que se
encontra. Atualmente, já contamos com métodos de diagnóstico muito eficazes, que permitem a detecção da
doença ainda em estágios iniciais, aumentando, assim, as chances de cura.
Mesmo em casos avançados, ou em alguns tipos mais agressivos, em que a cura não é mais possível, os
tratamentos existentes podem oferecer ao paciente um controle de sua doença, tendo em grande
consideração a qualidade de vida e aumentando sua sobrevida. Nesse caso, o paciente convive com sua
doença tratada e controlada, como um paciente portador de doença crônica, como diabetes, cardiopatia,
hipertensão, etc.
Quais os tipos de tratamento?
O tratamento indicado para cada paciente vai depender das características específicas do tumor que
apresenta, sua localização, tamanho, presença ou não de metástase. Atualmente existem várias modalidades
de tratamento para o câncer, podendo ser utilizadas isoladamente ou em combinação. Como vamos nos ater
ao tratamento quimioterápico neste manual, resumiremos, a seguir, alguns dos outros tratamentos.
A cirurgia é o tipo de tratamento mais antigo utilizado no combate ao câncer. Seu objetivo é eliminar o
tumor, levando à cura. Contudo, nem sempre é suficiente, devendo ser combinada com a quimioterapia e/ou
radioterapia. Na radioterapia, o tratamento é por meio de radiação, aplicada diretamente na área do corpo
afetada, visando a destruir as células cancerosas. A imunoterapia, ou terapia biológica, por sua vez, tem o
objetivo de ajudar o próprio organismo a combater a doença, por meio do aumento de suas defesas. Já a
hormonioterapia é o tratamento por meio de hormônio para aqueles casos em que o crescimento do tumor é
influenciado por essa substância.
Quimioterapia
O que é?
Tratamento que utiliza agentes químicos com a finalidade de destruir as células cancerígenas ou inibir seu
crescimento e proliferação. Algumas vezes a quimioterapia possibilita a cura da doença, em outras atua como
inibidor do crescimento do tumor e conseqüente alívio dos sintomas. A quimioterapia é um importante
tratamento no combate ao câncer, sobretudo porque não restringe sua área de atuação, como a cirurgia e a
radioterapia, podendo alcançar as células malignas em praticamente qualquer lugar do organismo. Pode ser
indicada isoladamente ou em combinação com outros tipos de tratamento, como a radioterapia ou a cirurgia.
Como é aplicada?
Dependendo da medicação usada e do tipo de doença, a quimioterapia pode ser administrada via oral
(comprimidos ou cápsulas), diretamente na veia (por meio de soro), por injeção intramuscular, subcutânea
(sob a pele), via intracavitária (dentro do espaço pleural ou intraperitoneal), intratecal (dentro do líquor da
coluna vertebral), na artéria que alimenta o tumor, de forma tópica (sobre a pele afetada), ou por meio de
catéteres.
Aqui na clínica, sua quimioterapia será aplicada por enfermeiros e técnicos de enfermagem com formação
específica para lhe oferecer o melhor atendimento, em local específico, prezando seu conforto. Durante todo o
tempo da aplicação haverá um médico presente na clínica, para atendê-lo em eventual necessidade.
Qual a duração do tratamento?
O tipo de quimioterápico e a periodicidade dos ciclos de quimioterapia vão depender do tipo de tumor, do
estágio da doença e das condições físicas do paciente. A administração do medicamento pode ser diária,
semanal, quinzenal, mensal, ou em outros intervalos designados pelo médico para cada caso. Em relação à
duração do tratamento, varia de caso a caso, na medida em que cada organismo reage de forma diferente ao
tratamento. O paciente será avaliado periodicamente, por meio de variados exames, a fim de que o médico
possa verificar a eficácia do tratamento e, dependendo do resultado, pode haver mudança na medicação
utilizada, ajuste das doses, ou alteração na data da aplicação. Isso é comum, não precisa ser motivo de
preocupação.
Efeitos colaterais
Como os agentes quimioterápicos circulam por todo o corpo a fim de atacar as células malignas, eles também
podem atingir células normais, sobretudo aquelas com maior capacidade de renovação, causando algumas
reações desagradáveis, que chamamos "efeitos colaterais". De maneira geral, esses efeitos são passageiros,
voltando ao normal após o término do tratamento, uma vez que as células saudáveis voltam a se multiplicar
normalmente e a desempenhar suas funções habituais.
A seguir, citaremos alguns dos efeitos colaterais mais comuns entre os pacientes; você pode, contudo, não
apresentar esses sintomas ou apresentar outros, já que cada organismo é único e responde de formas
diferentes ao tratamento, dependendo, também, do tipo e dose do agente quimioterápico prescrito.
1. Queda de cabelo (alopecia)
Esse é um efeito colateral muito comum nos pacientes que tomam quimioterapia, decorrente da ação desta
na raiz dos cabelos, onde estão as células que se dividem, fazendo com que o cabelo cresça. Assim, o cabelo
e pelos podem se tornar mais finos, frágeis e quebradiços, ou até chegar a cair. Esses efeitos geralmente
ocorrem a partir da segunda ou terceira semana do tratamento, acentuando-se ao longo das aplicações, mas
o cabelo volta a nascer após o término do tratamento, em ritmo próximo do normal.
Alguns cuidados podem ser tomados visando a minimizar esses efeitos:
Antes do início do tratamento
Cortar os cabelos, deixando-os mais curtos, a fim de diminuir seu peso, podendo, dessa forma, adiar a
queda.
Ter à mão alguns acessórios de que goste mais, como chapéus, turbantes, lenços, perucas, para usá-los se
e quando quiser.
Durante o tratamento
Dar preferência a xampus neutros, suaves, que evitam o ressecamento do cabelo e do couro cabeludo.
Caso o ressecamento ocorra, usar um hidratante neutro.
Secar os cabelos com toalha macia, sem esfregar muito. Evitar o uso de secador, ou, quando o fizer,
regular para a temperatura de morna a fria.
Pentear os cabelos com escovas de cerdas macias, de preferência escova de bebê.
Evitar prender o cabelo com grampos, elásticos ou presilhas.
Evitar exposição do couro cabeludo à luz solar, protegendo-o com filtro solar, chapéu, lenço...
Evitar uso de tinturas e permanentes.
Não usar fronhas de tecido sintético, pois podem irritar o couro cabeludo, dando preferência ao cetim, que
evita que os cabelos embaracem.
Após o tratamento:
Até seis meses após o término do tratamento, deve-se evitar o uso de produtos químicos, como pinturas e
permanentes.
Como os cabelos geralmente voltam a nascer mais finos, para gradativamente atingirem a espessura
normal, recomenda-se que, até que isso ocorra, não usar spray para aumentar volume, nem tentar eriçá-los.
2. Náuseas e vômitos
Esse efeito colateral é decorrente da irritação nas paredes do estômago e intestino, ou da ação direta do
quimioterápico no Sistema Nervoso Central. Ocorre, em geral, no dia da aplicação, podendo durar horas ou
dias, e sua intensidade depende do tipo e dose do medicamento, além das condições do próprio paciente,
como o estado emocional, que pode interferir na intensidade deste sintoma.
Atualmente, existem várias medicações (antieméticos) que podem ser administradas no dia da quimioterapia
e/ou após a aplicação, em casa, para prevenir ou reduzir o sintoma de náuseas e vômitos. O antieméticco
utilizado vai depender do tipo de quimioterapia e sua eficiência varia de pessoa a pessoa, podendo uma
mesma pessoa ter que experimentar vários tipos, até chegar ao ideal para o controle de seus sintomas.
Ademais, algumas precauções podem ser tomadas, a fim de minimizar essas reações desagradáveis:
Em relação à alimentação
Evitar alimentar-se uma a duas horas antes da aplicação.
Comer devagar, mastigando bem os alimentos, pequenas porções, várias vezes ao dia, de 3 em 3 horas ou
de 2 em 2 horas, mesmo antes de sentir fome, evitando ficar muito tempo de estômago vazio.
Beber bastante líquido, vagarosamente, durante todo o dia, evitando-o durante as refeições. Dar
preferência a sucos e água gelada.
Comer alimentos de fácil digestão, evitando comidas gordurosas, muito temperadas ou quentes, ácidas,
doces; frituras; café.
Alimentos frios ou gelados como iogurtes, queijos frescos, frutas cruas ou cozidas e gelatinas costumam ser
bem tolerados.
Ao acordar, se estiver com náuseas, ingerir alimentos secos (biscoitos, cereais, torradas) antes de se
levantar.
Outras recomendações
Evitar cheiros fortes (fumaça, perfume, frituras...).
Evitar cozinhar quando estiver nauseado.
Descansar reclinado após refeições, mantendo o ombro e a cabeça numa posição mais elevada.
Não exercer atividades que exijam muito esforço.
Nos dias que antecedem e sucedem à aplicação, priorizar atividades relaxantes, que lhe tragam bem-estar,
a fim de evitar aumento de ansiedade.
Vestir roupas leves e folgadas, evitando comprimir o abdome.
Só tomar medicação com consentimento do seu médico e comunicar-lhe se a mesma funcionou bem,
reduzindo seus sintomas.
3. Mucosite
A quimioterapia pode afetar a mucosa do corpo, na denominada mucosite, que é inflamação das mucosas,
sejam elas oral, gastrointestinal ou vaginal, devido à ação dos antineoplásicos. Eis alguns sintomas:
desconforto na mucosa, sensibilidade a alimentos ácidos, temperados ou quentes, ardência, surgimento de
edema, hiperemia (vermelhidão), dor, descamação, ulceração e alteração na produção de saliva, podendo
haver aumento de salivação (sialorréia) ou "boca seca" (xerostomia). Ao sentir qualquer um desses sintomas,
deve-se comunicar ao médico, a fim de que as precauções, para evitar infecção, comecem a ser tomadas.
Existem alguns cuidados que podem ser tomados para evitar ou reduzir o desconforto causado por esses
sintomas:
Alimentação
Comer pequenas porções de alimentos a cada duas horas.
Evitar
- Alimentos ácidos, cítricos, crus, muito gordurosos, granulados.
- Alimentos muito condimentados, ou com temperos picantes, dando preferência a alimentos temperados
com ervas (hortelã, manjericão, coentro, orégano, salsa, cebolinha, etc).
- Alimentos muito quentes, dando preferência a alimentos na temperatura ambiente.
Durante a mucosite, dar preferência a alimentos líquidos ou pastosos (batidos no liquidificador), nutritivos,
leves e de fácil digestão.
Em caso de náuseas, dar preferência a alimentos frios e gelados, exceto se o paciente recebeu Oxaliplatina,
devido à disestesia, efeito colateral em que há aumento na sensibilidade a alimentos frios e objetos frios e
metálicos.
Agendar consulta com a nutricionista da clínica para orientação da dieta.
Cuidados com a boca
Procurar um dentista antes de iniciar o tratamento, para fazer uma limpeza e tratar de alguma cárie ou
inflamação.
Manter a boca e a gengiva sempre limpas – fazer higiene oral após cada refeição, ao levantar-se e antes
de dormir, usando sempre escova dental ultramacia. Em alguns casos, seu médico poderá recomendar o uso
de hastes flexíveis, em vez de escova, para higiene bucal.
O uso de fio dental deve ser suspenso durante esse período, para evitar traumatismos na mucosa oral.
Usar cremes dentais não abrasivos.
Manter os lábios hidratados com manteiga de cacau ou similar.
Fazer bochechos com uma das soluções sugeridas abaixo, de acordo com prescrição do médico e/ou
enfermeira:
- Biotene ®: Durante todo o tratamento, de 3 a 4 vezes ao dia, colocar uma medida sem diluição na boca,
bochechar por alguns minutos e desprezar. Ficar sem ingerir nada por 30 minutos.
- Gluconato de Clorexedina 0,12%: produto manipulado. Bochechar de 3 a 4 vezes por dia.
Nistatina solução: De 3 a 4 vezes por dia, conforme prescrição, colocar ½ conta- gotas em cada lado da
boca, bochechar e engolir. Ficar sem ingerir nada por 30 minutos.
- Soluções alcalinas: 1 colher de café de bicarbonato de sódio para cada copo de água, 3 a 4 vezes por dia.
Outras recomendações
Evitar procedimentos invasivos (como tratamento dentário, por exemplo), sem autorização prévia do
médico.
Evitar álcool, fumo e café.
4. Prisão de ventre
A obstipação, ou dificuldade de evacuar as fezes, pode ser conseqüência do próprio tratamento
quimioterápico, de outras medicações em uso, ou decorrente de alterações dos hábitos alimentares (com
pouca ingestão de fibras), inatividade física, alterações metabólicas, obstrução mecânica.
Existem algumas precauções que podem ser tomadas a fim de minimizar esse incômodo:
Ingerir uma maior quantidade de alimentos ricos em fibra (hortaliças: verduras, legumes e frutas com
casca ou bagaço, além de cereal integral: aveia, linhaça, farelo de trigo).
Beber bastante líquido durante o dia (8 a 10 copos/dia), sendo água, chá, sucos, água de côco.
Fazer atividade física regular.
Além disso, existem hoje vários suplementos de fibra, constituídos de um mix de fibras para regularizar o
intestino. Em casos mais persistentes, a nutricionista pode orientar a dieta e o médico pode prescrever o uso
de laxantes.
5. Perda de apetite
A perda de apetite no paciente que se submete à quimioterapia tem diversas causas, desde alterações no
paladar, mucosite, náuseas, mal-estar geral, a problemas emocionais, tais como a ansiedade, o medo, a
depressão.
é muito importante que o paciente esteja com um bom estado nutricional, a fim de auxiliar em sua
recuperação. Por isso, devem-se buscar alternativas, tais como ingerir alimentos em volume menor, com
intervalo de tempo de 2 em 2 horas.
Recomendações
Consumir alimentos mais leves, como frutas, verduras, derivados de leite (iogurte e queijo branco), além
de carboidratos (arroz, purê de batata) e carnes brancas (frango e peixe).
Também é importante o consumo dos alimentos de maior preferência, sempre variados.
6. Diarréia
A diarréia, liberação de fezes em maior quantidade e freqüência que o habitual, pode ser acompanhada ou
não de cólicas abdominais, sendo um dos possíveis sintomas do tratamento quimioterápico, dependendo da
droga utilizada. é importante que o médico seja informado caso esse sintoma persista por mais de vinte e
quatro horas.
Cuidados com alimentação nesse período é muito importante:
Líquidos devem ser consumidos em grande quantidade como: água, chá, sucos obstipantes (caju, limão,
goiaba), isotônicos, água de côco.
Evitar alimentos gordurosos como: carnes gordas e frituras.
O uso de leite e derivados deve ser controlado: utilizar nesse período leite desnatado e queijo tipo ricota,
evitar os amarelos.
Hortaliças devem ser evitadas neste período.
7. Alterações de pele e unha
A quimioterapia pode tornar as unhas mais quebradiças e escuras, com crescimento mais lento, além de
afetar a pele, podendo escurecer algumas áreas, sobretudo próximo às veias por onde passa o medicamento,
causar prurido (coceira), vermelhidão, descamação, ressecamento e espinhas. Esses efeitos são passageiros,
e em geral voltam ao normal alguns meses após o término do tratamento.
Uma das precauções que se pode tomar é evitar a exposição excessiva ao sol, sempre utilizando filtro solar
com alto fator de proteção, prevenindo, assim, a formação de manchas e queimaduras, já que a pele pode
ficar mais sensível à luz solar. Deve-se utilizar hidratante para evitar o ressecamento e o uso de perfume não
é recomendado.
8. Alterações sexuais
A quimioterapia pode causar alterações hormonais, tanto em homens quanto em mulheres, modificando
temporariamente o desempenho sexual e reprodutivo.
Nas mulheres
A alterações hormonais podem levar a mudanças no ciclo menstrual, podendo haver alteração na quantidade
de sangramento, e até suspensão da menstruação (amenorréia). Outro sintoma possível é o ressecamento da
vagina. Caso haja desconforto, pode- se utilizar gel lubrificante solúvel em água durante as relações sexuais.
O médico deve ser avisado caso haja dor, prurido vaginal ou sangramento.
Durante o período de tratamento, deve-se evitar a gravidez, para evitar efeitos dos medicamentos sobre o
feto. é aconselhável conversar com o médico sobre o método anticonceptivo mais adequado para seu caso.
Nos homens
As alterações hormonais trazem menos sintomas físicos que nas mulheres. Devido à possibilidade de
esterilidade, os homens podem se submeter a coleta de esperma para o congelamento de sêmen, caso seja
jovem e planeje ter filhos. Esse procedimento é realizado antes do início do tratamento quimioterápico e está
indicado somente para alguns tipos de quimioterapia.
9. Alterações nas células do sangue
As células da medula óssea, responsáveis pela produção das células sanguíneas, também podem ser afetadas
pelos agentes quimioterápicos, causando uma redução na quantidade de glóbulos vermelhos (anemia),
glóbulos brancos (leucopenia) e/ou plaquetas (plaquetopenia)
Leucopenia: A redução dos glóbulos brancos (leucócitos) no sangue deixam a pessoa mais propensa a
infecções, portanto, caso apresente febre durante o tratamento, seu médico deve ser logo avisado, pois pode
ser um sinal de infecção, necessitando ser imediatamente tratada. Em alguns casos, existe medicação
específica que faz recuperar as células de defesa.
Anemia: A anemia é a redução dos glóbulos vermelhos (hemácias) no sangue, e caracteriza-se por palidez,
maior fraqueza e indisposição cansaço, palpitação durante esforços. Em alguns casos, é necessária a
transfusão de sangue para resolver esse problema. Também pode-se utilizar um medicamento específico para
prevenir anemia, segundo indicação médica.
Plaquetopenia: A redução das plaquetas pode levar a pequenos sangramentos espontâneos, além de
hemorragias em casos de acidentes. O tratamento para esse sintoma é a transfusão de concentrados de
plaquetas, quando sua contagem está muito baixa.
10. Efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso
A quimioterapia também pode causar algumas alterações neurológicas, em geral transitórias, devido aos
efeitos sobre as células nervosas. Em geral os sintomas são leves, exigindo somente maior atenção na
realização de determinadas tarefas do cotidiano. São eles: formigamento ou adormecimento das
extremidades, sensação de queimação, zumbido nos ouvidos, entre outros.
O médico sempre deve ser informado desses sintomas e, a depender da intensidade, o tratamento poderá ser
modificado.
11. Alterações emocionais
Ao receber o diagnóstico do câncer, ou mesmo durante o tratamento, podem surgir algumas reações
emocionais, decorrentes da dificuldade de adaptação a essa nova situação existencial. O paciente pode ficar
mais irritado, impaciente, deprimido, com choro fácil, sentimentos em geral passageiros, mas que podem
persistir por um tempo mais prolongado, chegando a dificultar suas atividades cotidianas. Nesses casos, é
aconselhável que o paciente tenha um acompanhamento psicoterápico, a fim de que encontre a melhor
maneira de lidar com as questões envolvidas no processo de adoecimento, conseguindo, assim, minimizar seu
sofrimento e encontrar a melhor forma de garantir uma boa qualidade de vida. A Onco-Hematos dispõe de
profissional de psicologia responsável por esses acompanhamentos.
Recomendações gerais importantes para o seu bem-estar durante o tratamento
Ter uma alimentação saudável, equilibrada, dando preferência a alimentos frescos e bem cozidos, com
pouca gordura
Manter-se sempre bem hidratado
Descansar sempre que preciso, respeitando seus próprios limites
Evitar lugares com multidão, sobretudo se forem fechados
Evitar contato com pessoas com alguma doença infecto-contagiosa
Evitar bebidas alcoólicas
Realizar boa higiene pessoal
Evitar o uso de lâminas de barbear e alicate de cutícula, a fim de prevenir machucados na pele
Não há contra-indicação para atividade física, desde que haja disposição para tal
Pode manter atividades sexuais normalmente
Tentar manter ocupação e atividades habituais, caso se sinta bem
Qualquer medicação só deve ser tomada com consentimento do médico, mesmo que homeopática, natural
ou alternativa
Não faltar às sessões de quimioterapia
No dia da quimioterapia
Vir às sessões sempre acompanhado, ou pelo menos alguém vir buscá-lo após o término
Fazer refeição leve antes de sair de casa
Evitar compromissos inadiáveis no dia da quimioterapia e alguns dias após
Beber bastante líquido antes, durante e após aplicação
Descansar, dormir após a aplicação
Em casos dos sintomas abaixo, entre em contato com seu médico
Dor intensa
Lesão nos lábios e boca
Dificuldade para engolir
Aparecimento de hematomas, discretos pontos vermelhos ou qualquer sinal de sangramento
Vômito
Diarréia, mais de três episódios em 24h
Prisão de ventre por mais de dois dias, ou que causa incômodo
Febre com temperatura ≥ 37,8°C
Lembre-se: toda a equipe Onco-Hematos está disponível para ajudá-lo no que necessitar. Em caso
de qualquer dúvida, procure seu médico, ou qualquer membro da equipe. Nunca deixe uma dúvida
sem ser esclarecida.
Unidade Particular/Convênios - Rua Itabaiana, 945, São José. Aracaju - SE
Tels.: (79) 2105-9900 / 2105-9905 / 2105-9910
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Unidade Itabaiana - Av 13 de Junho, 695 - 3º Andar. Centro - Anexo Clínica Semedi
Tels.: (79) 3431-5530 / 3431-2410
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