PADRE MARIANO PINHO Sacerdote em oferta Com Jesus Eucaristia Se é verdade que o contacto com a Beata Alexandrina, “vítima da Eucaristia”, como o próprio P. Mariano Pinho escreveu como título de um dos livros sobre a sua dirigida e devota, deve ter suscitado nele um maior amor à Eucaristia, uma maior oferta com Jesus Eucaristia, uma melhor e mais cuidada celebração da Eucaristia, mais tempo e mais qualidade das suas adorações eucarísticas, etc., também não é menos verdade que Mariano Pinho, desde o começo da sua formação na Companhia de Jesus até à sua ordenação e vivência do sacerdócio, viveu sempre com encanto o amor à Eucaristia. Não foi ele o grande apóstolo que fundou a “Cruzada Eucarística” como Movimento, como secção juvenil do Apostolado da Oração? E não fundou ele a revista “Cruzada”, que ainda se publica hoje, com cerca de 80 mil assinantes e que chega a 52 países? Foi do seu coração sacerdotal, coração verdadeiramente eucarístico, apaixonado pela Eucaristia que brotaram muitas obras, muitos sermões, muitos artigos, muita orientação espiritual em que as pessoas eram ajudadas a centrar na Eucaristia sua vida e seus corações. O Padre Mariano, que passou algum tempo da sua formação jesuítica em Paray le Monial, a cidade onde o Coração de Jesus apareceu a Santa Margarida Maria para lhe revelar as grandezas do seu amor, assimilou nesse lugar “sagrado”, recordando as aparições, rezando o conteúdo dos escritos da Santa e também os escritos e memórias de S. Cláudio de la Colombière, confessor e director espiritual de Margarida Maria, a religiosa do Mosteiro da Visitação, assimilou, dizíamos, a grande riqueza do amor do Coração Eucarístico de Jesus. Centrou na Eucaristia a sua vida, fez-se apóstolo do Sacramento do amor, intensificou as suas Horas Santas e a sua paixão por Jesus Eucaristia. A partir daí, quer na sua vida pessoal, quer no seu apostolado, a dimensão eucarística e a dimensão do Coração de Cristo tomaram uma maior envergadura e uma riqueza maior. Recolhia-se com frequência diante de Jesus Eucaristia. Falava deste sacramento com paixão. Celebrava-o com devoção e amor. E este fogo do seu coração de sacerdote ia ateando outros corações. Quem o ouvia não podia deixar de se encantar e apaixonar pela Eucaristia e pelo Coração de Jesus. O Padre Mariano tinha consciência de que o sacerdote tem como missão principal a Eucaristia, quer seja a celebração, quer seja a comunhão, quer seja a presença eucarística em sacrário. Três pólos do mesmo amor, da mesma realidade sacramental. Três pétalas do mesmo amor-perfeito. E o P. Mariano viveu-as intensamente. E não lhe faltou também a consciência de que, como sacerdote, nasceu numa Eucaristia, pela acção do Espírito Santo e pela imposição das mãos do bispo ordenante. E nasceu na Eucaristia para viver para Ela, para A amar, para A louvar, para se oferecer n’Ela cada dia, para reparar os pecados contra a divina Eucaristia, para Lhe fazer companhia e adoração em sacrário. Por isso, viam-no muitas vezes na Capela da Casa a adorar, a reparar, a centrar o seu coração de padre na divina Eucaristia. Era o seu tesouro, o seu encanto, a sua pérola preciosa. Desse tesouro falava com encanto e fogo, com paixão interior. Em tempos de Congresso Eucarístico vivido na Irlanda, com o tema “Eucaristia: comunhão com Cristo e uns com os outros”, não podemos deixar de pensar na Beata Alexandrina e no seu dedicado e fiel director espiritual. Ele a ajudava a descobrir caminhos eucarísticos, a discernir os pedidos de Jesus acerca da Eucaristia, a viver mais intensamente a sua vida centrada na Eucaristia. Mas os pedidos de Jesus a Alexandrina, a graça concedida de viver quase 14 anos sem comer nem beber, só alimentada pela sagrada comunhão, não deixaram de ajudar o Padre Mariano a ser ainda mais eucarístico, a ter um coração sacerdotal mais centrado no Sacramento por excelência, a divina Eucaristia. Iam-se ajudando um ao outro, vivendo os dois um caminho de amor eucarístico, centrando na Eucaristia a sua oração, as suas vidas, os seus corações, as suas almas. Precisamos todos – bispos, sacerdotes, consagrados, leigos, qualquer que seja a nossa idade, a nossa cultura, o nosso ministério, a nossa missão – de centrar na Eucaristia a nossa vida. Homens e mulheres eucarísticos. Homens e mulheres que arranjam tempo para estar com Jesus no sacrário, em adoração e em reparação. Homens e mulheres que preparam bem a Eucaristia e não resistem a dar-lhe mais tempo de acção de graças. Homens e mulheres que percebem que a comunhão é o maior momento do dia, pois é a intimidade com Jesus vivida até ao extremo. Homens e mulheres que aprendem com a Beata Alexandrina a ir pelos desertos, sobretudo a ir em pensamento, em visita espiritual junto dos sacrários onde Jesus está mais só e mais abandonado. Homens e mulheres que anseiam por se prepararem bem para comungar, pois sabem que recebem Deus em seu coração, recebem Jesus Eucaristia. Homens e mulheres que não desistem de ajudar outros a amar a Eucaristia e a centrar n’Ela as suas vidas. Homens e mulheres que, em suas casas, em seus trabalhos, na escola ou na universidade, na fábrica ou no campo, nos momentos de lazer, descobrem modos de centrar o seu coração e o seu pensamento em Jesus Eucaristia e fazem d’Ele o Tudo das suas vidas. Homens e mulheres que sofrem por Jesus ser ultrajado, insultado na Eucaristia, por haver roubos, profanações, sacrilégios, blasfémias contra a Eucaristia, por haver missas mal celebradas e comunhões mal feitas.