BATISMO POR ASPERSÃO
E
BATISMO DE CRIANÇAS
W. G. SWIFT
IMPRENSA METODISTA
PREFÁCIO
Depois de haver estudado a Bíblia e os escritos de homens eruditos por mais de quarenta e
cinco anos sobre o assunto contido neste livreto, tempo esse em que fiz uma excursão pelas terras
da Bíblia, estou completa e claramente convencido de que o derramamento ou aspersão de água
sobre uma pessoa em o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é o modo próprio de batismo,
uma vez que derramamento e aspersão provêm da mesma palavra grega. Para reforçar essa opinião
vou apresentar algumas afirmações de alguns dos mais eruditos mestres do grego. A primeira é do
Léxico Grego e Inglês, de Robinson, considerado um dos melhores sobre o Novo Testamento. Diz
ele: “Nas primeiras versões latinas do Novo Testamento, como, por exemplo, a Itala, que Agostinho
considerava como a melhor de todas e que remonta aparentemente ao segundo século e ao uso
ligado com a era apostólica, o verbo grego baptizo é apresentado uniformemente na forma latina
baptizo, e nunca é traduzido por immergo ou por qualquer outra forma semelhante; demonstrando
com isso que havia alguma coisa no rito do batismo com que a última não correspondia. As fontes
batismais que ainda se encontram entre as ruínas das igrejas gregas mais antigas na Palestina, como
em Técoa e Gofna, e que aparentemente remonta a tempos mui primitivos, não são suficientemente
grandes de modo a admitir o batismo por imersão de pessoas adultas; e òbviamente jamais foram
designadas para aquele uso.”
O Dr. Rice (em sua Polêmica com Campbell) diz: “Já examinei todas as passagens na
Bíblia e nos escritos apócrifos dos judeus, onde a palavra baptizo é usada em sentido literal, sem
referência à ordenança do batismo cristão, e a minha convicção clara é que não há um único
exemplo em que se possa provar signifique imergir; que todos os exemplos, exceto talvez um,
expressam a aplicação de água à pessoa ou coisa por derramamento ou aspersão.”
Extraí o seguinte do The Christian Standard, um dos principais jornais da Igreja Cristã,
datada de 13 de fevereiro de 1932: “Parece-me que a palavra sobre imersão nunca deve ser usada
em uma discussão sobre o batismo cristão. Eis a prova: Em primeiro lugar não é um termo bíblico;
nunca é usada na Versão Americana nem na Edição Revista.” Aqui, na própria fortaleza dos
imersionistas, entre os discípulos de Alexandre Campbell, é admitido o meu ponto de vista.
O Dr. Jacob Ditzler, um dos maiores mestres gregos dos dias modernos, diz enfaticamente
em seus escritos que não existe nenhuma palavra grega para imersão no Novo Testamento.
W. G. Swift.
MOTIVOS DESTES ARTIGOS
Escrevi uma série de artigos sobre “Por que Batizar por Aspersão e Batizar crianças”, e foi
tal o número de pedidos desses artigos, que resolvi pô-los em forma de folheto.
Enquanto alguns crêem que a imersão é a forma certa de batizar, a maioria dos protestantes
crê que a afusão é o modo ensinado na Bíblia.
Alguns que não concordam conosco quanto ao modo do batismo com água, perguntam-me
por que não discutimos mais este assunto, se é que temos qualquer base na Bíblia para a nossa
crença.
Nestes artigos procurarei responder a essa pergunta, atendendo assim a esse pedido. Uma
outra razão é que nossos pregadores raramente discutem o batismo de água, porque não crêem seja
essencial para salvação. Por isso a maioria dos nossos irmãos sabe muito pouco sobre qual seja a
nossa crença a esse respeito. Os membros de nossas igrejas estão ansiosos de conhecerem mais
sobre o que nós cremos e porque cremos assim. Estou certo de que nosso povo e outras pessoas que
são sinceras e honestas, apreciarão esta discussão franca. Pregadores de algumas igrejas dão a sua
opinião sobre o batismo quase todas as vezes que pregam, e outros ainda o fazem mui
freqüentemente. Por que não conceder aos demais o nosso privilégio de externar suas opiniões sobre
este assunto?
Quanto eu era rapaz fui batizado por aspersão, e fiquei inteiramente satisfeito. Depois de
ouvir muitas pregações que mandavam para o inferno (bad world) os que não eram imersos, fui
forçado a crer que eu estaria perdido se não mudasse minha opinião sobre o batismo. Ninguém pode
imaginar a tortura inútil que tive de suportar por muito tempo.
Resolvi deixar a Bíblia solucionar o assunto, e não o homem. Fiquei convencido, pelo estudo
do Velho Testamento, a única Bíblia que os profetas, Jesus e os apóstolos possuíam, que no Velho
quer no Novo Testamento, que a imersão não simbolizava o que Deus e o Filho do Homem
pretendiam.
A palavra “imergir” ou “imersão” não se encontra na Tradução do rei Tiago, do Bíblia,
considerada pelas maiores autoridades inglesas como a maior tradução que já foi dada ao mundo.
POR QUE HÁ CONFUSÃO SOBRE O BATISMO COM ÁGUA
Há milhares de pessoas em nossas igrejas que se sentem confusas a respeito do modo do
batismo. Muitas pessoas se têm filiado às igrejas imersionistas simplesmente porque não
compreenderam o significado pleno do batismo com água. Posso perceber desde logo como se fica
confuso a respeito desta questão. Eu mesmo fui torturado por ela. Toda explicação que ouvia sobre o
assunto provinha das igrejas que batizam por imersão. “Desceram à água”, Jesus “batizado no rio
Jordão”, “sepultados com Cristo”, “muito águas”, e outras expressões tais parecem significar
imersão para aqueles que não estudam a Bíblia em sua verdadeira luz e significado. Eu era novato
no conhecimento da Bíblia e por isso me sentia mui confuso. Não sabia que o batismo tinha sido
administrado 1500 anos por aspersão e derramamento antes de nascer João Batista. Não sabia que
havia outra Bíblia até o ano 100 A. D., exceto a velha Bíblia chamada Escrituras. Não compreendia
que “a lei e os profetas” requeriam aspersão e derramamento como batismo e que a água usada
nessas cerimônias tinha que ser pura e de ribeiros de água corrente. Não sabia que um sacerdote
devia ter trinta anos de idade antes de sua dedicação para o sacerdócio. Não sabia que o lugar em
que o Eunuco foi batizado era deserto, e naquele lugar não havia rio. Não sabia que “sepultado com
Cristo” significa sepultado com Ele “na morte” e não na água. Não sabia que “no Jordão” tinha o
mesmo significado que “na Galiléia”, “em Samaria”, e que “na água” significava a mesma coisa que
“na montanha” e “numa figueira”. Jesus subiu em “um monte” e Zaqueu “trepou em uma figueira”;
e sabemos que Jesus não ficou no pó e nem Zaqueu na casca da árvore. Eu não sabia que “muitas
águas” em grego significavam “muitas fontes”. Mas depois do estudo da Bíblia, feito mui
circunstanciadamente por mais de 45 anos, tudo se esclareceu.
POR QUE A MAIORIA DOS PROTESTANTES DIFERE QUANTO AO MODO DO
BATISMO, DE ALGUNS QUE PRATICAM A IMERSÃO
Os que praticam a imersão crêem que representa o sepultamento e ressurreição de Cristo. Eu
creio que o batismo com água representa o batismo do Espírito Santo e que este foi efetuado por
aspersão.
“O Espírito Santo desceu sobre eles, como no princípio descera sobre nós. Lembrei-me da
palavra do Senhor, como disse: João na verdade batizou com água, mas vós sereis batizados com o
Espírito Santo” (Atos 11:15-16). Pedro, neste passo, lembra-se que o batismo de João foi por
aspersão, porque em Jerusalém o batismo de Espírito Santo foi por aspersão. Como podia “com
água” significar imersão se “com o Espírito Santo” significa aspersão? Atos 1:5, “O Espírito Santo
veio sobre vós”. Isaías 32:15, “Até que sobre nós se derrame o Espírito lá do alto”.
O modo de os judeus se purificarem era por derramamento e aspersão. Ambos significavam
pureza. Eram tão comuns que a Bíblia menciona derramamento e aspersão mais de 200 vezes. Os
judeus aspergiam as pessoas e os vasos. (Vd. Hebreus 9:19-21), e isto era símbolo da purificação do
Espírito Santo. No casamento em Caná da Galiléia, quando Jesus realizou o seu primeiro milagre,
lemos em João 2:6: “Ora estavam ali colocadas seis talhas de pedra, que os judeus usavam nas
purificações”.
Na Bíblia não lemos a respeito de roupas de borracha, nem de batistérios, nem de pessoas
que eram levadas aos rios e arroio como hoje se costuma fazer. São invenções modernas e não
pertencem aos dias apostólicos.
Se a imersão fosse o único modo de batismo, muitas pessoas nas regiões geladas do norte, e
nos desertos como o Saara, onde não se poderia obter água suficiente, não poderiam ser batizadas, e
Deus teria ordenado uma impossibilidade.
ÊNFASE ERRADA SOBRE O BATISMO COM ÁGUA
Embora o batismo seja uma ordenança sagrada e represente a coisa mais santa da igreja – o
Espírito Santo – contudo muitas pessoas lhe dão ênfase errada e de tal modo o fazem que por pouco
não o tornam um ídolo.
Tem-se a impressão que muitos dão mais ênfase à ordenança exterior do Espírito Santo.
Muitas pessoas faziam isto nos dias de Paulo e dos apóstolos. Lede cuidadosamente as epístolas de
Paulo e vereis que uma das dificuldades de seu ministério era impedir que os judeus convertidos
dessem excessiva ênfase a ordenanças exteriores tais como a circuncisão, as lavagens, os batismos,
etc. “Porque Cristo não me enviou a batizar mas a pregar o evangelho.” “Deus não permita que eu
me glorie senão na cruz.”
Exceção feita de uma simples referencia ao batismo, Jesus nunca pregou um sermão sobre
esse assunto, nem Paulo, nem os apóstolos. Jesus jamais batizou alguém, nem podemos apelar para
um versículo da Bíblia e demonstrar por ele que um dos doze apóstolos ou dos oito escritores do
Novo Testamento, exceto Paulo, fosse batizado de qualquer modo, ou tivesse batizado qualquer
candidato. Inferimos de certas passagens da Escritura que batizaram alguns, mas prova-lo
cabalmente é outra coisa. Onde Mateus, Marcos, Lucas, João, Pedro, Tiago e Judas foram batizados,
e onde a Bíblia diz positivamente que batizaram alguém? Onde foram batizados os doze apóstolos?
Quem os batizou? Por que Jesus não batizou os doze ou não permitiu que o fizessem?
O BATISMO COM ÁGUA, UM SINAL DA REALIDADE ESPIRITUAL
Há dois sacramentos ordenados por Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor. Estes “não são
apenas distintivos ou sinais de profissão dos cristãos, mas antes são sinais certos de graça”. O
batismo é “um sinal da regeneração ou novo nascimento”. Na Ceia do Senhor o pão é o sinal do
corpo quebrado de Cristo, enquanto que o vinho é um sinal do seu sangue derramado.
A oferta de Abel foi aceitável porque ele ofereceu um cordeiro com seu sangue derramado,
um tipo de Cristo, o Cordeiro de Deus, o que Caim não fez. Este tipo teve a sua origem cabal no
Egito quando os israelitas instituíram o cordeiro pascoal ou Páscoa. Depois de haverem matado o
cordeiro e colhido o sangue tomavam o hissopo e, mergulhando-o no sangue, esparziam as
ombreiras da casa em que deveriam comer o cordeiro. Esse cordeiro pascoal tipificava a morte de
Cristo e o seu sangue derramado. Assim como o cordeiro era um tipo de Cristo, assim também o
batismo da água é um tipo de batismo de Espírito Santo.
Lemos em Isaías 44:3: “Derramarei água sobre o sedento”, etc. “Derramarei o meu espírito
sobre a sua semente”, etc. Mateus 3:11 cita João Batista: “Eu na verdade vos batizo com água”. “Ele
vos batizará com o Espírito Santo”. Qual era o sinal? A água derramada. Qual era a realidade ou
substancia? “O Espírito Santo derramado”. João disse: “Pra que Ele seja manifestado a Israel, é que
eu vim batizar com água”. Manifestado como? Pelos tipos familiares aos israelitas. Como deveria
ser aplicado o sangue de Cristo? Pedro diz
(1 Pedro 1:2) “...a aspersão do sangue de Jesus
Cristo”. Isaías diz: “Ele borrifará muitas nações”. Isto designava o seu sangue. Qual era o sinal ou
tipo? Aspergindo ou batizando com água. Em I João 5:8 lemos: “Há três que dão testemunho na
terra, o Espírito, a água e o sangue: e estes três concordam”. Concordam em ensinar a lição da
purificação. A água é o símbolo e o Espírito e o sangue, a realidade.
ESCLARECIDO O MODO DE BATISMO
Chamo a vossa atenção para um quadro e para alguns trechos das Escrituras que nele se
encontram. Muitos anos antes de Cristo vir à terra, disse o profeta Joel (Joel 2:28): “E acontecerá
depois que derramarei o meu espírito sobre toda a carne”. Isto, devem admiti-lo todos os estudantes
honestos da Bíblia, se refere ao dia de Petencostes (vd. o quadro). Notai a palavra “derramado”.
Atos 10:44 –
“Caiu.”
Pentecoste
Joel 2:28 –
“Derramar.”
Atos 10:45 “Derramado.”
Atos 1:5 –
“Com o
Espírito Santo”
Atos 1:5 –
“Com água.”
Todas as passagens da Escritura, neste quadro,
apontam para o Petencostes quando o Espírito Santo
foi “derramado”. Duas das afirmações são do Senhor
e a outra é de Pedro referindo-se ao que o Senhor havia dito.
Quando Cristo estava na terra, disse aos seus discípulos (Atos 1:5): “Pois João, na verdade,
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias”. Que
estudioso da Bíblia haveria de negar que esta afirmação de Jesus se refere ao dia de Petencostes, e a
Joel 2:28 “derramarei”? Ambas as afirmações são de Senhor, e se referem à mesma coisa (vd. O
quadro). Depois que Cristo foi para a glória, Pedro foi para a Cesaréia a fim de pregar, após o que
encontrou alguns dos discípulos e estava lhes contando o que pregava (vd. Atos 10:34-44). Também
Atos 10:44, 45: “Enquanto Pedro ainda falava estas coisas, desceu Espírito Santo sobre todos os que
ouviam a palavra. Admiraram todos os crentes que eram de circuncisão (judeus), quantos vieram
com Pedro, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo”. Agora lede
cuidadosamente Atos 11:1 a 16. Parece que Pedro jamais compreendera o que Jesus queria dizer em
Atos 1:5, até que testemunhou o poder do Espírito Santo em Cesaréia oito anos depois do dia de
Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre o povo. Agora lede cuidadosamente Atos 11:16:
“Lembrei-me da palavra do Senhor, como disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo”. Se qualquer dos leitores não puder perceber que a conexão aqui
existente, isto é, com água, com o Espírito Santo, derramarei, e desceu sobre eles, são a mesma
coisa e que o batismo de João não poderia ser imersão, então o escritor destas linhas não sabe como
ajudá-lo a percebê-la.
AS TRADIÇÕES BÍBLICAS, OS COSTUMES JUDEUS
E OS
BATISMOS ANTES DE CRISTO
Tendo estudado por muitos anos as tradições bíblicas e tendo feito uma viagem pelas terras
bíblicas, posso referir cerca de quarenta tradições e costumes da Palestina que estavam em uso antes
de Cristo, e muitos deles ainda em uso, os quais eu observei quando atravessava aquela região, tais
como duas mulheres moendo num moinho, aração feita com arado de um só cabo, homens
saudando-se mutuamente com ósculo santo, transporte de água e leite em odores de couro,
cambistas, etc. Se tais costumes ainda são vistos hoje em dia como o eram nos dias de Cristo e antes
desse tempo, por que o batismo de água seria indicado por derramamento e aspersão, se fora à
imersão o modo daquela época? O quadro que vedes impresso na capa é reprodução dos mais
antigos existentes. As pinturas ou desenhos dos cristãos primitivos encontravam-se nas catacumbas
de Roma, uma das quais eu mesmo atravessei com uma candeia acesa. A que eu atravessei
completamente tinha oito acres de túneis subterrâneos. Muitos cristãos primitivos viveram e foram
enterrados sob o solo durante aqueles dias terríveis de perseguições, nos primeiros três séculos. Três
dessas pinturas, feitas logo depois dos últimos dias dos apóstolos, foram descobertas quando foram
desobstruídas as cavernas do subterrâneo. João ainda era vivo quando foi feita a primeira. Nas
primeiras duas, feitas pelos cristãos primitivos, vê-se o que mistura o batismo de pé, em terra seca,
derramando água sobre a cabeça do batizando. Na outra, vê-se o batizador de pé com água até junto
dos seus tornozelos, derramando água sobre a cabeça do batizando, como nas duas primeiras cenas.
O quadro que acompanha estes artigos é um dos dois mais antigos encontrados nas catacumbas. Em
um dos primeiros e também no último desses quadros, vê-se a pomba celestial descendo sobre a sua
cabeça. João 1 :32.
Foram tais descobertas na Palestina que levaram o Dr. Whitsit, por muito tempo professor no
Seminário Batista de Lousville, Kentucky, a renunciar à imersão como o verdadeiro modo de
batismo.
Fairfield, um outro batista eminente, fez a mesma coisa. Ambos escreveram livros sobre esse
assunto.
Durante a viagem pela Palestina vi este quadro pendente de algumas das igrejas. E cheguei
mesmo a vê-lo pendurado no viaduto de uma estrada. Na igreja de São Paulo, em Valleta, Capital da
ilha de Malta, vi uma estátua de Paulo e Públio, em tamanho natural, logo no interior da porta da
igreja. Paulo estava batizando Públio, derramando água na cabeça. O quadro do batismo de Cristo
estava dependurado nos fundos da mesma igreja. Trouxe comigo das margens do rio Jordão para
casa, uma pedra em que este quadro estava reproduzido. Em todas as terras da Bíblia por onde
andei, não vi um só quadro que indicasse imersão.
Deus mandou Moisés que esparzisse água como símbolo da purificação e por toda a era
profética os profetas ensinaram e praticaram a aspersão e o derramamento como ritos religiosos.
O QUE REQUERIA A LEI JUDAICA
Visto que João Batista batizou a Cristo, examinemos a lei mosaica sob a qual Ele viveu para
que viesse a cumpri-la. Que exigia a lei? Exigia a circuncisão (vd. Gên. 17:12, Lev. 12:3) Cristo foi
circuncidado com oito dias de idade, conforme a lei (vd. Luc. 2:21). Exigia a apresentação da
criança no templo. Ele foi apresentado (vd. Luc. 2:22). Exigia o tornar-se sujeito a à lei aos doze
anos de idade. Eis porque ele se encontrava no templo, com seus pais, aos doze anos (vd. Luc. 2:42).
Exigia que os sacerdotes fossem dedicados desde os trinta anos de idade para cima (vd. Núm. 4:47;
Núm. 8:8 e Luc. 3:23).
Cristo era sacerdote. Lede Hebreus 3:1: “Considerai atentamente o apóstolo e o sumosacerdote de nossa confissão,Jesus.” “Cristo não se glorificou a si mesmo para se tornar sumosacerdote.” “És sacerdote eternamente conforme a ordem de Melquisedeque.” Jesus disse quando foi
a João, para ser dedicado: “Deixa por agora, pois nos convém cumprir toda justiça”.
João Batista havia sido instruído na lei e ele próprio a conhecia. Sabia que um sacerdote
nunca era imergido. Ele dedicou Jesus para a sua obra sacerdotal. Como fez isso? Por
derramamento, conforme a lei. Quando Jesus foi a João para ser batizado, este último hesitou, mas
Jesus insistiu sobre as exigências da lei. Que exigências eram essas? Os sacerdotes deveriam ter
trinta anos de idade quando dedicados para aquele ofício
(vd. Núm. 4:47). Como se fazia
isso? Aspergindo ou derramando água. Quando Jesus purificou o templo e os judeus perguntaram
com que autoridade fazia isso, referiu-se ele ao seu batismo por João, Revestindo-o da autoridade de
um sacerdote para ministrar as coisas do templo.
Constituía violação da lei se qualquer pessoa assumisse o ofício e deveres de sumo-sacerdote
sem que primeiro fosse dedicado. Jesus jamais pregou um sermão, jamais escolheu seus discípulos,
jamais pronunciou uma parábola, jamais curou um doente nem fez qualquer outra coisa semelhante
antes de ser dedicado, porque Ele respeitava a lei rigorosamente, a lei do Velho Testamento, a lei
mosaica. Jesus disse aos seus discípulos obsecados: “Devem-se cumprir todas as coisas que estão
escritas na lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos, a meu respeito”. Como alguém poderá
redargüir que Cristo foi imergido, quando não havia lei para isso, está muito além da pobre
imaginação deste escritor.
DE QUE MODO DEUS BATIZOU O POVO
Determinamo-nos um momento e vejamos como Deus batizou o povo. Cristo batizou por
derramamento porque a Bíblia diz: “Ele vos batizará com o Espírito Santo”. Sabemos que isto se
deu (no dia de Pentecostes) por derramamento (vd. Joel 2:28 e
Atos 2:17). Antes de Cristo
nascer Deus batizou os israelitas. Lede cuidadosamente a seguinte passagem: “Não quero, irmãos,
que ignoreis que nossos pais todos estiveram debaixo da nuvem e todos passaram pelo mar, e todos
em Moisés foram batizados na nuvem e no mar” (I Cor. 10:1, 2). Qual é a diferença entre “no mar” e
“no rio Jordão”? Quem pode explicar a diferença? Eles estiveram “no mar” e “foram batizados” pelo
Senhor. Como se deu isso? Se o batismo significa imersão, então Deus imergiu os israelitas.
Vejamos os fatos. Invoquemos Davi por testemunha. Eis o que ele diz a respeito deste batismo:
“Viram-te as águas ó Deus, viram-te as águas... As nuvens derramaram águas” (desfizeram-se em
água – Almeida). Este batismo, embora “no mar”, foi realizado “em terra enxuta”. Lede Êx. 14:29:
“Porém os filhos de Israel caminharam a pé enxuto no meio do mar”. Eles estiveram “no mar” e na
“terra enxuta” e “as nuvens derramaram água”. A palavra de Deus chama a isso “batismo”, pois diz
“e todos passaram pelo mar e foram batizados”. Não nos ensina a razão, neste passo, que Deus
batizou por derramamento? Não poderá entender isso uma criança de doze anos? Não façais um
deus do vosso preconceito. Sede coerente com o vosso próprio bom senso. Permiti que a verdade
realize a sua obra perfeita. Os israelitas estiveram “debaixo da nuvem” (I Cor. 10:2) e “as nuvens
derramaram água”. Ora, os egípcios que o seguiram foram imersos e morreram devido aos efeitos
dessa imersão. Nossos amigos imersionistas não falam muito a respeito deste batismo e de alguns
outros, tal como o de Paulo “levantando-se foi batizado”, etc. mas recorrem a “na terra de Enom – a
terra de muitas águas” – e “no rio Jordão”. Por que não experimentam inferir imersão de “no mar”,
“na terra enxuta” onde “as nuvens derramaram água” sobre os israelitas, o que foi pelo próprio
Deus?
JOÃO BATISTA BATIZAVA POR DERRAMAMENTO
E
ASPERSÃO
A razão por que João Batista ou João “o purificador” batizava por aspersão e por
derramamento é que era a lei dada por Deus, e a única a cujo respeito ele conhecia alguma coisa. Ele
jamais ouvira de imersão. Todas as purificações e cerimônias eram feitas por afusão. Se Naamã se
mergulhou no Jordão, desobedeceu à lei. Adam Clark, um dos maiores conhecedores do Grego, do
mundo, diz que a palavra grega que é dada por mergulhar é traduzida por lavar, e que espargir e
purificar são preferidas pelas maiores autoridades modernas. A única desculpa para Naamã
mergulhar-se era, quiçá, a sua ignorância da lei. O mandamento foi para levar-se. Ver II Reis 5: 10:
“Vai e lava-te sete vezes no rio Jordão”. No versículo 14 diz que ele “mergulhou-se sete vezes”. Eis
o que diz a lei de Deus acerca da lepra, Levíticos 14: 7: “Aspergirá sete vezes sobre aquele que se há
de purificar da lepra, e declará-lo-á limpo”. O salmista Davi diz: “Purifica-me com hissopo, e ficarei
puro: lava-me e ficarei mais alvo do que a neve” (Salmo 51:7). Como se fazia isso? Qual era a lei?
Núm. 19:18, 19: “E um homem limpo tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre
aquela tenda, e sobre todo o fato, e sobre as almas que ali estiverem: como também aquele que tocar
os ossos, ou a algum que foi morto, ou que faleceu, ou uma sepultura. E o limpo ao terceiro e sétimo
dia espargirá sobre o imundo”. Em Núm. 19:13 lemos: “... porque a água da separação não espargida
sobre ele, imundo será”.
Moisés espargia com água para limpar, purificar,santificar, etc. As palavras purgar, limpar,
lavar e santificar são usadas interpoladamente na Bíblia, com a significação de batismo. A tradução
escriturística da palavra batizar em um sentido literal significa limpar, cerimonialmente com água.
Os escritores dos evangelhos entenderam as palavras “batizar” e “purificar” como tendo o mesmo
significado. A lei judaica requeria a aspersão para a purificação. Os escritores do Novo Testamento
chamam a aspersão judaica: batismo. João Batista, que era judeu, entendeu os costumes judeus da
purificação da impureza física.
Filo, que vivia naquela ocasião, diz: “Era costume os judeus se espargirem com água do rio”.
JOÃO BATISTA BATIZANDO NO RIO JORDÃO
João era um sacerdote regular da mesma tribo de Levi, Moisés e Arão. Seu predecessor
Moisés batizara uma grande multidão: “E depois de Moisés haver dado todos os preceitos a todo o
povo conforme a lei... espargiu o livro e todo o povo”. Lede a este respeito I Cor. 10:1-2.
Agora lede Mateus 3:5-6: “Então9 iam ter com ele o povo de Jerusalém, e toda a Judéia, e de
toda a circunvizinhança do Jordão. E eram por ele batizados no rio Jordão”. Calcula-se que ele
esteve no deserto de nove a dezoito meses batizando esta grande multidão de um a seis milhões de
pessoas. Ele era o único batizador. Alguns dizem apenas seis meses, mas nós aceitamos o cálculo
maior. Se ele tivesse imergido 300 por dia durante dezoito meses teria havido apenas 162000
batizados e 5838000 seriam deixados por batizar. Ninguém poderia ter suportado o esforço físico de
batizar 300 diariamente durante dezoito meses a fim de chegar a esse número, 162000. pois teria
ficado paralítico ou teria morrido antes de haver batizado a metade daquele número.
O modo de João batizar aquela grande multidão fez com que muitos acreditassem ser ele o
Cristo porque o próprio livro da Lei e das profecias dizia que Cristo “borrifará muitas nações”
(Isaías 52:15). Chegaram mesmo a enviar judeus, sacerdotes e levitas de Jerusalém a fim de lhe
perguntarem se seria ele o Cristo. João 1:25: “Por que batizas então, se não és o Cristo?”
perguntaram. Ele respondeu: “Eu batizo com água”. Assim fez Moisés. Como? Tomou “lã escarlate
e hissopo e espargiu o livro e todo o povo”. Eis o mandamento de Deus a todos os sacerdotes, Núm.
8:7: “Asperge sobre eles a água da purificação”. E’ o que fez João “o purificador”, usando sem
duvida a cana de hissopo. Era mandamento usar aquela cana.
“No Jordão”
“N o Jordão” não tem significação especial. O Jordão é uma região. Tem três encostas.
Descendo-se por uma encosta no caminho de Jerusalém a Jericó, estaremos “no Jordão”, cerca de
meia milha ou mais das águas do rio Jordão. Eu desci uma outra encosta e ainda estava “no Jordão”.
“No rio Jordão” não significa mais que a primeira frase. Lavei minhas mãos “no Jordão” e no “Mar
Vermelho”, mas não fiquei sob a água. Jesus “assentou-se no mar” mas não debaixo d’água. O navio
estava no meio do mar mas não debaixo d’água. Eu moro no Tennessee mas não sob o pó. “Paulo
ficou de pé no meio da colina de Marte”, mas não debaixo daquela grande rocha. “João batizava no
deserto” mas não debaixo do solo. Jesus “ficou” no lugar “onde João batizava no princípio” (João
10:40) Morou Jesus debaixo da água?
O BATISMO DE JESUS NO JORDÃO
Jesus não foi para nosso exemplo, pois não solicitou o batismo antes de todos terem sido
batizados (vd. Luc. 3:21). E, além do mais, tinha trinta anos de idade quando se deu esse fato. Não
queria esperássemos até essa idade para sermos batizados. Então, por que Jesus foi batizado? Foi
dedicado ao seu oficio sacerdotal como Sumo Pontífice de Deus. Quando os sacerdotes judeus eram
consagrados aspergia-se água sobre as suas cabeças, e eram ungidos com óleo. João derramou ou
aspergiu água sobre a cabeça do Filho de Deus como sinal ou passo preliminar para a unção do
Espírito santo. Deus o ungiu com o espírito Santo. Cristo estava cumprindo a lei que se encontra em
Núm. 4:3: “desde a idade de trinta anos e daí para cima até à idade de cinqüenta anos, de todos os
que entram no serviço para executarem a obra na tenda da revelação”. Ver também I Crôn. 23:3.
Cristo veio “não para destruir a lei, mas para cumpri-la”, e por este motivo respondeu a João:
“Deixe por agora, porque nos convém cumprir toda a justiça” – toda a lei. Subordinou-se à lei que
requeria esperar até trinta anos de idade; por que não havia Ele de sujeitar-se à forma de dedicação
de um sacerdote, a qual era por aspersão ou derramamento de água sobre a cabeça? O propósito
principal de batismo de Cristo era o de ser dedicado ao9 seu oficio sacerdotal porque Ele era o
Sumo-sacerdote de Deus. Quase imediatamente entrou no templo e expulsou os que vendiam
mercadorias e quando lhe perguntaram a respeito de sua autoridade, referiu-se à dedicação por João,
o que lhe dava autoridade absoluta sob a lei. (vd. Mat. 21:25). Aceitavam a sua autoridade. Quem
ousaria dizer que Jesus fora imerso? Onde a autoridade para isso? Por que ficou Ele de pé no rio
Jordão para ser batizado por João? Vd. Josué 3:8: “Tu ordenarás aos sacerdotes que a arca da
aliança, dizendo: Quando chegardes à beira do rio Jordão, parareis aí”.
JESUS “SAIU LOGO DA ÁGUA”
A palavra “logo” (*) significa imediatamente e não verticalmente. E’ chocante ouvir algumas
pessoas usarem esta palavra no afã de provar que Cristo saiu verticalmente debaixo da água, ao
passo significa apenas que logo depois de terminarem a dedicação, desapareceu da cena.
Ele “saiu logo para fora da água”, após realizada a cerimônia. As duas palavrinhas “fora da”
em Mat. 3:16 são da palavra grega “Apo”, e todas as autoridades do grego que temos compulsado
traduzem “de” ou “fora de”. Os tradutores da Bíblia inglesa traduzem-na, trezentos e setenta e duas
ou trezentos e setenta e três vezes “de” em vez de “fora de”, em outras frases bíblicas. Alexandre
Campbell traduz esta palavra “de”, em vez de “fora de” em seu Novo Testamento. A União Bíblica
Americana, de convicção batista fez a mesma coisa. Os conhecedores do grego dizem que “fora de”
em Mat. 3:16 é tradução incorreta, e deveria ser “de”. O Dr. Carson, que foi um dos maiores
imersionistas destes últimos tempos, diz: - “A tradução própria de “Apo” é “de”. “Ele subiu da
água”. Ver Carson, sobre o Batismo, págs. 126-140.
“Muitas águas”
Os imersionistas fazem celeuma a respeito destas duas palavras (João 3:23). Enom é
uma terra de fontes. Podereis manusear qualquer dicionário bíblico que seja bom, e
descobrireis que a palavra Enom significa “fontes”, e a palavra “muitas” é de uma palavra
grega que tem esse sentido. Enom, uma terra de muitas fontes. A lei requeria que a água
para o batismo fosse retirada de água corrente. Enom preenchia facilmente as exigências
para que João batizasse. Se pedirdes a alguém indique o nome de um rio em Enom,
havereis de ver quão difícil tarefa é a sua.
(*) Em inglês “logo” é “straightway” – uma palavra composta em que o radical “straight” significa reto, direito, - ou então,
como advérbio, imediatamente, no tempo mais breve. Alguns imersionistas de língua inglesa dizem que Jesus saiu straigth up
(straigth=reto+up=para cima, - ou completamente, inteiramente) = verticalmente da água, isto é, saiu debaixo da água, de pé. – Nota
do tradutor.
DESCERAM À ÁGUA
Estudemos agora o batismo do Eunuco. E’ este um caso de batismo ao qual os imersionistas
dão muita ênfase. Entretanto é um dos casos mais claros de não imersão. Em primeiro lugar o
caminho por onde viajavam era um “deserto” (vd. Atos 8:26). Não há muita água num deserto e o
Eunuco ficou surpreendido por ver água (Atos 8:36). Em segundo lugar a crosta da terra é tal que
não há nenhum sinal de jamais ter havido um rio naquela região. Solicitai a qualquer autoridade
sobre o assunto que mencione o nome de um rio naquela parte da Palestina. Os viandantes que
passaram por esse caminho dir-vos-ão que, onde Filipe batizou o Eunuco há um veio de água que sai
do lado da montanha e que, em um buraco, há regularmente água bastante que dá para dessedentar
um cavalo.
Em terceiro lugar o Eunuco estava lendo no livro de Isaías, onde se diz: “Ele borrifará muitas
nações”. Ele estava lendo a respeito da aspersão, o modo pelo qual os judeus realizavam as
cerimônias exteriores. Naquele tempo não se praticava a imersão. A única que possuíam (a Velha
Bíblia) estava cheia de aspersão e derramamento, e nada mais era ensinado nem se sabia. O eunuco
havia estado em Jerusalém para adorar. Sem dúvida bem versado nas Escrituras. Filipe encontrou-o
e “subiu” na carruagem. Esta possuía degraus. Quando o Eunuco viu água detiveram-se e o original
grego diz: “Eles desceram para fora da carruagem para a água”. Os conhecedores do grego nos
dizem que a palavra grega eis, que aqui se traduz “into”, é traduzida “to” mais vezes do que “into”.
Se é traduzida “into” isso não quer dizer que signifique da água.
Ainda mais, se o inglês em Atos 8:38 é correto, nesta passagem “into” significa imersão.
Então Filipe e Eunuco, ambos, foram para debaixo da água, cabeça e orelhas inclusive, e Filipe
realizou a cerimônia debaixo d’água, e ninguém viu a sua realização. Lede cuidadosamente a
declaração: “Eles (plural) desceram ambos (pl.) para dentro d’água, Filipe e Eunuco (ambos)”.
SEPULTADOS COM CRISTO PELO BATISMO
Em Rom. 6:4 lemos: “Fomos, pois, sepultados com Cristo na morte pelo batismo”. E em
Col. 2:12 lemos ainda: “Sepultados com Ele no batismo”. Nestas passagens encontramos as
fortalezas (cidadelas) de nossos amigos imersionistas. Nenhuma dessas passagens contém uma gota
d’água sequer. È “sepultados na morte” e não na água. Ambas as passagens tem a mesma
significação. Em Col. 2:12, no mesmo versículo citado vemos que a alma é ressuscitada pela
“operação de Deus”. Não que nossos corpos sejam levantados para fora da água pela força física do
homem. Est5as passagens significam a obra profundíssima da graça – separação do pecado e
vivificado para Deus. Estas passagens são figuradas.Não tem mais sentido literal de ser mergulhado
na água do que outras passagens da escritura tais como “crucificados com Cristo”, significam que
devemos ser pregados a uma cruz literal de madeira ou que “ressurreição” e “ressuscitados dos
mortos” em Rom.6:4-5 significam uma ressurreição literal do corpo. Paulo diz: “Somos sepultados
com Cristo”, não que tenhamos sido sepultados na água. Para representar realmente seu
sepultamento, o corpo de candidato batizado teria de ser deixado sob a água três dias e três noites.
Há muita diferença entre ser sepultado com Cristo na morte pelo batismo e sepultados sob a
água por um pregador. O batismo de que Paulo está falando aqui é o mesmo de S. Lucas 12:50, que
é o batismo do sofrimento e morte. Jesus já havia sido batizado quando pronunciou aquelas palavras.
S. Paulo, em todos os seus escritos, usa a palavra batismo quinze vezes. O batismo judeu
uma vez, o batismo da morte três vezes, o batismo espiritual três vezes, o batismo pelos mortos duas
vezes, o batismo dos filhos de Israel em Moisés na nuvem uma vez, e o batismo com água cinco
vezes.
BATISMO NO DIA DE PENTECOSTES
Em um só dia, o dia de Pentecostes, três mil (3000) pessoas foram batizadas. Esta notável
reunião começou às nove horas da manhã e certamente as exclamações e o júbilo dos salvos não
cessaram antes do meio-dia. Se foram imersos desde o meio dia até às sete da noite, então foram
batizados sete por minuto. Não é razoável crer que naquela época do ano houvesse água em
Jerusalém, exceto nos tanques públicos, e quem poderia crer que os inimigos daquele movimento,
autoridades de Jerusalém, cedessem os tanques para serem contaminados? As multidões da cidade
tinham de usar aquela água para cozinhar e beber. Em Ez. 36:24-25a: “Pois vos tirarei dentre as
nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então espalharei água
pura sobre vós.” Conforme esta profecia, Deus reunia o seu povo de “todos os países” para a sua
própria terra. (vd. Atos 2:5). Lucas, que escreveu o livro de Atos, chama a isto batismo. O que Isaías
chama aspersão Jesus chama batismo. Jesus disse: “Porque na verdade João batizou com água mas
vós sereis batizados com o Espírito Santo”. Joel 2:28 disse: “Com o Espírito Santo” seria pelo
derramamento no dia de Pentecostes, e Pedro em Cesaréia disse “o Espírito Santo caiu sobre eles
como a princípio sobre nós”, o que foi feito por “derramamento”, disseram Joel e Pedro. (Vd. Joel
2:28 e Luc. 3:16).
A definição principal de Webster, a respeito da palavra “batismo” é “a aplicação da água ao
corpo como cerimônia religiosa”. Como aplicaríeis cataplasma ao corpo? Como aplicaríeis qualquer
coisa ao corpo? Como aplicaríeis água?
Henry Alford, um dos grandes conhecedores do grego, do mundo, diz: “Quase certamente
este primeiro batismo deveria ter sido administrado, como o foi o dos primeiros gentios convertidos,
por aspersão – não por imersão de três mil pessoas, em uma cidade tão esparsamente abastecida de
água, como Jerusalém, é tão inconcebível como uma profissão além dos muros até Cedron ou Siloé,
para esse propósito”.
O BATISMO DO CARCEREIRO
Paulo e Silas foram a Filipos, uma cidade pagã, para pregarem a Cristo. Esta nova doutrina
produziu grande tumulto. Foram presos e condenados. “E depois de os haverem açoitado muito,
lançaram-nos na prisão ordenando ao carcereiro para guardá-los com segurança: o qual, tendo
recebido tal ordem, lançou-os na prisão interior, e prendeu os seus pés a um cepo”. Notemos
cuidadosamente aqui que eles foram lançados no “cárcere interior”. Era um cárcere romano e o
carcereiro morava dentro de suas paredes. As prisões romanas não possuíam banheiros nem tanques
de água. Onde há, em nossa civilização moderna, prisões com tanques de banho para os presos?
Muito menos supomos que então tivessem tal coisa. À meia-noite Paulo e Silas oravam e um
terremoto sacudiu as portas da prisão e abriu-as. Era a morte para um carcereiro romano se um
prisioneiro escapasse. O carcereiro vendo abertas as portas da prisão, sacou de sua espada para se
suicidar, pois sabia que morreria se os prisioneiros saíssem e fugissem. Paulo vendo o carcereiro
prestes a se suicidar “clamou com grande voz”: “não te faça nenhum mal: todos nós estamos aqui”.
Nenhum escapou. Então o carcereiro “pediu luz e se lançou para dentro, e tremendo caiu diante de
Paulo e Silas e tirou-os para fora”. Tirou-os para fora de onde? Da “prisão interior” onde os havia
colocado. Fora da prisão principal o carcereiro perguntou o que devia fazer para ser salvo.
Disseram-lhe: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”. E o carcereiro “tomou-os na mesma hora
da noite (meia-noite) e lavou as suas feridas; e foi batizado, imediatamente, com toda a sua casa”.
Onde estão agora? Em um aposento onde a família lavava o rosto e as mãos, sem duvida alguma.
Ali lavaram o sangue das costas dos prisioneiros, e ali foram batizados. Não saíram da prisão. Teria
sido a morte para o carcereiro se assim houvesse procedido. Após o almoço “Os magistrados
enviaram os soldados dizendo: soltai esses homens”. Paulo recusou sair da prisão mas disse:
“Venham eles mesmos e nos soltem”. Então os magistrados vieram “e tiraram-os para fora e
pediram-lhes para saírem da cidade”. Teriam saído para um rio a meia-noite, ainda que a pena de
morte não fosse lei?
BATISMO DE FAMÍLIA INCLUSIVA O
BATISMO DE PAULO
Há cerca de cinqüenta casos de conversões individuais no Novo Testamento, sete dos quais
foram batizados e quatro destes dizem respeito a famílias. Notareis na Bíblia que quando e onde
pessoas se convertiam no mesmo lugar e na mesma ocasião eram batizadas. Não há um só exemplo
no Novo Testamento em que uma congregação ou pessoa tivessem deixado o lugar onde se deu a
conversão para irem procurar ansiosamente uma corrente de água para o batismo. Ouvis anúncios de
púlpitos, hoje, que o batismo será realizado em certa baía ou no tanque em uma certa igreja. Isto é
modernismo. Não encontrais nada na Bíblia, um único exemplo dessa espécie. Na Palavra de Deus
não há.
Paulo se converteu em uma casa em Damasco no lar de um certo Judas na rua chamada
Direita. Imediatamente após a sua conversão “levantando-se foi batizado”. O grego confirma a
afirmação que “levantando-se ele foi batizado”. Ananias disse a Paulo: “Levanta-te, se batizado, e
purifica os teus pecados, invocando o nome do Senhor”. Ananias era “um varão piedoso segundo a
lei”. (Atos 22:12). Qual era a “lei” entre os judeus acerca da “lavagem” dos pecados ou a respeito de
um símbolo da purificação? Lede Núm. 8:7: “Espargi a água da purificação sobre eles”.
O carcereiro de Filipos foi batizado no cárcere. Cornélio que morava em Cesaréia chamou
seus “parentes e amigos íntimos” e enquanto Pedro lhes pregava, o Espírito Santo “caiu” sobre eles
como sobre o povo de Jerusalém no dia de Pentecostes. “Respondeu então Pedro: pode alguém
impedir água para que não sejam batizados, estes que também já receberam como nós o Espírito
Santo?” O significado lógico é: “Quem pode proibir que se traga água para batizar estes que
receberam O Espírito Santo?” Pedro, mais tarde, encontrando os discípulos, e falando a respeito de
seu sermão e de como o Espírito Santo “caiu” sobre o povo em Cesaréia, como acontecera ao povo
no dia de Pentecostes, disse: “E lembrei-me do dito de Senhor, quando disse: João certamente
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo”.
NASCER DA ÁGUA
As palavras acima se encontram em João 3:5, quando Jesus disse a Nicodemos: “Se alguém
não nascer da água e do espírito não pode ver o reino de Deus”. Esta é a cidadela de alguns dos
nossos amigos imersionistas, e no entanto não há uma só gota de água neste texto no que diz
respeito ao batismo de água. Não há três nascimentos mencionados nesta conversa de Jesus, apenas
dois. Se houvesse três nascimentos então a sentença seria: “Se alguém não nascer mais de duas
vezes, etc”. “Nascer de novo” significa outra vez. “Nascer da água” é uma frase enfermiça para o
nascimento natural. O nascimento de uma criança, quando ela não “nasce da água”, mas do outro
modo, chama-se “nascimento seco”, e é quase morte para mãe. Nicodemos fez duas perguntas para
Jesus: “Como pode um homem nascer sendo velho?”, e “Pode ele entrar outra vez no ventre de mãe
e nascer?” Jesus respondeu imediatamente com estas palavras: “Se alguém não nascer da água e do
espírito não pode ver o reino de Deus”. Então, para explicar mais claramente o que queria dizer,
acrescentou: “O que é nascido da carne”, mulher ou ventre, é carne. Uma casa publicadora batista
pediu ao Dr. Edmund B. Fairfield, que por um quarto de século fora um forte Batista e um dos
melhores conhecedores do grego de seu tempo, que escrevesse um livro em defesa da posição
batista quanto ao batismo, etc., trabalho esse que ele empreendeu em boa fé, mas, disse ele, torreão
após torreão da sua fortaleza batista, ruíram por terra, embora houvesse trabalho por dois longos
anos para sustentar a sua antiga convicção. Disse não mais poder continuar como ministro batista.
Ele Diz: “nascido da água” não pode ser interpretado como se referido a qualquer outra coisa senão
ao nascimento natural. Mais adiante afirma: “Ora, no meu entender, não há mais alusão ao batismo
neste versículo do que ao planeta Marte ou à revolução Francesa. Fala-se apenas a respeito do
nascimento natural. Ser “nascido da água” era sem dúvida uma forma de expressar-se que Cristo
usava com este sentido”. Em defesa de sua interpretação cita Is. 48:1: “Ouve isto, casa de Jacó, vós
os que vos chamais do nome de Israel, e saístes das águas de Judá”. Isto se refere, diz ele, aos
descendentes nacionais de Judá.
OITO ALMAS SALVAS PELA ÁGUA
O texto deste artigo é registrado em I Ped. 3:20-21. Ei-lo: “...a longanimidade de Deus
esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucas, (isto é, oito) almas, se
salvaram pela água: Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo não do
despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus,
pela ressurreição de Jesus Cristo”.
Verdadeiramente é de estranhar como pode alguém inferir destas palavras a imersão. Os
antediluvianos (gente ímpia) foram os únicos afogados ou imersos. As “oito almas foram salvas”,
por se conservarem fora da água. Se tomaram alguma coisa sobre si, deve ter chovido sobre elas –
espargidos ou derramados. Isto é claro. “Como uma verdadeira figura” – dizem as autoridades do
grego – deve ser traduzida “o antítipo para o qual”. O mundo era mau, estava contaminado,
mergulhado no pecado. Os antediluvianos não quiseram obedecer ao Senhor, e pereceram afogados.
Noé e sua família entraram na Arca e se salvara – tinham uma consciência pura. Se nos
arrependermos e procedermos como Noé e sua família entraremos na Arca – o Espírito Santo dá
testemunho a uma consciência pura de que somos salvos. Heb. 10:22 diz: “Tendo os nossos
corações purificados (em inglês: espargidos) de uma consciência má e levados os nossos corpos com
água pura. Noé e sua família não foram imersos”.
“Salvaram-se pela água”. Por meio de uma Arca que foi construída para flutuar sobre a água.
Por este método foram salvos, não em um dilúvio ou por serem imersos. Noé creu em Deus e
obedeceu a Deus e foi salvo sobre a água, não por submergir nela.
RECAPITULANDO O ASSUNTO DO BATISMO
Certamente que o Senhor não haveria de requerer um modo de batismo que não pudesse ser
realizado em todas as estações do ano, em todos os climas e para todas as pessoas, em quaisquer
circunstâncias. O batismo por afusão pode ser feito em todos os tempos, e em todos os lugares, para
todas as pessoas, em todas as condições e circunstâncias. Isto não é verdade quanto à imersão.
Muitas pessoas têm crido em Cristo para a salvação na hora da morte como o ladrão na cruz, que
não podiam ser imersas. Muitas pessoas na história do mundo têm morrido devido aos efeitos da
imersão em água extremamente fria. Conta-se que em um município de Kentucky dois pregadores
morreram por se exporem imprudentemente à intempérie do inverno ao imergirem pessoas na água.
Em grandes desertos como o Saara, só se encontra água em poços profundos. Nas regiões
extremamente frias no Norte, seria impossível a imersão. João Batista era Judeu, e foi criado na
igreja judaica com Jesus; e os judeus eram muito aferrados à lei
(great sticklers) (*).
Todos os batismos feitos pelos judeus eram por aspersão, derramamento e lavagem. A aspersão e o
derramamento são termos familiares na única Bíblia que João e Jesus viram. Nada sabiam a respeito
de cerimônias ministradas por imersão. Toda evidência que se pode obter demonstra o fato de que
João batizava o povo por afusão. Um novo modo exigiria explicação. Jesus observou a lei em todos
os seus pormenores. Veio para cumprir a lei.
Canaã era um tipo do céu, e Jerusalém um tipo de Nova Jerusalém. O sacrifício era um tipo
de outro sacrifício, e a Páscoa o era da Ceia do Senhor. O batismo de água é um tipo de outro
batismo – o batismo do Espírito Santo que todos devem reconhecer era pela aspersão, e o sinal
compararia com a substância. Vejam-se Núm. 8:7; Is. 4:3, 52:15; Ezeq. 36:25, 39:29; Joel 2:28;
Atos 2:17.
MINHA PRÓPRIA ATITUDE PARA COM O
BATISMO DE ÁGUA
Vou escrever o que segue para que eu seja claramente compreendido quanto à minha atitude
para com o batismo de água. Eu sei que há apenas uma Igreja real, e essa é a Igreja de Cristo,
constituída de todos os salvos, pouco importando a que denominação eclesiástica pertençam. Desejo
que todos os cristão sejam um só corpo e todos possamos ser companheiros. Não estou clamando
porque alguns lavam pés, alguns não usam instrumentos de música em suas igrejas, alguns batizam
por imersão e não crêem no batismo infantil. Mas eu estou insistindo em que o batismo não é
essencial para a salvação e que não deve ser elemento primário na pregação. Além disso não
concordo com o ridicularizarem constantemente o nosso modo de batizar. Recentemente um irmão
imersionista fincou uma vara na areia junto a um rio, quando ia batizar alguns candidatos ao batismo
por imersão, e espargiu um pouco de areia no topo da vara e disse: “Parece isso com o ser sepultado
na água?” Em nenhum lugar a Bíblia diz que alguém já fora sepultado na água. Isso tudo se faz ler
na Escritura, porque não está lá. E’ sepultado na morte, o que tem um significado diferente de água.
Por toda a nossa igreja o nosso povo tem sido insultado por meio de labéus ao nosso modo de
batismo e ao nosso modo de batizar crianças. Estou perfeitamente pronto a conceder sinceridade e
honestidade aos irmãos que não concordam comigo e respeito-os quanto à sua crença; e o mesmo
espero da parte deles. Mas ser mantidos no ridículo como se fôramos um bando de ignorantões e
como se nada conhecêssemos de melhor, é ir demasiado longe neste século de luz quando se tem
livre acesso à história da igreja e do estado. Isso pode ir tão longe a ponto de perder meu respeito
próprio e de não permanecer calado, pois eu creio seja caridade o permitir que o povo permaneça na
ignorância. Não queremos tomar opiniões pelo que a Bíblia ensina. Temos a Bíblia (V. T.) sobre que
se baseavam Cristo e os apóstolos.
Estudemos essa velha Bíblia, e vejamos o que diz a respeito do batismo. Não havia outra
Bíblia durante uma centena de anos depois do nascimento de Cristo. Certamente que podemos obter
dela alguma idéia sobre o batismo. Não mais nos firmemos sobre opiniões de homens. Podemos ler
por nós mesmos, e assim o façamos. E’ o que fez o escritor, e encontrou verdadeira luz em assim o
fazendo.
POR QUE BATIZAR CRIANÇAS
O Pacto da Igreja incluía crianças
Quando deus fez um pacto de igreja com Abrão para as gerações futuras, fez um concerto
eterno, e nele incluiu as crianças. Esse concerto deveria perdurar tanto quanto a raça humana. Leia
Gên. 17:7: “Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua semente depois de ti nas suas
gerações por uma aliança eterna”. A circuncisão era o sinal ou “Selo do pacto”. Leia Gên. 17:10-11.
Enquanto que outros concertos que Deus fizera com o povo foram locais e efêmeros, como o
feito com Noé (Gên. 9:9), e o feito no Sinai (Êx. 34:28) etc., este concerto era universal e eterno, do
mesmo modo que a expiação. Deus organizou a Igreja para perdurar até o fim dos séculos, e este
concerto foi feito com Abrão 1911 anos antes que Cristo nascesse. Outro concerto foi feito com
Moisés 1481 anos antes de Cristo ou 430 anos após o concerto feito com Abrão. Lede Gál. 3:17,
também Atos 3:25.
A respeito deste pacto, diz Alexandre Campbell: “Este concerto, então, foi ratificado com
Abrão a respeito do Messias e inalteravelmente estabelecido. Conseqüentemente a lei, ou concerto
com toda a nação de Israel, 430 depois deste tempo, não poderia anular a promessa em outro
concerto, a respeito das pessoas não presentes, e , portanto, não tomando parte naquele concerto”.
O BATISMO INFANTIL NO LUGAR DA
CIRCUNCISÃO
A circuncisão era o rito iniciatório na igreja visível antes da vinda de Cristo. Era o sinal ou
“Selo desse pacto”. Antes que Cristo viesse o sinal ou selo da Páscoa era o cordeiro pascoal, pão
asmo, ervas amargas e vinho. Sob a nova economia Cristo abandonou o cordeiro pascoal e as ervas
amargas e perpetuou o sacramento da Ceia do Senhor com apenas dois desses elementos – o pão e o
vinho. Semelhantemente o batismo da água, sozinho, substituiu toda a cerimônia. Tanto n primeira
como na segunda economia, quando uma família gentia ingressava na igreja judaica, a única igreja
visível e a igreja que continha o pacto acima mencionado, os homens eram circuncidados e
batizados com água e as mulheres idosas e jovens, até mesmo as crianças eram apenas batizadas
com água. Crisóstomo, um dos mais antigos escritores cristãos dos primeiros séculos depois dos
apóstolos, diz: “Havia dificuldade e empecilho na prática da circuncisão judaica; mas nossa
circuncisão, quero dizer, a graça do batismo, dá cura sem dificuldade pois é tanto para crianças
quanto para adultos”.
Nenhum conhecedor da Bíblia poderá apresentar uma única passagem de escritura
inconfundível a fim de provar que João Batista, qualquer dos doze apóstolos ou mesmo dos oito
escritores do Novo Testamento, salvo S. Paulo, foram batizados por qualquer modo depois de
adultos. Onde foram batizados Mateus, Marcos, Lucas, João, Pedro, etc., senão na infância? Cremos
está aqui a solução para esta questão. Se algum dia foram batizados deve ter sido isso quando
crianças, aos oito dias de idade.
A IGREJA NO DESERTO E A IGREJA
DE HOJE SÃO AS MESMAS – AMBAS SOB O
MESMO PACTO
Os que se opõem ao batismo infantil como regra negam o fato de que houve uma
organização de igreja visível antes da vinda de Cristo. Quando Cristo esteve na terra não organizou
uma igreja visível, nem sugeriu qualquer nome para uma igreja visível. Por quê? Porque já existia
uma. Era a igreja do “concerto eterno”.
“The Cristian Standard”, de 1 de janeiro de 1932, sustentando a crença de Alexandre
Campbell, trouxe a seguinte afirmação:
“Aos oito dias de idade entrava-se no antigo concerto pela circuncisão. Isto é, entrava-se
antes que pudessem mesmo “conhecer o Senhor” em cujo concerto estava se ingressando.
Conseqüentemente cada um e todos tinham de ser ensinados, subseqüentemente, nas coisas mais
elementares a fim de “conhecerem o Senhor”.
Vivemos hoje sob a forma de governo, da igreja que Deus deu aos judeus, e sob a qual Cristo
também viveu. As leis morais que Deus deu a Abrão e Moisés estão em vigor hoje para nós quanto
naquele tempo para eles. Certas leis sacrificiais foram encravadas na cruz, mas uma lei moral jamais
foi revogada. A igreja visível de hoje é a igreja que Deus iniciou com Abrão (vd. Gên. 17:7 e Sal.
105:8-10). Alguns dos nossos amigos não gostam de reconhecer este fato porque aquela igreja
incluía crianças. Jesus disse que esta igreja seria tomada dos judeus e dada aos gentios (vd. e lede
cuidadosamente Mat. 21:33-43). A “vinha” que Deus plantou era a igreja visível. Ele “entregou sua
vinha a outros lavradores”. (Vd. Rom. 11:13-25).
Não era uma nova igreja visível. Paulo escrevendo aos Efésios (Ef. 2:20), diz que foram
“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de
esquina”. A mensagem do evangelho estava na “igreja no deserto” como está na igreja hoje. Pedro,
discursando à multidão de judeus no dia de Pentecostes, disse (At. 2:39): “Porque a promessa é para
vós e vossos filhos”. Aqueles judeus tinham sido ensinados a receber crianças e a dar-lhes o selo do
concerto abrâmico. Os judeus não tinham de aprender isso. Eles já haviam sido educados ao longo
desta linha. Gên. 17:7 e Atos 2:39 se harmonizam: “a ti e à tua semente”, e “para vós e para vossos
filhos”. (Vd. também Gên. 12:3 e Atos 3:25).
Quando os discípulos perguntaram a Jesus “Quem é o maior no reino dos céus?” – a igreja
visível – Ele “chamou um menino” e “o pôs no meio deles” e disse: “quem receber um menino tal
como este, em meu nome, a mim recebe” (Mat. 18:5). Digam-me, por favor, como as igrejas
recebem os pequeninos em nome de Jesus? Levam-nos à Escola Dominical e registram os seus
nomes e os contam, mas não os levam à igreja. Levam as velhas ovelhas, para o morno aprisco, mas
os cordeirinhos devem ficar fora, junto ao portão, ou sob a umidade até crescerem. Nem Deus nem
Jesus os tratam assim. Deus os incluiu no seu pacto com Abrão e disse que deveria ser um “concerto
eterno”. Jesus disse (Mat. 19:14): “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos
tais é o reino dos céus” – a igreja visível.
O BATISMO INFANTIL, UM MANDAMENTO
DO SENHOR
Os que se opõem ao batismo infantil pretendem não haver mandamento específico para fazelo. Também não há um mandamento específico na Bíblia para dar a Ceia do Senhor às mulheres.
Nada se diz a respeito do sexo ou idade. Se nossos amigos forem honestos quanto ao não batizar
crianças porque não há mandamento específico para faze-lo, por que não deixam de dar a Ceia do
Senhor às mulheres?
As mulheres pertencem a uma classe que Jesus tinha em mente quando disse: “Fazei isto em
memória de mim”. Há um axioma que “tudo que se manda a uma classe, manda-se a cada indivíduo
dessa classe”. Quando Deus disse: “E ensiná-los-ás diligentemente a teus filhos” incluía tanto os
homens quanto as mulheres. Quando Cristo disse: “Ide, pois, e ensinai todas as nações batizando-as
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, incluiu as crianças. Não são as crianças parte de
todas as nações? Cristo queria dizer, de fato, todos os que eram e deveriam ser súditos do seu reino.
Cristo disse das crianças, “Porque dos tais é o reino céus”. As crianças estão em estado de salvas
pelos méritos expiadores do sangue de Cristo até que cheguem à idade da responsabilidade. Exige-se
a fé somente daqueles que podem exerce-la. Todos os outros são salvos sem fé. Os idiotas que o tem
sido durante a sua vida estão de salvos pelos méritos do sangue de Cristo. As criancinhas estão em
estado de salvas e Deus mandou que recebessem o seu sinal. Atos 3:25 diz: “Vós sois os filhos dos
profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abrão: Na tua descendência
serão abençoadas todas as famílias da terra”.
O BATISMO INFANTIL DEVE PERMANECER
PARA SEMPRE
Lê-se no Sal. 105:8-10: “Lembra-se perpetuamente do seu concerto, da palavra que mandou
até milhares de gerações; do concerto que fez com Abrão e do seu juramento a Isaque; o qual ele
confirmou a Jacó por estatuto, e a Israel por concerto eterno”. Até Cristo houve apenas quarenta e
uma gerações (vd. Mat. 1:17). Vedes, pois, que esta aliança de “mil gerações” não cessou quanto
Cristo veio.
Jesus primeiro ordenou aos seus discípulos para “irem às ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Aqueles discípulos sabiam, e todos os que estão familiarizados com a história judaica sabem, que,
quando uma família gentia ingressava na igreja judaica, todos eram batizados (sinal de pureza, para
o que se fazia toda a aspersão e derramamento de água nos tempos antigos), homens, mulheres e
crianças.
Quando mais tarde, cerca de dois anos, Cristo disse novamente a seus discípulos: “Ide,
portanto, e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”,
aqueles homens que estavam familiarizados com as crianças batizadas, certamente não entenderam
que esta prática teria de cessar. Cristo não lhes disse para abandoná-la. A razão por que alguns não o
percebem claramente é que isso era um costume familiar entre os judeus, e por que Cristo haveria de
dizer mais alguma coisa a respeito?
CASOS BIBLICOS QUE PROVAM O
BATISMO INFANTIL
Como prova desta prática estamos dando uma vista panorâmica de casos de batismo de
criança na Bíblia.
Ao estabelecer-se a igreja visível Deus ordenou que as crianças nela se iniciassem. Era
imposto um castigo se não se iniciassem: “Essa alma será excluída do meu povo; quebrou o meu
concerto”. (Gên.17:14).
O Senhor ordenou a circuncisão e o batismo toma o lugar da circuncisão – um sinal de
pureza espiritual. Cristo instituiu o batismo com água somente, abandonando a cerimônia
relacionada com a circuncisão ou com o cortar da carne. A circuncisão, instituída por Deus, teve o
seu lugar antes de Cristo, do mesmo modo que as leis de sacrifício. Cristo instituiu o batismo infantil
e de adultos com água somente nestas palavras: “Ide, portanto, e ensinai todas as nações, batizandoas em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Agora vejamos o que Deus diz a respeito do
assunto. Joel 2:16: E’ “diz o Senhor”; “Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os
anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam”. Não abrange todos – grandes, pequenos, velhos e
moços? Que significa, nesta passagem, a palavra santificar? Uma única passagem basta para as
pessoas inteligentes. Heb. 9:19: “Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os
mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes com água e lã purpúrea e
hissopo e espargiu o livro, e todo o povo”. Não esqueçais que o batismo de água era usado mil e
quinhentos anos antes de Cristo. Abri I Cor. 10:1-2. O vs. 2, diz: “E todos foram batizados em
Moisés na nuvem e no mar”. Havia pelo menos 100.000 crianças naquela multidão. Deus realizou o
batismo. Paulo chama a isto batismo, e Davi diz que a água foi “derramada” sobre eles. Agora, que
condenação lançarão contra Deus os nossos amigos que se opõem ao batismo infantil, por haver Ele
batizado 100.000 crianças? Por que condenar por seguirmos não só o mandamento do Senhor mas o
próprio Senhor?
O NOVO TESTAMENTO E O BATISMO
INFANTIL
Agora chegamos ao Novo Testamento, mas este livro não existia nos dias terrenos de Jesus
Cristo. Quando foi escrito, porém, continha certos registros. Eis um dos primeiros: João Batista foi
iniciado na igreja – a única do mundo, a igreja visível de Deus – aos oito dias de idade. Se ele teve
qualquer outro batismo exceto o batismo infantil, nunca se registrou esse fato. O mesmo é verdade
de todos os apóstolos e de todos escritores do Novo testamento, menos Paulo. Paulo era considerado
um prosélito, do contrario o seu batismo infantil teria sido aceito, sem dúvida alguma. Maria iniciou
Jesus na mesma igreja aos oito dias. Este foi o seu batismo eclesiástico.
Pedro, um judeu, educado naquela igreja que batizava crianças, igreja à qual Deus ordenou
batizasse crianças, pregou no dia de Pentecostes estas palavras: “Porque a promessa é para vós e
para vossos filhos”. Se Moisés naquela mesma igreja e sob o mesmo concerto, tomou uma vara de
hissopo e a mergulhou na água e batizou todo o povo, homens, mulheres e crianças; e se Deus
batizou 100.000 crianças com os seus pais no Mar Vermelho, por que duvidaríamos nós do fato de
que Pedro, que bem conhecia as Escrituras, batizou crianças entre os 3.000 no dia de Pentecostes?
Certamente não ignorava os costumes de sua igreja.
Os apóstolos batizavam famílias inteiras. John Wesley, comentando sobre Lídia, que foi
“batizada e sua casa”, diz: “Quem pode crer que em tantas famílias não havia crianças? Ou que os
judeus que fazia tanto tempo estavam acostumados a circuncidar seus filhos não o consagrassem a
Deus pelo batismo?” Paulo batizou “a família de Estefânia” e o carcereiro e toda “a sua casa”. As
palavras “casa” e “família” significam que há crianças nelas. Um manuscrito sério do Novo
Testamento, que se supõe ser a mais antiga versão do mundo, relatando o batismo de Lídia “e sua
família” e o carcereiro e “sua casa”, Atos 16:15 e Atos 16:33-34, traz: “Lídia e seus filhos” e o
carcereiro e “seus filhos” foram batizados.
OS APÓSTOLOS E A IGREJA PRIMITIVA
BATIZAVAM CRIANÇAS
Os que sucederam aos apóstolos deixaram atrás de si registros escritos que provam
claramente o costume do batismo infantil entre os apóstolos e entre as igrejas primitivas de nossa era
cristã. Orígenes, nascido na Grécia no ano 185 A.D., cujo pai, avô e bisavô eram cristãos, que se
remontavam ao tempo dos apóstolos, diz que receberam dos apóstolos o costume de batizar crianças
e diz que era costume universal das igrejas. Diz ele: “Conforme os usos da igreja, o batismo é
ministrado até mesmo às crianças”. Conta que ele próprio fora batizado na infância.
Justino Mártir, que nasceu na Palestina, em Siquém, que provavelmente vira o apóstolo João,
escreveu em 138 A.D., que havia então “Cristãos de ambos os sexos, alguns de sessenta, outros de
setenta anos de idade, que haviam se tornado discípulos desde a sua infância”. O que significa
“haviam se tornado discípulos desde a sua infância?” Simplesmente que foram batizados na
infância. Diz mais: “Somos circuncidados pelo batismo com a circuncisão de Cristo”.
Leia-se ainda de Justino Mártir: “Nós também que por Ele tivemos acesso a Deus, não temos
recebido a circuncisão carnal, que Enoque e os que como ele observaram, mas a circuncisão
espiritual; e todos a receberam pelo batismo”.
Em 250 A.D., Cipriano e outros estiveram em um concilio eclesiástico, e Fido, um dos
antigos pais, escreveu-lhes que as crianças não deveriam ser batizadas antes dos 8 dias de idade “e
que se deveria observar a lei da antiga circuncisão”; ao que eles responderam: “A nosso irmão Fido,
saúde: Como somos de opinião contrária ao que pensas que a regra da circuncisão deve ser
observada, e que as crianças não devem ser batizadas antes dos oito dias de idade; e como a graça do
batismo não deve ser apartada de ninguém e especialmente das crianças, a nossa decisão é que, não
apenas podem ser batizadas antes dos oito dias de idade, como também imediatamente após terem
nascido”.
Hermas (vd. Rom. 16:14), contemporâneo do apóstolo Paulo, fala de crianças que receberam
o selo do batismo, nestas palavras: “Ora, esse selo é a água do batismo”.
Clemente, a quem Paulo menciona em Fil. 4:3, aconselhava os pais: “Batizai os vossos filhos
e criai-os na disciplina e correção do Senhor”. Ele não aconselhou a “circuncisão carnal”. Por quê?
Cristo aboliu essa parte do antigo cerimonial.
Ireneu, nascido em 97 A.D., um discípulo de Policarpo, que foi convertido do apóstolo João,
diz: “A igreja aprendeu dos apóstolos a ministrar o batismo a crianças”. Ele diz ainda: “Porque Ele
(Cristo) veio salvar a todos por Ele mesmo – todos, quero dizer, os que são regenerados (batizados)
para Deus; criancinha e pequeninos, meninos e jovens e pessoas adultas”. Isto lança luz sobre os
costumes judeus a respeito dos prosélitos – todos eram batizados, pais, moços e crianças.
Agostinho diz ainda: “desde a Antigüidade a igreja tem observado o batismo infantil”.
Pelágio, contemporâneo de Agostinho e um dos mais sábios da igreja do seu tempo, em uma
carta a Inocêncio, dizia: “Difamam-me como se eu negasse o sacramento do batismo às crianças.
Jamais ouvi dizer, nem mesmo de um herético ímpio, que não devem ser batizadas”. Ele continua:
“Pois não há ninguém tão ignorante do escrito evangélico a ponto de ter essa opinião”.
Jerônimo dizia: “O batismo era ministrado às crianças conforme a prática da igreja”. Tanto
Ambrósio quanto Crisóstomo nos dizem que “o batismo infantil pode ser traçado até os tempos
apostólicos”.
ORIGEM DA OPOSIÇÃO AO BATISMO
INFANTIL
Os nossos amigos que se opõem ao batismo infantil afirmam que é uma doutrina Romana
originária da Igreja Católica Romana – “uma filha do papismo”, dizem.
A história refuta tal idéia. Decorreram centenas de anos depois do nascimento de Cristo antes
de nascer a Igreja Católica Romana. Temos apresentado esmagadora evidência de que os apóstolos e
os primeiros pais da igreja batizavam crianças. Temos os escritores de uma boa porção deles, e
todos concordaram. Nenhuma evidência é mais clara do que a da igreja primitiva confirmando o
batismo de crianças.
Agostinho, um dos líderes cristãos mais antigos dizia: “O costume de nossa igreja mãe de
batizar crianças não deve ser desconsiderado nem tido como desnecessário; nem se deve crer que
seja algo mais do que uma ordenança que nos foi entregue pelos apóstolos”. Diz ainda: “Não foi
instituído por concílios mas sempre em uso”.
Tais afirmações de Agostinho e de outros foram feitas antes de jamais haver Igreja Católica
Romana.
Agora nos propomos a demonstrar como e quando se originou a oposição ao batismo
infantil. Citamos do Dr. Wall, conhecido como uma das maiores autoridades mundiais sobre o
batismo infantil: “Nos primeiros quatro séculos depois de Cristo, aparece um único homem
(Tertuliano) que aconselha o adiamento do batismo infantil em alguns casos; um Gregório, que,
talvez, praticou tal demora no caso de seus próprios filhos; mas nenhuma sociedade de homens
assim pensava, ou nenhum homem dizia que era ilícito batizar crianças; assim, nos setecentos anos
seguintes, não se encontra nem um único homem que se referisse a tal demora, ou a praticasse – mas
justamente pelo contrário. E, quando pelo ano 1130, uma seita entre os Valdenses, ou Albigenses, se
declarava contra o batismo de crianças por ser incapaz de salvar, a parte principal daquele povo
rejeitou esta opinião, e os que de entre eles sustentavam essa opinião diminuíram rapidamente e
desapareceram; não havendo mais ninguém que sustentasse tal afirmação até surgir o Anabatista
Alemão no ano de 1522.” Na declaração acima tendes a origem da oposição em uma casca de noz.
Tertuliano, nascido em 145 A.D., e morto em 220 A.D., era um crente no batismo infantil, mas cria
na regeneração batismal, e a sua idéia era procrastinar o batismo até pouco antes da morte, pois ele
cria que purificava o pecado. Aconselhava o batismo infantil no caso de uma criança moribunda.
Mil anos ou mais depois da era apostólica, é o único que ainda aconselhava a demora no batizar
crianças.
Hoje 5% dos cristãos nominais do mundo se opõem ao batismo infantil. Há trezentos anos
um por cento a ele se opunham e cerca de seiscentos anos atrás não havia, podeis afirma-lo,
oposição absoluta.
OBJEÇÕES FEITAS AO BATISMO INFANTIL
Eu já mostrei que não havia objeção ao batismo infantil durante centenas de anos, após o
nascimento de Cristo. Chego agora às objeções modernas ao batismo infantil, sendo todas elas,
relativamente, entre as objeções imersionistas.
Afirmam que não há mandamento na Bíblia para o batismo de crianças. Tendo apresentado
evidencias bastante, para provar pela Bíblia que Deus o ordenou em suas direções para a
organização de uma igreja visível. O próprio Deus batizou cerca de 100.000 crianças, de uma só
vez. (I Cor. 10:1-2).
Cristo ordenou-o quando disse: “Portanto ide e ensinai (fazei discípulos) todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O próprio Cristo ordenou que as
crianças fossem recebidas em seu nome(Marc. 9:37).
Pretende-se que as crianças não podem compreender o significado do batismo. Nem as
crianças judias podiam entender o significado da circuncisão e a outra parte da cerimônia que dizia
respeito ao batismo de água, apesar de o Senhor exigir que os pais desse modo dedicassem os filhos.
Pretende-se ainda, que as crianças não exercem o direito de escolherem por si mesmas. Escolhem as
crianças por si mesmas em outros assuntos, tais como lavar o rosto, a qualidade de comida que
comem, sair ao tempo, chuva, frio e neve, ir a escola? Os pais cuidam de seus filhos quanto às coisas
materiais, e por que não quanto às religiosas? Por que se deveria deixar as crianças ao acaso no que
diz respeito ao bem-estar de suas almas? Deus tê-las-ia deixado à mercê da sorte? Deixou claro em
seu pacto com Abrão que os filhos deveriam ter a proteção da igreja.
Pergunta-se: “Que bem faz à criança o batismo de água?” Que bem fará ao adulto?
Respondam a esta pergunta e ajudá-los-ei a responder à primeira.
Dizem os objetores que as crianças não podem guardar os mandamentos, portanto não
podem ser batizadas. Lemos em Atos 15:24: “Pensais circuncidar-vos, e observar a lei”. Podia uma
criança daquele tempo guardar a lei? De fato, não. Não se pode esperar hoje que as crianças dessa
idade guardem os mandamentos mais que se esperava das crianças judias observassem a lei.
Deveriam ser criadas na disciplina e correção do Senhor, e levadas a “conhecer o Senhor”. Isto é o
que o Senhor espera de nós hoje – dediquemos a Ele os nossos filhos, criemo-los no caminho do
Senhor e levemo-los a “conhecer o Senhor”.
Concluindo, citamos de “O Batismo Infantil”, pelo Ver. C. W. Miller: “Perece, pois, que a
igreja fundada sobre o pacto com Abrão, e que por 1900 anos, em administrando a lei daquele pacto,
recebia crianças como seus membros e lhes aplicava o selo dessa recepção, é a Igreja de Deus hoje,
não tendo sofrido nenhuma mudança nem em sua grande lei constitucional, nem em seus membros.
Isto sendo verdade, segue-se inevitavelmente que o batismo infantil é a lei de atual igreja de Deus”.
BENEFÍCIO DO BATISMO INFANTIL
Uma pergunta que freqüentemente ouvimos a respeito do batismo infantil é esta: “Que
beneficio traz?” Isto é, substancialmente, indagar a atitude de Deus para com as crianças, porque
qualquer pessoa pode perceber que estava Ele tão interessado pelas crianças que as incluiu no pacto
com Abrão no começo da igreja visível organizada.
Por que edificar um templo a Deus? por que dedicar um navio, um monumento de pedra, ou
qualquer outra coisa? Não tem as crianças mais valor do que pedra e edifícios? O tabernáculo e os
vasos sagrados do tabernáculo eram dedicados, tanto quanto o altar. Jacó estabeleceu uma pedra em
Betel e a dedicou. Saul, Davi, Salomão, Eliseu, Jacó e Moisés foram todos dedicados, e tudo isto foi
feito por meio de aspersão e derramamento. Ide à Bíblia e procurai, vós mesmos, e vereis com os
vossos próprios olhos. Maria dedicou o pequeno Jesus. Não nos pergunteis a respeito destas coisas,
perguntai a Deus e à Bíblia. Nos anos passados, penitenciárias foram visitadas e fizeram-se
pesquisas a respeito de influência do batismo infantil sobre os indivíduos. Visitaram-se as
penitenciárias do Tennessee e do Kentuchy, e não se encontrou nenhum protestante que houvesse
sido batizado na infância. Eis a afirmação de um pregador:
“Afirmou-se que não havia na penitenciária um protestante que houvesse sido batizado na
infância. Meu filho era guarda na penitenciária de Frankfort, e pedi-lhe para ver se havia. Investigou
o assunto, e jamais encontrou ali um protestante que houvesse sido batizado na infância, durante os
muitos anos em que ali trabalhou como guarda.”
O próprio fato de que uma criança se lembra de que seus pais a dedicaram ao Senhor, exerce
grande influência para levá-la a Deus. O Dr. J. A. Burrow, quando editor do Midland Methodist
contou de uma Igreja Batista em Chicago que dedicava crianças a Deus mas não usava água.
Prossegue o depoimento: “Duas mães foram chamadas a frente para a oração de consagração dos
seus filhinhos”. Que mal faz usar a água? Deus, Cristo, e a Igreja Primitiva não viam nenhum mal,
senão bem.
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BATISMO POR ASPERSÃO E BATISMO DE CRIANÇAS W. G. SWIFT