DIAGNÓSTICO DA EMPRESA WINSIZING INFORMÁTICA LTDA. SOB O ASPECTO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Jaqueline Arruda Luís Otávio Bueno Heming Maria Josina Moraes Rosa Maria de Paula Vilhena PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL Aprovado por: __________________________________________ Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. __________________________________________ Raquel Borba Balceiro, M.Sc. __________________________________________ André de Faria Pereira Neto, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL FEVEREIRO DE 2004 ARRUDA, JAQUELINE HEMING, LUÍS OTÁVIO BUENO MORAES, MARIA JOSINA VILHENA, ROSA MARIA DE PAULA Diagnóstico da Empresa WINSIZING INFORMÁTICA Ltda. sob o aspecto da Gestão do Conhecimento. [Rio de Janeiro] 2004 vi, 50 p. Especialização, 29,7 Gestão cm do (COPPE/UFRJ, Conhecimento e Inteligência Empresarial, 2003) Projeto Final – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Gestão do Conhecimento I. COPPE/UFRJ II. Título (série). ii Agradecimentos A realização deste trabalho viabilizou-se a partir de algumas valiosas contribuições que gostaríamos de ressaltar: Sr. Francisco Paladino, principal acionista da Winsizing que, ao saber de nossas intenções, abriu as portas da empresa de forma incondicional, fornecendo, de bom grado, todas as informações necessárias ao nosso trabalho bem como seu precioso tempo para entrevistas e leitura do material. Sabemos que, nos dias de hoje, quando empresas e empresários dispõem de pouco tempo, a disposição e interesse do Sr Paladino em nos acolher, tornando sua Empresa objeto de nossos estudos, demonstrou grande desprendimento e interesse em ajudar a causa acadêmica. Sr. Eduardo Salinas que, gentilmente, nos recebeu na Winsizing e demonstrou grande interesse em responder nossas perguntas e emitir opiniões sobre alguns pontos do nosso estudo. Profª Raquel Balceiro, que leu cuidadosamente as versões deste trabalho emitindo críticas e sugestões que nos esclareceram e permitiram maior acuracidade. E a todos os professores do MBKM que nos iniciaram na Gestão do Conhecimento e nos mostraram como pode ser simples e instigante o desafio que nos propomos a enfrentar de agora em diante. iii Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. DIAGNÓSTICO DA EMPRESA WINSIZING INFORMÁTICA LTDA. SOB O ASPECTO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Jaqueline Arruda Luís Otávio Bueno Heming Maria Josina Moraes Rosa Maria de Paula Vilhena Fevereiro/2004 Orientadora: Raquel Borba Balceiro, M.Sc. Programa: Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de gestão do conhecimento para a Empresa Winsizing Informática Ltda. Nele encontram-se descritos o objetivo do projeto, a metodologia adotada para a realização do mesmo e os resultados encontrados. Para a realização deste projeto, foram utilizadas ferramentas de Gestão do Conhecimento e de Análise Estratégica e Organizacional, dentre elas, os Modelos de Porter e de Churchill, o Mapa dos Capitais do Conhecimento e a Análise SWOT, a partir dos quais foram feitas uma Análise e um Diagnóstico da Empresa e propostos projetos de Gestão do Conhecimento com o objetivo de apontar possíveis ações prioritárias com vistas ao crescimento e consolidação da empresa em seu segmento de mercado. iv Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of specialist in Knowledge Management and Enterprise Intelligence. DIAGNOSTICS OF WINSIZING INFORMÁTICA LTDA. ENTERPRISE UNDER KNOWLEDGE MANAGEMENT ASPECTS Jaqueline Arruda Luís Otávio Bueno Heming Maria Josina Moraes Rosa Maria de Paula Vilhena February/2004 Advisor: Raquel Borba Balceiro, M.Sc. Department: Knowledge Management and Enterprise Intelligence This work presents the development of a knowledge management project to Winsizing Informática Ltda. Enterprise. A description of the project targets, the theoretical methodology adopted and the results obtained can be found. A group of Knowledge Management tools and Organizational Strategic Analysis was used, such as Porter’s and Churchill’s models, Knowledge Capitals and SWOT Analysis, resulting in Analysis and Diagnostics of the Enterprise. Some Knowledge Management projects were proposed, guiding to prime actions for the growing and consolidation of the Enterprise in its market segment. v ÍNDICE Introdução........................................................................................................... 1 1. Justificativa................................................................................................. 5 2. Descrição do Projeto ................................................................................. 6 3. Metodologia ................................................................................................ 6 4. A Indústria de Software e Serviços no Brasil .......................................... 7 5. A Empresa .................................................................................................. 8 5.1. Histórico ....................................................................................................... 8 5.2. Perfil ........................................................................................................... 11 5.2.1. Modelo de Gestão................................................................................ 11 5.2.2. Diagrama de serviços .......................................................................... 11 5.2.3. Faturamento e Empregados ................................................................ 12 5.2.4. Clientes ................................................................................................ 12 5.2.5. Localização Geográfica........................................................................ 13 5.3. Estratégia da Empresa............................................................................... 13 5.3.1. Missão da Empresa ............................................................................. 14 5.3.2. Visão do Negócio ................................................................................. 14 6. A Indústria – Análise segundo o Modelo das Cinco Forças de Porter 14 6.1. Entrantes Potenciais .................................................................................. 15 6.2. Concorrentes.............................................................................................. 17 6.3. Produtos Substitutos .................................................................................. 18 6.4. Compradores.............................................................................................. 18 6.5. Fornecedores ............................................................................................. 19 7. Diagnóstico da Empresa ......................................................................... 20 7.1. Análise da Winsizing segundo o modelo de Churchill ................................ 20 7.2. Análise a partir da Matriz dos Quatro Capitais ........................................... 29 7.2.1. Capital Intelectual................................................................................. 30 7.2.2. Capital de Relacionamento .................................................................. 30 7.2.3. Capital Ambiental ................................................................................. 31 7.2.4. Capital Estrutural.................................................................................. 32 7.3. Análise SWOT............................................................................................ 32 8. Conclusão ................................................................................................. 37 9. Projetos de Gestão do Conhecimento Recomendados........................ 39 10. Referências Bibliográficas ...................................................................... 45 11. Anexos ...................................................................................................... 47 vi Introdução As organizações são redes de decisões, de pessoas que se encarregam de tomar decisões e de tomada de decisões, resultando em um compromisso com cursos de ações diversas. Estas decisões geram uma multiplicidade de desdobramentos que, se não forem direcionados para propósitos específicos, acabam se perdendo no tempo e no espaço. As informações são de grande importância para que as escolhas sejam as mais acertadas. Entretanto, só têm sentido se advindas de um contexto preciso e condizente com a realidade da empresa. A chave para compreender as organizações como sistemas para o uso de informação escrita está em reconhecer que existem dois lados referentes à informação que se enfrentam no dia-a-dia das atividades desenvolvidas dentro da organização: ambigüidade e incerteza (desconhecimento do futuro). A ambigüidade existe de uma forma natural dentro da organização e significa as ações do presente baseadas nas ações passadas que geraram resultados positivos ou não. Servem de exemplo para ser repetido ou de alerta para que não se erre novamente na tomada de decisões que decorreram em escolhas equivocadas para a organização (Choo,1998.). A incerteza quanto às ações futuras faz parte de qualquer organização. É possível se fazer um prognóstico, uma previsão, mas a certeza só ocorre de verdade, quando as ações se concretizam e apresentam seus resultados. A inteligência da organização é uma propriedade coletiva de uma rede de processos do uso da informação através da qual as pessoas, dentro da empresa, constroem significados compartilhados, descobrem novo conhecimento e se comprometem em transmiti-los. A inteligência da organização surge quando os três processos do uso da informação - percepção, criação de conhecimento e tomada de decisão - se integram em um ciclo constante de interpretar e aprender a usar. E consiste na aplicação na hora certa, de um conhecimento programado e dirigido para a organização. 1 O crescimento da inteligência de uma organização é um desafio particular porque essa inteligência flui naturalmente, é disputada e, muitas vezes, difícil de direcionar. A permanência da inteligência da organização se revela através dos sistemas utilizados por esta para continuar adquirindo e criando novos conhecimentos; o valor da inteligência da organização se manifesta através da demonstração de como esta entende a gama de suas capacidades de alternativas; enquanto que a eficácia da inteligência da organização se revela através do tempo e sua capacidade de desenvolver o seu próprio crescimento e renovação. Toffler (1999) cunhou a expressão “sociedade do conhecimento”. Vivemos hoje uma fase de transição entre a sociedade industrial e a sociedade do conhecimento. Contudo, apesar de sinais evidentes deste novo cenário que se desenha no mundo econômico, muitas organizações enxergam a nova realidade com as lentes do passado, ignorando as conseqüências advindas desta nova ordem. Na sociedade industrial, os ativos tangíveis estão no centro da organização. Valorizam-se aqui commodities, bens móveis e produtos que criam valor. Com a sociedade do conhecimento, esta perspectiva muda. Os ativos intangíveis passam a ser o principal diferencial da organização e tornamse sua principal fonte de riqueza. Dentro dessa ótica, a rede de relacionamentos (networks), a carteira de clientes, o nome da organização e sua marca e, principalmente, o conhecimento embutido na mente dos colaboradores, são reconhecidos e gerenciados com o objetivo de responder às constantes mudanças enfrentadas pelas organizações nesta nova era. O conhecimento, a que estamos nos referindo, é, segundo Sveiby (1997) “a capacidade para agir”. Ele difere da informação porque é dinâmico, humanístico e contextual. Dinâmico, porque vive em constante mutação; humanístico, porque ele está nas pessoas e sua transmissão e criação dependem da interação entre elas; e contextual, porque a informação que se aplica num momento não necessariamente será aplicada em outro. Byrne (2001) diz que a diferença entre informação e conhecimento está nas pessoas, 2 porque estas possuem componentes que as ajudam a discernir e julgar o uso apropriado da informação. Teóricos da gestão do conhecimento agruparam o conhecimento em duas categorias: explícito e tácito. O conhecimento explícito é aquele que se pode articular. É o conhecimento que conseguimos transmitir na forma escrita ou verbal. Já o conhecimento tácito é aquele que está em nossas mentes, mas é difícil de transmitir. Para Krogh (2001) admitir o valor do conhecimento tácito ou descobrir como utilizá-lo é o principal desafio da empresa criadora de conhecimento, exigindo ambiente e estratégias planejadas. O que dificulta a transmissão do conhecimento tácito é que, além da informação, ele se compõe de crenças, valores, know-how e insight, componentes estes que temos uma imensa dificuldade de transmitir, mesmo porque não temos completa consciência de toda sua extensão. A gestão do conhecimento pode ser focalizada em um ou outro tipo de conhecimento. A abordagem que utiliza o conhecimento explícito, intitulada codificação, exige um pesado investimento em tecnologia da informação, na qual, pelo uso de diferentes estratégias, transfere-se o conhecimento de indivíduos e grupos para bases de dados ou repositórios de conhecimento, e geralmente se insere no modelo top-down (Nonaka e Takeuchi,1997.). A vantagem do foco nesta abordagem é a reutilização do conhecimento pois, uma vez codificado, ele pode ser facilmente disseminado para toda a organização por meio da tecnologia da informação. Assim, as pessoas que se deparam com tarefas e problemas similares na organização podem consultar o que já existe sobre aquilo e acrescentar nas bases de dados somente o que há de novo. Hamel (2000) chama a atenção para a importância da busca também de soluções inovadoras. Diz ele: “A velocidade com que a empresa gira a roda da inovação determina sua capacidade de criação de nova riqueza. O primeiro obstáculo é, em geral, a inaptidão dos inovadores potenciais para evoluir do fragmento de uma idéia ao projeto de conceito razoavelmente holista”. 3 O modelo bottom-up utiliza a personalização. Neste caso, o foco é na transmissão do conhecimento tácito. Como aqui há dificuldades de externar o conhecimento, sua transmissão ocorre face a face, de indivíduo para indivíduo ou de indivíduo para pequenos grupos. Tal abordagem vem sendo bastante utilizada pelas grandes empresas, pois ela traz vantagem competitiva para organização, já que o conhecimento tácito não é de fácil imitação (Nonaka, 2000.). Para Bukowitz e Willians (2002), há diferenças essenciais entre a Gestão do Conhecimento (GC) e a Gestão do Ativo Intelectual (GAI), embora ambas procurem derivar o valor do conhecimento. Primeiro, a GC preocupa-se com todas as formas de conhecimento, incluindo o conhecimento nãoarticulado e não-codificado. A GC volta-se para todo o espectro do Capital Intelectual disponível para a organização. Por outro lado, a Gestão do Ativo Intelectual é uma subcategoria da gestão do conhecimento que se preocupa com uma classe específica do conhecimento organizacional, aquela que trata das formas do conhecimento que a organização definiu, codificou, descreveu e articulou de alguma forma. Exemplos de Ativos Intelectuais (AIs) incluem software, processos e metodologias de negócios, acordos contratuais com clientes e fornecedores, bases de conhecimento, dados, relatórios e apresentações. Os ativos intelectuais são referidos, segundo as autoras, como “conhecimento explícito”, porque foram transformados de conhecimento individual em algo mais concreto, como documentos impressos ou eletrônicos, um conjunto de regras e código. A gestão do ativo intelectual traz em sua proposta diversas vantagens: é mais fácil transferir conhecimento articulado e codificado de um indivíduo para outro ou para muitos; a organização é capaz de reter conhecimento no caso e seu criador ir embora; a organização é capaz de negociar ou vender AIs independentemente dos indivíduos que os desenvolveram originalmente; a organização pode reclamar diretos de propriedade sobre conhecimentos articulados e codificados e está em melhor posição para 4 protegê-los legalmente, no caso de entender que isso é desejável. Enquanto a Gestão do Conhecimento tem como objetivos principais transferir e reter conhecimento, a Gestão dos Ativos Intelectuais tem seu foco na propriedade e na guarda de conhecimento para extrair valor. Ambos os objetivos se ajustam e se completam e, uma vez alcançados, tornam a organização muito mais competitiva e segura de seu capital intelectual. Muitas organizações têm iniciado a adoção de estratégias para administrar o conhecimento organizacional, buscando novas formas de lidar com as pressões legítimas de uma sociedade cada vez mais exigente. E, desta forma, gerenciam seu mais importante ativo corporativo: o conhecimento de seus colaboradores. Essas organizações perceberam que podem facilitar e acelerar o aprendizado organizacional, transformando o conhecimento individual em conhecimento coletivo da organização, trazendo, dessa forma, inovações aos produtos, serviços e processos da organização. Em uma empresa da Nova Economia como a Winsizing, em que o maior ativo é o capital intelectual, é de importância estratégica criar formas de gestão que respondam com efetividade às demandas internas e do mercado. 1. Justificativa Este projeto justifica-se pelo interesse em estudar uma empresa típica da sociedade do conhecimento, cujo modelo de gestão está organizado segundo o modelo da sociedade industrial, e que deseja migrar para um modelo mais de acordo com as peculiaridades e demandas da nova economia. Um dos expoentes da tecnologia da informação (TI), Kevin Kelly (2001) diz: “A riqueza flui diretamente da inovação, não da otimização... A riqueza não é conquistada aperfeiçoando-se o conhecido”. A inovação diz respeito a cada pequeno aspecto de como uma organização opera as suas mudanças administrativas, de marketing, financeiras de design, no gerenciamento de recursos humanos e no conceito de serviços. 5 Isso significa reinventar estratégias, aumentar a velocidade e aprimorar a percepção. Portanto o que cada empresa precisa fazer continuamente é experimentar, avaliar, adaptar e expandir. Quanto maior a velocidade com que ela completa esse ciclo, maior será a rapidez com que resolverá as incertezas que, inevitavelmente, cercam um conceito de negócio novo e não-convencional e em menos tempo conseguirá chegar a um conceito de negócio viável e gerador de resultados. Espera-se, com este estudo, contribuir para a tomada de decisões que tragam impactos favoráveis para a Winsizing. 2. Descrição do Projeto O projeto constitui-se de um diagnóstico da empresa Winsizing, objetivando apontar possíveis ações prioritárias com vistas ao crescimento e consolidação da empresa em seu segmento de mercado. O estudo focaliza a Nova Economia, a importância da gestão do conhecimento em empresas centradas no capital intelectual e o desafio de encontrar um modelo de gestão com suficiente agilidade para responder às demandas do mercado. Para tanto, procurou-se conhecer o histórico, perfil, especificidades e estratégias da Empresa. Em seguida, foi realizada pesquisa e análise de informações através da articulação das variáveis apontadas no Modelo das Cinco Forças de Porter, no Modelo de Churchill e na análise SWOT. Estudouse, ainda, a Empresa do ponto de vista dos capitais do conhecimento. Finalmente, foram indicados projetos de Gestão do Conhecimento que poderão ser implementados prioritariamente, visando maior potencialização do capital intelectual da Empresa. 3. Metodologia A metodologia utilizada foi a teórico-prática, utilizando-se as seguintes estratégias: 6 Pesquisa bibliográfica; Pesquisa de campo: entrevistas com os executivos da empresa, com principais clientes e com colaboradores; Análise da Indústria através do modelo das cinco forças de Porter; Análise da empresa através do modelo de Churchill; Análise SWOT. 4. A Indústria de Software e Serviços no Brasil De acordo com pesquisa realizada pelo Massachusets Institute of Technology - MIT, o Brasil é o sétimo mercado mundial na área com vendas de US$ 7,7 bilhões em 2001, valor similar ao obtido por países como Índia e China. Porém ainda falta estratégia competitiva, ou seja, uma política para promover o nome do produto brasileiro lá fora, especialmente em algumas áreas nas quais o país já mostra capacidade altíssima, como é o caso de governo eletrônico, comércio eletrônico e setor financeiro. Segundo Márcio Girão (diretor-presidente da SOFTEX), apesar de termos um mercado que movimenta US$ 11 bilhões, as empresas nacionais levam apenas 20% do próprio mercado. Nesta mesma pesquisa o MIT apontou o setor governamental como uma das áreas promissoras para o País. A conclusão não veio à toa. Um exemplo que mostra perfeitamente o potencial brasileiro nesse setor é o caso das declarações de Imposto de Renda feitas neste ano. Por volta de 90% delas ocorreram on-line, por meio do site da Receita Federal, algo que poucos sabem fora do País e que poderia ser nitidamente melhor explorado. Outro exemplo é o software utilizado nas eleições. Desde que o Brasil começou a utilizar o sistema de urnas eletrônicas, em 1996, eleitores tiveram que se adaptar ao sistema automatizado de votar e as dificuldades registradas, administradas com relativa rapidez, conduziram ao aperfeiçoamento, e não ao abandono, da nova sistemática que hoje atrai a atenção de outros países. 7 No entanto, especialistas demonstram que falta apoio do governo para alavancar esta indústria. Em 2001, por exemplo, enquanto o governo brasileiro investiu US$ 760 milhões para pesquisa e desenvolvimento, a IBM injetou US$ 5,9 bilhões em seus oito laboratórios de pesquisa espalhados pelo mundo, o que significa quase oito vezes mais. No Brasil, em geral, a produção do software nacional fica restrita entre a pequena e a média empresa, sem ajuda ou impulso das multinacionais. Segundo Veloso, para impulsionar as exportações, o Brasil precisa tentar associar ao seu nome uma área ou tecnologia. Ele sugere como bons targets o e-government, o e-banking, outsourcing e serviços offshore.' (VELOSO, Francisco - PhD e professor da Carnegie Mellon University). O ministro Furlan tem coordenado missões comerciais pelo mundo com o objetivo de aumentar as exportações brasileiras. Nessas viagens, tem mostrado forte apoio ao software nacional. 5. A Empresa 5.1. Histórico A Winsizing foi constituída no final de 1993 com o objetivo de suprir a demanda crescente das empresas por soluções de Informática de alta qualidade, visando atuar como empresa de consultoria e prestação de serviços em Informática, com base nas plataformas Oracle e Microsoft. Sua equipe de retaguarda é constituída por Engenheiros de Sistemas e Desenvolvedores de Soluções (Systems Engineers e Solution Developers), que estão constantemente em contato com diversos fornecedores, em especial os laboratórios de software da Microsoft no Brasil e nos Estados Unidos, fazendo parte do time que primeiro recebe as mais recentes novidades da Microsoft. Seus principais clientes estão localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo com ramificações no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Os serviços são prestados tanto nas dependências dos clientes como em sua própria sede. 8 Em 1994, a empresa foi convidada pela Microsoft, atualmente sua principal parceira comercial, a fazer parte do seleto grupo de Solution Providers – Certified Partner. Nesse mesmo ano foi contratada por seu primeiro cliente, a Castrol Brasil Ltda., desenvolvendo um sistema completo de Lubrificação Industrial, mais tarde adotado pela Shell Brasil. No ano seguinte, foi certificada pela Digital Equipment, e mais tarde pela Compaq, como Systems Integrator, integrando soluções baseadas em clientes com ambiente Compaq/Digital, como o CBPF – Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e a CEG gasNatural, no Rio de Janeiro. A partir de 1998, a empresa ingressou em nova fase de crescimento e certificação técnica do quadro de funcionários, reformulando conteúdo dos serviços e ampliando sua carteira de clientes, chegando a 36 clientes atendidos, ainda em 1998. No segundo semestre de 1999, a Winsizing iniciou o desenvolvimento de novos produtos: • WinJUR – sistema para automação das Serventias Extra Judiciais (Cartórios), lançado no I Congresso de Direito Notarial e de Registro, realizado no Rio de Janeiro, com co-patrocínio da Winsizing e da Microsoft. • WinBI – modelo de Business Intelligence, para aplicações de Suporte à Decisão, originalmente desenvolvido para a Petrobras para ser utilizado como principal ferramenta de Suporte à Decisão da área de Tecnologia da Informação. A partir do início de 2000, a Winsizing enfatizou sua atuação nos serviços orientados para a Internet, atualizando sua equipe de consultores nas ferramentas mais avançadas para desenvolvimento de soluções de e-Business. Em seguida, foi contratada pela Infoglobo para montar a estrutura de desenvolvimento de aplicativos WEB e suporte ao banco de dados do Globo On Line (Globo On). Em 2001, a Winsizing estabeleceu parceria com as seguintes empresas: 9 INTEL – solução de negócios e de comércio eletrônico, na plataforma Intel e através da utilização da Internet; COMPAQ – desenvolvimento e implementação de projeto de redes, correio eletrônico, consolidação de servidores e instalação de clusters. Certificações: Principais Alianças: Microsoft - Credenciada como Microsoft Certified Partner, a Winsizing está apta a oferecer serviços e suporte de alta qualidade e desempenho a toda linha de produtos Microsoft. Seus profissionais são certificados como Systems Engineer Plus Internet, Solution Developer e Certified Professionals em diversos produtos. ATCI - Apoio Técnico Comercial e Industrial Ltda, atua nas áreas da Engenharia e Arquitetura, desenvolvendo projetos de redes físicas de microcomputadores - LAN e WAN - provendo serviços de especificação de cabeamento, instalação de hubs, roteadores, patch-panels, racks e certificação de conexões. Os projetos de rede da ATCI são integrados às redes elétrica, hidráulica, mecânica e de telefonia. Intel - A Winsizing atua em conjunto com a Intel na solução de negócios eletrônicos, auxiliando a realização de comércio eletrônico e a solução de negócios através da utilização da Internet. Noetica - Empresa inglesa especializada em Call Center e CRM, com soluções orientadas para pessoal não técnico e para uso em centrais de intenso contato com clientes. Os softwares Noetica possuem ótima relação de custo/benefício, permitindo rápido retorno sobre o investimento. Dele foram removidas todas as complexidades associadas a outras soluções de Call 10 Center, permitindo que os gerentes do negócio realmente gerenciem toda a operação. Estas relações vêm sendo construídas através de serviços de alta qualidade, focados no atendimento preciso das necessidades dos clientes que proporcionam aumento na performance de processos de trabalho e redução efetiva de custos. Os bons resultados dos serviços e as recomendações positivas feitas pelos clientes são os principais impulsionadores do crescimento da Winsizing. 5.2. Perfil 5.2.1. Modelo de Gestão A estrutura é funcional, sendo a empresa dividida em 2 Áreas de Negócios – Solução de Negócios e Tecnologia e Suporte. Essas áreas são gerenciadas por dois diretores que ficam lotados na matriz no Rio de Janeiro. A equipe é composta por cerca de 30 (trinta) funcionários distribuídos entre Rio de Janeiro e São Paulo, ficando, a maior parte, alocada nas empresas dos Clientes. 5.2.2. Diagrama de serviços INFRA-ESTRUTURA - Redes, Messaging, Cluster - Help Desk, Sup. Técnico E-BUSINESS - ePublishing - Wmedia - B2B, B2C BUSINESS OPERATION INTERNET INTRANET BUSINESS INTELLIGENCE - DBA, Datawarehouse, OLAP - WinBI SISTEMAS - Desenvolv. de Sistemas - WinJUR Figura 2 - Diagrama de Serviços prestados pela Winsizing Fonte: Portfólio da Winsizing (2003). 11 5.2.3. Faturamento e Empregados O gráfico a seguir mostra a evolução do faturamento e da quantidade de empregados desde 1998. Os dados de 2004 e 2005 são projeções. Faturamento e Empregados - Evolução 3.500.000 40 3.000.000 35 2.500.000 30 25 2.000.000 20 1.500.000 15 1.000.000 Faturamento (R$) Empregados 10 5 0 0 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 500.000 Gráfico 1 – Evolução do Faturamento e do Número de Empregados Fonte: Winsizing (2002). 5.2.4. Clientes Em sua carteira de clientes atuais e inativos figuram empresas de nível tecnológico avançado e de elevado grau de exigência quanto a acuracidade e eficácia do ambiente de informações, como: Açominas S.A. Banco BBM S.A. Billiton Metais Ltda. Brasil Capitalização S.A. Braspetro – Petrobrás Internacional S.A. Castrol Brasil Ltda. CEG – gasNatural Coca-Cola Indústrias Ltda. Contax Deloitte Touche Thomatsu 12 El Camino Arrendamento Mercantil S.A. Eletrobrás – Centrais Elétricas Brasileiras Embratel GloboSat Grupo Gerdau S.A. InfoGlobo Comunicações Ltda. Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A. Senna Import Comércio, Importação e Exportação Ltda. SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados Shell Brasil S.A. SKY – Netsat Serviços Ltda. SOMA – Sociedade Operadora do Mercado de Ativos Telecom Itália Telelistas Editora S.A. Texaco Brasil S.A. TIM Brasil Udinese Indústria e Comércio Ltda. Voz Comunicação e Marketing Ltda. 5.2.5. Localização Geográfica A Winsizing Informática Ltda. está localizada na Rua Senador Dantas, 39 – 3° andar, Centro, CEP 20.031-202, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. [email protected], www.winsizing.com.br 5.3. Estratégia da Empresa Em entrevistas realizadas com o presidente e seus diretores ficou claro que não há uma formalização no que tange a Políticas, Diretrizes e Metas, como será esclarecido na análise de Churchill. Existe um planejamento estratégico que foi feito por uma consultoria externa, mas que os diretores desconhecem. 13 Na análise de diversos documentos como propostas de trabalho, folhetos, site da empresa na Internet, foi possível identificar a Missão e Visão descritas a seguir: 5.3.1. Missão da Empresa “Gerar resultados crescentes para seus clientes, cumprindo suas responsabilidades com as pessoas e os parceiros envolvidos em seus negócios”. Fonte: Winsizing (2003). 5.3.2. Visão do Negócio “Estar entre as melhores e mais lucrativas empresas prestadoras de serviços de Tecnologia de Informação do País”. Fonte: Winsizing (2003). 6. A Indústria – Análise segundo o Modelo das Cinco Forças de Porter A indústria de prestação de serviços de instalação, implementação, customização e manutenção de software, na qual a Winsizing está inserida, apresenta retornos baixos em função das grandes forças a que está sujeita por parte dos Compradores e dos Concorrentes Internos, incluindo os Novos Entrantes. Por outro lado, as forças exercidas pelos Fornecedores e Produtos Substitutos são muito pequenas, quase nulas. 14 No diagrama abaixo são representadas graficamente as cinco forças na indústria onde atua a Winsizing, que explanaremos logo a seguir. Entrantes Potenciais Ameaça de Novos Entrantes Poder de Negociação dos Fornecedores Concorrentes Fornecedores Poder de Negociação dos Compradores Compradores Ameaça de Serviços Substitutos Substitutos Figura 1 - O Modelo das Cinco Forças de Porter Fonte: Michael E. Porter - Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 5ª ed., 1989. 6.1. Entrantes Potenciais O surgimento de novos entrantes é estimulado pela relativa facilidade de entrada e saída visto que as barreiras de entrada são muito baixas, as de saída são medianas e retaliações não são esperadas. Estando de fora da indústria, qualquer potencial novo concorrente percebe que não são necessários muitos recursos ou maiores esforços para entrar. Uma vez dentro, não será difícil sair, caso as expectativas de retorno não atinjam o mínimo planejado. Assim, tornase fácil compreender porque muitos empreendedores arriscam-se neste mercado. Com a formação adequada em Ciências Exatas e uma pequena experiência, pode-se entrar nesta indústria como prestador de serviços freelancer e, aos poucos, aumentar o pequeno negócio para uma empresa de maior porte. Não é preciso capital expressivo, já que não há necessidade de maquinário, sede ou pagamento de licenças especiais. O produto ofertado é o 15 conhecimento e a experiência em determinado software, sendo a unidade de produção o número de profissionais alocados para um projeto ou empresa, sem a necessidade de investimentos prévios ou formação de estoque. Economias de escala significativas também não são alcançadas com o passar do tempo e o aumento do negócio, logo, o novo concorrente pode entrar no mercado com as mesmas condições dos outros já estabelecidos. Os canais de distribuição não impedem a entrada de um novo concorrente. O serviço pode ser ofertado através da mídia ou em visitas diretas aos possíveis clientes. A compra e a entrega, por sua vez, são realizadas diretamente, sem a interferência de terceiros. Custos de mudança Os custos de mudança são muito baixos para o cliente, uma vez que os serviços não apresentam diferenciações importantes entre duas empresas concorrentes. Normalmente, a cada doze meses (prazo geralmente estipulado para os contratos), são realizadas novas licitações e concorrências, o que evidencia que o sentimento de lealdade dos clientes é muito pequeno. É comum que a empresa vencedora da concorrência contrate os principais colaboradores da antiga empresa, tornando mínimos os impactos da mudança para o cliente. Caso o cliente decida trocar de fornecedor antes do final do contrato, pode haver a aplicação de uma multa contratual. Esta multa, porém, geralmente, ou representa um valor pequeno, ou é perdoada pelo fornecedor com vistas a futuras oportunidades. Assim, como não existem economias de escala, os custos independentes de escala também não apresentam desvantagens. Por tratar-se de prestação de serviços, não existem patentes nem a necessidade de matérias-primas. A localização da empresa também é fator irrelevante, pois os serviços são geralmente prestados na “empresa cliente”. Quando o serviço é realizado nas dependências do fornecedor, a entrega é realizada via Internet, correios ou telefone. 16 Não há subsídios oficiais e a curva de aprendizagem não influencia significativamente nos custos unitários, devido à rápida evolução do próprio software. Este fato demanda a exigência de constante atualização dos profissionais de todas as empresas concorrentes, colocando-as no mesmo patamar de experiência e conhecimento de tempos em tempos. Por exemplo, quando uma nova versão do Windows ou do Oracle é lançada, todos os participantes da indústria ficam nivelados em uma posição de pouca experiência e conhecimento frente ao novo produto, momento no qual um novo entrante pode aproveitar para se posicionar melhor em relação aos demais concorrentes. 6.2. Concorrentes A quantidade de concorrentes é grande, com portes variando desde micro empresas com apenas um colaborador – o dono – até empresas de grande porte como Dell, HP Compaq, IBM, Microsoft e Unisys, e outras. Este cenário leva a estratégias divergentes entre os concorrentes, que muitas vezes possuem objetivos bastante distintos, o que torna as licitações e concorrências bastante acirradas, ocorrendo muitas vezes drásticas reduções de margem de lucro e, ocasionalmente, havendo até mesmo a pratica ilegal de dumping. As políticas governamentais não têm influência para impedir que novos concorrentes entrem na indústria, uma vez que não existem regulamentações ou controles específicos para seu funcionamento. Uma vez dentro do segmento, o novo concorrente geralmente não sofre grande impacto para sair, caso sua expectativas não estejam sendo alcançadas. Como não são feitos investimentos expressivos, a possibilidade de prejuízo é remota, pois há a alternativa da venda de ativos ainda não depreciados. Eventuais multas contratuais para o fornecedor podem ser contornadas através de negociações ou mesmo aguardando o término do contrato, visto que os prazos normalmente utilizados são de doze meses. 17 A variável que pode representar uma barreira à saída é a dispensa de colaboradores e as despesas envolvidas, principalmente se eles tiverem sido contratados como empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Estas despesas, porém, normalmente são previstas e incluídas no preço cobrado aos clientes. 6.3. Produtos Substitutos Para contrabalançar a força dos concorrentes, tanto os novos quanto os já estabelecidos, a possibilidade de surgir um produto substituto é muito pequena, senão nula. A única possibilidade vislumbrada é o aperfeiçoamento dos softwares a tal nível que os especialistas poderiam ser dispensados, pois sua utilização se tornaria tão fácil que o próprio usuário final, sem conhecimento algum na área de Tecnologia da Informação, teria totais condições de operá-lo sem auxílio. Para isto ser possível, um servidor de arquivos, banco de dados ou correio eletrônico teria que alcançar um nível de simplicidade muito grande, o que, na nossa opinião, será muito difícil de acontecer, principalmente devido a grande e rápida evolução que ocorre na área de Informática. 6.4. Compradores Os compradores ou clientes estão em uma posição bastante privilegiada, pois exercem uma força bastante grande nesta indústria. Como já foi citado, os baixos custos de mudança e a pouca diferenciação entre os produtos deixam os compradores muito confortáveis para trocar ou até pressionar seus fornecedores, conseguindo com isto acirrar a concorrência e manter os custos os mais baixos possíveis. Outro fator que contribui para aumentar a força dos compradores é o fácil acesso à informação sobre os preços dos serviços. Como o produto ofertado é o serviço prestado e a informação sobre a base de remuneração praticada no mercado para as diferentes qualificações dentro da área é disponível, não é difícil saber o custo desses profissionais e compará-lo ao que 18 está sendo cobrado pelo fornecedor, aumentando o poder de barganha do comprador. Existe, ainda, a possibilidade de o cliente absorver os profissionais e rescindir o contrato com a empresa prestadora de serviços, fenômeno conhecido como Insourcing, ou como citado por Porter (1898), “integração para trás”. O comprador, neste caso, assume para si a realização da tarefa que antes era feita pelo fornecedor. 6.5. Fornecedores Em oposição à grande força exercida pelos compradores, a dos fornecedores é ínfima. Os maiores fornecedores desta indústria são os próprios profissionais que detém o conhecimento necessário à prestação dos serviços. A formação destes profissionais é bastante simples em comparação aos de outras áreas. Como a profissão não é regulamentada, existem muitos cursos de formação em vários níveis e o fator mais importante é a experiência adquirida. A falta de um sindicato forte e a distribuição dos profissionais da área em sindicatos de outras categorias também contribuem para o enfraquecimento da classe. Assim, os principais fornecedores da indústria encontram-se muito pulverizados, o que traz enfraquecimento no momento das negociações de preços e condições. A grande ameaça para as empresas prestadoras de serviço como a Winsizing se dá internamente na empresa, quando os próprios colaboradores decidem formar uma nova empresa e oferecer seus serviços para o mesmo cliente, a preços mais baixos. Como o cliente identifica-se muito mais com os profissionais do que com a empresa fornecedora, as chances de aceitar este tipo de oferta não são pequenas. Este é o fenômeno denominado por Porter (1989) como “integração para frente”. 19 7. Diagnóstico da Empresa 7.1. Análise da Winsizing segundo o modelo de Churchill A presente análise foi baseada na estrutura proposta por Churchill & Lewis no artigo “The five stages of small business growth” – Harvard Business Review, maio/junho, 1983. Os autores relatam as pesquisas teóricas e experiências práticas aplicadas em 83 donos e gerentes de empresas pequenas consideradas de sucesso, com vendas anuais na faixa de 1 a 35 milhões de dólares. É sugerida uma estrutura que divide as empresas em cinco Estágios de Crescimento: Fase I: Existência Fase II: Sobrevivência Fase III: Sucesso o Com afastamento o Com crescimento Fase IV: Decolagem Fase V: Maturidade Cada estágio foi analisado a partir de seis fatores: Estilo Gerencial Estrutura Organizacional Sistemas Formais de Controle Objetivos Estratégicos Envolvimento do Dono Problemas e Características chaves 20 De forma geral, a empresa encontra-se no estágio II – Sobrevivência, embora na análise de cada fator tenha sido identificada uma ou outra característica do estágio III (Sucesso)1. Neste estágio, de acordo com Churchill & Lewis (1983), o negócio já demonstrou que é viável, tem uma boa carteira de clientes e os satisfaz de forma a mantê-los fiéis. A partir deste ponto, a empresa pode crescer em tamanho e rentabilidade e mover-se para o próximo estágio ou permanecer neste estágio por mais tempo, obtendo retornos marginais. A entrevista realizada com o principal executivo da Winsizing deixa claro que a opção escolhida é o crescimento e, na análise dos fatores, veremos que algumas ações já estão sendo implementadas nesse sentido. 1 Obs.: Segundo os autores este fenômeno pode ocorrer. 21 O quadro a seguir analisa o estágio em que está situada a Winsizing em cada fator: Tabela 1 - Winsizing - Análise de Churchill Estágios / Sobrevivência Sucesso com Afastamento Fatores Estrutura Simples; Organizacional Diretores não tomam decisões estratégicas, têm que se reportar ao dono. Estilo Gerencial Dono delega atividades; A empresa foi dividida em 2 principais Áreas de Negócios. Atividades financeiras e administrativas continuam com o dono. Sistemas Mínimos; Formais de Somente previsão de vendas. Controle Objetivos Conquistar mercados; Estratégicos Manter market-share e rentabilidade. Envolvimento do Dono O dono ainda é sinônimo do negócio. Problemas / Vai conseguir lucro? Características Cresce e vai para novo estágio ou apenas sobrevive? Fonte: Elaboração própria do grupo (2003). 22 Fator: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Estágio: SOBREVIVÊNCIA Na Winsizing, a estrutura funciona de forma simples (típica do estágio onde se encontra a empresa) com cerca de 30 funcionários distribuídos entre Rio de Janeiro e São Paulo, a maioria alocada nas empresas dos clientes. São gerenciados pelos respectivos diretores de área, lotados na matriz no Rio de Janeiro. Principal Acionista Sr. Francisco Paladino Área: Solução de Negócios Diretor: Sr Eduardo Salinas Área: Tecnologia e Suporte Diretor: Sr Luís Heming 4 funcionários na matriz 2 funcionários na matriz 9 funcionários alocados 3 funcionários alocados Figura 3 – Organograma da Empresa. Fonte: Apresentação dos Diretores (2003). Os diretores foram recém admitidos (um deles há cerca de um ano e o outro há cerca de seis meses) já em função das metas de crescimento do principal acionista. Na entrevista, o Sr. Paladino relatou que a escolha baseouse na experiência técnica e gerencial e perfil estratégico. Ambos vieram de grandes organizações como Sony Music, Organizações Globo, Castrol e Intelig e são de nível sênior, talvez mais indicados para atuarem em empresas a partir do estágio de Decolagem. Nenhum dos diretores toma independente. 23 as principais decisões de forma Fator: ESTILO GERENCIAL: Estágio: SUCESSO COM AFASTAMENTO A estrutura é funcional, ou seja, por funções e atividades. A empresa foi dividida em duas Áreas de Negócios – “Solução de Negócios” e “Tecnologia e Suporte”, como apresentado no organograma. As atividades destas duas áreas são delegadas aos diretores que devem discutir suas decisões com o dono. As atividades financeiras e administrativas são centralizadas no dono. Fator: SISTEMAS FORMAIS DE CONTROLE Estágio: SOBREVIVÊNCIA Neste estágio os controles são mínimos, conforme pudemos constatar na análise da Winsizing. A principal formalização é uma previsão de faturamento. Não existe ainda um orçamento operacional ou planejamento estratégico formalizado. Os planos são comunicados informalmente em conversas com a equipe. Fator: OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Estágio: SUCESSO COM AFASTAMENTO A Winsizing está entre o limiar final do estágio de Sobrevivência, em que a principal meta é permanecer vivo e o estágio Sucesso com afastamento, onde o objetivo é manter o status quo. Neste estágio, a empresa já tem certa saúde financeira, bem como tamanho e participação de mercado para obter uma lucratividade mediana em seu segmento, o que permite pensar em uma estratégia de crescimento. 24 Durante a entrevista, foi relatada a meta de crescer em torno de 30% em 2004. No entanto, não há um plano formal de como atingir esta meta. Algumas iniciativas estão sendo implementadas, tais como: iniciar uma operação em Florianópolis e tornar-se um parceiro “Gold” da Microsoft. Estas ações são típicas deste estágio, no qual são promovidas mudanças incrementais com o intuito de adaptar-se às mudanças do ambiente. Fator: ENVOLVIMENTO DO DONO Estágio: SOBREVIVÊNCIA Em consonância com Churchill e Lewis (1983), percebe-se que o dono ainda é sinônimo do negócio. Nas entrevistas realizadas pôde-se constatar que o estilo gerencial ainda se baseia fortemente na visão e decisões do principal acionista, que tem total envolvimento com a empresa, tornando, em determinadas situações, difícil separar a pessoa jurídica da física. Fator: PROBLEMAS / CARACTERÍSTICAS Estágio: SOBREVIVÊNCIA Ainda de acordo com os autores, o principal problema é mudar de uma mera existência para uma relação saudável entre receita e despesas. Neste estágio, o questionamento é se a empresa deve crescer e seguir para o próximo estágio ou deve permanecer neste, mantendo a sobrevivência. Analisa também se ela será capaz de gerar caixa suficiente para remunerar o investimento e para sustentar o crescimento. 25 Posição dos dirigentes quanto ao estágio da Winsizing e a análise do grupo: Para corroborar com a análise apresentada, são colocadas, a seguir, as posições dos três dirigentes em relação ao estágio em que se encontra a Winsizing em cada fator e a análise do grupo. Fatores Presidente Diretor A Diretor B Análise do Grupo Estrutura Decolagem Sobrevivência Sucesso Sobrevivência Sucesso Sobrevivência Sucesso Sucesso com Organizacional Estilo Gerencial Afastamento Sistemas Formais Sobrevivência Sobrevivência Sucesso Sobrevivência Sobrevivência Sobrevivência Sucesso Sucesso com de Controle Objetivos Estratégicos Afastamento Envolvimento Sucesso Sobrevivência Sobrevivência Sobrevivência do Dono Problemas / Sobrevivência Sobrevivência Sucesso Sobrevivência Características Tabela 2 – Posições dos três dirigentes em relação ao estágio em que se encontra a Winsizing em cada fator e a análise do grupo. Fonte: Elaboração própria do grupo. (2003). Nota-se a diferença de percepção entre os dirigentes da empresa. Isto possivelmente se deve a alguns fatores como a falta de estruturação e comunicação formal das estratégias, políticas e diretrizes da empresa, à atuação dos diretores e presidente ainda muito voltada para o nível tático e operacional e à falta de discussões no nível estratégico. 26 Análise dos fatores determinantes para o sucesso ou fracasso: Churchill e Lewis (1983) citam 8 fatores identificados na pesquisa que são determinantes para o sucesso ou fracasso dos negócios neste perfil de empresas. Estes fatores vão mudando o grau de importância em cada estágio. Em relação ao empreendimento: 1. Recursos financeiros, inclui caixa e capacidade de empréstimo; 2. Recursos humanos, inclui número e qualificação das pessoas, particularmente a liderança; 3. Recursos de sistemas em termos de nível de sofisticação, informação, planejamento e controle; 4. Recursos do negócio como relacionamento com clientes, participação de mercado, relação com fornecedores, processos comerciais e de distribuição, tecnologia e reputação; Em relação ao Dono: 5. Objetivos para si e para o negócio; 6. Capacidade de exercer funções como marketing, inovação, produção e distribuição; 7. Habilidade e humildade em delegar responsabilidade e gerenciar a atividade de outros; 8. Habilidade estratégica em olhar além do presente e identificar forças e fraquezas da empresa frente aos seus objetivos; No estágio de Sobrevivência os fatores críticos são: as habilidades do dono, caixa e os objetivos pessoais e do negócio. Verifica-se que a Winsizing está em linha com o caracterizado como ideal pois: está claro para o dono quais são suas competências e este está contratando pessoas com competências complementares às suas. Por 27 exemplo, a identificação da necessidade de incorporar à equipe um profissional da área comercial para suprir um gap na área de negócios. o caixa está sob controle; não foi percebida qualquer interseção entre os objetivos pessoais e do negócio. No estágio de Sucesso com Afastamento ganham maior importância os fatores: recursos humanos e objetivos estratégicos. A análise da Winsizing revela que: as ações em relação a captação e capacitação das pessoas começam a ganhar importância, haja vista a contratação dos diretores e o programa que custeia a certificação Microsoft para os funcionários; em relação aos objetivos estratégicos, o que se verifica é que há uma meta de crescimento, porém não há um plano formal para viabilizar seu atingimento. 28 7.2. Análise a partir da Matriz dos Quatro Capitais Na análise baseada no modelo de Churchill (Cavalcanti e Gomes, 2000), o grau de importância dos capitais varia nos diversos estágios de crescimento. No estágio inicial, o capital intelectual tem a posição mais alta e seu peso relativo decresce em relação aos demais capitais do conhecimento ao longo do tempo, já que os demais capitais crescem, em importância, à medida que a empresa caminha em direção à maturidade. A seguir, reproduzimos o gráfico de Cavalcanti e Gomes (2000) que demonstra a evolução dos Capitais do Conhecimento nos diversos Estágios. Trata-se de um gráfico genérico e representa uma abstração dos autores sobre o grau de importância dos capitais do conhecimento nos estágios. No entanto, não se pode afirmar que o comportamento será este em todas as empresas. Capitais Conhecimento X Estágio de Maturidade 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Cap. Intelectual Cap. Relacionamento Cap. Am biental de M at ur id a em ag ec ol D uc es so S ci a vi vê n ob re S E xi st ê nc ia Cap. Es trutural Gráfico 2 – Capitais do Conhecimento x Estágio de Maturidade. Fonte: Marcos Cavalcanti e Elizabeth Gomes - Capitais do Conhecimento e os estágios de crescimento das empresas, texto MBKM, 2000. No caso da Winsizing que, pela análise encontra-se no Estágio II – Sobrevivência, constatamos que: 29 7.2.1. Capital Intelectual Na fase inicial, o capital intelectual é o principal responsável pela geração de riquezas e, no decorrer do processo de crescimento, seu peso relativo decresce em relação aos demais capitais do conhecimento, embora isto não signifique que ele se reduza, ele na verdade tende a crescer ao longo do tempo. (Cavalcanti e Gomes, 2000.) Por ser o negócio que estamos analisando baseado em conhecimento intensivo, mesmo já tendo passado do estágio de Existência, a importância do Capital Intelectual ainda é muito grande em relação aos demais. Verifica-se na Winsizing ações no sentido de explorar o potencial deste capital, como custeio de certificações para funcionários; no entanto, outras ações seriam necessárias como investimento maciço em treinamento, ações de retenção de talentos, de sistematização e padronização de processos e procedimentos, no intuito de transformar capital intelectual em estrutural, o que reduziria a dependência da empresa do capital intelectual individual das pessoas. 7.2.2. Capital de Relacionamento Embora este capital não seja imprescindível ao nascer de uma empresa, ele não é desprezível (Cavalcanti e Gomes, 2000). Ao longo do crescimento da empresa, esse capital tem papel crescente na medida em que, para o bom andamento do negócio, é importante manter fiéis os fornecedores e, principalmente, os clientes, uma vez que são eles que geram a receita. Seu peso, nas primeiras fases de crescimento, é muito pequeno, porém significativo e relevante nos estágios mais avançados. Como grande parte dos negócios do conhecimento, a indústria de prestação de serviços de instalação, implementação, customização e manutenção de Software, onde se insere a Winsizing, depende intensamente do capital de relacionamento, seja na obtenção e manutenção dos clientes, seja na relação com os fabricantes de software. Estes fatores interferem também na relação com os empregados e prestadores de serviços, pois são 30 determinantes na manutenção desta relação. Na pesquisa realizada na empresa não foi identificada nenhuma ação sistemática no sentido de potencializar este capital, no que tange aos três públicos identificados – clientes, fornecedores de software e empregados, somente ações isoladas e assistemáticas realizadas pelos 3 diretores. Destacamos que a diretoria já identificou a necessidade de incorporar à sua equipe um profissional com perfil comercial para atuar na potencialização deste capital e tem trabalhado no intuito de obter maiores graduações na parceira com a Microsoft, implementando um projeto que tem como objetivo a obtenção da Certificação Gold. 7.2.3. Capital Ambiental De acordo com Cavalcanti e Gomes (2000), este é o capital que menos cresce em importância, isto é, tem pouca alteração ao longo do processo de crescimento, uma vez que, para crescer, toda empresa deve fazer o monitoramento constante de seu ambiente de negócios. Sendo este o objetivo deste capital, ele estará sempre presente em escala de importância relativa ao tamanho do mercado em cada um dos estágios de crescimento. Na empresa em questão, a análise se deu sob três aspectos: Primeiro: Em relação ao setor político/governamental - a importância é reduzida pois esta indústria não é regulamentada. Segundo: Em relação aos movimentos das indústrias fabricantes de software - como os serviços prestados pela Winsizing são baseados na plataforma desses fabricantes, qualquer movimento pode tornar obsoleto o conhecimento dos profissionais e demandar treinamento intensivo na nova tecnologia. Terceiro: Em relação aos seus principais clientes - estão inseridos em indústrias com alta regulamentação. 31 Também na pesquisa junto a Empresa não foi observada nenhuma ação sistemática de monitoramento pela empresa de aspectos ambientais. Somente verificamos ações esporádicas e espontâneas por parte da diretoria. 7.2.4. Capital Estrutural Segundo os autores, na fase inicial, o capital estrutural ainda não foi desenvolvido e tem uma importância relativa pequena. Porém, para crescer, a empresa precisa desenvolvê-lo, o que o torna mais importante nos estágios mais avançados. Cabe lembrar que, nesta indústria, a estrutura física demandada é muito pequena e, neste ponto, a Winsizing está adequada. No entanto, a importância dos processos de explicitação do conhecimento é de suma importância, podendo determinar fortemente a rentabilidade e continuidade do negócio. Nas observações feitas durante a pesquisa verificou-se que não há qualquer processo documentado, todo o conhecimento em relação aos clientes e produtos desenvolvidos pela Winsizing é implícito. Não foi observado nenhum movimento no sentido de sistematizar processos e procedimentos, ficando assim esses pontos como merecedores de destaque para este capital. 7.3. Análise SWOT Desenvolvida por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois professores da Harvard Business School, esta análise representa o estudo da competitividade de uma organização a partir de quatro variáveis: strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Constitui-se numa ferramenta de gestão muito utilizada, pois possibilita analisar a capacidade interna da organização (forças e fraquezas) e sua posição em relação aos concorrentes (ameaças e oportunidades) (Gomes e Braga, 2001), de forma a identificar que fatores deverão constituir o foco de ação da empresa para melhorar seu negócio. 32 A análise interna retrata onde a organização se encontra no momento e deve ter o propósito de identificar as fraquezas que necessitam ser gerenciadas ou evitadas e as forças que devem ser capitalizadas, para assegurar a eficácia do processo de gestão. A análise externa identifica os fatores significativos fora da organização que podem impactar seu futuro, seja negativa ou positivamente (Palmeira, 2000.). Segundo Oliveira (2000): Pontos fortes são variáveis internas e controláveis, que propiciam uma condição favorável para a empresa em relação ao ambiente; Pontos fracos são variáveis internas e controláveis, que provocam uma situação desfavorável para a empresa, em relação ao seu ambiente; Oportunidades são variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que ela tenha condições ou interesse de usufruí-las; Ameaças são variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem criar-lhe condições desfavoráveis. Como a empresa não tem controle sobre os fatores externos, ela deverá agir em cima dos seus pontos fortes e fracos, da seguinte forma: 1. Classificar as oportunidades e ameaças, segundo o seu impacto para a empresa; 2. Identificar a correlação entre os pontos fortes e fracos com as oportunidades e ameaças; 3. Selecionar as ações a serem realizadas em cima dos pontos fortes e fracos, procurando tirar o máximo proveito das oportunidades e minimizar a impacto das ameaças. Para Kotler (1986), a análise externa é composta de fatores do: 33 macro-ambiente – quais sejam demográficos, econômicos, tecnológicos, políticos, legais e sócio-culturais; micro-ambiente – quais sejam clientes, concorrentes, canais de distribuição e fornecedores. Para cada força/fraqueza, devem ser identificadas e classificadas as oportunidades e ameaças. O autor sugere a classificação de oportunidades segundo a sua atratividade para a empresa e a identificação da probabilidade em que ocorram. Em função dessas variáveis, Kotler (1986) monta um quadro que prioriza a atenção a ser dada a cada oportunidade. O mesmo raciocínio é descrito para o caso das ameaças, cujos parâmetros utilizados são relevância e probabilidade de ocorrência. Analogamente ao caso anterior, deve-se selecionar para estudos mais detalhados as de relevância para a empresa e de grande possibilidade de ocorrência. Este método identifica quatro tipos de situações: Alavanca: quando uma oportunidade do ambiente encontra um conjunto de pontos fortes na empresa que podem ajudá-las a tirar o máximo de proveito da situação; Problema: quando uma ameaça do ambiente torna a empresa ainda mais vulnerável, devido aos seus pontos fracos; Restrição: quando uma oportunidade não pode ser aproveitada pela empresa, devido aos seus pontos fracos; Vulnerabilidade: quando existe uma ameaça à vista, mas a empresa possui pontos fortes que possam amenizá-la. Neste momento, já se podem identificar quais os conjuntos de pontos fortes e fracos da empresa a serem atacados e em que sentido a ação poderá ser tomada de modo a aproveitar a atratividade das oportunidades e minimizar o impacto das ameaças. 34 Após análise do ambiente interno da empresa e a identificação das oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo, correlacionamos os pontos fortes e fracos com as oportunidades e ameaças, os quais apresentamos nas tabelas a seguir: SWOT Fraquezas Ameaças Situação INTERNO EXTERNO Identificada - Os executivos da empresa não - Dificuldade de prospecção de novos possuem know-how na área comercial. negócios e clientes. - Os analistas possuem visão - Dificuldade de prospecção de novos extremamente técnica, não serviços e oportunidades. Restrição Restrição aproveitando o contato com os clientes para identificar oportunidades de novos negócios. - Não há padronização de processos. O - Perda de agilidade e mesmo problema pode ocorrer em comprometimento da imagem da clientes diferentes e cada analista empresa. Restrição adotar um tipo de solução. - Não há mapeamento das - Não alocação dos profissionais mais competências necessárias ao negócio e adequados aos projetos, gerando avaliação de desempenho dos analistas. perda de competitividade. - Não existe gerenciamento formalizado - Perda de agilidade na tomada de do nível de satisfação dos clientes. decisões e vulnerabilidade em relação Restrição Restrição à concorrência. - Pouco sentimento de equipe agravado - Baixa fidelidade do analista, pela alocação diferenciada dos analistas oportunizando “integração para frente” e pela falta de reforço de vínculo com a ou “integração para trás”, segundo empresa. Porter. - Não há planejamento estratégico - Grande vulnerabilidade na tomada de estruturado. decisão - Os objetivos e metas da diretoria não - Dispersão de foco nas ações dos são compartilhados com os empregados. Restrição Restrição Restrição empregados. - Divergência de visão dos diretores - Comprometimento da identidade da quanto ao atual estágio de crescimento empresa junto ao cliente. (Churchill) da empresa. Tabela 3 – Análise SWOT. Fonte: Elaboração própria do grupo (2003). 35 Restrição SWOT Forças Oportunidades Situação INTERNO EXTERNO Identificada - Estrutura hierárquica com níveis Favorecimento na agilidade na mínimos. resposta aos clientes, flexibilidade. - Diretores e presidente foram - Tendência das empresas em executivos de TI em organizações de terceirizar suas áreas de suporte e grande porte. desenvolvimento de aplicativos. Alavanca Alavanca - Mercado de atuação crescente para médias e pequenas empresas de segmentos diversificados. - Os analistas da empresa estão - Tendência das empresas em constantemente adquirindo novas terceirizar suas áreas de suporte e certificações. desenvolvimento de aplicativos. Alavanca - Mercado de atuação crescente para médias e pequenas empresas de segmentos diversificados. - O lançamento constante de novas versões de software obriga os clientes a demandarem constantemente novos serviços. - Carteira de clientes de porte e ramos - Tendência das empresas em diversificados. terceirizar suas áreas de suporte e Alavanca desenvolvimento de aplicativos. - Mercado de atuação crescente para médias e pequenas empresas de segmentos diversificados. - Presença nos dois principais mercados - Maior concentração do mercado brasileiros - Rio de Janeiro e São Paulo. potencial. - A empresa possui certificação GOLD - Indicação de clientes pela Microsoft. da Microsoft. - Status de qualidade junto aos clientes atuais e potencias. Tabela 3 – Análise SWOT. Fonte: Elaboração própria do grupo (2003). 36 Alavanca Alavanca 8. Conclusão Como foi possível observar, a Winsizing é uma empresa típica da Nova Economia, a Economia Digital e, como tantas outras, vivencia a contradição de ter como referência o modelo gerencial tradicional e a necessidade de construir outro mais ágil e dinâmico, que responda rapidamente às demandas de um mercado, como foi visto, altamente competitivo e volátil. Segundo o IDC (International Data Corporation), os investimentos em Tecnologia da Informação (TI) no Brasil devem crescer 2,23% nas 500 maiores empresas no ano de 2003, em relação a 2002. A necessidade de estabelecer e manter parcerias, sem as quais a empresa não sobrevive, a impulsiona não só para a modernização mas, principalmente, para a gestão do conhecimento envolvido no negócio. A preocupação com o assunto avançou nos últimos anos, graças ao surgimento da “economia do conhecimento” e, hoje, este é um desafio que se apresenta para todas as empresas. Drucker (1968) já dizia que uma empresa é basicamente inovação e marketing. Mas, não basta criar uma vez. A questão é manter a inovação no DNA da empresa. Cada profissional precisa contribuir com um pedaço do novo, o tempo todo. Na economia pós-Revolução Industrial, o que contava era o conhecimento aplicado ao que já se conhecia. Hoje, não basta ter o domínio da máquina ou da engenharia, é preciso melhorar a forma de utilizá-los de maneira a encontrar clientes dispostos a comprar os produtos ou serviços. Agora há a exigência da diversidade em produtos e serviços. Por este motivo, os funcionários precisam tornar-se colaboradores. Não basta funcionar, é preciso somar, pois é a partir daí que surge o diferencial. Imbuídos do espírito e firmes na estrada da inovação, as mudanças, inicialmente tímidas, tornam-se maiores e chegam até aos processos, onde a empresa reduz custos, atende melhor e tem mais chances de ganhar mercado. Clemente Nóbrega (2003) diz que “o valor econômico hoje não está mais em “produtos”, mas na capacidade de usar a imaginação para reconfigurar processos de negócio”. 37 “É preciso incitar o estalo”, explica Moysés Simantob (2003). Para ele, o funcionário deixou de ser um fragmento da organização para se transformar em um gerador de idéias. O autor enumera alguns pressupostos para a inovação: Ambiente, Envolvimento, Desafio, Liberdade, Tempo para criar, Apoio, Conflito, Debate, Humor e Diversão, Confiança e abertura e Tolerância ao erro e risco. A Winsizing atua em uma indústria onde o conhecimento é a própria fonte de receita. A criação do conhecimento é o processo essencial de produção (Sveiby, 1998.). Neste mercado, há aquelas empresas que embalam o conhecimento de seu pessoal em forma de derivativo de conhecimento, que depois são vendidos como produtos de informação; há um outro grupo que vende o conhecimento como ferramenta para solução de problemas (Sveiby, 1998). Estas empresas desenvolvem fortes estruturas internas, pois precisam tornar seus produtos conhecidos pela maior parte de usuários possíveis e também por seus próprios colaboradores, daí a necessidade de trabalhar junto o capital intelectual e o capital estrutural. A Winsizing atua principalmente no segundo segmento. Seu grande desafio é crescer, aumentando a base de clientes e ampliando a oferta de serviços aos clientes atuais, mantendo a qualidade dos serviços prestados e o alto grau de valor que agrega para seus clientes e parceiros e, ao mesmo tempo, mantendo seus custos enxutos. O diagnóstico, feito com base no Modelo das Cinco Forças de Porter, Modelo Churchil, Análise SWOT e das pesquisas de campo e bibliográfica, aponta que os capitais de maior impacto para a empresa, neste momento, são o Intelectual e o Estrutural. Como a maior parte do conhecimento dos colaboradores não está explicitada, os problemas decorrentes são potencializados pelo fato de a maioria desses profissionais trabalharem dispersos geograficamente, alocados nas empresas clientes. A falta de uma estratégia que estimule a criação e disseminação do conhecimento impede o ganho de escala que poderia ocorrer na padronização 38 das soluções, disseminação de ferramentas criadas e também na escolha dos recursos mais indicados para cada projeto. A não identificação das competências necessárias às funções e das existentes nos colaboradores dificulta a escolha dos profissionais mais indicados para cada projeto, tarefa que se torna mais difícil na medida em que a empresa cresce. Da mesma forma, não estão documentados os processos de trabalho, o que, a nosso ver, compromete a clareza da comunicação, agilidade e deixa pouca margem para propostas de melhoria. Para atingir os objetivos desejados, será necessário investir sistematicamente na gestão do conhecimento, implantando, inicialmente, dois projetos: Gestão por Competências e Conversão do Conhecimento implícito em explícito que se complementam e, ao nosso ver, são prioritários para a empresa. Estes projetos estão descritos no item 9 a seguir: 9. Projetos de Gestão do Conhecimento Recomendados PROJETO I – GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 1. Justificativa O presente projeto indica a implantação do Modelo de Gestão por Competências na Winsizing, com a finalidade de otimizar recursos, aprimorar a qualidade dos serviços e adequar o quadro de colaboradores às demandas e objetivos estratégicos da empresa, fatores estes identificados na análise SWOT como necessários para o melhor desempenho da empresa e alavancagem para o Estágio de Sucesso com Crescimento, desejado por seus dirigentes. Está dividido em quatro subprojetos, a serem aplicados de forma seqüencial. 2. Objetivo 39 Identificar, desenvolver e avaliar competências individuais necessárias para o melhor desempenho na prestação de serviços e gestão da empresa. Subprojeto I – Análise de processos e atividades da Winsizing Análise dos processos-chave e sub-processos da empresa, visando a identificação de competências individuais necessárias ao desenvolvimento do trabalho. Subprojeto II – Descrição de funções e mapeamento de competências Descrição de cargos e funções; Mapeamento das respectivas competências necessárias ao desempenho das funções (conhecimentos, habilidades e atitudes); Elaboração de dicionário de competências e escala de conduta; Estudo de dimensionamento do quadro de colaboradores em função das atribuições e competências requeridas. Subprojeto III – Avaliação de desempenho Criação de sistema e avaliação de desempenho alinhado ao modelo de gestão de competências, visando fortalecer a articulação com os objetivos estratégicos da Empresa e o desenvolvimento da equipe; Criação de indicadores de desempenho correlacionados com a escala de conduta; Elaboração de instrumento de avaliação. Subprojeto IV – Treinamento e desenvolvimento da equipe Levantamento das demandas de treinamento da equipe face às competências identificadas como essenciais para o bom desempenho do trabalho; 40 Elaboração de programa de desenvolvimento de competências-chave da Empresa, bem como de outras demandas específicas de cada área; Orientação sobre ações de desenvolvimento que poderão ser implementadas além de treinamento presencial, para supressão de eventuais gaps de competências da equipe, identificados na avaliação de desempenho e em levantamento de necessidades; Criação de plano de desenvolvimento individual a ser gerenciado pelo próprio colaborador. 3. Metodologia 3.1. Reunião de sensibilização Reunião com os envolvidos para sensibilização quanto à importância do mapeamento de competências individuais duráveis, do autodesenvolvimento e gerenciamento de carreira como aspectos inerentes ao perfil do profissional contemporâneo. Apresentação e esclarecimentos sobre as etapas subseqüentes. 3.2. Entrevistas Entrevistas individuais para mapeamento das competências necessárias à função. 3.3. Workshop Workshop com a participação da diretoria e colaboradores para validação das competências identificadas. 3.4. Análise de documentos existentes 41 3.5. Reuniões temáticas 3.6. Coleta de dados e observação em campo PROJETO II – CONVERSÂO DO CONHECIMENTO IMPLÍCITO EM EXPLÍCITO 1. Justificativa Considerando a definição de Gestão do Conhecimento como “uma coleção de processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos da organização” (Teixeira Filho, 2000), torna-se muito importante para uma empresa fundamentalmente de capital intelectual como a Winsizing desenvolver estratégias para a socialização do conhecimento, ou seja, que este capital esteja o máximo possível tangibilizado para que também possa haver a retenção do conhecimento na empresa. O registro de experiências e detalhamento de processos de trabalho possibilita preservar padrões de excelência, aprimorar a performance e oferecer condições para a disseminação do conhecimento produzido a partir das diferentes vivências e conhecimentos individuais da equipe, e pode ser um importante diferencial em relação à concorrência. O presente projeto busca promover estratégias para a retenção e conseqüente disseminação do conhecimento produzido na atuação prática da equipe, fatores estes apontados como ameaça na análise SWOT. 2. Objetivos Rever os procedimentos organizacionais, responsabilidades e tecnologias empregadas, visando registrar, de forma acessível, o acervo de conhecimento da empresa, praticado na prestação de serviços e no gerenciamento da organização; 42 Promover a disseminação estruturada do conhecimento da equipe. Subprojeto I – Documentação de rotinas e procedimentos básicos importantes Levantamento de procedimentos básicos importantes do processo de gerenciamento e atendimento na prestação de serviços; Descrição de processos e fluxos de trabalho; Montagem de scripts e manuais; Registro de código de conduta. Subprojeto II – Melhores práticas Identificação de temas estratégicos; Mapeamento de fontes de informação: membro(s) da equipe que possua(m) experiência positiva no tema; Relato de experiências (reuniões, palestras, workshops); Modelagem de conteúdo explícito; Disponibilização on line. 3. Metodologia 3.1. Reunião de sensibilização Reunião com os envolvidos para sensibilização quanto à importância da formalização de normas e procedimentos básicos, considerando as peculiaridades na operação da empresa, ou seja, equipe geograficamente descentralizada; reconhecimento da necessidade de se criar espaços estruturados para a troca e registro de experiências que poderão contribuir para a melhor performance de cada membro da equipe, otimizando tempo e recursos e aumentando a qualidade dos serviços. Apresentação e esclarecimentos sobre as etapas subseqüentes. 43 3.2. Workshop para levantamento de sugestões de operacionalização 3.3. Entrevistas focadas no relato de experiências bem sucedidas 3.4. Análise de documentos e registros existentes 3.5. Reuniões temáticas 3.6. Observação em campo 44 10. Referências Bibliográficas BUKOWITZ, Wendi R, WILLIAMS, Ruth L – Manual de gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2002 BYME, R – “Employees: capital or commodity?”, The Learning Organization – Volume 8, Number 1, pp. 44-50, MCB University, 2001 CAVALCANTI, Marcos, GOMES, Elizabeth, PEREIRA, André – Gestão de empresas na sociedade do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 2001 CHOO, Chun Wei – La organización inteligente; o empego de la información para dar significado, crear conocimiento y tomar decisões, 1998 CHURCHILL, Neil C, LEWIS, Virginia – “The five stages of small business grouth” in Harvard Business Review, Boston, MA: may-june, 1983 DRUKER, Peter – in Inovação: ou você tem ou não tem in B2B Magazine, n 34 – São Paulo: Padrão Editorial Ltda, setembro 2003, pág. 32-36 GOMES, Elizabeth, BRAGA, Fabiane – Inteligência Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 2001 GREEN, Paul C – Desenvolvendo competências consistentes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999 KELLY, Kevin – TI e Inovação. www.idcbrasil.com.br, 2001 KOTLER, Philip – Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000 Marketing - Ed. Compacta. São Paulo:Atlas, 1986 KROGH, Georg von, ICHIJO, Kazuo, NONAKA,Ikujiro – Facilitando a criação do conhecimento.Rio de Janeiro: Campus, 2001 LOBATO, David Nunes – Administração estratégica: uma visão orientada para a busca de vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Editoração, 2000 NOBREGA, Clemente – Inovação: ou você tem ou não tem in B2B Magazine, n 34 – São Paulo: Padrão Editorial Ltda, setembro 2003, pág. 32-36 NONAKA, I – “The Knowledge-Creating company”. Harvard Business Review on Knowledge Management, Harvard Business School Press, New York, 2000 NONAKA, I., R. TOYAMA and KONNO,N – “SECI, Ba and Leadership: a Unified Model of Dynamic Knowledge Creation”, Long Range Planning 33 (2000) 5-34 45 NONAKA, Ikujiro, HIROTAKA, Takeuchi – Criação do conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997 PALMEIRA, Pedro – Planejamento estratégico (texto de referência, módulo 7, MBKM-RJ-7, Rio de Janeiro, 2003 RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, Martius – Gestão empresarial: organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001 SENGE, Peter M. – A quinta disciplina. São Paulo: Nova Cultural,1990 “Além da quinta disciplina”. São Paulo: Revista HSM Management, entrevista março/abril 2000 SIMANTOB, Moysés – “Inovação: ou você tem ou não tem” in B2B Magazine, n 34 – São Paulo: Padrão Editorial Ltda., setembro 2003, pág. 32-36 SVELBY, K E - The New Organizational Wealth: Managing and Measuring Knowledge-Based Assets: Berret-Koehler, 1997 TEIXEIRA FILHO, Jayme – Gerenciando conhecimento. Rio de Janeiro: Senac, 2000 TOFFLER, Alvin – Powershift: Knowledge, Wealth and Violence at the Edge of the 21st Century, Batam Books: New York, 1990 WARDMAN, Kellie T – Criando organizações que aprendem. São Paulo: Futura, 1996 ZARIFIAN, Philippe – Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001 46 11. Anexos ANEXO I PROJETOS E PRODUTOS ÁREA DE TECNOLOGIA E SUPORTE Projetos de Infra-Estrutura Esta área compreende: projeto, implementação, suporte e administração de ambientes de pequeno, médio e grande portes de redes de microcomputadores em LAN e WAN com Windows 95, 98, NT, 2000 e XP, Office 97, 2000 e XP, Servidores de Arquivos, Impressão e WEB com Windows Server NT 4, 2000 e 2003, Clusters de Alta Disponibilidade, Correio Eletrônico Exchange/Outlook, Active Directory, ISA Server, Conexão à Internet, Back-up e Restore de dados e deployment de aplicativos. Help Desk A Winsizing é membro do Help Desk Institute, instituição internacional que qualifica as empresas que prestam este serviço. O Service Desk da Winsizing abrange ampla gama de hardware e software (básico, redes, correio eletrônico, banco de dados, aplicativos e sistemas), com atendimento local e remoto. Possui sistema próprio para o gerenciamento de chamados, inventário e controle dos ativos de TI (toda a base instalada de hardware e software), atualizado diariamente, utilizando conceitos de Business Intelligence WinBI. Support Center Modalidades de suporte técnico em infra-estrutura de rede e correio eletrônico, ajustadas ao ambiente e perfil de operação de cada cliente. As modalidades de suporte vão desde o suporte remoto até o suporte local intensivo 7 x 24, com alocação de mão de obra especializada para todos os itens de softwares básicos, sistemas operacionais, aplicativos e serviços operados ou desenvolvidos pela Winsizing. 47 ÀREA DE SOLUÇÃO DE NEGÓCIOS Desenvolvimento • Fábrica de Soluções - Lançado em janeiro de 2000, o WINJUR é o mais moderno sistema especialmente concebido para automação completa das Serventias Extra Judiciais (Cartórios). Business Intelligence • Data Warehouse e Administração de Bancos de Dados Projeto, modelagem, implementação e suporte a ambientes de banco de dados e criação de datamart e datawarehouse. • WinBI (Decision Support System) Modelo de Sistema de Apoio à Decisão, desenvolvido pela Winsizing para extração de informações de sistemas de qualquer natureza, permitindo a seleção de dados, hospedagem em datawarehouse ou datamart e aplicação do OLAP (On Line Analitical Process) para criação de gráficos e estatísticas, podendo exibir os resultados via Internet ou Intranet. As soluções Winsizing de Business Intelligence adotam o SQL Server e ferramentas ETL (Extracting Tranforming and Loading) para carga de dados e OLAP (Online Analytical Processing) para criação e manipulação de cubos. E-Publishing • ePublishing - Wmedia O Wmedia News é um conjunto de soluções destinado à publicação de conteúdos dinâmicos (jornais, revistas, publicações internas) para Internet e Intranet. Com ele a empresa, sendo jornalística ou não, pode disponibilizar suas informações e notícias de maneira fácil e intuitiva. É uma solução baseada na plataforma Microsoft, utilizando o que existe de mais moderno em 48 tecnologia para desenvolvimento de produtos ligados à Internet. Como conseqüência, permite que a produção de informação seja descentralizada, podendo ser realizada em qualquer microcomputador ligado à Intranet ou ainda em qualquer microcomputador remoto que acesse à Internet. A Winsizing atua nas áreas de Business Operation, Business Intelligence e E-business. ANEXO II GLOSSÁRIO TERMOS E EXPRESSÕES USADOS NA ELABORAÇÃO DO PROJETO Cluster: Conjunto de equipamentos semelhantes que atuam como se fossem apenas um. Em caso de falha de um componente os demais assumem suas funções de forma transparente aos usuários. Microsoft Certified Partner: Empresa aprovada e certificada pela Microsoft que se torna um parceiro de negócios. Systems Engineer Plus Internet: Analista aprovado e certificado pela Microsoft para atuar em Sistemas Operacionais e Internet. Solution Developer: Desenvolvedor de soluções que utiliza ferramentas de uma determinada empresa, no caso da Microsoft. Certified Professionals: Profissional certificado em um dos produtos Microsoft. LAN: Sigla de Local Área Network. Rede local de computadores, restrita a um prédio ou andar. WAN: Sigla de Wide Área Network. Rede distribuída que interliga as redes locais de computadores de uma Empresa ou Grupo Empresarial. Especificação de cabeamento: Normas e padrões que determinam como uma rede deve ser elaborada. Hub: Equipamento que distribui os sinais enviados por um computador para os demais dentro de uma mesma rede local. 49 Roteador: Equipamento que distribui os sinais enviados por um computador de uma rede local para os demais em outras redes. Patch-pannel: Equipamento que permite a conexão de cabos em uma rede de forma segura e com facilidade para re-conexões. Rack: Armário de aço para instalação de equipamentos que proporcionam arrumação, organização e economia de espaço. Certificação de conexões: testes que garantem a condutividade elétrica entre os cabos de uma rede. Insoursing: Contratação dos prestadores terceirizados como funcionários eliminando a empresa contratada. Free-lancer: profissional que presta serviços sem vínculos empregatícios. Gap: Diferença entre o que existe e o que se deseja alcançar. e-business: Comércio eletrônico realizado através da Internet. Market share: Porção de um determinado mercado econômico que uma empresa detém como cliente. Commodities: Produtos com pouca diferenciação de função e preço, oferecidos por vários fornecedores e facilmente encontrados. Dumping: prática onde uma companhia oferece um preço por seu produto ou serviço abaixo do preço de custo, buscando eliminar seus concorrentes. Networks: designa a rede de relacionamentos da empresa. Top-down: designa algo que é disseminado a partir do topo da organização para a base. Bottom-up: designa algo que é disseminado a partir da base da organização para o topo. CRM: sigla de Customer Relationship Management. Empowerment: ato de delegar aos funcionários o poder de gerir seu próprio trabalho. 50