QFL-236 - QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA III MANUAL DE LABORATÓRIO (2004) INTRODUÇÃO Este manual de Laboratório de Química Analítica Qualitativa é uma tentativa de se colocar no papel um esquema de trabalho para as aulas práticas. Tem por objetivo auxiliar e possibilitar ao aluno uma situação de maior aproveitamento. O trabalho que se realiza em um curso prático de Química Analítica Qualitativa requer, além de grande dedicação e interesse, muito cuidado e atenção. Para melhor aprendizagem, torna-se necessário o aproveitamento substancial do tempo. O volume de informações é enorme e a quantidade de conceitos necessários é muito grande. Procure fixar muito bem todos os conceitos básicos, deixando-os cada vez mais solidificados e vivos na memória; isto lhe dará mais segurança e uma maior capacidade de raciocínio. Com certeza, quando um aluno consegue entender e assimilar claramente os problemas relacionados à separação e identificação dos íons ou elementos de um grupo analítico, se sentirá mais firme, hábil e com maior determinação ao procurar o entendimento de um segundo grupo analítico. O tempo de laboratório é importantíssimo: quanto mais melhor. Tenha sempre presente que a química é uma ciência experimental, por isso, explore ao máximo o laboratório. Tome conhecimento do que será discutido em cada aula e se prepare antes. Anote tudo o que observar e procure representar por meio de equações de reação todos os fenômenos químicos processados. Reserve sempre um período posterior às aulas para organização e fixação do que foi colocado à sua disposição. Em caso de dúvidas refaça os testes ou experimentos, explore a literatura ou se esclareça com o professor. INSTRUÇÕES PARA O TRABALHO DE LABORATÓRIO Mesmo que outras disciplinas de laboratório do curso tenham apresentado e discutido as normas e fornecido esclarecimentos sobre o trabalho prático, convém relembrar alguns itens importantes assim como mencionar aqueles de caráter específico. 1. É INDISPENSÁVEL O USO DE ÓCULOS DE SEGURANÇA durante todo o tempo de permanência no laboratório, ainda que o aluno não esteja efetuando algum experimento. 2. NÃO USAR LENTES DE CONTATO, ainda que os olhos estejam protegidos por óculos de segurança. 3. É indispensável o USO DE AVENTAL de algodão. O avental não deve ser de tecido sintético facilmente inflamável. 4. O aluno deve TRAJAR CALÇAS COMPRIDAS E SAPATOS FECHADOS. Não é permitido o uso de bermudas, shorts e chinelos. 5. IMPORTANTE. O ALUNO QUE NÃO ESTIVER DE AVENTAL, TRAJANDO ROUPAS APROPRIADAS, E COM ÓCULOS DE SEGURANÇA SERÁ IMPEDIDO DE PERMANECER E REALIZAR EXPERIMENTO NO LABORATÓRIO. NÃO HAVERÁ REPOSIÇÃO DAS AULAS PERDIDAS. 6. PRENDER OS CABELOS, evitando que estes caiam no rosto, sobre o frasco contendo reagentes químicos ou próximo ao fogo. 7. O laboratório é um lugar de trabalho sério. EVITE QUALQUER TIPO DE BRINCADEIRAS. 8. O trabalho de laboratório é individual. Antes de iniciar e após o término dos experimentos mantenha sempre LIMPA A APARELHAGEM E A BANCADA DE TRABALHO. 9. ESTUDE com atenção os experimentos antes de executá-los, registrando, no caderno de laboratório as observações e conclusões que fez, após a execução dos mesmos. 10. As lavagens dos materiais de vidro são realizadas inicialmente com água corrente e posteriormente com pequenos volumes de água destilada. Em alguns casos, é necessário o emprego de sabão ou detergente. 11. Quando forem usadas soluções de limpeza tais como: ácido muriático (HCl comercial), solução sulfocrômica, água régia (mistura de HNO3 e HCl concentrados) ou potassa alcoólica (NaOH ou KOH em etanol) deve-se proceder com cuidado para EVITAR O CONTATO COM A PELE OU ROUPA. JAMAIS PIPETAR essas soluções aspirando com a boca. Essas soluções devem ser reaproveitadas, retorne-as ao frasco de estoque após o uso. Mantê-las na capela. Enxaguar a vidraria com água de torneira, e por último com água destilada. (Veja item limpeza de material de vidro). CUIDADO, CORROSIVO. 12. Cuidado ao trabalhar com substâncias inflamáveis. Mantenha-as longe do fogo. 13. Verifique sempre se não há VAZAMENTO DE GÁS COMBUSTÍVEL ao abrir ou fechar a torneira de gás. Certifique-se de que as mangueiras de borracha ou plástico estão em boas condições (sem furos) e adaptadas corretamente ao bico de Bunsen e à saída de gás. 14. Todas as operações nas quais ocorre desprendimento de gases tóxicos (como por exemplo: evaporações de soluções ácidas, amoniacais, etc.) devem ser executadas na capela. 15. Ao observar o cheiro de uma substância não se deve colocar o rosto diretamente sobre o frasco que a contem. Abanando com a mão por cima do frasco aberto, desloque na sua direção uma pequena quantidade do vapor para cheirar. 16. Na preparação ou diluição de uma solução, use ÁGUA DESTILADA. 17. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contem um dado reagente antes de tirar dele qualquer porção de seu conteúdo. Leia o rótulo duas vezes para se certificar de que tem o frasco certo. 18. CUIDADO AO TRABALHAR COM ÁCIDO CONCENTRADO. Adicionar SEMPRE o ácido à água (acidule a água). No caso de queimadura com H2SO4 concentrado, secar muito bem a parte afetada, depois lavar com água fria. 19. ÁCIDOS E BASES CONCENTRADAS ATACAM A PELE E ROUPA, por essa razão, devem ser utilizadas com o máximo de cuidado, principalmente na neutralização de um com o outro, pois a reação é violenta. Caindo sobre a pele LAVE ABUNDANTEMENTE COM ÁGUA. 20. Deve-se evitar o desperdício de soluções, reagentes sólidos, gás e água destilada. 21. Em semimicro análise, trabalha-se sempre com pequenas quantidades de substância. Quando as provas forem realizadas em tubos de ensaio, o volume da solução problema, bem como os volumes de cada um dos reagentes adicionados, devem ser de aproximadamente 5 gotas (0,25 mL). 22. No estudo das reações de cátions, utilize, preferencialmente, soluções de seus cloretos ou nitratos; para o estudo dos ânions, use soluções de seus sais de sódio ou potássio. 23. Deve-se tomar o máximo cuidado para não contaminar os reagentes sólidos e as soluções com outras substâncias ou íons, respectivamente. As substâncias que não chegaram a ser usadas NUNCA devem voltar ao frasco de origem. NUNCA se deve introduzir qualquer objeto em frascos de reagentes, exceção feita para o conta-gotas com o qual estes possam estar equipados ou espátulas limpas. 24. Ao se aquecer um tubo de ensaio, deve-se fazê-lo de maneira adequada, caso contrário, o conteúdo do mesmo poderá ser projetado para fora, atingindo o operador ou outras pessoas que estiverem do seu lado. 25. Dar tempo suficiente para que um vidro quente resfrie. Lembre-se de que o vidro quente apresenta o mesmo aspecto de um vidro frio. Não o abandone sobre a mesa, mas sim, sobre uma tela com amianto. 26. Não é permitido o uso de rádio ou walkman durante as aulas. 27. INFORME O PROFESSOR DE QUALQUER ACIDENTE QUE OCORRA, MESMO QUE SEJA UM DANO DE PEQUENA IMPORTÂNCIA. 28. Só é permitida a permanência no laboratório de alunos matriculados na disciplina. Fora do horário de 2 aula o aluno não poderá realizar experimentos no laboratório. 29. Entregue as suas tarefas sempre nas datas marcadas. BIBLIOGRAFIA Este Guia de Laboratório constitui um resumo que tem por objetivo orientar o trabalho dos alunos no decorrer das aulas práticas. Daí ser indispensável, por parte de cada aluno, a constante consulta aos livros de Química Analítica Qualitativa antes, durante ou mesmo após as aulas práticas. Os livros relacionados a seguir permitirão obter informações mais detalhadas a respeito das técnicas de trabalho experimental, das reações de caracterização de cátions e ânions e dos esquemas de separação. 1. A. I. Vogel - Textbook of Macro and Semimicro Qualitative Inorganic Analysis, 5a ed., Revista por G. Svehla, Longman, l979. 2. A. I. Vogel - Química Analítica Qualitativa, tradução da 5a ed., Editora Mestre Jou, São Paulo, l981. 3. N. Baccan; O.E.S. Godinho; L.M.. Aleixo; E. Stein - Introdução à Semimicroanálisee Qualitativa, Editora UNICAMP. 4. A. F. de Mello - Introdução à Análise Mineral Qualitativa, Editora Pioneira, São Paulo, 1977. 5. F. P. Treadwell - Tratado de Química Analítica, Tomo I Analisis Qualitativo, Manuel Marin, Buenos Aires, 1955. 6. V. N. Alexeiev - Qualitative Analysis, Editora Mir, Moscou, 1967. Há tradução para a língua portuguesa editada em Porto, Portugal, 1982. 7. L. J. Curtman - Análises Quimico Cualitativo, Manuel Marin, Barcelona, 1959. Leitura Complementar: 8. D. A. Skoog, D. M. West, F. J. Holler Fundamentals of Analytical Chemistry, 6a Edição, Sunders College Publishing, New York, 1992. 9. D. C. Harris - Quantitative Chemical Analysis, 3a Edição, W.H. Freeman and Company, New York, 1991. 10. R. K. Wismer - Qualitative Analysis with Ionic Equilibrium, Macmillan Publishing Company, New York, 1991. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO TEORIA 2 Provas Teóricas: P1 e P2 (Valor individual = 10,0) Média de Teoria: MT = (P1+P2)/2 LABORATÓRIO 3 Testes de Laboratório: T1, T2 e T3 (Valor individual = 10,0) 3 Análises: A1, A2 e A3 (Valor individual = 10,0) Média dos Testes de Laboratório: T = (T1 + T2 + T3)/3 Média das Análises: A = (A1 + A2 + A3)/3 Média de Laboratório: ML = (2A + T)/3 MÉDIA FINAL MF = ML . MT NÃO HAVERÁ PROVA SUBSTITUTIVA 3 CONCEITOS BÁSICOS QUÍMICA ANALÍTICA: É a parte da química que estuda os princípios teóricos e práticos das análises químicas. Tem como objetivo prático a determinação da composição química de substâncias puras ou de suas misturas. QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA: Trata da determinação dos constituintes (elementos, grupo de elementos ou íons) que formam uma dada substância ou mistura. QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA: Trata da determinação das quantidades ou proporções dos constituintes, previamente identificados, numa dada substância ou mistura. Em Química Analítica Qualitativa, o elemento ou íon a ser determinado é tratado de maneira a se transformar num composto que possua certas propriedades que lhe são características. - A transformação que se processa é denominada: REAÇÃO ANALÍTICA - A substância que provoca a transformação é denominada: REAGENTE - A substância a ser analisada é denominada: SUBSTÂNCIA PROBLEMA (SP) REAÇÕES ANALÍTICAS I) VIA SECA: A SP e o REAGENTE estão, geralmente, no estado sólido; a reação é realizada por aquecimento: a) Reação de coloração de chama. b) Reação de formação de pérolas coloridas (de bórax ou de sal de fósforo). c) Fusão alcalina, ácida ou oxidante. d) Método da trituração. e) Reação sobre carvão. II) VIA ÚMIDA: São as reações mais usuais. São aquelas onde o REAGENTE e a SP estão no estado liquido ou em solução aquosa. - No caso de amostras sólidas, o primeiro passo é dissolvê-las. O solvente usual é a H2O, ou um ácido se ela for insolúvel em H2O, por exemplo: BaCl2(s) H 2O Ba2+(aq) + 2Cl H 2O Fe(OH)3(s) + 3HCl(aq) Ácido: H3CCOOH(aq) HCl(aq) H 2O Base: NH4OH(aq) NaOH(aq) Ba2+(aq) + 2Cl¯ (aq) (eletrólito forte) H+(aq) + H3CCOO-(aq) (eletrólito fraco) H 2O H+(aq) + Cl-(aq) (eletrólito forte) H 2O H 2O NH4+(aq) + OH-(aq) Na+(aq) + OH-(aq) (eletrólito fraco) (eletrólito forte) - Como nas reações analíticas por via úmida não detectamos o sal, mas sim o(s) íon(s) deste sal, representamos estas de uma forma simplificada denominada -EQUAÇÃO DE REAÇÃO-. Escrevemos, apenas, as fórmulas daquelas espécies que, efetivamente, participam da reação, ou seja, estão envolvidas no processo. Por exemplo: Cl- é detectado em HCl(aq) ou soluções de cloretos metálicos por ação de solução de Ag+NO3H+Cl- + Ag+NO3- H 2O AgCl(s) + H+NO3- Ca2+(Cl-)2 + 2Ag+NO3- H 2O 2AgCl(s) + Ca2+(NO3-)2 Em ambos os casos, ocorre a formação do precipitado branco de AgCl. Pelas equações observa-se que apenas ele não está na forma de íons, logo, concluise que os íons H+ e NO3-, no primeiro caso, e Ca2+ e NO3-, no segundo, não participam da reação. Então, ambos os processos podem, simplesmente, ser representados pela EQUAÇÃO IÔNICA: H 2O AgCl(s) (aq) Cu2+(aq) + SO42-(aq) + H2O H 2O H 2O Sal: BaCl2(s) Cl- + Ag+ ¯ O óxido de cobre e o hidróxido de ferro(III) são insolúveis em água, mas solúveis em meio ácido: CuO(s) + H2SO4(aq) 2 - Formação de substância sólida (formação de precipitados) ou 3 - Desprendimento gasoso (formação de gases facilmente identificáveis através da cor, cheiro, etc.). - Nas análises químicas de substâncias inorgânicas, em geral, empregam-se soluções aquosas de sais, ácidos e bases. Estas substâncias são eletrólitos fortes ou fracos, dependendo do seu grau de ionização ou dissociação. Por exemplo: Fe3+(aq) + 3Cl-(aq) + 3H2O - Para os testes de análise qualitativa, somente empregamos as reações que se processam acompanhadas de variação das suas propriedades físicas ou químicas facilmente detectáveis. Por exemplo, na mistura de soluções para identificação de um dado íon deve ocorrer: 1 - Mudança de coloração (formação de complexos) ou A EQUAÇÃO IÔNICA mostra que a reação ocorre, essencialmente, entre os íons Ag+ e Cl- na formação do precipitado branco de AgCl. OBS.: 1) Nos íons ClO3- e ClO4-, ou nas moléculas de CHCl3 e CCl4 existe o elemento CLORO, mas não na forma de Cl-, logo: Ag+ + ClO3- → (nada!!) ou Ag+ + CH3Cl → (nada!!) 2) Se um elemento forma íons de diferentes valências, cada um deles terá as reações que lhe são características. Por exemplo: 4 H 2O Fe3+ + 3 OHH O Fe2+ + 2 OHFe3+ + 6 SCNsangue H O Fe2+ + SCN2 2 Fe(OH)3 vemelho-acastanhado Fe(OH)2 verde musgo H O [Fe(SCN-)]63- solução vermelho2 !!! Para entender os métodos de análise qualitativa e os princípios nos quais se fundamentam, serão estudados apenas os íons ou elementos mais comuns e representativos. Didaticamente, estas espécies são estudadas em grupos. Pertencem ao mesmo grupo aqueles elementos ou íons que possuem propriedades ou características químicas semelhantes. Sendo assim, a maneira mais eficiente de se analisar uma amostra é separar os íons que a constituem em vários grupos e em seguida analisar cada grupo separadamente. Considerando um sal com fórmula geral: MxAy, tem-se que: My+ é o cátion e Ax- é o ânion. Desta forma: OXIDANTES : NO - , NO - , MnO - , Cr O 2 − 2 3 4 2 7 REDUTORES : Cl - , Br - , I - , S 2- , SO 2- , S O 2- , 3 2 3 2 ÂNIONS C 2 O 4 , NO 2 223INDIFERENTES : SO 4 , CO 3 , BO 3 , CH 3 COO , F - , SiO 32- , PO 34 OBS.:Poderiam ser agrupados quanto a um reagente precipitante, como, por exemplo, ânions que precipitam com Ag+ ou Ba2+. 2) Os cátions (My+) podem ser separados em 5 grupos. Quatro destes possuem um reagente precipitante de grupo e o 5º, contém os cátions que formam produtos solúveis com a maioria dos reagentes, de modo que não existe um reagente de grupo. 1) Os ânions (Ax-) podem ser agrupados, por exemplo, quanto ao seu caráter OXIDANTE, REDUTOR e INDIFERENTE. GRUPO CÁTIONS MAIS COMUNS I Ag+ Hg22+ Pb2+ II a) As3+ As5+ Sb3+ Sb5+ Sn2+ Sn4+ III b) Cu2+ Hg2+ Bi3+ Cd2+ Pb2+ Al3+ Cr3+ Fe3+ IV Fe2+ Mn2+ Co2+ Ni2+ Zn2+ Ca2+ Sr2+ Ba2+ Mg2+ V Na+ K+ NH4+ NOME E/OU CARACTERÍSTICA DO GRUPO Grupo do HCl ou Grupo dos cloretos insolúveis. a) Grupo do arsênio e b) Grupo do cobre. Esses cátions precipitam como sulfeto em meio ácido. Grupo do H2S/H+. Grupo do (NH4)2S. Os cátions bivalentes precipitam como sulfeto e os trivalentes como hidróxidos. Grupo do H2S/NH4OH. Grupo do (NH4)2CO3. Esses cátions precipitam como carbonato na presença de sal de amônio, com exceção do Mg2+. Os grupos dos metais alcalinos e amônio não apresentam reagentes específicos. Obs.: Se numa hipotética solução, contendo cátions de todos os 5 grupos, forem adicionados os reagentes específicos de cada grupo, de acordo com a ordem da tabela acima, precipitarão os respectivos cátions deixando os demais em solução. Por exemplo, adicionando HCl a uma solução dos cátions dos 5 grupos, so precipitarão Ag+, Hg22+ e Pb2+ como: AgCl, Hg2Cl2 e PbCl2 e nova solução, separada após filtração, conterá os cátions dos grupos 2 a 5, uma vez que seus cloretos são solúveis. No entanto, os reagentes de grupo devem ser adicionados na seqüência dada na Tabela, pois tratando-se uma amostra contendo os cátions do grupo I e II com solução de sulfeto de amônio, (NH)2S, todos os cátions precipitarão na forma de sulfetos metálicos, MeS, e não se conseguirá separar o grupo I do grupo II. 5 ESQUEMA DE UMA ANÁLISE SISTEMÁTICA Como separar os cátions Ag+, Cd2+, Ni2+, Ba2+ e Na presentes em uma amostra? + Igotas H+ gotas Ag+ Cd 2+ Ni2+ Ba2+ Na+ SO 23 gotas HCl Cd2+ Ni 2+ Ba2+ Na+ H2 S AgCl Trabalho prático: Verificar se os íons relacionados abaixo são oxidantes, redutores ou indiferentes: SO42-; NO3-; Cl-; Cr3+; Br-; F-; SO32-; S2O32-; Fe2+; BO33-; NO2-; Ac-; Sn2+; Bi3+; CrO42-; Hg22+; ClO4-; C2O42-; Fe3+; Cr2O72-; Na+; Al3+; PO43-; Mg2+; Cu2+; Zn2+. Por exemplo, para o íon SO32-: Ni 2+Ba2+ Na+ NH OH 4 (NH4 )2 S CdS BaCO3 MnO 4 gotas - SO 23 gotas Ba2+ Na+ (NH4 )2CO 3 NiS - H+ gotas Na+ Obs.: 1) Se necessário aqueça brandamente (aprox. 40°C); 2) Com base nos resultados obtidos e empregando uma tabela de potenciais de redução, escreva as equações das reações processadas. Acerte os coeficientes pelo método do íon-elétron. CRONOGRAMA No laboratório serão feitas inicialmente as reações utilizadas na separação e identificação dos íons. A seguir, são feitas as separações com uma mistura conhecida contendo todos os cátions do grupo, preparada pelo próprio aluno. Finalmente, serão feitas análises de amostras desconhecidas, individualmente. OBSERVAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA: Na maior parte das reações analíticas, o conhecimento do meio é fundamental. Assim, o pH das soluções DEVE ser medido com papel indicador para todas as reações antes de realizar a prova. REAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO Na prática, para verificar se uma espécie é oxidante, redutora ou indiferente, deve-se fazê-la reagir com um oxidante característico e com um redutor característico, os quais devem sofrer variação de cor ao reagir ou originar produtos de fácil reconhecimento ou identificação. Oxidante característico → MnO4- (violáceo), em meio ácido, na presença de um agente redutor é transformado em Mn2+ (incolor). Redutor característico → I- (incolor), em meio ácido na presença de um agente oxidante é transformado em I2 (violáceo quando extraído com CHCl2; torna azul a solução aquosa de amido; seu vapor é violáceo; o sólido é cinza e muito pouco solúvel em água, a solução aquosa é amarelada ou acastanhada). I. PROVAS E REAÇÕES RECOMENDADAS PARA ESTUDO E IDENTIFICAÇÃO DOS ÍONS DE SÓDIO, POTÁSSIO E AMÔNIO: - Sódio: a) Coloração da chama. - Potássio: a) Ácido perclórico com adição de álcool etílico (CUIDADO: NÃO AQUECER) b) Cobaltinitrito de sódio c) Coloração da chama - Amônio: a) Bases fortes (identificação e eliminação) b) Cobaltinitrito de sódio c) Reativo de Nessler - Reconhecimento dos íons, um em presença dos outros: Fazer uma mistura das soluções de cloreto de sódio, potássio e amônio (10 gotas de cada) - Sódio: Prova a; - Potássio: Provas a; b, após eliminação de amônio e neutralização do NaOH com ácido acético. - Amônio: Prova c; II. PROVAS E REAÇÕES RECOMENDADAS PARA ESTUDO E IDENTIFICAÇÃO DOS ÍONS CLORETO, NITRATO, NITRITO, CARBONATO, IODETO, BROMETO, FLUORETO E ACETATO: - Cloreto: a) Ácido sulfúrico concentrado b) Íons prata - verificação da dissolução do precipitado c) Dicromato de potássio e ácido sulfúrico concentrado - sistema fechado - Nitrato: a) Ácido sulfúrico concentrado b) Íons ferro (II) (prova do anel) c) Redução em meio alcalino - Nitrito: a) Ácido sulfúrico concentrado b) Ácido sulfúrico diluído c) Íons ferro (II) (prova do anel) d) Íons iodeto em meio ácido e) Íons permanganato em meio ácido f) Redução em meio alcalino g) Eliminação com sal de amônio Verificar nitrato em presença de nitrito. - Carbonato: a) Ácidos diluídos - sistema fechado b) Íons prata, cálcio, estrôncio e bário - Iodeto: a) Ácido sulfúrico concentrado b) Íons prata - verificar dissolução do precipitado c) Água de cloro d) Agentes oxidantes: íons ferro III; íons permanganato e íons dicromato em meio ácido - Brometo: a) Ácido sulfúrico concentrado b) Íons prata - verificar a dissolução c) Água de cloro - Fluoreto: a) Ácido sulfúrico concentrado - corrosão do vidro - Acetato: a) Ácidos diluídos b) Hidrogenosulfato de potássio c) Ácido sulfúrico concentrado Separação dos Íons Cloreto, Brometo e Iodeto: Fazse uma mistura das soluções de cloreto, brometo e iodeto de potássio (cerca de 20 gotas de cada), acidula-se com ácido nítrico e adiciona-se solução de nitrato de prata em excesso. Filtra-se, lava-se com água contendo ácido nítrico até que no filtrado não se verifique reação positiva para íons prata, pela adição de íons cloreto. O precipitado deve ser transferido para um tubo de ensaio e tratado, pelo menos duas vezes, com solução de carbonato de amônio. Separam-se os sobrenadantes e lava-se o precipitado com água contendo carbonato de amônio. 6 Juntam-se os sobrenadantes e acidula-se com ácido nítrico e prova-se a presença de cloreto. O precipitado que foi lavado com carbonato de amônio é tratado com hidróxido de amônio diluído. Agita-se e filtra-se. Um resíduo indica presença de iodeto. Acidulando-se o filtrado prova-se a presença de brometo. EXECUÇÃO DA 1ª ANÁLISE Na execução de qualquer análise, neste curso, a amostra deve ser cuidadosamente homogeneizada e, depois, dividida em três partes: uma para as provas prévias, outra para o andamento da análise e a terceira para as provas que o assistente, eventualmente, tenha que fazer após a análise ter sido corrigida. Nesta análise poderão estar presentes na amostra os íons: K+, NH4+, Cl-, Br-,I-, NO3-, NO2- e CO32PROVAS PRÉVIAS - Ensaios com a substância sólida: a) Chama b) Solubilidade em água - verificação do pH (papel indicador) c) Solubilidade em ácido clorídrico diluído d) Solubilidade em ácido clorídrico concentrado e) Comportamento com ácido sulfúrico concentrado ANDAMENTO DA ANÁLISE - Ensaios com a substância sólida: 1. Carbonato 2. Amônio - Ensaios por via úmida: 1. Potássio 2. Amônio 3. Cloreto 4. Nitrito 5. Nitrato 6. Brometo 7. Iodeto 8. Carbonato - Sulfato: 1. Reação com íons bário 2. Reação com íons chumbo III. PROVAS E REAÇÕES RECOMENDADAS PARA ESTUDO E IDENTIFICAÇÃO DOS ÍONS MAGNÉSIO, BÁRIO, CÁLCIO E ESTRÔNCIO (GRUPO DO CARBONATO DE AMÔNIO) - Magnésio: a) Hidróxidos alcalinos b) Hidróxidos de amônio - verificação da ação de sais de amônio c) Fosfato de amônio na presença de hidróxido e sais de amônio d) Carbonato de sódio e) Carbonato de amônio - verificação de ação de sais de amônio - Bário: a) Chama b) Carbonato de amônio c) Íons sulfato - verificação da solubilidade em ácidos d) Íons cromato, dicromato e dicromato na presença de acetato de sódio e) Íons oxalato - verificação da solubilidade em HAc - Estrôncio: a) Chama b) Carbonato de amônio c) Íons sulfato d) Íons oxalato - verificação da solubilidade em HAc e) Íons cromato - Cálcio: a) Chama b) Carbonato de amônio c) Íons sulfato d) Íons oxalato - Estudo Comparativo de Algumas Reações: 1. Executar quatro provas isoladas, uma com cada um dos cátions (Ca2+, Sr2+, Ba2+ e Mg2+) em solução bem diluída, com cada reagente abaixo: a) Fosfato de sódio b) Cromato de potássio c) Dicromato de potássio - dicromato de potássio em ácido acético, adicionando depois acetato de sódio d) Oxalato de amônio e ácido acético 2. Três provas isoladas, com cálcio, estrôncio e bário, usando: a) Sulfato de magnésio 3. Duas provas isoladas, com estrôncio e bário, usando: a) Solução saturada de sulfato de cálcio 4. Uma prova com bário, usando: a) Solução saturada de sulfato de estrôncio 7 Baseados nos fenômenos observados nas reações deste capítulo, construir uma tabela que indique qualitativamente a solubilidade dos produtos formados e comparar com os valores numéricos fornecidos pela literatura. - Separação dos Íons Magnésio, Bário, Estrôncio e Cálcio: Em um béquer pequeno, faz-se uma mistura das soluções dos cloretos dos quatro cátions (no máximo 20 gotas de cada solução), adicionam-se cerca de 10 gotas de ácido clorídrico diluído e hidróxido de amônio para tornar o meio básico (é conveniente adicionar uma ponta de espátula de NH4Cl). Aquece-se a cerca de 60°C (não mais) e adiciona-se solução de carbonato de amônio, até que não haja mais formação de precipitado, mantendo-se essa temperatura durante 10 a 15 minutos. Em seguida, filtra-se. O precipitado deve ser lavado, sobre o filtro, com pequenas porções de água quente contendo carbonato de amônio, até eliminação de cloreto. Isto é, até que na água de lavagem não mais se detecte a presença de íons cloreto. O filtrado e as duas primeiras porções da água de lavagem são reunidas e evaporadas a cerca de 2 mL. Com parte dessa solução faz-se a identificação do magnésio. O precipitado dos carbonatos é dissolvido, sobre o papel de filtro, pela adição do menor volume de ácido acético diluído quente (50 - 60°C). A essa solução, adiciona-se solução de acetato de sódio (mais ou menos o mesmo volume que o de ácido acético) e igual volume de solução de dicromato de potássio. Deixa-se sobre uma pequena chama durante 10 minutos e filtra-se quando frio. Dissolve-se o precipitado em ácido clorídrico diluído e faz-se a prova da chama. Com a solução de onde foi separado o precipitado amarelo repete-se o tratamento com hidróxido e carbonato de amônio, nas condições indicadas. Filtra-se e lava-se com água contendo carbonato de amônio, até o precipitado e o papel de filtro ficarem brancos. Dissolvese o precipitado, sobre o filtro, com o menor volume possível de ácido acético diluído quente. Leva-se essa solução à ebulição e adicionam-se cerca de 2 mL de solução de sulfato de amônio, deixa-se 15 minutos sobre uma pequena chama e filtra-se. Com o precipitado branco faz-se a prova da chama. O filtrado, que deve ser acético, é levado à ebulição com cerca de 1 mL de solução de oxalato de amônio. Deixa-se esfriar e filtra-se. Com o precipitado executa-se a prova da chama. ESQUEMA DE SEPARAÇÃO 2+ 2+ 2+ 2+ Ca Sr Ba Mg HCl NH4OH (NH4)2CO3 2+ Mg (NH4 )2HPO4 CaCO3 SrCO 3 BaCO3 HAc 2+ 2+ NH4OH 2+ Ca Sr Ba NaAc K 2Cr2O 7 Ca 2+ Sr 2 + NH4 OH Mg(NH4 )PO4 .6 H2O BaCrO 4 (NH4)2 CO 3 CaCO 3 SrCO 3 HAc 2+ Ca Sr 2+ (NH4)2 SO4 SrSO4 Ca 2 + (NH4 )2C 2O 4 CaC2 O4 EXECUÇÃO DA 2ª ANÁLISE Homogeneizar a amostra e dividi-la em três partes: uma para as provas prévias, outra para o andamento da análise e a terceira para as provas que o assistente, eventualmente, tenha que fazer após a análise ter sido corrigida. Nesta análise poderão estar presentes na amostra os íons: K+, NH4+, Cl-, Br-, I-, NO3-, NO2-, CO32-, Mg2+, Ca2+, Sr2+ e Ba2+ PROVAS PRÉVIAS - Ensaios com a substância sólida: a) Chama b) Solubilidade em água - verificação do pH (papel indicador) c) Solubilidade em ácido clorídrico diluído d) Solubilidade em ácido clorídrico concentrado e) Comportamento com ácido sulfúrico concentrado ANDAMENTO DA ANÁLISE - Ensaios por via úmida: 1. Cálcio 2. Magnésio 3. Estrôncio 4. Bário 5. Potássio 6. Amônio 7. Cloreto 8. Nitrito 9. Nitrato 10. Brometo 11. Iodeto 12. Carbonato 8 - Pesquisa de ânions ("Extrato com Soda"): Deve preceder a dos cátions. Os ânions não identificáveis nas provas a partir da amostra sólida devem ser pesquisados no "extrato com soda". A uma porção da amostra adicionam-se cerca de 10 mL de solução de carbonato de sódio, uma ponta de espátula de Na2CO3 sólido, agita-se bem a frio, leva-se depois à ebulição, por cerca de cinco minutos e filtra-se. As provas dos ânions são feitas no filtrado ("extrato com soda"), condicionando convenientemente o meio (inclui a eliminação de íons CO32-). - Pesquisa dos cátions: De acordo com a solubilidade a amostra poderá ser: - Solúvel em água; - Solúvel em ácido clorídrico diluído; - Parcialmente solúvel em ácido clorídrico diluído; - Parcialmente solúvel em ácido clorídrico concentrado. Nos dois últimos casos comprova-se a presença do resíduo. Esse resíduo pode ser constituído de sulfatos de bário e de estrôncio, sílica e silicatos. Comprovada a presença do resíduo, a porção da substância destinada para a pesquisa dos cátions deve ser extraída duas vezes com pequenos volumes de ácido clorídrico diluído, uma ou duas com ácido clorídrico concentrado, sempre à ebulição, separando os extratos por centrifugação ou filtração. A reunião desses extratos é o chamado "extrato clorídrico". Se o extrato ficar muito turvo, é necessário filtrar. Para isso deve-se diluir ao dobro com água. Filtrar e concentrar ao volume original, antes de prosseguir. A fim de evitar passagens desnecessárias deve-se fazer preliminarmente alguns ensaios, nas condições recomendadas, que indicarão o andamento conveniente: I - Com 5 gotas do extrato, executa-se uma prova com carbonato de amônio. Prova Negativa: procede-se diretamente à pesquisa de magnésio. Prova Positiva: fazse o tratamento de todo o extrato, com carbonato de amônio. II - Com cerca de 0,5 mL da solução, obtida pelo tratamento dos carbonatos com ácido acético, faz-se uma prova com sulfato de amônio. Prova Negativa: procedese diretamente, com toda a solução, à pesquisa do íon cálcio. Prova Positiva: faz-se, então, uma prova com dicromato de potássio. Prova Negativa: procede-se diretamente ao tratamento de toda solução com sulfato de amônio. Prova Positiva: segue-se o andamento indicado para separação dos cátions do grupo do carbonato de amônio. O potássio pode ser pesquisado: 1. na solução aquosa; 2. juntamente com o magnésio, na separação; 3. no extrato com soda. 9 - Cobalto II: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio sem e com oxidantes (ar, água oxigenada) d) Carbonato de sódio e) Fosfato de sódio f ) Nitrito, em presença de potássio e ácido acético g) Tiocianato de amônio IV. PROVAS E REAÇÕES RECOMENDADAS PARA O ESTUDO E IDENTIFICAÇÃO DOS ÍONS FERRO III, ALUMÍNIO, CRÔMIO III, MANGANÊS II, ZINCO II, NÍQUEL II E COBALTO II - Ferro III: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio d) Carbonato de sódio e) Fosfato de sódio f) Ferrocianeto de potássio ferricianeto) g) Tiocianato h) Acetato de sódio (comparar com - Alumínio III: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio d) Carbonato de sódio e) Fosfato de sódio - Crômio III: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio d) Carbonato de sódio e) Fosfato de sódio f) Água oxigenada em meio alcalino g) Dióxido de chumbo em meio alcalino (Reação de Chancel) - Manganês II: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio sem e com oxidantes (ar, água oxigenada) d) Carbonato de sódio e) Fosfato de sódio f) Dióxido de chumbo (Reação de Chancel) - Zinco II: a) Sulfeto de amônio b) Tioacetamida - verificar precipitado c) Hidróxido de amônio d) Hidróxido de sódio e) Carbonato de sódio f) Fosfato de sódio g) Ferrocianeto de potássio h) Verde de Rimmann a dissolução do - Níquel II: a) Sulfeto de amônio b) Hidróxido de amônio c) Hidróxido de sódio d) Água de cloro, bromo ou persulfato em meio alcalino e) Carbonato de sódio f) Fosfato de sódio g) Dimetilglioxima - Separação e identificação dos cátions do grupo do sulfeto de amônio: O aluno deve preparar uma solução em um béquer de 50 mL com 20 gotas das respectivas soluções de Fe(NO3)3, Al(NO3)3, Cr(NO3)3, Ni(NO3)2, Co(NO3)2, Mn(NO3)2 e Zn(NO3)2. Aquece-se, então, à ebulição e adiciona-se hidróxido de amônio (4 M) até o meio ficar ligeiramente básico. Junta-se solução de sulfeto de amônio até que a precipitação tenha sido quantitativa, mantendo a temperatura a cerca de 60°C durante 10 minutos. Filtra-se e lava-se o precipitado de quatro a cinco vezes com pequenas porções de solução de cloreto de amônio 0,4 M (solução 4 M, diluída de 1 + 9 de H2O) aquecida, contendo um pouco de sulfeto de amônio. - Filtrado: Deve ser límpido e amarelo claro. Na execução das análises, poderá conter os cátions do grupo do carbonato de amônio. Neste caso, a solução deve ser concentrada a cerca de 5 mL, acidulada ligeiramente com HCl diluído e levada à ebulição durante alguns minutos para eliminação do H2S e aglomeração do enxofre que normalmente se separa. - Precipitado: Deve ser imediatamente transferido para uma cápsula e tratado com ácido clorídrico diluído. Agita-se primeiramente a frio. Aquece-se ligeiramente a cerca de 40°C, até não haver mais desprendimento de H2S. Filtra-se e lava-se o precipitado de quatro a cinco vezes com água. Ao filtrado junta-se a primeira água de lavagem. - Filtrado: Ferve-se para eliminação de H2S e procede-se à separação dos íons Fe(III), Mn(II), Al(III), Zn(II) e Cr(III). - Precipitado: Deve ser transferido para uma cápsula e tratado, a quente, com o menor volume possível de ácido nítrico diluído. Evapora-se em banho-maria até secagem. Trata-se com um mínimo de água para posterior identificação dos íons Ni(II) e Co(II). - Separação e identificação dos íons zinco, manganês, ferro, alumínio e crômio: A solução clorídrica é tratada com hidróxido de sódio em excesso e algumas gotas de água oxigenada, sendo aquecida à ebulição durante 5 minutos. Imediatamente filtra-se (a quente) e guarda-se o filtrado. O precipitado deve ser lavado com água quente, abandonando-se as águas de lavagem. - Precipitado: Os cátions Fe(III) e Mn(IV) podem ser identificados diretamente no precipitado, sem prévia separação. Com uma porção identifica-se o Fe(III) e com outra o Mn(IV). 10 - Filtrado: Adiciona-se ácido acético, acetato de sódio e cloreto de bário. Aquece-se e filtra-se o precipitado amarelo que se forma (BaCrO4). No filtrado identifica-se o íon Zn(II). - Filtrado: Acidula-se com ácido clorídrico diluído, depois trata-se com excesso de hidróxido de amônio, e aquece-se à ebulição. Filtra-se e lava-se com água quente contendo hidróxido de amônio. - Precipitado: O precipitado branco identifica a presença do alumínio. ESQUEMA DE SEPARAÇÃO (Fe2+ ), Fe 3+, Mn2+, Al3+, Cr3+, Zn 2+, Co 2+, Ni 2+, outros cátions NH4OH (NH4)2S NiS, (FeS), Fe2S 3, (Fe(OH)3), Al(OH)3, Cr(OH)3, MnS, ZnS, CoS, outros cátions HCl CoS, NiS Fe 3+ Mn2+ Al 3+ Cr 3+ Zn2+ NaOH H2O 2 Fe(OH)3 Mn(OH)2 Fe, provas g, f Mn, provas a, f HNO 3 Co2+ Ni2 + |Al(OH)4-| CrO 4= |Zn(OH)4|= Co2+ prova g Ni 2+ prova g HCl Al3+ Cr2O 7= Zn2+ NH4OH Al(OH)3 CrO 4= |Zn(NH3)6|2 + HAc NaAc BaCl2 BaCrO 4 EXECUÇÃO DA 3ª ANÁLISE Homogeneizar a amostra e dividi-la em três partes: uma para as provas prévias, outra para o andamento da análise e a terceira para as provas que o assistente, eventualmente, tenha que fazer após a análise ter sido corrigida. Nesta análise poderão estar presentes na amostra os íons: K+, NH4+, Cl-, Br-, I-, NO3-, NO2-, CO32-, Mg2+, Ca2+, Sr2+ e Ba2+, Co2+, Mn2+, Zn2+, Ni2+, Fe3+, Cr3+ e Al3+ PROVAS PRÉVIAS - Ensaios com a substância sólida: a) Solubilidade em água - verificação do pH (papel indicador) b) Solubilidade em ácido clorídrico diluído c) Solubilidade em ácido clorídrico concentrado e) Comportamento com ácido sulfúrico concentrado Zn 2 + Tioacetamida ZnS ANDAMENTO DA ANÁLISE - Provas diretas com amostra: 1 a 12 - já indicadas na Análise II - Pesquisa de ânions: As provas prévias indicaram a solubilidade da amostra. Conforme o que foi observado, deve-se preparar o "extrato clorídrico" ou realizar simples solubilização em água. Na presença de cromato e/ou permanganato deve-se usar HCl concentrado mesmo que a substância seja solúvel em água. As extrações devem ser efetuadas até que o extrato produzido seja incolor, não importando a coloração do resíduo. Procede-se à precipitação e separação dos cátions no extrato obtido conforme já indicado na Análise 2.