JORGE AMADO 1912-2001 Salvador • Advogado. • Perseguido por Getúlio Vargas • Vive no exílio de 1941 -1944/1945-1952 • 1945- deputado pelo PCB • 1955- Dedica-se apenas à Literatura • Maior escritor brasileiro em vendagem Algumas obras • • • • • • • • O país do Carnaval – 1931 Cacau- 1993 Mar morto 1936 Seara Vermelha 1946 Gabriel, cravo e canela 1958 Dona Flor e seus dois maridos 1966 Tieta do Agreste 1977 O milagre dos pássaros 1997 Capitães de Areia 1937 • Estrutura – quatro partes: • 1ª. Cartas à redação • 2ª. Sob a lua, num velho trapiche abandonado. • 3ª. Noite da grande paz, da grande paz dos teus olhos. • 4ª. Canção da velha Bahia, canção da liberdade. PRIMEIRA PARTE • Reportagem de jornal. • Cinco supostas cartas: secretário do chefe da polícia, juiz de menores, Maria Ricardina, costureira, padre José Pedro, Diretor do Reformarório. SEGUNDA PARTE • Descrição da vida de um grupo de meninos “sem carinho”, que sobrevive por furtos e pequenas trapaças. Grupo idealizado: • Ex. Puriluto rouba o Menino Jesus, porque este tem fome e sede. • Sem Pernas no carrossel- esquecem que não tem lar. • Apresentação dos líderes por meio de uma síntese biográfica. • Os capitães são apresentados como astutos e Pedro Bala como herói. • Descrevem-se as agressões e o naturalismo (estupro) do líder Pedro Bala Terceira Parte • 8 capítulos • Apresentação de Dora • Reformatório • Orfanato • Fuga de Bala e resgate de Dora. • Morte de Dora Quarta Parte • 8 capítulos • Desligam-se do bando: Professor, Boa-vida e Pirulito. • Transferência do padre José Pedro. • Volta Seca retorna ao sertão. • Gato vive como gigolô • Morte de Sem-Pernas. • Jornal conta sobre alguns integrantes dos capitães. • Pedro Bala entra em uma organização revolução e parte para Aracaju e líderes índios maloqueiros. • Alberto cuida dos capitães junto com o novo líder Barandão. • Jornal: “militante proletário, o camarada Pedro • Bala, que estava perseguido pela polícia de cinco estados como organizador de greves.... No ano em que todas as bocas foram impedidas de falar, no ano que foi ele todo uma noite de terror, esses jornais clamavam pela liberdade de Balas que estava preso em uma colônia” • “no ano em que ele fugiu, em inúmeros lares, na hora pobre do jantar, rostos se iluminaram ao saber da notícia.... • Por que a revolução é uma pátria e uma família”. INFLUÊNCIAS • Gilberto Freyre: promover o estudo do país, da identidade nacional e das regiões. • O autor lança o Manifesto Regionalista que influenciará o Neorrealismo Regionalista. • Lazarillo de tormes: o anti-herói. LINGUAGEM • • • • • • Padrão culto incorpora a fala do povo. Ex. “Tu ainda tem uma peitama”. “Nego quando pinta, três vezes trinta. “O nega, chega de prosopopeia. Exploração do discurso indireto livre: “o padre José ia encostado á parede. O cônego dissera que ele nada entendia.Não tinha inteligência, estava falando igual a um comunista. • Nas cartas: linguagem artificial e ostentativa. Espaço • Basicamente em Salvador- Bahia. Cita-se o • • • • • sertão. Há a descrição: casas ricas vs o trapiche. Reformatório- lugar de castigos e crueldades. Orfanato- privação de liberdade. Delegacia. Os três: abuso do poder, servem a classe dominante vs discurso de solidariedade. Tempo • Aproximadamente 1920 • Episódios –caracterizam a vida dos meninos abandonados. • 1º. – tempo desacelerado até a morte de Dora. • 2º. Salto no tempo • 1935- “ano de fechar as bocas”- Intentona Comunista. PERSONAGENS PLANOS - PEDRO BALA: 14 ou 15 anos, loiro com uma cicatriz no rosto. Órfão desde os 5 anos. Seu pai era líder sindical. - Inteligente, leal. Justo. - RAIMUNDO: ex-líder dos Capitães, vencido por Pedro Bala, foge do trapiche. • JOÃO GRANDE- negro de 13 anos, enorme força bruta. Protegia os mais fracos. • PROFESSOR – inteligente, alfabetizado, leitor, talentoso para o desenho. • SEM PERNAS- garoto coxo que se aproveita da deficiência para o roubo.Cruel e maldoso, carente de afeto. • PIRULITO-muito religioso, torna-se padre • GATO -charmoso, bonito, roubo nas cartas, envolve-se com a prostituta Dalva. • BOA-VIDA- sambista, malandro • VOLTA SECA- menino sertanejo, afilhado de Lampião. Volta para o sertão e junta-se ao padrinho. Adultos • QUERIDO-DE-DEUS- mestre de capoeira. • DONA ANINHA- líder espiritual, mão de santo. • PADRE JOSÉ PEDRO- padre por vocação sincera, espera ajudar os meninos de rua. • JOÃO ADÃO – estivador, antigo companheiro de Loiro, pai de Pedro Bala. • ALBERTO- estudante que contribui para a transformação de Pedro Bala em chefe do proletariado. • Seu Raul e Dona Ester- roubados por Sem Pernas. • DORA- filha de bexiguentos pobres, os pais morrem de varíola. • Conquista os Capitães, como mãe, irmã e noiva de Bala. • Quase todos ricos são maus, intolerantes e preconceituosos; pobres são bons, embora tenham defeitos, estão confinados à exploração e aos ambientes pobres. NARRADOR • Desculpa a criminalidade dos pobres, pois a • • considera como consequência de um sistema injusto. Idealiza os Capitães da Areia: estupram, roubam, agridem, mas não vistos como culpados. O estupro cometido por Bala; os roubos de SemPernas; a crueldade de Volta Seca, tudo é atribuído à sociedade rica. • Narrador em terceira pessoa onisciente. • Narra de modo linear,mas com flash-back e • • forward Usa a norma culta, que o diferencia dos pobres. Narrador engajado: conciliar pensamento, ética e ação política- socialismo. No entanto, simplifica o tema social e descreve de modo maniqueísta. • O narrador narra de fora o problema das crianças abandonadas. • Distinto em cultura, em classe social. • Visão otimista fundamentada na fé revolucionária. POR FIM • Os pobres representam a resistência contra a • • opressão dos ricos e portam o valor da liberdade. O Partido comunista regeneraria e transformaria o país, investido de desinteresse pessoal. O autor fixar o caráter de crianças abandonadas que se convertem em marginais e ladrões por não tem família. • Cronista de tensão mínima, soube esboçar largos painéis coloridos e facilmente comunicáveis ao público. • Há pieguice e volúpia em vez de paixão. • Estereótipos em vez de trato social. • Tipos folclóricos em vez de pessoas. • O livro não passa de um depoimento lírico que quer se passar por revolucionário.