Doença de Chagas Introdução Causada pelo Trypanosoma cruzi ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae variação morfológica durante o ciclo vital Amastigota ovóide, circular ou fusiforme cinetoplasto visível flagelo invaginado na membrana (bolso flagelar) praticamente imóvel Epimastigota fusiforme cinetoplasto próximo ao núcleo flagelo colado à membrana (membrana ondulante) antes de tornar-se livre Tripomastigota corpo celular longo e achatado cinetoplasto e bolso flagelar entre o núcleo e a extremidade posterior do corpo Doença de Chagas Tripomastigotas sanguícolas Forma ágil encontrada no sangue periférico (20m x 2 m) formas de C ou S em amostras de sangue fixadas e coradas Formas finas movimentação rápida e direcional desaparecem rapidamente da circulação (passam a amastigotas) não evoluem no tubo digestivo inseto vetor Formas largas movimentação lenta e não direcional persistem no sangue, não penetram nas células do hospedeiro vertebrado pouco sujeitas à fagocitose Amastigotas intracelulares Decorrentes da transformação estrutural de formas tripomastigotas fagocitados capacidade de multiplicação por divisão binária horas antes de romperem a células diferenciam-se em tripomastigotas Doença de Chagas Epimastigota intestinal Forma derivada da tripomastigota ingerida pelo inseto vetor encontrada no intestino do inseto vetor multiplicam-se por divisão binária Causam infecção persistente no inseto vetor Não são infectantes ao hospedeiro vertebrado Tripomastigotas metacíclicos Epimastigotas que migraram para o intestino posterior do inseto e se diferenciaram forma infectante para o hospedeiro vertebrado Não são capazes de reproduzir-se Doença de Chagas Doença de Chagas Patogenia e Manifestações Clínicas Transmissão picada de inseto vetor (triatomídeos) Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus Ocorre desde sul EUA, América central até América do Sul restrito ao Hemisfério Ocidental Leva à cardiomiopatia e disfunção do esôfago e cólon (síndrome dos “megas”) Doença aguda Normalmente subclínica e autolimitada Chagoma de inoculação, sinal de Romaña, febre, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia e exantemas cutâneos Doença crônica Anos ou décadas após infecção aguda palpitações, tonteiras, desconforto precordial e síncopes, arritmias, taquicardias e bloqueio atrioventriculares (morte súbita) Cólon e esôfago afeta células ganglionares (movimentos peristálticos) sensação de repleção, dor torácica e regurgitação Doença de Chagas Diagnóstico Diagnóstico clínico Pesquisa dos parasitos no sangue Punção biópsia de gânglios Cultura Xenodiagnóstico Diagnóstico imunológico Tratamento e Profilaxia Nifurtimox e Benzonidazol Medicação sintomática em cardiopatias e cirurgia em megacólon e megaesôfago Combate a insetos vetores, melhoria de habitação, educação sanitária Doença de Chagas Doença do Sono Africana Introdução Causada pelo Trypanosoma brucei Transmitida pela picada da mosca tse-tse infectada (Glossina palpalis) Período de incubação de alguns dias a semanas Indivíduos africanos Trypanosoma brucei gambiense África ocidental Trypanosoma brucei rhodesiense África oriental Trypanosoma brucei brucei não afeta os homens Fase aguda quase sempre subclínica Indivíduos não africanos Fase aguda sintomática (cancro tripanosomiásico) Doença do Sono Africana Patogenia e Manifestações clínicas Invasão do tecido no local da picada disseminação linfática acometimento do sistema nervoso Fase disseminação linfática Linfadenopatia (sinais de Winterbotton), febre, enrijecimento de membros, mal estar geral, dor de cabeça, anorexia, náuseas, vômitos sudorese noturna, apatia Sistema nervoso 6 meses a 1 ano após primeiros sintomas de parasitismo meningoencefalite com deterioração geral da saúde do indivíduo, aumento da apatia e fadiga, confusão mental e sonolência rosto edemaciado fibrilações musculares (rosto, lábios e dedos), falta de coordenação, sinal de Kerandel incontinência urinária e fecal, convulsões, parestesias dificuldade de despertar coma Transmissão congênita muito rara é freqüente aborto e nascimento de feto morto Doença do Sono Africana Diagnóstico Hipergamaglobulinemia (IgM) Pesquisa de parasitos no sangue Punção de biópsia de gânglios Pesquisa de IgM no líquor (tripanosomíase do SNC) Tratamento e Profilaxia Melarsoprol, suramina e pentamidina Limpeza da vegetação ao longo dos rios (inseticidas) Vigilância na detenção e tratamento dos casos Uso de repelentes e telas Pentamidina como medicamento profilático