Formato gráfico
É a linguagem da revista.
Uma espécie de código que o leitor
reconhece e decifra rapidamente, um fio
unificador, um sistema subliminar de
apresentação do conteúdo.
É uma estrutura, uma base fixa que
estabelece padrões para colunas,
espaços, tipografia, margens e
distribuição dos principais elementos
gráficos, a hierarquia e a sequência de
leitura, seja pelo tamanho ou impacto
das imagens e palavras.
Isso inclui o tamanho da
revista, o papel, a grade, o
espelho, a tipografia, o
desenho das seções, dos
títulos, chamadas de texto,
cores, estilo das imagens e
layout.
Um bom formato é feito sob
medida para uma determinada
revista, de acordo com seu
público leitor, sua missão e
seus objetivos específicos.
A principal consideração
na criação do formato é
a unidade visual.
O leitor abre cada edição
esperando similaridade
e continuidade no
formato; a mudança e as
surpresas ficam por
conta dos temas
cobertos pelas matérias.
Os principais elementos que contribuem para
dar unidade são a grade (número de colunas e
margens); constância na tipografia, como, por
exemplo, usar ao longo da revista uma única
fonte que tenha uma variedade de estilos; usar
a mesma fonte no logotipo e nas seções;
recursos gráficos como iniciar as matérias com
uma capitular; elementos repetitivos no mesmo
lugar; esquema de cor, entre outros.
Características físicas
Onde a revista será lida? Em casa, no avião, no
metrô? Tem de caber na bolsa ou na pasta? Boa de
segurar? Muitas páginas? Maleável? Será enviada
pelo correio? Tamanho maior significa luxo ou
elegância, tamanho pequeno é jeitoso e econômico;
formato tabloide dá ideia de notícia e atualidade. A
primeira decisão: qual é a estrutura física
necessária? Quantas páginas? Que papel? Depende
do dinheiro disponível, de quanto o leitor está
disposto a pagar e da adequação conteúdo editorial.
Tamanho:
A maioria das revistas tem
um tamanho padrão de
27x20 cm. É mais barato,
bom para segurar, cabe na
bolsa ou na pasta, pode
ser levada praticamente a
qualquer lugar, mais
importante, a maioria dos
anúncios são produzidos
no formato-padrão.
Um tamanho maior do que o padrão é mais
sofisticado, se destaca de outras revistas e
permite maior impacto com fotos grandes.
Mas é mais caro e pode gerar perda de papel.
Além disso, não é prático para segurar,
transportar, ler no metrô ou no avião.
Papel:
Embora todos sonhem em ter sua revista
impressa no papel da melhor qualidade,
muitas vezes têm de abrir mão desse luxo.
Mas não há papel que garanta o sucesso de
nenhuma revista.
A seguir as características e aplicações básicas
do papel:
Peso ou gramatura:
Os papéis são identificados pela sua
gramatura, variando normalmente de 50 a
350 gramas.
Quanto maior o peso, mais caro o papel e
mais pesada a revista, o que significa maior
custo de distribuição pelo correio.
Formato ou medidas:
Quantas páginas da revista cabem na folha do
papel em que ela será impressa ? Um formato
bem definido proporciona melhor
aproveitamento e evita o desperdício.
Um centímetro a mais ou a menos pode tornar
tanto o custo quanto o desperdício menores.
Sem falar no prejuízo ecológico.
Antes de definir as medidas, é bom consultar a
tabela de aproveitamentos mais comuns
fornecidos pelas gráficas.
Hoje há basicamente
2 sistemas em vigor:
o sistema
internacional (A4 e
derivados) adotado
na maioria dos
países, e os formatos
adotados nos EUA e
Canadá (como carta
ou letter, ofício ou
legal e tabloide).
Cor:
O grau de alvura determina a aplicação do papel.
Os mais alvos são melhores para a reprodução
em 4 cores.
Papéis levemente amarelados evitam o cansaço
visual.
Opacidade:
O papel transparente revela os textos e as
imagens de uma página em relação a seu verso.
Textura:
Os papéis de impressão são classificados em 2
grandes grupos, quanto à textura: os revestidos e
os não revestidos.
Revestidos: são aqueles com uma fina camada de
substâncias minerais (mais comumente o caolim)
que lhe dão uma aparência lisa e polida. Podem
ser brilhantes ou foscos e aplicados em uma ou
nas 2 faces do papel. Têm excelente reprodução
de cores e brilho, alta definição de imagens,
superior qualidade de impressão.
Isso porque têm microporosidade, ou seja,
quando o tinta é depositada, permanece na
superfície do papel – é pouco absorvida.
O mais conhecido deles é o couchê, sinônimo de
sofisticação e indicado para a impressão de
publicações de arte, arquitetura, moda ou
gastronomia. O custo elevado faz dele um papel
restrito a revistas segmentadas, de público
específico e com baixas tiragens.
No entanto, é utilizado na confecção das capas
da maioria das publicações.
Não revestidos:
Sua aparência é mais rugosa, são macroporosos e
absorvem muito mais tinta, dando à impressão
um aspecto lavado, sem vida.
São compostos basicamente de fibra recicladas e
pasta de madeiras.
São ideais para grandes tiragens em que a
qualidade das imagens não tem tanta relevância.
Calandrados:
Tanto os papéis revestidos quanto os não
revestidos podem ser calandrados. Ou seja, têm
a superfície polida e lustrada por uma calandra,
que é uma máquina com um conjunto de
cilindros que ao pressionar o papel lhe conferem
uma aparência acetinada. É um papel mais
econômico, pois mesmo não sendo revestido,
tem um acabamento mais uniforme. É o tipo
mais usado na impressão do miolo das revistas.
O preferido das revistas brasileiras é o LWC (Light
Weight Coated).
Papel jornal:
É fabricado em rolos para prensas rotativas, ou
em folhas lisas para a impressão comum em
prensas planas.
A superfície pode, ainda, variar de áspera,
alisada e acetinada.
Suas aplicações são em impressão de jornais e
alguns tipos de revistas.
Custo:
O papel corresponde de 50% a 60% do custo
industrial de uma publicação. O que considerar
na sua escolha:
Preço de capa: quanto o leitor está disposto a
pagar? A resposta vai determinar os limites do
preço do papel.
Tiragem: acima de 50 mil exemplares, o custo do
papel couchê é quase proibido.
Máquinas de impressão:
Podem ser máquinas rotativas (de alta
velocidade, para revistas de grande circulação,
que precisam imprimir muito em pouco tempo)
ou máquinas planas (para tiragens baixas ou sem
tanta urgência). Nas rotativas são utilizados
papéis de baixas gramaturas para se obter um
preço melhor. Mas o custo inicial do tempo de
colocação e acerto do papel nessas máquinas é
alto. Em baixas tiragens, a economia no preço de
papel pode ser menor que o custo do acerto de
máquina. Abaixo de 20 mil exemplares não vale a
pena.
Acabamento:
Lombada: Pode ser canoa (os cadernos da revista
são presos com grampos) ou quadrada (as
páginas são coladas). A canoa é ideal para
publicações com espessuras que variam entre 3 e
20 mm, com um mínimo de 8 pg, porque o
grampo não segura uma grande quantidade de
páginas. Já a lombada quadrada, mais cara, é
adequada para publicações que têm 70 mm de
espessura ou mais.
Plastificação: É uma película aplicada na capa
ou página que dá um aspecto brilhante.
Laminação: É uma película aplicada, mas com
brilho aveludado.
Verniz: Ressalta o brilho do papel. Pode ser
aplicado em toda a área de impressão ou ainda
em áreas específicas.
Grade
É uma divisão matemática do espaço da página
em um determinado número de colunas
verticais e fileiras horizontais.
Seu objetivo é guiar a organização dos
elementos gráficos da página – fotos, textos e
ilustrações.
Ajuda a estabelecer o formato da revista, que
pode ter uma aparência calma e relaxante ou
movimentada.
Também ajuda a ganhar tempo, porque o
diretor de arte não tem de reinventar a roda a
cada edição.
Pense na grade como um contêiner no qual se
acondiciona o conteúdo editorial. Bem
desenhada, confere às páginas um sentido de
continuidade e equilíbrio que torna os layouts
lógicos, organizados, legíveis e visualmente
atraentes.
Diretores de arte preferem adotar grades
simples e trabalhar criativamente nos
seus espaços.
A regra básica é: matérias com bastante
texto pedem grades simples; as que têm
muitas fotos, requerem grades mais
complexas.
A definição do número de colunas depende
também dos anúncios.
Se a revista aceita anúncios quebrados, ou
seja, anúncios de menos de uma página –
meia página, um terço ou um quarto de
página -, a colunagem precisa prever os
espaços adequados para a sua colocação.
Um anúncio de meia página vertical demanda
uma grade com 2 ou 4 colunas. Os anúncios de
um terço pedem 3 colunas.
A combinação de 2 ou 3 colunas é a mais
utilizada. Elas podem ser mais ou menos largas,
de acordo com a necessidade. Têm maior sentido
de movimento e mais flexibilidade na utilização
do espaço em branco; o texto pode contornar
fotos; as fotos podem ultrapassar colunas; as
margens podem ser mudadas; oferece mais
opções para o uso de boxes.
Muitas revistas têm diferentes grades para
diferentes partes do editorial. Por exemplo, as
seções podem ter uma grade de 3 colunas com
bastante espaço para pequenas fotos.
Mesmo revistas de vanguarda em design, com iD, partem da grade para depois desconstruí-la –
e aplicam a ela um sistema mais dinâmico e
anárquico, uma espécie de caos controlado com
seus próprios sistemas e regras.
A grade é um instrumento, não uma camisa
de força – saber fugir dela é tão importante
quanto saber usá-la.
Grade simples: composta por 3 unidades.
Grade 3x3: os elementos – fotos, textos,
ilustrações – se encaixam nessas unidades,
mesmo que atravessem os limites.
Uma coluna: funciona para a apresentação de
uma seção ou matérias importantes, ou para a
carta do editor.
Duas colunas: é, em geral, usado para as
matérias ou seções mais importantes. Quanto
mais largas as colunas de texto, mais
importante a percepção de importância para
seu conteúdo.
Três colunas: as fotos
ou destaque
preenchem o espaço
de uma, duas ou três
colunas e podem ser
sangradas, ou seja,
sem margem.
A aparência é formal,
organizada e fácil de
ler.
Quatro colunas: seções pequenas podem
usar 4 colunas e serem colocadas ao lado de
anúncios de meia e um quarto de páginas.
Colunas modulares: revistas mais sofisticadas
têm grades modulares com muitas unidades.
Essa grade começa com 5 ou 7 partes iguais na
página, o que permite grande flexibilidade. As
colunas podem ser agrupadas formando 2, 3, 4
ou 5 colunas por página.
Funciona para o uso de colunas-box, facilita a
colocação de fotos pequenas, assim como
elementos visuais grandes e sangramentos
dramáticos.
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História dos Movimentos Artísticos do Século XX