Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 1 ANÁLISE DA VARIAÇÃO DE INSOLAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE‐SP 1 Carlos Eduardo Seawright Silva , Edimilson Willian Lopes Rocha1, Paulo Magalhães1, Dr. Vagner Camarini Alves2 1 Aluno do Curso de Agronomia da UNOESTE, 2 Docente do Curso de Agronomia da UNOESTE . E‐mail: [email protected] RESUMO Analisar a variação de insolação de Presidente Prudente‐SP é importante para se ter conhecimento sobre as condições necessárias para implantação e desenvolvimento de culturas na região. O presente trabalho analisou uma série de dados obtidos na Estação Meteorológica da Universidade do Oeste Paulista entre os anos de 1989 e 2011, os quais foram analisados e distribuídos em gráficos e tabelas que apresentam as médias e somatórias. Concluiu‐se que os meses de janeiro e fevereiro são os com menor quantidade de insolação, apesar de que estes apresentam os maiores números de horas de insolação, astronomicamente. Palavras‐chave: Insolação, Irradiância Solar, Meteorologia, Dinâmica Climática, Análise Climática. INTRODUÇÃO Desde os tempos pré‐históricos, o homem tem voltado ao sol grande respeito, visto que os povos das antigas civilizações reconheciam neste astro, fonte de vida e de luz. A constatação das variações das estações do ano, o rebrotar das plantas sob a ação da luz solar e a ausência de frio consistiu nas primeiras observações que introduziram a descoberta das interrelações entre o Sol e a Terra. A energia provinda do Sol, que atinge a superfície da Terra é o fator mais importante para o desenvolvimento dos processos físicos que geram o tempo meteorológico e o clima. Também não se pode desprezar o beneficio da radiação para a produção de energia elétrica. A insolação é parte da energia solar, que é representada pelas horas do dia, no qual o disco solar permanece visível à superfície terrestre, em local com horizonte desobstruído. Por sua importância junto aos processos climáticos, a insolação, assim como todas as variáveis climáticas são alvos de pesquisas, especialmente relacionadas à agricultura e conforto térmico (Sousa et al., 2003). O desenvolvimento da vegetação verde depende da luz solar que atinge a superfície do Globo e do fotoperíodo, também da temperatura ambiente e da qualidade de água disponível. O excesso de radiação solar e déficit de água origina o deserto (Azevedo & Marques, 1987). A intensidade da radiação que atinge as plantas e possibilita a fotossíntese é de grande interesse, particularmente a radiação de comprimento de onda entre 0,6 e 0,7 micrometro (µm), Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 2 região do vermelho‐alaranjado, entre 0,4 e 0,5 micrometro (µm), região do azul‐arroxeado, e ainda 0,29 e 0,32 um região do ultravioleta biológico (Perlat & Pelit, 1961). Habilidade de adaptação das espécies às condições de radiação do ambiente em que estão se desenvolvendo. Geralmente as características de crescimento são utilizadas para inferir o grau de tolerância ou de intolerância das espécies à baixa disponibilidade de luz (Naves et al., 1994). Segundo Didonet (2002), o número de grão e a produtividade do milho são determinados pela temperatura e pela radiação solar global incidente até a formação da espiga. OBEJTIVOS O presente trabalho teve como objetivo analisar os índices de insolação ao longo dos anos na região de Presidente Prudente‐SP e contribuir para as demais atividades que possa usar esta variável para seu planejamento e estudos aprofundados. MATERIAIS E METÓDOS O trabalho foi desenvolvido na Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) campus II situado na Rodovia Raposo Tavares, Km 572, bairro Limoeiro em Presidente Prudente‐SP. Segundo a classificação climática de Köppen a região apresenta clima do tipo Aw – Tropical chuvoso com Inverno seco. Foi utilizada uma série de fitas heliográficas, heliógrafo DR. A. MULLER (Modelo TYP 96o) instalado na estação meteorológica, as quais possuem uma graduação de 13 horas. As fitas utilizadas são de 1989 até de 2011. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de insolação foram obtidos através das fitas heliográficas na Estação Meteorológica da UNOESTE em Presidente Prudente e analisadas pelo número de horas de insolação anual (figura 1) e mensal (figura 2), no período de 1989 a 2011, contata que a média anual de insolação é de 2740 horas. Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 3 Figura 1. Insolação anual para Presidente Prudente‐SP no período de 1989 á 2011. Figura 2. Insolação média mensal para período de 1989 á 2011. Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 4 Tabela 1. Valores mensais de insolação no período de 1989 á 2011 em Presidente Prudente‐SP. Os totais anuais de insolação (tabela 1) permitem definir os anos com maior e menor número de horas, sendo estes respectivamente 1999, com 2955,3 horas e 1992 com 2466,2 horas (Figura 1). De acordo com os dados analisados (figura 1 e tabela 1) observa‐se que o ano com maior insolação foi 1999 com um total acumulado anual de 2955,3 horas e o ano com a menor insolação foi 1992 com um acumulado de 2466,2 horas. Na figura 2 estão mostradas as médias mensais de insolação do período analisado, onde se observa os menores valores nos meses de Janeiro e Fevereiro com média de 202 horas de brilho solar e os meses de Abril, com 247 h, e Agosto, com 251 h, foram os que apresentaram os maiores valores de insolação. Essas variações entre da quantidade de insolação mensal se deve as condições meteorológicas dos referidos meses, isto é, pela quantidade de nebulosidade e não pelas condições do fotoperíodo astronômico. De acordo com Alves e Minca (1999), o período chuvoso e com alta quantidade de nuvens para a região de Presidente Prudente ‐ SP ocorre entre os meses de outubro a março e o período seco e, consequentemente, onde o céu tem menor nebulosidade vai de abril a setembro. CONCLUSÃO Concluímos que os meses de Janeiro e Fevereiro são os meses com menor quantidade de insolação, apesar de que estes meses terem os maiores números de horas de insolação, astronomicamente. Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 5 REFERÊNCIAS PEREIRA Jr. et al. Comportamento da radiação solar no Brejo Paraibano. Revista Verde. v.3, n.4, p. 70‐75. 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