UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO NATAL-RN 2014 WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Anatália Saraiva Martins Ramos, Dra. NATAL-RN 2014 WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ____/____/______, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros: BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Anatália Saraiva Martins Ramos, Dr. Orientadora ________________________________________________ xxxxxxxxx, Dr. Examinador ________________________________________________ xxxxxxxxxx, Prof. Examinador Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Chaves, Willany Caroliny Tavares Batista. Sistemas de informação de almoxarifado: uma análise de duas instituições federais de ensino/ Willany Caroliny Tavares Batista Chaves. – Natal, RN, 2014. 145f. Orientadora: Profa. Dra. Anatália Saraiva Martins Ramos. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas. 1. Administração pública – Monografia. 2. Gestão de materiais Monografia. 3. Tecnologia da informação – Almoxarifado Monografia. 4. Benchmarking – Monografia. I. Ramos, Anatália Saraiva Martins. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 35.077.1 Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus por Seu imenso amor e misericórdia, aos meus pais que tanto lutaram e se dedicaram com tanto amor, dedicação, aconselhando e apoiando sempre para que eu alcançasse mais esta conquista e ao meu esposo pelo amor e apoio em todos os momentos da minha graduação. AGRADECIMENTOS Sou muito agradecido ao Deus, Todo Poderoso, por tudo que Ele tem feito por mim, pela família abençoada, pelas chances que me proporcionou, pela misericórdia e tanto amor que tem por mim, por outras muitas coisas; Aos meus pais queridos, Wellinghton Elias Batista e Valdilene Tavares Batista, por toda dedicação e esforço em proporcionar uma boa educação, pelo apoio, incentivo e carinho, sempre presentes; Ao meu amado marido, Eduardo Chaves de Sousa, pela paciência, apoio e incentivo; À minha irmã, Illana Maria Tavares Batista pelo incentivo e carinho; A todas as pessoas que acreditaram em mim, familiares e amigos que formei ao longo da vida, em especial à minha tia Fátima pelo apoio; À minha orientadora, Dra. Anatália Saraiva Martins Ramos pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho; Aos demais professores do CCSA e da Engenharia de Produção, que foram importantes na minha vida acadêmica sempre empenhada em transmitir conhecimentos; Aos amigos que formei na graduação, Karla Reinaldo, Vanessa Oliveira, Walkiria Ramos, Giselda Cavalcante, Romeica da Silva, pelo companheirismo, carinho, risadas, parcerias; Aos demais colegas, que formei ao longo do curso, pelo companheirismo; A todos servidores, da UFRN e IFRN, que foram entrevistados, por terem disponibilizado tempo e simpatia. À Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN por me proporcionar conhecimentos para a minha formação profissional. As organizações são sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos, com os quais interagem e dos quais dependem. A excelência em uma organização depende, fundamentalmente, de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa harmonia com seu ecossistema. FNQ (2008, p. 7) RESUMO O presente trabalho teve por objetivo geral analisar a gestão de materiais entre duas instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado dos sistemas de informação SIPAC e SUAP, criado e utilizado, respectivamente, pela UFRN e pelo IFRN. Entre os objetivos específicos estão investigar as limitações encontradas na gestão de materiais do IFRN e identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas com base na comparação do SIPAC com o SUAP. Buscou-se contextualizar a gestão pública, identificando as exigências para obter uma gestão de excelência, resgatando conceitos de administração de materiais, de estoque e de processos. Defendendo a importância das tecnologias da informação na prestação de serviços públicos e abordando a utilização dos sistemas de informações como instrumento de suporte essencial para o desempenho das várias atividades organizacionais. E trazendo informações sobre o SIPAC e os demais SIG desenvolvidos pela UFRN, que tornaram ferramentais potencialmente eficazes no auxílio das atividades desempenhadas na instituição. Além de advogar o valor de se fazer Benchmarking para a busca continua de melhorias, excelência, seja qual for à organização, pública ou privada. O método utilizado é um estudo de caso, com caráter qualitativo. Os dados foram levantados através de entrevistas tanto com os servidores da UFRN como do IFRN das observações aos módulos almoxarifados das instituições estudadas, de algumas documentações e de registros em arquivo. Palavras chaves: Gestão de Materiais; Benchmarking; Sistema de Informação; SUAP; SIPAC. ABSTRACT The present study was to analyze the general management of materials between two educational institutions, UFRN and IFRN in the light of warehouse modules of SIPAC and SUAP information systems, created and used, respectively, UFRN and the IFRN. The specific objectives are to investigate the limitations found in the materials management IFRN and identify potential improvements that could be achieved based on the comparison of SIPAC with SUAP. We attempted to contextualize public management, identifying the requirements for a management excellence, recovering concepts of materials management, inventory and processes. Defending the importance of information technology in the provision of public services and addressing the use of information systems as an essential support tool for the performance of various organizational activities. And bringing information about the SIPAC and other GIS developed by UFRN, which become potentially effective tooling in support of the activities performed in the institution. In addition to advocating the value of doing Benchmarking for the search continues for improvement, excellence, whatever the organization, public or private. The method used is a case study with qualitative. The data were collected through interviews with both UFRN servers as IFRN observations to warehouses modules of the institutions studied, some documentation and file records. Keywords: Materials Management; Benchmarking; Information System; SUAP; SIPAC. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Administração Pública atual 29 Figura 2: Representação do Modelo de Excelência da Gestão 35 Figura 3: Cadeia de valores genérica 40 Figura 4: Realinhamento periódico 44 Figura 5: Representação dos elementos e componentes do S.I 50 Figura 6: Classificação dos sistemas de informação 55 Figura 7: Tipos de SI dentro de uma organização 56 Figura 8: Diagrama de inter-relacionamento dos sistemas e suas funcionalidades 126 Figura 9: A empresa como um sistema aberto 71 Figura 10: Amplitude da Administração de Materiais 73 Figura 11: Organograma logístico 75 Figura 12: Gráfico Dente de Serra 82 Figura 13: Características do sistema de controle de estoque máximo-mínimo 84 Figura 14: Notas de empenho em atraso 107 Figura 15: Módulo de almoxarifado do SUAP 111 Figura 16: Aba Empenhos 112 Figura 17: Operação de materiais de consumo 113 Figura 18: Aba Estoque Configuração 114 Figura 19: Aba Estoque Controle 115 Figura 20: Consulta de Empenho no SIPAC 122 Figura 21: Módulo de Compras 123 Figura 22: Operações no Módulo Almoxarifado 127 Quadro 1: Princípios da Burocracia 30 Quadro 2: Programas de Qualidade na Administração Pública Federal 32 Quadro 3: Fundamentos da Excelência 34 Quadro 4: Metodologia genérica de Benchmarking 45 Quadro 5: Principais atributos da informação 52 Quadro 6: Comparação de reengenharia de processos de negócios e da melhoria continuada 64 Quadro 7: Objetivos primários da gestão de materiais 68 Quadro 8: Objetivos secundário da gestão de materiais 69 Quadro 9: Procedimentos fundamentais de Administração de Materiais 71 Quadro 10: Perfil dos entrevistados na UFRN 91 Quadro 11: Perfil dos servidores que trabalham no almoxarifado no IFRN 92 Quadro 12: Categorias pré-definidas para formulação do questionário 99 Quadro 13: Categorias definidas para análise de dados da UFRN 116 Quadro 14: Relatórios da operação e cadastro 128 14 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ...................................................... 19 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................ 22 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................... 24 1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 24 2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 27 2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................... 27 2.1.1 A busca por excelência.............................................................................. 32 2.1.1.1 Dimensão de Informação e Conhecimento ............................................... 37 2.1.1.2 Dimensão de Processos............................................................................ 39 2.1.2 Gestão de Qualidade.................................................................................... 41 2.2 BENCHMARKING ........................................................................................... 43 2.2.1 Tipos comuns de Benchmarking .............................................................. 46 2.2.1.1 Benchmarking competitivo ........................................................................ 46 2.2.1.2 Benchmarking Cooperativo ....................................................................... 46 2.2.1.3 Benchmarking Colaborativo ...................................................................... 47 2.2.1.4 Benchmarking interno................................................................................ 47 2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................................................. 48 2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................... 50 2.4.1 Tipos de Sistemas de Informação ............................................................ 53 2.3.2 Planejamento de necessidades de materiais (MRP) ............................... 58 2.5 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO POR PROCESSOS ....... 60 2.5.1 Reengenharia de processos ...................................................................... 62 2.5.2 Melhoria contínua ....................................................................................... 63 2.6 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................ 65 2.6.1 Os produtos/serviços................................................................................. 74 2.6.2 Evolução e mudanças significativas na área de administração de materiais............................................................................................................... 75 15 2.6.2.1 Técnicas de administração japonesas....................................................... 76 2.6.2.2 Código de Barras ...................................................................................... 76 2.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE .................................................................. 78 2.7.1 Almoxarifado .............................................................................................. 81 2.7.2 Avaliação dos níveis de estoques ............................................................ 81 2.7.3 Sistema de duas gavetas ........................................................................... 82 2.7.4 Sistema de máximos – mínimos ............................................................... 83 2.7.5 Sistema de revisões periódicas ................................................................ 85 2.7.6 Curva ABC .................................................................................................. 86 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 89 3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................ 89 3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA .......................................... 91 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS E APLICAÇÃO .......................... 93 3.3.1 Protocolo de estudo de caso .................................................................... 94 3.3.1.1 Visão Geral do projeto de estudo de caso................................................. 95 3.3.1.2 Procedimentos de campo .......................................................................... 95 3.3.1.3 Questões de estudo de caso ..................................................................... 96 3.3.1.4 Guia para relatório de estudo de caso....................................................... 97 4 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................ 98 4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO IFRN ............. 98 4.1.1 Recursos Humanos .................................................................................... 99 4.1.2 Recursos materiais e Tecnológicos ....................................................... 101 4.1.3 Processos de trabalho ............................................................................. 102 4.1.4 Gestão da Informação .............................................................................. 105 4.1.5 Integração entre os módulos .................................................................. 108 4.1.6 Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP) .......................... 109 4.1.7 Principais operações do módulo almoxarifado do SUAP ..................... 110 4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA UFRN ......... 116 4.2.1 Recursos Humanos .................................................................................. 117 4.2.2 Acesso a informações ............................................................................. 117 4.2.3 Controle de estoque ................................................................................. 118 16 4.2.4 Requisições .............................................................................................. 119 4.2.5 Processo de Aquisição ............................................................................ 120 4.2.6 Integração do módulo almoxarifado com outros .................................. 121 4.2.8 Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC) ............................................................................................................................ 124 4.2.9 Principais operações do módulo almoxarifado do SIPAC ................... 126 4.3 PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO SUAP .............................................. 129 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 132 REFERÊNCIAIS .................................................................................................. 134 ANEXO ................................................................................................................ 139 APÊNDICES........................................................................................................ 140 17 1. INTRODUÇÃO Para que haja um planejamento estratégico e a comunicação necessária com uma excelência da gestão são essenciais informações em uma organização. Por essa razão, elas são consideradas um dos principais insumos, além de promoverem autonomia, melhoria, inovação nas atividades. Ter informações certas na hora hábil é uma exigência para qualquer organização, seja privada ou pública; a fim de que a gestão possa administrar de maneira mais eficaz, com eficiência buscando a excelência em suas ações em um ambiente complexo, dinâmico. A gestão de materiais, juntamente com a de estoques, tem suma importância para o controle dos recursos financeiros e logístico para garantia da eficiência e eficácia administrativa. Tendo que haver, dessa forma, um sistema de informação que dê suporte. Muitas informações são utilizadas para auxiliar as operações rotineiras, para assistir o progresso dos planos de ação que fazem parte das estratégias e para auxiliar a tomada de decisões, em todos os níveis e setores de uma organização, seja privada ou pública. A gestão das informações requer a identificação de necessidades e a implementação de sistemas para garantir acesso e agilidade na análise das situações de interesse, alavancar a atividade a fim e articular a integração com partes interessadas, assim como a atualização tecnológica dos sistemas desenvolvidos, a disponibilização plena aos usuários e a segurança das informações. Para alcançar a excelência é primordial que as pessoas estejam plenamente informadas e que analisem continuamente as informações, transformado as em conhecimento, a fim de poder compartilhá-lo, desenvolvendo permanentemente os ativos de conhecimento da organização. Os sistemas de informações adequados possibilitam a geração de uma variada quantidade de dados, transformando informações necessárias à gestão de uma organização. 18 Fazer uma comparação com os resultados de outras organizações oferece uma avaliação do nível de desempenho alcançado, verificando-se diferenciais favoráveis, a serem mantidos, ou desfavoráveis, a serem tratados. E também possibilita a definição de metas desafiadoras baseadas em fatos. A comparação da configuração e do desempenho dos processos com outras organizações de os de finalidade similar propicia a descoberta de novas possibilidades, conduzindo o aprendizado e a inovação, e aumentando o diferencial competitivo. O presente trabalho buscou desenvolver um estudo em dois sistemas de informação no módulo almoxarifado, Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP) utilizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e o Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC), pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com o intuito de entender como tem funcionado a gestão de materiais com a utilização dos tais sistemas nessas instituições e vislumbrar quais melhorias o SUAP poderia adotar com base no SIPAC. 19 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A história desta instituição começou no dia 23 de dezembro de 1909, na gestão do presidente Nilo Peçanha a partir de um decreto que criou 19 Escolas de Aprendizes Artífices, as quais havia uma de Natal/RN. Em 1910, começou a oferecer um curso primário de desenho e oficinas de trabalhos manuais, localizado no antigo Hospital de Caridade, que funciona a Casa do Estudante de Natal atualmente. E em 1914, foi transferida para a Avenida Rio Branca, durante 53 anos. Devido a Lei n.º 378, de 13/01/1937, do Ministério da Educação e Saúde, fez-se necessário a mudança de denominação para Liceu Industrial de Natal. Mas em 1942, houve outra mudança, para Escola Industrial de Natal, que ofertava cursos técnicos de nível médio, e transformando-se, em 1965, em Escola Industrial Federal. A escola foi transferida, em 1967, para Avenida Senador Salgado Filho, bairro Tirol, onde hoje funciona o Campus Natal-Central do IFRN. No ano seguinte passou a ser chamada de Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN). Mas depois de um tempo extingue os cursos industriais básicos nela, passando a focar no ensino profissionalizante de 2º grau. E em 1975, pela primeira vez é registrada a presença feminina entre os alunos dos cursos regulares. Em 1994, foi feita a inauguração da Unidade de Ensino Descentralizada de Mossoró, começando assim o Plano de Expansão da Rede. A ETFRN, em 1999, passou a ser Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), cujos desafios adicionariam na oferta de educação profissional nos níveis básico, técnico e tecnológico, além do ensino médio. Sua atuação no ensino de 3º grau começou com a oferta de cursos de graduação tecnológica, ampliando-se, posteriormente, para os cursos de formação de professores, as licenciaturas. O Ministério da Educação, em 2006, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), amplia a atuação da rede federal no Estado, 20 implantando com as Unidades de Ensino da Zona Norte de Natal, de Ipanguaçu e de Currais Novos. A instituição passou a atuar também na educação profissional vinculada ao ensino médio na modalidade de educação de jovens e adultos e no ensino a distância. Em 2007, entra em ação a segunda etapa do Plano de Expansão da Rede, no qual o Rio Grande do Norte passa a contar com outras seis unidades nos municípios de Apodi, Pau dos Ferros, Macau, João Câmara, Santa Cruz e Caicó. Hoje existem 19 Campi, distribuídos em todo Rio Grande do Norte, são eles: Apodi, Caicó, Currais Novos, Ipanguaçu, João Câmara, Macau, Mossoró, Natal – Central, Natal- Cidade Alta, Natal – Zona Norte, Nova Cruz, Parnamirim, Pau dos Ferros, Santa Cruz, São Gonçalo do Amarante, Canguaretama, Cearámirim e São Paulo do Potengi e uma unidade de Ensino a Distância, localizada no Campus Natal Central, além de duas Unidade de Ensino Profissionais, localizado em uma Lajes e a outra Parelhas, e mais a Reitoria. A instituição adquiriu uma nova configuração, em 23 de setembro de 2009, com a transformação em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), decorrente da lei n.º 11.892, de 29/12/2008. O instituto é uma autarquia federal de ensino; sendo, dessa forma, detentor de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, como define (FERREIRA, 2010): Autarquia. [Do gr. autarchía] S.f. 1. Poder absoluto. 2. Governo de um Estado pelos seus concidadãos. (…) 5. Jur. Entidade autônoma, auxiliar e descentralizada da administração pública, sujeita à fiscalização e à tutela do Estado, com patrimônio constituído de recursos próprios, e cujo fim é executar serviços de caráter estatal ou interessantes à coletividade, como, entre outros, caixas econômicas e institutos de previdência. Segundo a mesma lei, n.º 11.892, de 29/12/2008, o IFRN é instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e descentralizada, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com sua prática pedagógica. Sendo 21 permita a equiparação das disposições que dirige a regulamentação, avaliação, supervisão da instituição e dos cursos de nível superior às universidades federais. A atividade fim do Instituto é proporcionar uma educação pública de qualidade. Tendo como foco a oferta de Educação Tecnológica nos seus diversos níveis e atua, ainda, na formação de professores, no ensino médio integrado e na pesquisa tecnológica. Hoje o Instituto Federal do Rio Grande do Norte destina 50% das vagas para os cursos técnicos e, no mínimo, 20% das vagas para os cursos de licenciatura, incluindo as áreas de Ciências e de Matemática. Complementarmente, continuará oferecendo cursos de formação inicial e continuada, tecnologias, e pós-graduação. A Instituição conta hoje com aproximadamente 20 mil alunos matriculados em cursos de longa duração, oferecendo: cursos técnicos, tecnológicos, licenciaturas, formação inicial e continuada de trabalhadores, cursos de especialização e mestrado. Há, ainda, outros alunos em cursos de curta duração. E desenvolve também programas de qualificação vinculados à recuperação de escolaridade de adultos e de treinamento e capacitação, por meio de convênios com diversas instituições públicas e privadas. O IFRN tem como função social ofertar educação profissional e tecnológica – de qualidade referenciada socialmente e de arquitetura político-pedagógica capaz de articular ciência, cultura, trabalho e tecnologia – comprometida com a formação humana integral, com o exercício da cidadania e com a produção e a socialização do conhecimento, visando, sobretudo, a transformação da realidade na perspectiva da igualdade e da justiça sociais. Buscado competência técnica em todos os níveis de ensino oferecidos - a formação inicial e continuada de trabalhadores, a formação profissional de nível médio (integrados e subsequentes) e a superior (licenciaturas, cursos de tecnologia e pós-graduação). No IFRN oferece diversos serviços, a saber: Técnico Integrado ao Ensino Médio 22 Técnico Integrado ao Ensino Médio Educação de Jovens e adultos (EJA1); Técnico Subsequente Ensino Superior Pós-Graduação Educação à distância PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) Cursos ‘Pró-funcionário’ Plano de Assistência Estudantil Revista científica – HOLOS Ouvidoria NIT (Núcleo de Incubação Tecnológica) 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA Hoje os sistemas de informações são ferramentas essenciais para ter uma gestão de excelência, auxilia as atividades administrativas de avaliação de desempenho, controle e acompanhamento de processos de trabalho e apoio à tomada de decisão. Com as informações disponíveis através dos mais diversos tipos de relatórios possibilitam ao gestor uma visão holística, que comtempla o aspectos mais amplos aos mais específicos de seu negócio, dependendo das necessidades de cada caso concreto. Os sistemas de informações nas organizações públicas, especialmente no que se refere à gestão de atividades de meio, tem sido imprescindível para os gestores compreendam o alcance dos recursos e possam avaliar os resultados. 1 Educação de Jovens e adultos é um processo de seleção para ingresso no ensino técnico integrado na modalidade de educação de jovens e adultos. É voltado para alunos portadores do diploma de ensino fundamental, que não tenham concluído o ensino médio. 23 Permitindo que sejam realizadas avaliações do cumprimento de metas de gestão em qualquer instituição pública. Levando em consideração a tamanha complexidade de administrar, em muitos aspectos, uma instituição de ensino como o IFRN, que há 19 Campi com o Campus da EAD, que não tem autonomia administrativa, 2 Unidades de Ensino Profissionais (UEPS) em várias cidades do estado do Rio Grande do Norte e mais a reitoria, envolvendo questões financeiras, da infraestrutura, acadêmica e políticas; faz-se necessário que tenha modernizações no seu sistema administrativo que acompanhe a expansão e as demandas. O SUAP, sigla de Sistema Unificado de Administração Pública, é um sistema que foi desenvolvido pela própria equipe de desenvolvimento de sistemas, Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação (DIGTI). Tendo por objetivo a informatização dos processos administrativos e acadêmico do instituto, facilitando assim a gestão da instituição. Desde 2007 está em pleno funcionamento, tendo ocorrido algumas mudanças. Possui vários módulos, entre eles: recursos humanos, protocolo, almoxarifado, patrimônio, planejamento, ponto eletrônico, ensino, pesquisa e extensão. Esse sistema proporcionou um grande avanço para a instituição, haja vista que possibilitava fazer o controle de estoque e de empenhos. No entanto, atualmente, encontra-se incompleto em algumas funções, não atendendo às todas as exigências administrativas e contábeis, acarretando falhas em sua operacionalização. Há também, uma falta de padronização de cadastramento e rotinas admirativas de operacionalização entre os Campi. A gestão de almoxarifado apesar de fazer parte dos processos de apoio, é de suma importância, por dar o suporte para serem realizadas todas as atividades fins da organização. É preciso, fazer com que o sistema de informação adotado esteja alinhado com as necessidades da gestão de matérias na instituição para possibilitar uma padronização, agilidade, eficiência nos processos. Algo que ainda está aquém. Diante do exposto e servindo ao propósito dessa pesquisa, faz um seguinte questionamento: 24 Quais melhorias para agregar ao módulo almoxarifado do sistema integrado adotado pela instituição? 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.3.1 Geral Descrever em alguns aspectos a gestão de almoxarifado entre duas instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado dos sistemas de informação SIPAC e SUAP a fim de fazer uma espécie de Benchmarking com a UFRN. 1.3.2 Específicos a) Traçar o perfil dos servidores responsáveis pela gestão de almoxarifado no IFRN; b) Investigar as limitações encontradas na gestão de almoxarifado do IFRN; c) Identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas na gestão de almoxarifado fazendo uma comparação com SIPAC. 1.4 JUSTIFICATIVA A comunicação e o alinhamento entre as áreas de negócios e de Tecnologia da Informação (TI) sempre foram problemáticos. Hoje, porém, a 25 questão se tornou crítica como nunca, tanto por conta da necessidade crescente de agilidade no uso dos recursos de TI. As organizações lidam com uma enorme quantidade de fatos e dados, gerando informações, que são coletadas, tratadas, guardadas e disponibilizadas, sistematicamente aos usuários internos e externos por meio de sistemas de informação. Sendo as informações juntamente com o conhecimento os insumos primordiais para que haja planejamento estratégico e comunicação para obtenção de excelência na gestão. E para que se alcance a excelência dentro de uma organização faz necessário que as pessoas estejam plenamente informadas e que analisem continuamente as informações, transformando-as em conhecimento, para poder compartilhá-lo e desenvolver continuamente os ativos de conhecimento. Boa parte das informações de uma organização é utilizada para apoiar as operações diárias, para acompanhar o progresso dos planos de ação que implementam as estratégias e para subsidiar a tomada de decisões, em todos os níveis e setores. A gestão das informações requer a identificação de necessidades e a implementação de sistemas para assegurar acesso e agilidade na análise das situações de interesse, alavancar o negócio e promover a integração com partes interessadas, assim como a atualização tecnológica dos sistemas desenvolvidos, a disponibilização plena aos usuários e a segurança das informações. A comparação com os resultados de outras organizações propicia a avaliação do nível de desempenho alcançado, identificando-se diferenciais favoráveis, a serem mantidos, ou desfavoráveis, a serem tratados, além de viabilizar a definição de metas desafiadoras baseadas em fatos. Este trabalho também é muito importante para minha carreira profissional por eu trabalhar diretamente no setor de almoxarifado do IFRN e por operacionalizar o SUAP, sinto a necessidade de melhorias no módulo almoxarifado. 26 Portanto, esse trabalho acadêmico representa uma oportunidade de um desenvolvimento de um estudo que buscará identificar e propor melhorias ao módulo Almoxarifado do Sistema Unificado de Administração Pública, SUAP, criado pelo próprio Instituto Federal do Rio Grande do Norte, para otimizar e ser mais eficaz com as estratégias adotadas. Após a conclusão, poderá ser uma fonte de pesquisa para acadêmicos que queiram dar continuidade de melhorias do referido sistema. 27 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O sucesso das organizações, em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, depende da qualidade de sua administração. Sendo os administradores que estabelecem os objetivos e guiam a organização de forma a alcançá-los e preparam a organização para a mudança, procurando adaptá-la a um ambiente cada vez. Independentemente de sua forma mais dinâmico e imprevisível ou atividade, as organizações partilham algumas características. Primeiramente, todas as organizações têm um propósito ou uma finalidade. Os objetivos são diversos, desde produzi um produto, atender às necessidades sociais, proporcionar educação, defender um país, entre muitos outros. Sendo, portanto, esse propósito que confere às organizações uma razão para existir. Em segundo lugar, todas elas são compostas por pessoas. As quais com a ausência não têm quem tome decisões com relação aos objetivos nem que realize um conjunto de atividades de forma a alcançá-los. Por fim, as organizações possuem uma estrutura que define e delimita qual é o comportamento e quais são as responsabilidades de cada um dos seus membros. Com o aparecimento das organizações, surge a necessidade de administrálas. Em uma definição de um autor desconhecido, “a administração é um processo que consiste na coordenação do trabalho dos membros da organização e na alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficaz e eficiente”. Há quatro elementos que podem ser destacados nessa definição: processo, coordenação, eficiência e eficácia. Processo é um modo sistemático de fazer algo. A administração é um processo que consiste em um conjunto de atividades relacionadas a fim de alcançar um objetivo comum. Há coordenação do trabalho e dos recursos organizacionais para permitir que partes interdependentes 28 funcionem como um todo, procurando buscar a coerência entre processos e objetivos organizacionais. Por fim, a administração significa realizaras atividades e os objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente. Para Henri Fayol, administrador francês do início do século XX, o conceito de administração ficou definido como um processo dinâmico que compreenderia cinco funções interligadas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Que apesar de serem quatro funções distintas, elas estão relacionadas e são interdependentes, e por isso os gestores devem considerar os efeitos que cada uma dessas funções tem sobre as outras. Em um ambiente complexo e dinâmico, em especial nos momentos de mudanças externas ou internas da organização, o papel do administrador tende a focar mais na inovação do que na manutenção do status quo. Nesse contexto, a principal tarefa de um administrador é fazer suas atividades, trabalhando, muitas vezes, com o desconhecido e enfrentando a coordenação de atividades rotineiras simultâneas em que se exigida a capacidade de tomada de decisões acertadas. No âmbito da administração pública esse desafio não é menor, devendo apenas ser consideradas as particularidades que caracterizam esse tipo de organização. Segundo Weber, a administração pública envolve todo o aparato administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para cuidar do interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços públicos capazes de melhorar a qualidade de vida em geral. Para CHIAVENATO (2006, p.110), o progresso e o desenvolvimento de uma nação passam obrigatoriamente pela Administração. E lembra que para Peter Drucker, não existem países ricos nem países pobres, mas sim países bem-administrados e países mal administrados. No Brasil houve três reformas administrativas principais cujas características influenciam a gestão de entidades públicas: patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Cada um desses modelos administrativos ocorreu ao longo do tempo, prevalecendo cada um em épocas distintas; sem, porém, deixar de existir qualquer um deles inteiramente. (PALUDO; 2010) 29 Conforme PALUDO (2010, p.52): Apesar de no processo de desenvolvimento capitalista, o Estado ter incorporado outros traços, relacionados ao modelo burocrático e ao modelo gerencial, ele nunca abandonou os traços do antigo modelo patrimonialista e clientelista que, no momento de ameaça os setores dominantes, tendem a ressurgir com vigor, acrescidos um componente novo, o corporativismo. Figura 1: Administração Pública atual Fonte: PALUDO (2010, p.52) O primeiro modelo a surgir na administração brasileira foi o patrimonialismo. Segundo Weber, esse modelo surge a partir da necessidade de descentralização do poder quando o território governado por um patriarca aumentava de tamanho; casos assim. O patriarca havia que delegar pessoas para representa-lo em outras localidades em que exerceriam a dominação em nome de seu senhor. Consequentemente, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração, haja vista que tem como objetivo principal satisfazer as necessidades pessoais do senhor. Não havendo distinção entre o patrimônio público e o privado. (PALUDO; 2010) Bresser Pereira defendia que o patrimonialismo era “a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados”. Não havia carreiras organizadas no serviço público e nem divisão de trabalho nesse primeiro modelo de administração. Os cargos eram todos de livre nomeação do soberano para os familiares e amigos. Quem detinha um cargo público o considerava como um bem próprio de caráter hereditário. (PALUDO; 2010) Na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, surge a administração pública burocrática a fim de extinguir a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Devido à pressão das organizações de grande porte, do processo 30 de industrialização e das demandas sociais emergentes que exigiram os governos a adotar um novo modelo de administração capaz de responder aos anseios dos comerciantes e industriais e aos da sociedade em geral. Os surgimentos do capitalismo e da democracia proporcionaram que houvesse a necessidade de uma administração mais racional, com regras estáveis que permitisse à Administração servir a sociedade segundo interesse coletivo e não pessoal. Essa modernização da administração pública no Brasil iniciou no governo Vergas. Adotaram um modelo administrativo que primava o controle extremo das atividades meio com o intuito de combater as práticas patrimonialistas. Foi criado o Departamento Administrativo do setor Público (DASP), pelo decreto lei nº 579, de 30 de julho de 1938, com o objetivo de implantar na máquina administrativa brasileira a burocracia nos moldes weberianos. Alguns dos objetivos do DASP eram: criar uma estrutura administrativa organizada e uniforme visava supervisionar a administração pública, estabelecer uma política de recursos humanos baseada no mérito e acabar com o nepotismo e a corrupção existente. Contudo, não obteve total êxito no combate ao patrimonialismo (CHIAVENATO, 2012). A burocracia tem como base a racionalidade, buscando adequar os meios aos fins (objetivos) pretendidos, a fim de alcançar um alto grau de eficiência nas atividades rotineiras. Por essa razão, a burocracia procura explicar nos mínimos detalhes como as atividades devem ser desenvolvidas. Os principais princípios desse modelo seguem abaixo: Quadro 1: Princípios da Burocracia Divisão do trabalho Impessoalidade Hierarquia Profissionalismo Funções bem definidas, subdivididas racionalmente em tarefas simples e rotineiras. Os membros da organização têm direitos e deveres definidos por regras aplicadas de forma uniforme a todos, de acordo com seu cargo ou função; A organização dos cargos obedece ao princípio da hierarquia: cada cargo inferior está sob controle e supervisão. O recrutamento é feito por regras previamente estabelecidas, garantindo a igualdade de oportunidade no acesso à carreira. 31 Padronização e Formalização Autoridade Separação dos domínios público e privado Existe um sistema de regras e procedimentos escrito, padronizado e formalizado. A fonte da autoridade é regra, a lei. A obediência deve-se à ordem impessoal determinada pela regra. Os membros do quadro administrativo devem estar completamente separados da propriedade, dos meios de produção e da administração. Paralelamente, existe completa separação entre o cargo e sua vida privada. Fonte: Adaptação MAXIMINIANO (2007, p.44) A partir da segunda metade do século XX, surge administração Pública Gerencial com o intuito de buscar meios eficazes para enfrentar a crise fiscal do Estado; com estratégias para a redução de custos; atuando de maneira a proteger o patrimônio público; e descontentamento com a Administração Pública Burocrática. Fazia- se necessário, que a Administração Pública mudasse para dar conta de atender às exigências da nova ordem mundial. As principais características da Administração Pública Gerencial segundo o Caderno Mare nº 01 mencionado por PALUDO (2012, p.71) são, a saber: Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário ou cidadão cliente; Ênfase no controle dos resultados através dos contratos da gestão; Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, organizada em carreias de Estado, e valorização do seu trabalho técnico e político de participar, juntamente com os políticos e a sociedade, da formação e gestão das políticas públicas; Separação entre as secretarias formuladoras de políticas públicas, de caráter centralizado, e as unidades descentralizadas, executoras dessas mesmas políticas; Distinção de dois tipos de unidades descentralizadas: as Agencias Executivas, que realizam atividades exclusivas de Estado, por definições monopolistas, e os serviços sociais e cientifico de caráter competitivo, em que o poder de Estado não está envolvido; Transferência para o setor público não estatal dos serviços sociais e científicos competitivos; 32 Adoção cumulativa dos mecanismos de controle social direto para controlar as unidades descentralizadas: do contrato de gestão em que os indicadores de desempenho sejam claramente definidos e os resultados medidos; e da formação de quase mercados em que ocorre a competição administrativa; e Terceirização das atividades auxiliares ou de apoio, que passam a ser licitadas competitivamente no mercado. 2.1.1 A busca por excelência Para se alcançar a excelência é preciso conquistar a qualidade nos serviços prestados. A partir da década de 1990, surgiram diversos programas voltados ao implantação da qualidade nos serviços públicos, proporcionando muitas contribuições, entre elas, a formalização do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA), 2005, como política pública de adesão voluntária. Logo abaixo, segue o resumo do histórico desses programas no quadro 2: Quadro 2: Programas de Qualidade na Administração Pública Federal ANO 1991 1996 1998 1999 2005 Programa PQP- Programa PQPQualidade e Programa Produtividade na Qualidade e Administração Participação Publica Prêmio Nacional de Qualidade (SubPrograma) PQSPPrograma Qualidade no Serviço Público GESPÚBLICAPrograma Nacional de Gestão Pública e Desburocratização Finalidade Sensibilização e Capacitação Avaliação e Premiação Premiação Melhorar gestão e serviços Área de atuação Interna Interna e externa Interna e externa Externa (predominante) Foco Técnicas e ferramentas Gestão e resultados Melhores práticas Resultado e satisfação do cidadão Dimensão Eficiência Eficiência e Eficácia Critérios de Excelência do PNQ Eficiência e Eficácia Fonte: Adaptação PALUDO (2012, p.245) Melhorar serviços e aumentar a competitividade Externa (predominante) Gestão por resultados orientada para o cidadão Eficiência, Eficácia e Efetividade 33 O GesPública – Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – foi fundado pelo Decreto nº 5.378 de 23 de fevereiro de 2005 e é o consequência do desenvolvimento das diversas iniciativas do Governo Federal para fomentar a promoção da gestão pública de excelência, com o objetivo de dar suporte para a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o aumento da competitividade do País. O Programa - uma política pública embasada em um modelo de gestão específico- tem como principais características o fato de ser essencialmente público, haja vista que é orientado ao cidadão e respeita características aos princípios constitucionais da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência; de estar voltado para a disposição de resultados para a sociedade, busca contínua pela melhoria da qualidade de vida e na geração do bem comum e de ser federativo, aplicando, dessa forma, a toda a administração pública, em todos os poderes e esferas do governo. A estratégia para a implantação de um modelo referencial de gestão pública é propagar ações de apoio técnico aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, a fim de mobilizar, preparar e motivar para a atuação em prol da inovação e da melhoria da gestão. De acordo com o art. 2º do Decreto 5.378 de 2005, que instituiu o GesPública, o programa tem várias iniciativas que devem assegurar os resultados pretendidos, revelando o que de fato a gestão se fundamenta: Art. 2o O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética. 34 O programa absorveu critérios de excelência da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) e o Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP), ambos formulados na década de 1990. A busca pela excelência está presente não somente nas empresas privadas, mas também nas organizações públicas. Na atualidade há uma maior exigência dos serviços prestados nas organizações públicas por parte dos usuários e do Governo. As organizações são sistemas vivos e complexos, que interagem e dependem uma da outra. Para haver excelência, a organização precisa, essencialmente, de sua capacidade de garantir seus objetivos em completa harmonia com seu ecossistema. O MEGP está baseado em um conjunto de fundamentos da excelência (quadro 3) que expressam conceitos que se traduzem em práticas encontradas em organizações de grande referencia de excelência, líderes de Classe Mundial. Quadro 3: Fundamentos da Excelência Pensamento Sistêmico Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. Aprendizado organizacional Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências. Cultura de inovação Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização. Liderança e constância de propósitos Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura a excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos interesses das partes interessadas. Orientação por processos e informações Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução de ações deve ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados. Visão de futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo, visando a sua perenização. 35 Alcance de resultados consistentes, assegurando a perenidade da Geração de Valor organização pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas. Valorização das pessoas Estabelecimento de relações comas pessoas, criando condições para que elas se realizem profissionalmente e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender. Conhecimento sobre o cliente e o mercado Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado, visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados. Desenvolvimento Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, de parcerias objetivando benefícios para ambas as partes. Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais ela se relaciona, estando voltada para Responsabilidade o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos social ambientais culturais para gerações futuras; respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização. Fonte: Adaptação, FNQ: Conceitos fundamentais da Excelência em Gestão, 2006. Quando aplicados esses fundamentos da excelência, proporcionam melhorias para os processos, aumento da produtividade para a organização, tornando-a mais eficiente e eficaz. Potencializando a credibilidade da instituição e o reconhecimento público. A gestão pública pode ser representada graficamente como um sistema constituído por oito dimensões integradas e interativas, conforme exibido na Figura 2. 36 Figura 2: Representação do Modelo de Excelência em Gestão Pública Fonte: SEGEP, 2014 Segundo o Modelo de Excelência em Gestão Pública de 2014, representada na figura acima, existem oito dimensões distribuídas em quatro blocos. O primeiro é o bloco do Planejamento, composto pelas quatro primeiras dimensões do Modelo: Governança, Estratégia e planos, Sociedade e Interesse público e Cidadania. Sendo responsáveis por ocasionar a movimentação da organização e por lhe dar direcionalidade. O segundo bloco é o da Execução e se constitui pelas dimensões Pessoas e Processos. Esses dois elementos representam o centro prático da ação organizacional e transformam finalidade e objetivos em resultados. O terceiro bloco, de Resultados, representa o controle, pois apenas pelos resultados produzidos pela organização é possível analisar a qualidade do sistema de gestão e o nível de desempenho institucional. O quarto bloco, de Informação e conhecimento, representa a inteligência da organização. Este bloco possibilita a organização ter a capacidade de corrigir, melhorar ou inovar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho. 37 2.1.1.1 Dimensão de Informação e Conhecimento A dimensão Informação e Conhecimento tem como meta, primordialmente, a implementação de processos gerenciais que contribuam diretamente para a seleção, coleta, armazenamento, utilização, atualização e disponibilização sistemática de informações atualizadas, precisas e seguras aos usuários internos e externos, com o apoio da tecnologia da informação para dar suporte a tomada de decisões na organização com base em medições e análise do seu desempenho e de outros fatos e dados dos ambientes interno e externo. (MEGP; 2014) A organização deve, dessa forma, dispor de sistemas de informação adequados para essa finalidade e usar sistematicamente informações comparativas. Os seus diferenciais favoráveis, identificados em relação a essas informações, expressam o potencial de seus ativos intangíveis em agregar valor ao negócio e gerar diferencial competitivo. Na figura 2 do Modelo, a dimensão de Informações e Conhecimento mostra como elemento de ligação entre os demais, representado na área de cor branca, por permear todo o sistema de gestão, tendo, portanto, uma forte interação com todas as demais dimensões. Os temas que o compõem são referentes às informações da organização, às informações comparativas e às ativos intangíveis. E neles, outros fundamentos da excelência podem ser evidenciados, segundo o Caderno do Critério de Excelência de Informação e Conhecimento da FNQ de 2008, a saber: Em Informações da organização: As práticas de gestão das informações para orientar os planos de ação vêm, expressamente, do fundamento liderança e constância de propósitos, haja vista que o sucesso na implementação das estratégias 38 é decorrente pelo acompanhamento dos planos de ação conduzidos pelas lideranças. As atividades de gestão das informações para dar suporte nas operações informações. focam o fundamento orientação por processos e Sendo os usuários dos sistemas de informação os envolvidos nos processos tendo que atualizar periodicamente com os dados gerados ao longo dos processos. E faz necessário ainda que, depois tratados, esses dados gerados possam ser depositados e conservados com segurança em registros de arquivos organizados para que permita serem extraídos facilmente e maneira rápida na forma de informações para dar base aos usuários. Em Informações comparativas: As ações de gestão aparecem evidenciando os fundamentos orientação por processos e informações, geração de valor e aprendizado organizacional, posto que as informações comparativas sejam de suma importância para a compreensão dos resultados alcançados e poder estabelecer metas a serem conquistadas, assim como permitindo encontrar através da prática do Benchmarking, novas oportunidades para a configuração de seus produtos/serviços e processos, operacionais e gerenciais, potencializando o aprendizado e a inovação. Em Ativos intangíveis: As ferramentas evidenciam a presença dos fundamentos foco no cliente e no mercado e orientação por processos e informações, quando visam à identificação metodológica, ao desenvolvimento e à proteção do diferencial competitivo agregados por tais ativos. As práticas requeridas neste item também evidenciam o fundamento aprendizado organizacional ao tratar do compartilhamento do conhecimento na 39 organização, potencializando, por meio do aumento do conhecimento dos profissionais, a melhoria dos processos e produtos. E ainda a gestão pública de excelência precisa conter a implementação de processos gerenciais que tem como objetivos a identificação, o desenvolvimento, a geração, a proteção e o compartilhamento do conhecimento. (MEGP; 2014) 2.1.1.2 Dimensão de Processos Para o MEGP de 2014, gestão pública de excelência necessita de processos finalísticos e de apoio adequadamente estruturados, a partir da estratégia institucional, com base nos recursos disponíveis, nos requisitos dos públicos alvos e nas possibilidades e limitações jurídico-legais Os processos da organização precisam ser conhecidos, principalmente os de agregação de valor, para que o fundamento da excelência por processos e informações possa existir na organização. Por meio dos processos de agregação de valor, a organização gera benefícios para os clientes (cidadãos), para a missão da organização e para as outras partes interessadas. Seja um processo mais simples ou o mais complexo, tem que agregar valor, isto é, sua saída tem que ser mais valorizada que as suas entradas. O processo é, em essência, uma atividade de transformação, que trabalha ou processa as entradas, agregando informações para que a saída tenha um valor maior do que a entrada, ou entradas, do respectivo processo. Qualquer processo que não agregue valor deve ser considerado como desnecessário na organização e prontamente eliminado. Os processos de agregação de valor são classificados em dois grandes grupos: processos principais do negócio e processos de apoio, como exemplifica a Figura 3. 40 Figura 3: Cadeia de valores genérica Fonte: FNQ, Cadernos de Excelência: Processos (2008; p. 8) Processos principais do negócio agregam valor diretamente aos clientes da organização, sendo variável a natureza e a quantidade de acordo que o tipo do negócio dela. Pode-se denominar também como “processos fim”, “processos finalísticos” ou “processos primários”. Processos de apoio são todos aqueles que dão suportes aos processos principais do negócio e a si mesmos, fornecendo produtos, serviços e insumos adquiridos ou comprados, equipamentos, tecnologia, softwares, manutenção de equipamentos e instalações, recursos humanos, informações, dentre outros, peculiares a cada organização. Os processos de agregação de valor da organização, os fins do negócio ou de apoio, têm como objetivo satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas. O requisito aplicável a um processo é a tradução das necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas, as quais não são necessariamente expressas de maneira formal, em uma linguagem técnica, para definição dos atributos do produto ou do serviço. Como exemplos de requisitos de processos, ou itens a serem cumpridos pelos processos, citam-se prazos de 41 entrega, tempo de garantia, especificações técnicas do produto ou serviço. Além dos requisitos de natureza técnica, que estão com maior a exigência de requisitos que protegem a sociedade, e relacionados a aspectos ambientais (sustentáveis) e sociais, tais como: preservação do meio ambiente, descarte adequado de produtos não perecíveis (como lâmpadas, pneus e plástico) e exigência de uma condução ética dos negócios. Os processos principais do negócio e os processos de apoio precisam ser gerenciados para que as necessidades e expectativas dos clientes e outras partes interessadas, traduzidas em requisitos, sejam plenamente atendidas. Para tanto, é necessário estabelecer, pelo menos, um indicador de desempenho para cada um dos requisitos a serem cumpridos ou atendidos pelos processos. O indicador de desempenho serve para medir ou quantificar as entradas (recursos ou insumos), o processamento e as saídas (produtos ou serviços) dos processos, que possibilite o seu monitoramento durante a execução e após a conclusão o mesmo, garantindo, portanto, o atendimento dos requisitos do processo e, consequentemente, das expectativas e necessidades dos clientes e demais partes interessadas. O monitoramento e o controle dos processos devem provocar artifícios de tratamento de não conformismo e implantação de ações corretivas, melhoria dos processos e incorporação de inovações, de forma a garantir a constância do alto desempenho institucional. (MEGP; 2014) 2.1.2 Gestão de Qualidade Gestão de qualidade total – TQM (total quality management) refere-se a uma busca pela qualidade que envolve a todos em uma organização. Duas filosofias-chave compreendem nessa abordagem. Uma é o impulso incessante de aperfeiçoar, denominado aperfeiçoamento ou melhoria contínua; e segunda é a 42 meta da satisfação do cliente, que envolve atender ou exceder as expectativas dele. (STEVENSON; 2001) São exemplos de abordagem TQM: Projetar um processo que facilita fazer a coisa certa logo na primeira vez; determinando onde os erros tendem a ocorrer para procurar evitar sua ocorrência; e acompanhar os resultados para utilizá-los como guia a fim de propor melhoria dentro do sistema, nunca permitindo deixar de tentar aperfeiçoar. Vários elementos envolvem o TQM, segundo Stevenson (2001), entre eles estão: A melhoria contínua: busca o aperfeiçoamento contínuo seja de processo, materiais, pessoas, e etc. Benchmarking: identifica outras organizações que têm mais competência em determinada área para aperfeiçoar a própria organização utilizando referenciais de outras, como já fora falado; Empowerment do funcionário: a fim de gerar motivação nos funcionários ao atribuir a eles responsabilidade por aperfeiçoamento, dando autoridade para fazer as mudanças que acharem necessárias à realização de melhorias; Abordagem de equipes: usufruir equipes para resolver problemas, fazendo com que as pessoas fiquem envolvidas e promova um espírito de cooperação e compartilhamento de valores entre os funcionários; Decisões baseadas em fatos, em vez de opiniões: A verificação e a análise de dados são a base para as tomadas de decisão; Conhecimento de ferramentas: os funcionários e gestores são treinados para a utilização de ferramentas da qualidade; Qualidade do fornecedor: os fornecedores têm que ser incluídos nos esforços para assegurar e melhorar a qualidade, a fim de que os processos deles sejam capazes de fornecer peças e materiais de qualidade, pontualmente. 43 2.2 BENCHMARKING Benchmarking é uma ferramenta de gestão que consistem mensurar a performance de uma organização, possibilitando que faça uma comparação da sua eficiência com a de outras organizações, geralmente, com a organização líder do ramo ou outro concorrente muito relevante. Segundo BOXWELL (1996; p.18), benchmarking abrange em dois aspectos: estabelece metas usando padrões objetivos, externos e aprende com os outros. As organizações não funcionam isoladamente, mas relacionam entre si em uma rede; porém, com estratégias diferentes. Por essa razão algumas delas geram mais valor e tornam-se modelo para as demais. Consequentemente, as organizações são alvo de diversos tipos de comparação. As Informações comparativas possibilitam que a organização conheça o seu grau de competitividade e de excelência a partir da comparação externa de seus resultados financeiros e não financeiros; identificam diferenciais favoráveis e desfavoráveis a serem tratados; e possibilita o estabelecimento de metas baseadas em fatos. Por meio do benchmarking, é possível visualizar novas oportunidades para a configuração de seus produtos/serviços e processos, operacionais e gerenciais, potencializando assim o aprendizado e a inovação. Contudo, vale ressaltar que as práticas e os resultados de outras organizações não devem ser diretamente transferíveis à organização sem que antes seja feito um exame detalhado das diferenças, até mesmo culturais, existentes, requerendo, muitas vezes, tratamento e normalização. Por isso, faz necessário verificar a validade dos resultados utilizados para que haja a comparação, a análise da comparabilidade, a necessidade de normalização dos dados, o estudo dos diferenciais encontrados, a determinação das causas desses diferenciais com emprego de ferramentas de análise, a projeção de desempenho futuro da organização fonte e outros aspectos 44 importantes na utilização das informações levantadas para que o benchmarking promova ganhos efetivos de desempenho. Dependendo do tipo de Benchmarking, faz como que haja motivação por parte dos gestores a visualizar para fora das organizações, para os concorrentes ou para outras empresas melhores do ramo e a utilizar o conhecimento coletivo dessas outras organizações a fim de que torne suas próprias organizações mais fortes. Proporcionando, consequentemente, saltos quantitativos de desempenho ao invés de melhorias incrementais. Portanto, para que sejam alcançados níveis de excelência e aumento da competitividade, não adianta somente garantir melhorias contínuas dos resultados, serviços/produtos e processos; mas faz necessário, que tenha atenção para o mercado e que realize comparações para conhecer o nível de excelência ou de competitividade alcançado e para evidenciar oportunidades de melhoria. Figura 4: Realinhamento periódico Fonte: Adaptação, BOXWELL, Robert J. (1996; p. 137) A literatura apresenta muitos métodos propostos por vários autores ou até mesmo pela experiência acumulada pelas organizações. A Fundação Nacional para a Qualidade propõem um modelo de 5 etapas como segue a seguir no quadro 4: 45 Quadro 4: Metodologia genérica de Benchmarking Fonte: FNQ, Cadernos de Excelência: Informações e Conhecimento (2008) Segundo BOXWELL (1996, p.20), há três razões fundamentais que o benchmarking está tornando tão praticado pelas organizações: É a maneira mais eficiente de se fazer melhorias. Os gestores podem extinguir o processo de aprendizagem na base da tentativa, o que pode ocorrer de alguma forma, a reinvenção da roda. Sendo mais interessante poder utilizar processos que os outros já comprovaram ser efetivos, eficientes e focando somente em desenvolver maneiras para melhorar eles ou adaptá-los à cultura e aos processos existentes de suas próprias organizações; Dar suporte as organizações a fazer melhorias mais eficientes. Devido o tempo ser um fator de extrema importância na concorrência atual. Ser competente através de benchmarking em uma organização é fazer com que ela faça as coisas melhores e de forma mais rápida ao trabalhar ao longo do processo; e Tem um potencial para elevar significativamente o desempenho coletivo das organizações. 46 2.2.1 Tipos comuns de Benchmarking 2.2.1.1 Benchmarking competitivo Esse tipo é o mais difícil de benchmarking haja vista que as empresas visadas comumente não têm interesse em ajudar a equipe envolvida no processo. Benchmarking competitivo mede suas funções, processos, atividades, produtos ou serviços em relação aos de seus concorrentes e melhorá-los de maneira que sejam, idealmente, os melhores do ramo, mas, no mínimo, melhores do que os de seus concorrentes. (BOXWELL;1996) 2.2.1.2 Benchmarking Cooperativo No benchmarking cooperativo, a organização que deseja aperfeiçoar uma atividade em particular por meio do benchmarking entra em contato com as melhores empresas da área e questiona-lhes se elas têm interesse em compartilhar conhecimento com a equipe de benchmarking. Normalmente, as empresas escolhidas não fazem parte dos concorrentes diretos da empresa de benchmarking, sendo um fator essencial para a garantia da cooperação. Apesar de o conhecimento fluir normalmente numa direção, algumas vezes a equipe de benchmarking oferece às empresas visadas algum benefício em troca, pela razão de que as empresas em foco geralmente dão mais do que recebem. (BOXWELL;1996) 47 2.2.1.3 Benchmarking Colaborativo Em um benchmarking colaborativo, um conjunto de empresas trocam conhecimentos sobre uma atividade específica, todas esperando aprimorar de acordo daquilo que aprenderam. (BOXWELL;1996) 2.2.1.4 Benchmarking interno É uma forma de benchmarking colaborativo em que várias grandes organizações usam para identificar as melhores práticas internas e disseminar o conhecimento sobre essas práticas para outros grupos da organização. O benchmarking interno frequentemente é feito por empresa de grande porte como a primeira etapa para que se torne um estudo para fora. Existem diversas razões para isso. Primeiramente, possibilita que a equipe de benchmarking desenvolva a sua base fundamental de conhecimento sobre a questão a ser estudada com o auxílio dos colegas. E proporciona também à equipe de benchmarking mais coisas a oferecer para os gerentes das empresas-alvo externas quando entrarem em contato para fazer algum tipo de colaboração num estudo. (BOXWELL;1996) 48 2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Segundo PALUDO (2012, p.153), as tecnologias da informação são instrumentos utilizados para alavancar a modernização, aumentar a competitividade e apoiar o desenvolvimento econômico e social de todos os setores da economia: local, nacional e mundial, públicos e privados. A partir da década 1970, a TI passou a ser considerada como um instrumento a ser utilizado para obter mais eficiência e controle nas organizações. Mas com o passar dos anos as tecnologias da informação passaram a ocupar um papel estratégico, possibilitando redesenhar processos produtivos, criar novos produtos e relacionar-se em rede com clientes e colaboradores. A Tecnologia de Informação, tanto no nível operacional quanto no estratégico, tornou-se um instrumento essencial para se alcançar uma vantagem competitiva, além de facilitar o processo de adaptação das organizações às constantes mudanças no ambiente. Interferindo e influenciando o modo de operação das organizações e os seus resultados econômico financeiros, sendo um instrumento viabilizador de negócios para qualquer organização. Para PALUDO (2012, p.155), o termo Tecnologia da Informação serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais (hardware, software, dados e telecomunicações) para geração, armazenamento, processamento, uso e difusão (comunicação) da informação, em suas variadas formas, como: dados, voz e imagens. O desenvolvimento de novas tecnologias proporcionou uma mudança no armazenamento da informação, como também possibilitaram novas formas de organização e acesso aos dados e às obras armazenadas. Facilitando e intensificando cada vez mais a comunicação institucional, com uma variedade de opções como: aplicativos de texto, bancos de dados, intranet, internet, e etc. Os principais benefícios proporcionados pela TI, segundo PALUDO (2012, p.156) são: Redução do custo das operações e aumento da produtividade; 49 Provimento de subsídio aos gestores para a elaboração de estratégias; Facilidade e rapidez no desenvolvimento de atividades burocráticas; Facilidade na gestão dos meios de produção e dos negócios; Agilidade nos processos de comunicação e coordenação interna e externa; Aumento na qualidade de produtos e serviços; Facilidade na circulação de informações intra e interorganizacionais; Auxílio no processo de tomada de decisão; e Auxílio no controle de atividades descentralizadas em vários níveis hierárquicos 50 2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Sistema de informação é um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, manipulam e disseminam dados e informações para possibilitar um mecanismo de realimentação para alcançar um determinado objetivo. E os Sistemas de Informação compreendem tanto o estudo como o desenvolvimento de modelos, técnicas e ferramentas computacionais pra dar suporte às pessoas e às organizações para utilizarem as informações de forma eficaz e eficiente. Proporcionando suporte à gestão e à realização das funções organizacionais, auxiliando, portanto, a organização a atingir suas metas. Para PALUDO (2011, p.156): Sistemas de informação são um “conjunto de componentes interrelacionados”, utilizados para coletar, processar, armazenar e distribuir a informação. Independente de qual seja o Sistema de Informação, ele apresenta duas finalidades principais: dar suporte à tomada de decisões; e dar suporte ao controle de uma organização. A figura 5 demostra esquematicamente as correlações que compõem entre os objetivos organizacionais e os componentes de informação, práticas de trabalho, recursos humanos e tecnologias de informação. Figura 5: Representação dos elementos e componentes do S.I Fonte: Adaptação CAMPOS FILHO (1994; p.34) 51 Os objetivos organizacionais não são necessariamente um componente do S.I, mas exercem uma função importante para determinar as práticas de trabalho. São os objetivos que direcionam os critérios básicos para decisão de como e quando as práticas de trabalho da organização devem ser alteradas e adaptadas. As práticas de trabalho correspondem os métodos aplicados pelos recursos humanos para desempenhar as atividades do S.I., incluindo os procedimentos descritos pelos manuais de operação, assim como as linhas de ação nas quais os recursos humanos se orientam, se comunicam e tomam decisões, realizam negócios ou serviços e desempenham outras tarefas. A vinculação entre as práticas de trabalho e a informação ocorre nos dois sentidos (flecha dupla), o que indica que as práticas determinam as necessidades de informação a medida que a disponibilidade de dados determina quais as práticas viáveis para uma determinada aplicação. A relação entre os recursos humanos e as práticas de trabalho é biunívoca devido às práticas afetarem os recursos humanos, enquanto as características dos recursos humanos no sistema vão determinar quais práticas serão viáveis e adequadas. Tem-se por tecnologias de informação, na figura 3, como um conjunto de hardware e software que desenvolve uma ou mais tarefas de processamento das informações do S.I., como coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir dados. Sistema de Informação tem como matéria-prima, principal propósito do sistema, os dados, que após ser processados, transformam em informações úteis (saídas) para subsidiarem a organização nas tomadas de decisões de várias áreas. Os dados são fatos em sua forma primária, sendo quaisquer elementos identificados em sua forma bruta que por si não conduzem a uma compreensão de determinado fato ou situação. O dado pode ser representado por números, imagens, letras e etc. Já a informação é um conjunto de fatos organizados de modo que a adquirem valor adicional além do valor do fato 52 propriamente dito, sendo considerada uma descrição mais completa do real associada a um referencial explicativo, como por exemplo, o relatório do balancete mensal. Um sistema de informação possui funções básicas em interação, a saber: Entrada: corresponde a captação e reunião de elementos que ingressam no sistema pra serem processados, como por exemplo, dados, matéria-prima e etc.; Processamento: compreende os processos de transformação que convertem dados em saídas úteis; Saída: envolve a produção de informações úteis, geralmente na forma de documentos, relatórios e dados de transações; Realimentação: é a saída que é utilizada para alterar a entrada ou as atividades em processamento. Com o mundo a cada dia mais complexo, excesso de dados, informações, pressão por desempenho, as organizações exigem das pessoas tomadas de decisões mais eficazes e eficientes. Para que haja sucesso de um Sistema de Informação em uma organização depende que a Tecnologia da Informação utilizada seja apropriada, que transforme grande quantidade de dados em informações válidas, reduzindo, dessa forma, as incertezas para uma maior assertividade às decisões. E que haja qualidade da informação, sem manipulação, erros e sem redução na quantidade de informação. Segundo O’BRIEN (2004), os atributos importantes da informação se reúnem em três dimensões, a saber: Quadro 5: Principais atributos da informação Dimensão do Tempo Prontidão Aceitação A informação deve ser fornecida quando for necessária A informação deve estar atualizada quando for fornecida 53 Frequência Período Dimensão do Conteúdo Precisão Relevância Integridade Concisão Amplitude Desempenho A informação deve ser fornecida tantas vezes forem necessárias A informação pode ser fornecida sobre períodos passados, presentes e futuros. A informação deve estar isenta de erros A informação deve estar relacionada às necessidades de informação de um receptor específico para uma situação específica Toda informação que for necessária deve ser fornecida Apenas a informação que for necessária deve ser fornecida A informação pode ter um alcance amplo ou estreito, ou um forco interno ou externo. A informação pode revelar desempenho pela mensuração das atividades concluídas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados. Dimensão da Forma Clareza Detalhe Ordem Apresentação Mídia A informação deve ser fornecida de forma que seja fácil de compreender A informação pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida A informação pode ser organizada em uma sequência predeterminada A informação pode ser apresentada em forma narrativa, numérica, gráfica ou outras A informação pode ser fornecida na forma de documentos em papel impresso, monitores de vídeo ou outras mídias. Fonte: Adaptação O’BRIEN (2004) 2.4.1 Tipos de Sistemas de Informação Os sistemas de informação podem ser classificados de várias maneiras diferentes e pertinentes com diversas finalidades e sistemas interorganizacionais que envolvem mais de uma organização. Eles podem ser simples ou complexos, 54 abertos ou fechados, estáveis ou dinâmicos, adaptativos ou não adaptativos, permanentes ou temporários: Simples x complexo: um sistema simples tem poucos componentes e a relação ou interação entre os elementos é descomplicada e direta. Enquanto um sistema complexo possui elementos que são altamente relacionados e interconectados; Aberto x fechado: no sistema aberto há uma interação com ambiente, ocorrendo um fluxo de entradas e saídas por todos os limites do sistema. Já no sistema fechado acontece o contrário do aberto, não existe interação com ambiente; Estável x dinâmico: o sistema estável sofre pouquíssimas mudanças ao longo do tempo. Enquanto o dinâmico ocorre mudanças rápidas e constantes ao longo do tempo; Adaptáveis x não adaptáveis: um sistema adaptável tem a possibilidade de mudar conforme o ambiente, o que não acontece em um sistema não adaptável. Permanente x temporário: no sistema permanente existe por um período de tempo relativamente logo; enquanto o temporário existe por um período de tempo relativamente curto. Há quem classifica os sistemas de informações conforme o nível organizacional que desenvolvem seu papel, a saber: Sistemas do nível gerencial: são aqueles que proporcionam informações úteis ao monitoramento, controle de atividades e tomada de decisões administrativas aos gerentes médios; Sistemas do nível operacional: sistemas elaborados para auxiliar os gerentes operacionais nas atividades básicas da organização; Sistemas do nível de conhecimento: são aqueles que auxiliam os profissionais do conhecimento no desempenho de suas atividades de 55 integrar novos conhecimentos na organização para contribuir com a meta desejada da organização; Sistemas de nível estratégico: são sistemas que auxiliam a alta administração no tratamento de questões estratégicas e sistêmicas. De tal forma que um mesmo sistema pode ser classificado como sistema de apoio às operações ou como sistema de informação gerencial. Vale ressaltar que os sistemas de informações geralmente são combinações integradas dos diversos tipos de sistemas disponíveis. OBRIEN (2004, p.23), exemplifica de forma resumida, na figura abaixo, de como os sistemas de informação existem no mundo dos negócios: Figura 6: Classificação dos sistemas de informação Fonte: adaptação O’BRIEN (2004; p. 23) Na figura abaixo também é possível visualizar a integração entre alguns dos vários tipos de sistemas, variando em função de características, variáveis ou atributos do sistema. 56 Figura 7: Tipos de SI dentro de uma organização Fonte: Adaptação RAMOS (2009; p.16) Os Sistemas Processadores de Transações (SPT) são sistemas integrados básicos que dão suporte ao nível operacional da organização, nas atividades funcionais. Fazem o monitoramento, coletam, armazenam, processam e distribuem os dados das mais variadas transações realizadas dentro das organizações. Sendo de suma importância para alcance sucesso da organização, haja vista que o SPT dar os dados que suportam vários módulos de outros sistemas de apoio, como sistemas de apoio à decisão (SAD) e sistemas de informação gerencial (SIG). Os Sistemas de Informação Gerencial tem como objetivo fornecer informações e apoio aos gerentes em sua tomada de decisão de forma mais eficaz. Disponibilizando relatórios e demonstrativos pré-estipulados com informações úteis aos administradores para dar suporte ao processo de valor agregado de uma organização. Apoiando, especialmente, as funções de planejamento, controle e tomada de decisão no nível gerencial. Os Sistemas de Apoio a Decisões auxiliam o nível gerencial da organização a tomar decisões específicas de um problema por meio de um conjunto 57 organizado de pessoas, procedimentos, software, banco de dados e outros dispositivos. Faz necessário que haja interligação dos vários sistemas de informação, pois caso não tenha, a organização possuirá apenas uma coleção de sistemas separados e ineficazes. Uma maneira de integrar e unificar os vários sistemas existentes em uma organização é por meio de um Sistema de Informação Integrado de Gestão Empresarial (ERP- Enterprise Resource Planning). Tais sistemas de informação integrados são sistemas computadorizados que combinam as capacidades de diversos tipos de sistemas de informação, permitindo que gerencie todos os processos da empresa de forma integrada. Refere-se a um programa de computador centrador de todas as informações da organização em um sistema único, que permite ser atualizado e acessado por todos os funcionários, de qualquer departamento. Garantido dessa forma que os dados sejam sempre atualizados e de fácil acesso. Os sistemas ERP são pacotes comerciais de software desenvolvidos a partir do software Materials Requirement Planning (MRP II), com mostra na figura 8. O MRP foi um software desenvolvido na década de 80, tendo como base as aplicações de gerenciamento e controle do inventário, permitindo o planejamento de materiais mediante a previsão da demanda, sendo que o MRP II surgiu como uma extensão do MRP com o propósito de atender as atividades de produção e de distribuição. Nos anos 90, o MRP II passou a dar suporte a outras aplicações, tais como as de finanças, contabilidade, recursos humanos, vendas e marketing. O conceito de ERP surgiu da combinação do MRPII estendido e dos princípios de Just in Time (JIT) e Total Quality Management (TQM) e mais recentemente, seguindo a tendência de novas aplicações de negócios, passou a incorporar gerenciamento de cadeia de suprimentos (Supply Chain Management- SCM) e gerenciamento de relacionamento a Management- CRM). (STEVENSON; 2001) clientes (Customer RelantionShip 58 Figura 8: Desenvolvimento do ERP Fonte: SLACK (2009; p.424) 2.3.2 Planejamento de necessidades de materiais (MRP) O Planejamento das Necessidades de Materiais é um sistema de informação que possibilita trabalhar com pedidos de itens que têm demanda dependente, que dependem de componentes para montar produtos. O processo de planejamento inicia a partir dos perdidos de clientes, que são utilizados juntamente com quaisquer pedidos pendentes para desenvolver um programamestre que indica em que quantidade e que momentos os itens acabados devem estar disponíveis. Com a utilização da lista de material, os itens finais são “explodidos”, e são desenvolvidos planos de necessidades de materiais, os quais mostram as quantidades e os momentos em que ordens de compra e ordens de produção de componentes têm que ser expedidas. (SLACK; 2009) O MRP proporcionou várias contribuições, entre elas estão: sincronização das necessidades, o cálculo das necessidades de componentes e a emissão de ordens planejadas (ordens de compra/produção). Para haver sucesso, o MRP tem 59 que ter um programa de computador, assim como um programa-mestre de produção, uma lista de materiais e dados de estoque, todos precisos. Enquanto o MRP II é uma abordagem de segunda geração para o planejamento, e que traz um escopo mais amplo para o planejamento de recursos industriais, porque faz a vinculação entre o planejamento empresarial, o planejamento da produção e o programa-mestre de produção. Os sistemas ERP que estão sendo implantados desenvolvem ainda mais essas vinculações. 60 2.5 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO POR PROCESSOS A busca pela a integração do uso da TI com os processos das empresas iniciou nos anos 90 com a denominação de Organização e Métodos (O&M), a qual geralmente era uma atribuição da área de TI das empresas. Tinha como meta a otimização dos fluxos de trabalho e de documentos, em vez do que era realizado sem o uso do computador. Os Sistemas Integrados de Gestão (ou ERP- Enterprise Resources Planning) possibilitaram a integração das informações e do fluxo de todas atividades de uma só vez, desde que estes sistemas estivessem devidamente implantados; buscando o adequado ajuste entre as suas atividades e as diferentes perspectivas organizacionais. Sua função básica proporcionar, através do fluxo e da administração de informações interdepartamentais, o alinhamento dos conhecimentos gerados, relacionando-os às mais variadas funções e subprocessos de negócios. (STEVENSON; 2001) Fazem-se necessárias uma criteriosa analise dos processos de negócios e a verificação dos elementos culturais e comportamentais envolvidos para que existam mudanças positivas na organização através do ERP, haja vista que as melhorias produzirão impactos tanto dentro e como fora da organização. Qualquer organização desenvolve várias atividades produzem em resultados. Tais atividades em conjunto podem ser abordadas como processos, que, de forma integrada, buscam atingir os objetivos principais do órgão, diretamente relacionados à sua missão institucional. A Gestão por Processos ou Business Process Management (BPM) é uma abordagem sistemática de gestão que trata de processos de negócios como ativos, que potencializam diretamente o desempenho da organização, primando pela excelência organizacional e agilidade nos negócios. Envolvendo a disponibilidade de recursos necessários, monitoramento de desempenho, manutenção e gestão do ciclo de vida do processo. E possibilitando analisar, definir, executar, monitorar e administrar, incluindo o suporte para a interação entre pessoas e aplicações informatizadas diversas. 61 Além disso, que as regras de negócio da organização, travestidas na forma de processos, sejam criadas e informatizadas pelas próprias áreas de gestão. Contudo, os possíveis fatores críticos para a excelência da Gestão por Processos estão relacionados à dificuldade da mudança de atitudes das pessoas e ou perspectivas de processos para avaliar o desempenho dos processos das organizações. Tendo como meta a padronizar processos corporativos e ganhar pontos em produtividade e eficiência. As soluções de BPM são vistas como aplicações cujo principal propósito é medir, analisar e otimizar a gestão do negócio e os processos de análise financeira da organização. Os principais objetivos da Gestão de Processos: Conhecer e mapear os processos organizacionais desenvolvidos pela instituição e disponibilizar as informações sobre eles, promovendo a sua uniformização e descrição em manuais; Identificar, desenvolver e difundir internamente metodologias e melhores práticas da gestão de processos; Promover o monitoramento e a avaliação de desempenho dos processos organizacionais, de forma contínua, mediante a construção de indicadores apropriados; e Implantar melhorias nos processos, visando alcançar maior eficiência, eficácia e efetividade no seu desempenho. A gestão de processos organizacionais tem como base certos princípios que orientam o desenvolvimento das ações, seguem a seguir: Satisfação dos clientes: necessidades, perspectivas e requisitos dos clientes internos e externos devem ser conhecidos para que o processo seja projetado de modo a produzir resultados que satisfaçam suas necessidades; 62 Gerência participativa: conhecer e avaliar a opinião dos seus colaboradores é um aspecto importante para que sejam discutidas as ideias e melhor desempenho do processo seja alcançado; Desenvolvimento humano: para alcançar a melhor eficiência, eficácia e efetividade da organização é necessário o conhecimento, as habilidades, a criatividade, a motivação e a competência das pessoas. De oportunidades de aprendizado e de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento depende o sucesso das pessoas; Metodologia padronizada: para evitar desvios de interpretação e alcançar os resultados esperados, é importante seguir os padrões e a metodologia definida, que poderá ser constantemente melhorada; e Melhoria contínua: o comprometimento com o aperfeiçoamento contínuo é o principal objetivo da gestão de processos, de modo a evitarem retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do processo de trabalho. 2.5.1 Reengenharia de processos Para garantir a competitividade e atingir os objetivos, muitas organizações devem por muitas vezes executar mudanças complexas no modo como coordenam os negócios, pois atinge diversas variáveis organizacionais como: mudanças de hardware, software, informações, cultura empresarial, pessoas, dentre outros. Reengenharia, denominado também revisão de processos, engloba a revisão radical de processos de negócios, estruturas organizacionais, sistema de informação e valores da organização para alcançar a meta. A mudança da tecnologia em uma organização envolve alterações na sua estrutura, na tecnologia e/ou no seu pessoal, o que significa adequar seus 63 equipamentos e sistemas de forma que a tecnologia da informação apoie a estrutura da organização, os processos e as pessoas. Diante de tal realidade, segue a consideração de LAUDON e LOUNDON (2004, p. 63) sobre os processos de mudanças causados pela implantação de um sistema ERP: Embora os sistemas integrados possam melhorar a coordenação, eficiência e tomada de decisões organizacionais, provaram ser muito difíceis de montar. Requerem não somente grandes investimentos em tecnologia, mas também alterações fundamentais no modo de operação das empresas. Elas terão de reformular seus processos de negócios para fazer com que a informação flua suavemente entre eles. Os funcionários terão de assumir novas funções e responsabilidades. As organizações que não se convencerem de que essas mudanças serão necessárias ou que sejam incapazes de fazê-las terão problemas para implementar sistemas integrados ou poderão não atingir um grau mais alto de integração entre processos fundamentais e empresariais. 2.5.2 Melhoria contínua Melhoria continua é a busca continuamente de maneiras para aperfeiçoar os processos de negócios para agregar valor a produtos e serviços. Tais mudanças contínuas proporcionam satisfação dos clientes/usuários, garantem lealdade dos mesmos, lucratividade de longo prazo, diminuem a oportunidade de invasão de competidores. (STEVENSON; 2001) O comprometimento da organização com os objetivos, como melhoria continuada, pode ser devido ao uso estratégico de sistemas de informação. A melhoria continuada envolve a melhoria e modificação constante de produtos e/ou serviços oferecidos para manter competitivos. A quadro a seguir compara a reengenharia e a melhoria continuada. 64 Quadro 6: Comparação de reengenharia de processos de negócios e da melhoria continuada Reengenharia de processo de negócio Ações vigorosas para resolver problema sério Descendente e dirigida por altos executivos Escopo amplo; interpartamental Objetivo é atingir grande mudança Frequentemente dirigida por agentes externos Sistema de informação integrante Fonte: STAIR e REYNOLDS (2006, p.48) Melhoria continuada Ações rotineiras para obter pequenas melhorias Dirigida pelos trabalhadores Escopo estreito; foco em tarefas de uma dada área Objetivo são melhorias contínuas e graduais Em geral dirigida por trabalhadores ligados ao negócio Sistemas de informação fornecem dados para guiar a equipe de melhorias 65 2.6 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A partir dos anos de 1990 começou um novo cenário, caracterizado pela globalização de mercados, desenvolvimento de novas tecnologias, aumento das demandas, exigências dos clientes e do quantitativo da concorrência, exigindo que as organizações renovem seus sistemas gerenciais para que houvesse adaptação ao novo ambiente competitivo. A mudança foi imposta com critérios de utilização de conceitos de custos, melhoria da qualidade, de reengenharia de processos e gestão de cadeia de suprimentos entre organizações. Esses instrumentos possibilitaram uma vantagem competitiva, haja vista que a capacidade de operar com baixos custos e a melhoria na prestação de serviços elevam lucros, rentabilidade, distanciando a empresa que os emprega daquelas que não. Por isso que a gestão de materiais despertou atenção das empresas, o que a tornou reconhecida como uma área estratégica dentro das organizações. Para ROBINSON e MALHOTRA (2005; p. 316), a gestão de materiais passou ater o foco compartilhado entre o ambiente externo e o ambiente interno como forma de atender às exigências dos clientes para obter produtos ou serviços que contenham soluções aos seus problemas e não apenas bens físicos. Ou seja, as organizações têm que buscar oferecer um equilíbrio interno e externo ideal ao suprimento de materiais que considere a integração, o aprendizado, os recursos humanos e a gestão. As pressões do ambiente afetam a organização nos processos competitivos e, consequentemente, ela deve captar e antever as mudanças externas, fazendo destas um constante aprendizado para manter a sua sobrevivência. Faz necessário, dessa forma, integrar seus processos e departamentos internos, qualificar, manter e estruturar as pessoas, eliminar os entraves internos, rever os sistemas operantes e adequar a gestão de materiais, buscando a excelência. O termo administração de materiais ou gestão de materiais comumente existem diferentes conotações e definições. Costuma s chamada na prática de suprimentos, abastecimentos, fornecimento, logística, almoxarifado, e etc. Termos 66 esses que são usados indistintamente para nomear cargos e órgãos com nomes distintos, mas com as mesmas responsabilidades. A Administração de Materiais tem como finalidade planejar, coordenar, direcionar e controlar todas as atividades ligadas à aquisição de materiais, desde sua aquisição até a entrega do produto terminado consumidor. E deve fazer parte do sistema de controle de informações e processos em uma organização. Sendo uma componente de administração que o objetivo de otimizar os fatores de produção ou prestação de serviços através do controle de qualidade, minimização de custos e maximização de lucros, através de operações flexíveis. A Administração de Materiais inclui: controle de estoques, compras, distribuição, planejamento da produção ou prestação de serviços. E compreende diferentes fases e interdependentes, em um ciclo contínuo de operações. A excelência das operações está relacionando intimamente ao planejamento inicial, em que os aspectos básicos são levados em consideração para garantir o resultado pretendido, são eles: Simplificação; Especificação; Padronização; e Racionalização. Sendo que todos são empregados uniformemente, visando trabalho de conjunto. Vale ressaltar, que outros princípios podem a estes serem acrescentados, depende dos sistemas adotados. A simplificação busca empregar normas simples para melhor e mais rapidamente conquistar metas desejadas. Dessa forma, seria a simplificação seria um estudo profundo dos vários tipos de aquisição, abrangendo compra, e demais características de utilizados afins. A especificação tem como objetivo fazer uma descrição minuciosa, de acordo com uma técnica estabelecida, que permita a exata identificação do material descrito, de forma simples e correta, que qualquer pessoa envolvida compreenda. 67 A padronização compreende um trabalho prévio de simplificação. Sendo o estudo que, após uma análise pormenorizada, possibilita resultados positivos para melhor atender às necessidades, com o estabelecimento de regras gerais. Dessa forma, a sua função principal é a eliminação do desperdício, do inútil e o fornecimento de elementos capazes de facilitar e tornar mais equilibrada dentro de estudos técnicos as atividades desempenhadas na administração. A importância da padronização para a administração de matérias é inestimável por trazer tantas vantagens, algumas delas são: Fabricação mais econômica, pela produção em série; Redução dos custos de produção; Maior rapidez entre pedido e entrega; Menores gastos com administração escrituração; e Maiores lucros. Portanto, a soma de conhecimentos, resultantes de investigações e pesquisas, proporciona que a padronização desempenhe os processos de forma mais eficaz e eficiente. A racionalização é o ato ou efeito de racionalizar a fim de tonar reflexivo e facilmente entendível todas as atividades com a utilização de materiais. Para CHIAVENATO (2005, p.37), a Administração de Materiais consiste em ter os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa destinadas a suprir as diversas unidades. Segundo a visão de DIAS (2006), o objetivo da gestão de materiais é aperfeiçoar o investimento em estoque, aumentando o uso eficiente dos meios de planejamento e controle e minimizando a necessidade de capital para estoque, processo esse que não pode ser visto de forma independente na organização. Esse processo deve ocorrer de forma integrada, haja vista que o excesso de estoque aumenta a demanda de capital e a sua falta produz perdas de receita e aumento de custos. 68 Na concepção de PATERNO (1987), a gestão de materiais pode ter objetivos primários e secundários que auxiliam os objetivos da organização. No quadro a seguir observam-se os objetivos primários da gestão de materiais: Quadro 7: Objetivos primários da gestão de materiais Objetivos Primários Perspectivas Baixos custos de Redução e custos na compra leva a redução dos custos operacionais e ao aumento das receitas. aquisição Materiais estocados, manuseados e transportados adequadamente, de Baixo custo de forma científica, no dimensionamento correto e eficiente em termos de manutenção quantidades. Baixo custo de reposição Rotatividade de estoques Baixo custo de mão-de-obra Treinamento pessoal Custo de reposição é proporcional em função das quantidades compradas e será menor quanto maiores forem às quantidades. Quanto menor o nível de estoques em relação ao consumo, maior a rotatividade e menor a parcela do capital investido em materiais. Uso de equipamentos mecanizados e eletrônicos modernos com o objetivo de reduzir o uso de mão-de-obra, mantendo-os em níveis possíveis. Investimento em qualificação e aperfeiçoamento de mão-de-obra do pessoal, garantindo um padrão de qualidade no serviço atual e para o futuro. A continuidade de fornecimento é especialmente importante para o funcionamento dos serviços. A falta de material representa sérios riscos Continuidade do para o usuário do serviço e problemas de imagem, de receitas e de fornecimento custos elevados. A descontinuidade de materiais torna inevitável o custo excedente de compras urgentes e também ocorrerá uma redução de receitas pela paralisação dos serviços. A qualidade deve obedecer aos padrões e às especificações Qualidade dos estabelecidos e exigidos; Se o fornecedor não atende a qualidade materiais requerida, cabe à administração de materiais a busca de novos adquiridos fornecedores que atendam ao padrão. Boas relações com fornecedores Registros e cadastros adequados Padronização Boas relações com os elos institucionais são de fundamental importância para qualquer organização. Boas relações com os fornecedores garantem a troca de informações e suporte no desenvolvimento de produtos utilizados na produção. Manutenção de cadastros, de fornecedores confiáveis, auxiliam o comprador na tomada de decisões de quem e onde comprar. Menor número de materiais sob controle garante simplicidade e eficiência no processo de administração de materiais. A padronização de materiais diminui o número de itens em estoque, simplifica o trabalho de compras e estocagem e reduz custos junto aos fornecedores. 69 O atendimento deve atender às expectativas do cliente e não basta que haja apenas estoque. Os materiais são ativos usados na aplicação de recursos na forma de Maximização dos estoques, com reflexos no fluxo da caixa e na área financeira. Esses recursos devem ser manipulados para produzir retorno rápido e retornos crescente. Otimização do atendimento Fonte: PATERNO (1987) Os tais objetivos mostram uma preocupação com os fatores relacionados à redução de custos na área de materiais, sejam eles aquisição, manutenção, controle de estoques. Já os objetivos secundários fazem parte da administração de materiais de forma indireta estratégica, envolvendo ações que possibilitem a participação da área em para a organização, como apresentado no quadro a seguir: Quadro 8: Objetivos secundário da gestão de materiais Objetivos Secundários Perspectivas Harmonia entre os departamentos O êxito de cada setor dentro da organização depende da harmonia e integração que a área de materiais estabelece com cada setor. As boas relações, intercambio e a cooperação entre essas atividades e áreas são fundamentais para o sucesso dos objetivos da organização. Optar entre comprar materiais ou fabricá-los internamente. Economia diferencial Depende de vários fatores e deve considerar não somente o entre fazer ou custo de aquisição, mas também a disponibilidade, a facilidade comprar e qualidade dos serviços prestados. Reciprocidade O uso do poderio de compras para conseguir vendas tanto da organização como do fornecedor em relação à organização. Novos produtos Ponte entre o mercado de produtos novos que estão sendo lançados, tecnologicamente mais avançados e mais eficazes e os usuários internos. Previsões Execução de um plano orçamentário tem por base a previsão de produção de bens e serviços. Com base nessa avaliação fazem-se a previsão e o dimensionamento das atividades e de suas necessidades: o tipo, a quantidade, os valores, o quantitativo de pessoal necessário e o custo de mão-de-obra. Fonte: PATERNO (1987) 70 A Administração de Materiais se refere à totalidade das funções que estão relacionadas com os materiais, seja com a sua programação, aquisição, estocagem, movimentação etc., desde a sua chegada até sua saída da organização na forma de um produto acabado ou serviço ofertado. Em uma organização pública, essa administração adota meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. Deve-se garantir um estoque contínuo, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõem para as atividades não pararem, porém, sem tornar excessivo o investimento total. A administração de materiais é uma peça fundamental que conduz ao ponto final da administração geral em qualquer organização. Fazendo parte da função estratégica de uma organização, faz necessário, portanto, que a gestão faça planejamento. (...) o administrador é o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção de empresas na área de sua habilitação, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade. Dessa maneira, o administrador prevê, planeja, organiza, comanda e controla o funcionamento da máquina administrativa privada ou pública, visando aumentar a produtividade, rentabilidade e controle dos resultados (VIANA, 2000, p. 40). Dessa maneira para que o administrador de materiais desenvolva suas atividades eficientemente deve ter nos seu planejamento os seguintes itens como requisitos básicos referentes à entrada e saídas de materiais: o quê, quanto, quando e como comprar. Portanto, é notório que o administrador de materiais necessita ter uma visão estratégica da organização, porque, na verdade este setor pode conduzir a ela ao sucesso ou ao prejuízo. Desta forma, na visão logística considera-se atualmente que a administração de materiais: (...) é vital para o sucesso de uma organização. Ela é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das empresas, tendo como meta reduzir o lead time( tempo de espera) entre o pedido, a produção e a demanda, de modo que o cliente receba seus bens ou serviços no momento que desejar [...] A organização que busca grau de eficiência e sua eficácia, dentro do mercado globalizado, necessita estar atenta às 71 constantes e vertiginosas mudanças que ocorrem no ambiente, devido aos avanços tecnológicos, às alterações na legislação e, principalmente, na economia, para enfrentar a forte e intensa briga pelo domínio de mercados (POZO, 2001, p. 13, 14). Qualquer que seja o tipo de organização o sistema de produção é uma complexa e continua transformação de matérias-primas, informações em produtos acabados ou em serviços prestados. Sendo que os produtos finais ou serviços prestados constituem o resultado final de todas as atividades e processos sobre os materiais e informações da organização, como ilustra na figura abaixo: Figura 9: A empresa como um sistema aberto Fonte: CHIAVENATO (2005) A administração com eficiência e exatidão do movimento de entradas e saídas dos materiais são necessários para qualquer organização, deve-se levar em consideração alguns procedimentos fundamentais, a saber: Quadro 9: Procedimentos fundamentais de Administração de Materiais Procedimento Esclarecimento O que deve ser comprado Implica a especificação de compra, que traduz as necessidades da empresa. Como deve ser comprado Revela o procedimento mais recomendável. Quando deve ser comprado Identifica a melhor época. 72 Onde deve ser comprado De quem deve ser comprado Por que preço deve ser comprado Em que quantidade deve ser comprado Implica o conhecimento dos melhores segmentos de mercado. Implica o conhecimento dos fornecedores da empresa. Evidencia o conhecimento da evolução dos preços no mercado. Estabelece a quantidade ideal, por meio da qual haja economia na compra. Fonte: VIANA (2002; p. 40) Há diferentes motivos que recomendam cautela especial das organizaçõesvariando de acordo com o tipo da organização - na função abastecimento: De seu desempenho dependem de diversos órgãos (fornecedores, produção, manutenção, setores administrativos); Necessidade de administrar grande variedade de itens, geralmente em consideráveis quantidades, ao menor risco de falta e ao menor custo possível; A exigência de grande número de informações, rápidas e precisas disponíveis quando necessário; e Fato de os estoques representarem parcela razoável do ativo torna-os uma inversão demasiadamente vultosa para que seja ignorada, haja vista que os lucros ficam retidos nos estoques excessivos, os quais, contudo, nem sempre necessidades da empresa. garantem adequado atendimento das 73 Figura 10: Amplitude da Administração de Materiais Fonte: VIANA (2002; p. 42) A figura11 esquematiza de forma simplificada a amplitude da Administração de Materiais. Em que a atividade de cadastramento de materiais visa cadastrar os materiais necessários à manutenção e ao desenvolvimento da organização, implicando o reconhecimento adequado de sua classificação, com o estabelecimento de codificação e determinação da especificação, objetivando a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos procedimentos de Administração de Materiais. A atividade de gestão busca gerenciar os estoques através de técnicas que possibilitam manter o equilíbrio como consumo, definindo parâmetros e níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução. Na compra, sua atividade tem a função de suprir as necessidades da organização mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, emanadas das solicitações dos usuários, com o objetivo de identificar no mercado as melhores condições técnicas. Logo após na atividade de recebimento, a busca é pela garantia do rápido desembaraço dos materiais adquiridos pela organização e que reflitam a 74 quantidade necessária, na época certa com o preço justo e na qualidade especificada na solicitação. No almoxarifado tem a atividade de buscar ter a fiel guarda dos materiais confiados pela organização, com o objetivo de preservar e até o consumo final. E por fim, a atividade inventário físico visa ao estabelecimento de auditoria constante de estoques em poder do almoxarifado, para garantir a plena confiabilidade e a exatidão de registros contábeis e físicos, necessário para que haja um sistema que funcione com eficiência e eficácia requerida. 2.6.1 Os produtos/serviços Produto é algo visível e tangível, que pode ser tocado, visto ouvido ou degustado, devido ser composto de materiais físicos e visíveis. Há dois tipos de empresas capazes de produzir um produto: as empresas primárias e as secundárias. As primárias podem ser chamadas também extrativas por obterem o produto ou material através da ação direta sobre a natureza sem que tenha sido processada anteriormente, como agricultura, extração de petróleo e etc. Já as empresas secundárias podem ser chamadas de empresas de transformação, por iniciar o processo de transformação do produto acabado a partir uma matéria-prima adquirida por terceiros. E também são conhecidas como empresas industriais ou simplesmente, indústrias, porque para produzir precisam de uma indústria, oficina ou algo semelhante, como é o caso das indústrias de eletrodomésticos, móveis e etc. A prestação de serviços significar transformar insumos, dados ou informações, por exemplo, em uma atividade útil para o cliente/ usuário. Os serviços podem assumir diversas variedades de características e especializações, como escolas, universidades, o que é o caso do IFRN, uma instituição federal de educação de ensino médio, técnico e superior. Embora intangível, muitas vezes, o serviço requer geralmente uma plataforma de materiais para se tornar realidade. 75 No caso da escola, ela precisa de uma plataforma física, como salas de aula, livros, cadeiras, pincéis de quadro, etc., para transformar conceitos em educação. 2.6.2 Evolução e mudanças significativas na área de administração de materiais Logística é um conjunto de operações integrado para dar suporte nos suprimentos e na distribuição de produtos de maneira racionalizada, permitindo planejar, coordenar e executar todo o processo, na busca de reduzir custos e aumentar da competitividade da organização. Figura 11: Organograma logístico Fonte: VIANA (2000, p.46) 76 2.6.2.1 Técnicas de administração japonesas Após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses derrotados copiaram nos mínimos detalhes o modelo industrial americano. A adoção do princípio de eliminação de qualquer tipo de perda, surge a filosofia de Perda Zero, buscou-se embasamento nas técnicas de administração que eliminassem as perdas desnecessárias e produzissem com melhor qualidade e menor custo. (VIANA; 2000) Na Toyota surge o sistema Kanban para atender a dos princípios imprescindíveis, Just in time e Jidoka. O Sistema Kanban ou Filosofia de Perda Zero é uma norma com o objetivo de eliminar qualquer tipo de perda, fundamentada em que a perda eleva o custo desnecessariamente, devendose produzir sem perdas, com a melhor qualidade e ao menor custo. (VIANA; 2000) O Just in time é a produção na quantidade necessária, no momento necessário, para atender à variação de vendas com mínimo de estoque em produtos acabados, em processos e em matéria-prima. E Jidoka ou autocontrole é um controle visual, em que cada operador poderá controlar sua qualidade e sua produção com um mínimo de perdas. 2.6.2.2 Código de Barras O código de barras é uma representação gráfica da sequência de algarismos que vem impressa logo abaixo dele. A vantagem das barras é que elas podem ser identificadas rapidamente, e sem risco de erros, por aparelhos portáteis de leitura óptica, como os usados pelos caixas de supermercado. O código de barras pode ser utilizado para aperfeiçoar qualquer processo que envolva controle de mercadorias e tornando-se uma ferramenta adequada e racional de 77 gerenciamento de estoques. Segundo VIANA (2000,p. 48), as principais vantagens são: Rapidez (estatísticas mundiais garantem que há ganho de tempo de até 30% no processamento); Economia; Aplicação no armazenamento, em compras e em vendas; Financeiras; Dispensa de etiquetação e reetiquetação de cada produto com o preço; Exequibilidade de operações de descontos sobre determinados itens ou promoções. 78 2.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Uma das mais importantes funções da administração de materiais está relacionada com o controle de níveis de estoques. Lógica e racionalidade podem ser aplicadas com sucesso nas ações de resolução de problemas que atingem os estoques nas organizações. O gerenciamento de estoques reflete quantitativamente os resultados obtidos pela organização ao longo do exercício financeiro, por essa razão há uma ação mais concentrada na aplicação de ferramentas gerenciais que possibilitam a avaliação sistemática dos processos utilizados a fim de atingir as metas estabelecidas. Em uma organização de prestação de serviços públicos, como é o caso do IFRN, que oferece um ensino de qualidade, não existe participação maior dos materiais em relação ao custo do serviço produzido; contudo, a confiabilidade e a excelência de um serviço prestado dependem, muitas vezes, dos suprimentos de materiais para manutenção, reparo e operação. Planeja e controlar os materiais representam, dessa maneira, motivos ponderáveis para a confiabilidade operacional da organização. Na Logística o termo controle de estoques é devido à necessidade de estipular os vários níveis de materiais e produtos que a organização deve manter dentro de parâmetros econômicos. O motivo pelo qual faz necessário tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques está relacionado, intrinsecamente, com os custos associados tanto ao processo como aos custos de estocar. A atenção especial da administração de materiais é atender às necessidades de sistemas de operação, tais como uma linha de produção na manufatura ou em processo operacional de escola, banco, hospital na área de serviços. As quais convertem nos programas e planos de operação ou produção dependendo do tipo de organização. Estoque pode ser caracterizado com a quantificação de qualquer item ou recurso utilizado em uma organização. Composto das matérias-primas, materiais 79 de expediente, manutenção, de informática, dentre outros, que venham a precisar em qualquer momento no tempo em algum processo ou atividade na organização. Um sistema de estoque é um conjunto de políticas e controle que monitoram os níveis de itens em estoque, a qual determina quanto manter e quando comprar. Encontrar o ponto de equilíbrio, para que não haja excesso de materiais e nem a falta de um deles, em uma organização pública é um dos problemas que o gerenciamento de estoques apresenta. Uma vez que estoques elevados acarretam custos altos para manter e baixos estoques podem ocasionar a ausência dos materiais em face do processo licitatório demorara além de um possível atraso na entrega da mercadoria. Qualquer que seja o esquema pela qual os estoques são reabastecidos deve responder duas questões básicas: quando repor e quanto repor os estoques. A primeira questão refere-se à renovação ou a reposição de estoques, momento em que o processo de compra deve iniciar. Esse momento tem possibilidade de ser em períodos fixos predeterminados ou em períodos variáveis com quantidades fixas ou variáveis. Os sistemas de períodos variáveis são flexíveis, podendo atender as alterações da demanda ou nos prazos de entrega do fornecimento do material, contudo exigem mais decisões complexas. POZO (2010, p. 29) define os seguintes objetivos do planejamento e controle de estoques: Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação; Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento compatível às necessidades vendidas; Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para eliminálos; Não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de vendas; Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso; 80 Manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros; Fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento de curto, médio e longo prazos, das necessidades de estoque; Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em conta os volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o curso de venda do produto. De acordo com a Instrução Normativa 2052, do Órgão Central do Sistema de Serviços Gerai (SEDAP) 3: 7.3. O controle deverá sempre satisfazer as seguintes condições: a) fácil acesso às informações; b) atualização num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o registro. 7.3.1. Compete ao setor de Controle de Estoques: a) determinar o método e grau de controles a serem adotados para cada item; b) manter os instrumentos de registros de entradas e saídas atualizados; c) promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de Controle de Estoques com os dos depósitos (fichas de prateleira) - e a consequente existência física do material na quantidade registrada; d) identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de ressuprimento; e) emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável; f) manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a política traçada pelo órgão ou Entidade; g) identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos itens inativos devido a obsolescência, danificação ou a perda das características normais de uso e comprovadamente inservíveis, dos depósitos subordinados a esse setor. 2 Com o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de material no âmbito do SISG através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades. 3 Órgão Central do Sistema de Serviços Gerais (SISG), responsável pela orientação normativa dos órgãos setoriais integrantes do referido sistema. 81 2.7.1 Almoxarifado Para DIAS (1993, p.17), o almoxarifado ou armazém é responsável pela guarda física dos materiais em estoque. Sendo o local onde ficam armazenados os materiais, incluindo os entregues pelos os fornecedores, para atender a demanda. E segundo ARAÚJO (1975, p. 293): O servidor desta classificação trabalha como principal responsável no almoxarifado central, incumbido de reabastecimento de material permanente e de consumo a outros almoxarifados, respondendo, civil e criminalmente, pela guarda e conservação dos bens patrimoniais em estoque no almoxarifado. O trabalho compreende o recebimento, a conferência, armazenagem, distribuição, exigindo cuidados especiais para proteger as mercadorias contra riscos de deterioração e prejuízos eventuais, bem como para a manutenção do asseio e da ordem no almoxarifado. A revisão do trabalho é feita através da periodicamente por determinação de autoridades superiores, para o cumprimento de preceitos legais e contábeis. Portanto, o almoxarifado deve possuir condições para assegurar que o material adequado, na quantidade devida, estará no local certo, quando necessário, por meio de armazenagem de materiais, de acordo com as normas adequadas, objetivando resguardar, além de preservar a qualidade e as exatas quantidades. Mas para que o almoxarifado seja eficaz dentro do Canal de Distribuição, ele necessita primeiro atingir sua eficiência interna. 2.7.2 Avaliação dos níveis de estoques A determinação do nível de estoque mais econômico para uma organização é de suma importância. Uma vez que os custos são influenciados por vários fatores, tais como, volume, disponibilidade, mão de obra, dentre outros. Uma das formas mais comuns ou genéricas que ajudam a definir o nível de estoque é o denominado por dente de serra, que é a representação gráfica do 82 nível de estoques, permitindo a decisão de quanto e quando comprar. De acordo com Dias (1993, p. 56), o dente de serra, na figura 13, constitui: A representação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico, em que a abscissa é o tempo decorrido (T), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo T. Figura 12: Gráfico Dente de Serra Fonte: DIAS (1993, p.56) 2.7.3 Sistema de duas gavetas É o método considerado mais simples e mais prático para o controle das peças da classe C, sendo muito disseminado em revendedores de autopeças e no comércio varejista. Nele são usadas duas caixas ou gavetas A e B. No início, as duas gavetas/caixas contem estoque, em que: A caixa A tem uma quantidade de material suficiente para atender ao consumo durante o tempo de reposição, mais o estoque de segurança, [...] A caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período. As requisições de material que chegam ao Almoxarifado são atendidas pelo estoque da caixa B; quando esse estoque chega a 0 (zero) (caixa vazia), [...] isso indica que deverá ser providenciada uma reposição de material, pedido de compra. Para não interromper o ciclo de atendimento, passa-se a atender às requisições pelo estoque da caixa A (DIAS, 1993, p. 125). 83 2.7.4 Sistema de máximos – mínimos Devido às dificuldades de determinar o consumo e as variações do tempo de reposição é que faz necessária a adoção do sistema de máximos-mínimos, em que consiste em: Determinar os consumos previstos; Fixar o período de consumo; Calcular o ponto de pedido em função do tempo de reposição do item pelo fornecedor; Calcular os estoques mínimos e máximos; e Calcular os lotes de compra. O sistema máximos-mínimos tem o processamento de que cada material terá quatro informes básicos: estoque mínimo que se deseja manter (Emin), o momento em que novas quantidades da peça devem ser compradas (PP), tempo necessário para repor a peça (TR), a quantidade de peças que devem ser compradas, ou seja, o lote de compras (LC), e quando este lote comprado chega à fábrica, temos o estoque máximo (Emax). Possibilitando a manutenção dos níveis de estoques estabelecidos e que configurem em um sistema automático de suprimentos da manutenção de estoques em que novas ordens são emitidas, em função das variações do próprio nível de estoque. Dessa forma, toda vez que o estoque fique abaixo do nível de ponto de pedido é emitida uma requisição de compras para a peça em específico. Segue abaixo o esquema do funcionamento do sistema: 84 Figura 13: Características do sistema de controle de estoque máximo-mínimo Fonte: POZO (2010) Uma das principais vantagens desse método é a existência de certa automatização do processo de reposição, estimulando a adoção do Lote Econômico, nas situações em que ele pode ser usado naturalmente. Segundo com a Instrução Normativa 205/1988, SEPAD4: 7.6 Os fatores de Ressuprimento são definidos: a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo nos últimos 12 meses; b) Tempo de Aquisição (T)- período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês); c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre duas aquisições normais e sucessivas; d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para um certo período ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se multiplicando o consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T; e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque, suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento, obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo intervalo de Aquisição; f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão de um pedido de compra, visando a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aquisição; 4 Secretaria de Administração Pública da Presidência da República 85 g) Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidades adquirir para recompor o Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal pelo Intervalo de Aquisição. 7.7. As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são: a) Consumo Médio Mensal c = Consumo Anual b) Estoque Mínimo Em = c x f c) Estoque Máximo EM = Em + c x I d) Ponto de Pedido Pp = Em + c x T e) Quantidade a Ressuprir Q = C x I 2.7.5 Sistema de revisões periódicas Visto que a representação gráfica de estoques está em função de um tempo, considerando-se tempos iguais para cada lote, é necessária a criação de mecanismos de regulação dos níveis de estoque de acordo com a situação definida com base nas tendências do momento. É neste aspecto que se criou este modelo que consiste em periodicamente verificação do nível de estoque do material e, com base do nível de estoque, determina-se a quantidade a ser ressuprida, de modo que, ao recebê-la, seja atingido um nível de estoques predeterminado. É com base nesse preceito e considerando também o tempo decorrido em cada período que se determina o estoque mínimo ou de segurança, com vista a prevenir eventuais atrasos de entrega. Por esse motivo, tendo em conta esses aspectos foi concebido o sistema de revisões periódicas em que é feita uma análise “considerando o estoque físico existente, o consumo no período, o tempo de reposição e o saldo de período no fornecedor do item” (DIAS, 1993, p. 118). A análise para revisões deve ser feita por classe de materiais e a periodicidade dela deve ser feita em função dos objetivos operacionais. A dificuldade desse método é determinar o período entre as reposições e vários aspectos têm que ser analisados: Uma periodicidade pequena entre as revisões acarreta um Estoque Médio (Em) alto (aumento no custo de armazenagem); 86 Uma periodicidade alta entre as revisões acarreta baixo Estoque Médio (Em) e como consequência um aumento no custo do pedido e risco de ruptura do estoque. E a fim de diminuir os riscos, precisam ser calculadas revisões para cada material estocado ou para classe de materiais de acordo com os objetivos operacionais e financeiros da organização. É de suma importância também a escolha de um calendário para as revisões para: Definição do volume dos materiais que deve comprar; Fazer a lista dos itens de uso comum para serem processados simultaneamente; Execução de uma compra única; Consumar as compras e as entregas programadas, escolhendo determinar as periodicidades mais convenientes das necessidades. 2.7.6 Curva ABC A Curva ABC pode ser chamada por curva de Pareto, por ter sido elaborado inicialmente por Vilfredo Pareto em 1897, quando comparou a distribuição de renda entre os grupos sociais, tendo descoberto que maior parte da porcentagem de riqueza no mundo estava concentrada num pequeno grupo de indivíduo, numa proporção de aproximadamente 80% e 20%, sendo que a maior parte da população pertencia às classes inferiores. Esta análise foi difundida para outras áreas administrativas, em que necessita tomar decisões envolvendo grande volume de dados e ação urgente, tornando em uma ferramenta muito útil para os administradores. POZO (2010, p. 80) afirma que, o grande mérito do uso da Curva ABC é a classificação dos itens de estoque em critérios ou classes A, B e C, em vista de 87 seus custos e quantidades. Haja vista que controla mais rigidamente os itens de Classe A e, mais superficialmente, os de classe C, itens de menor. A classificação ABC é usada em ralação a várias unidades de medidas como peso, tempo, volume, custo unitário e etc. Na administração de materiais, a Curva ABC é utilizada mais especificamente para análises de prioridades da produção ou dos serviços, dimensionamento de estoque, tomada de preços em suprimentos, compras, e etc. Toda a sua ação tem como meta tomar uma decisão e ação rápida que possa levar seu resultado a um grande impacto satisfatório no resultado da organização. A Curva ABC é chamada dessa maneira por dividir os dados em três categorias distintas denominadas classes A, B e C. Os itens da classe A são os mais importantes e devem receber a maior atenção no primeiro momento da análise. No máximo, 20% dos itens estudados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total. Os itens da classe B são intermediários e deverão ser tratados após as medidas tomadas sobre os itens da classe A. Os dados classificados no máximo 30% dos itens estudados e correspondem, em média, a 15% do valor monetário total. E, por fim, os itens de classe C são os de menor importância, embora volumosos em quantidades, o valor monetário é reduzido, permitindo assim maior espaço de tempo para sua análise e tomada de ação. Geralmente somente 5% do valor monetário total representam essa classe, contudo, mais de 50% dos itens formam sua estrutura. Para POZO (2010, p. 81), a montagem da Curva ABC processa-se em quatro passos, da seguinte forma: 1. Inicialmente, deve-se levanta todos os itens do problema a ser resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais; 2. Colocar todos os itens em uma tabela em ordem decrescente de preços totais e sua somatória total. Esta tabela deve estar composta das seguintes colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do item, preço acumulado e porcentagem; 88 3. Dividir cada valor de cada item pela somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna; e 4. Dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo com a nossa prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema. O critério de classificação dos produtos sob o aspecto meramente econômico deve ser também relacionado com outros fatores práticos, que podem ser cruciais nas decisões relativas a uma política ideal de gestão de estoque. Alguns desses fatores são os seguintes: Criticidade dos materiais: a escassez de alguns itens pode paralisar processos operacionais; Prazo de validade dos produtos: materiais sujeitos a uma maior obsolescência ou deterioração implicam em estoques mais reduzidos; Produtos muito grandes ou volumosos: a exigência de um espaço maior para estocagem pode justificar menores quantidade armazenadas; Materiais valiosos sujeitos a roubo: para que seja reduzida a probabilidade de perda, estoques menores são mais indicados; Lead times irregulares: produtos com acentuada variabilidade nos prazos de entrega sugerem que pedidos maiores reduzem a quantidade de compras durante o ano e minimizam a incerteza de oferta; Demandas irregulares: demandas imprevisíveis induzem a grandes lotes de compra e grandes pontos de pedidos, haja vista que os estoques de segurança serão maiores que o necessário; Lotes padrão: quantidades diferentes do LEC podem se justificar devido aos custos extras advindos se o tamanho do pedido padrão não completar uma carga de transporte, por exemplo. . 89 3. METODOLOGIA Os procedimentos metodológicos fazem parte da fase do trabalho em que são descritos os métodos e as técnicas que foram utilizados na pesquisa, envolvendo a definição do seu contexto e participantes, além de fixar os procedimentos para a confecção dos instrumentos e procedimentos para a coleta, análise e interpretação dos dados. 3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA A presente pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com um enfoque indutivo na análise dos dados e buscando dar maior consideração aos significados atribuídos pelas respondentes das entrevistas. E há ainda diversas maneiras de classificar uma pesquisa, contundo faz necessário que seja coerente. A classificação possibilita melhor entendimento dos fatos. Para ALMEIDA (2010; p.26), é possível estabelecer múltiplos sistemas de classificação de definir segundo a finalidade, o nível de explicação e os métodos adotados, entre outros. Esta pesquisa é, segundo a finalidade, considerada pesquisa básica estratégica por ser voltada para aderir novos conhecimentos relacionados a amplas áreas, como Gestão de TI e Gestão de Materiais, com o intuito de solucionar possíveis problemas práticos. Segundo os objetivos mais gerais, em nível de explicação, ela tem fins exploratórios proporcionando maior flexibilidade no seu planejamento, uma vez que considera os mais variados aspectos relativos aos fatos estudados. E, por fim, esta pesquisa apresenta como método adotado o estudo de caso, por descrever a situação do contexto em que está sendo realizada a investigação. Ou seja, procurou desenvolver uma investigação e uma análise do 90 módulo do SIPAC com o intuito de verificar se há algo que possa ser adotado no módulo do SUAP. Para YIN (2005; p.32), um estudo de caso é uma investigação empírica por analisar um fenômeno atual em um contexto da vida real, principalmente quando não há clareza nos limites entre o fenômeno e o contexto. 91 3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA A amostragem utilizada foi do tipo intencional, não probabilística, uma vez que os elementos da população que fornecerão os dados para a pesquisa são selecionados propositadamente pelo pesquisador, ALMEIDA (2011, p. 22). A análise feita nos sistemas, SIPAC e SUAP, foi feita utilizando apenas o módulo almoxarifado, facilitando a realização do estudo. Os dados levantados permitem identificar diferenciais competitivos em termos de desempenho. No primeiro momento o levantamento de dados foi feito na UFRN com servidores que atuam diretamente com o SIPAC que permitiram verificar uma visão de como tem ocorrido às atividades com utilização desse sistema no módulo almoxarifado. Dessa forma, foram entrevistados um servidor, B1, que trabalha diretamente no almoxarifado no departamento CCSA a mais de 10 anos, o qual operou outros sistemas antes da implantação do SIPAC, uma servidora, B2, que trabalha na contabilidade do mesmo departamento que está um pouco mais de 3 anos na instituição e com um analista da Superintendência de Informática (SINFO), B3, que participou da equipe que implementou o SIPAC na UFRN. Foi necessário voltar a entrevistar o coordenador de almoxarifado depois que das entrevistas feitas no IFRN. Segue o quadro para melhor visualização dos dados do perfil, o código é para preservar a identidade dos entrevistados. Quadro 10: Perfil dos entrevistados na UFRN Código Gênero Faixa Etária Função na instituição B1 Masculino 45 a 50 anos Auxiliar em administração B2 Feminino 25 a 30 anos Contadora B3 Masculino 25 a 30 anos Analista de Tecnologia da Informação Fonte: Dados da pesquisa (2014) Logo após, foi feito no IFRN as entrevistas com 7 servidores de campus distintos, que trabalham diretamente com a gestão de almoxarifado, e com um 92 analista do SUAP. Segue o quadro para melhor visualização dos dados do perfil dos servidores que trabalham no almoxarifado. Quadro 11: Perfil dos servidores que trabalham no almoxarifado no IFRN Participação de Tempo das alguma Faixa atividades Código Gênero Escolaridade capacitação Etária no referente à gestão almoxarifado de materiais Ensino A1 20 a 25 Superior Sim Feminino anos Completo 3 anos Ensino A2 20 a 25 Superior 2 anos e 6 Sim Feminino anos Incompleto meses Ensino Superior A3 Sim 25 a 30 Completo com 2 anos e 3 Feminino anos especialização meses Ensino Superior A4 Não 50 a 55 Completo com Masculino anos especialização 8 meses Ensino A5 25 a 30 Superior Não Masculino anos Completo 1 ano Ensino A6 30 a 35 Superior 3 anos e 3 Não Masculino anos Incompleto meses Ensino Superior A7 Não 25 a 30 Completo com 3 anos e 3 Masculino anos especialização meses Fonte: Dados da pesquisa (2014) 93 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS E APLICAÇÃO Devido à pesquisa ter uma abordagem qualitativa, houve a necessidade de se obter dados por meios de várias maneiras, através de entrevistas, de observações aos módulos almoxarifados das instituições estudadas, de documentação e de registros em arquivo entre as seis fontes de evidencias propostas por YIN (2005; p. 111). Portanto, utilizou-se a triangulação dos dados para ter uma maior confiabilidade na pesquisa. Todas as entrevistas feitas neste trabalho foram semiestruturadas (apêndices C, D, E, F e G), no período do mês de novembro do corrente ano. As entrevistas com os servidores do IFRN foram feitas por meio telefônico e as com servidores da UFRN, pessoalmente. Além de todas terem sido gravadas pelo celular com a prévia autorização. Segundo YIN (2005; p. 116), a entrevista é uma das mais importantes fontes de informações para o estudo de caso. Ela deve existir dois níveis ao mesmo tempo: satisfazer as necessidades da linha de investigação enquanto, de forma simultânea, passar adiante as questões “amigáveis” e “não ameaçadoras” nas entrevistas espontâneas. Na entrevista feita pelo servidor que trabalha no almoxarifado da UFRN foi possível acessar o sistema SIPAC e fazer a observação direta de algumas atividades rotineiras do setor. A técnica observação participante foi possível ser feita no IFRN haja vista da pesquisadora trabalhar na equipe do setor de almoxarifado na instituição. O que possibilita algumas vantagens por ter acesso aos dados facilmente, além de vivenciar o problema do estudo de caso. Mas pode trazer problemas de vieses, como YIN alerta a seguir, por isso houve a preocupação em evitar os possíveis problemas. A observação participante fornece certas oportunidades incomuns para a coleta de dados em um estudo de caso, mas também apresenta alguns problemas. [...] Para alguns tópicos de pesquisa, pode não haver outro modo de coletar evidências a não ser através da observação participante. Outra oportunidade muito interessante é a capacidade de perceber a realidade do ponto de vista de alguém de “dentro” do estudo de caso, e 94 não de um ponto de vista externo. [...] Os maiores problemas relacionados à observação participante têm a ver com os possíveis vieses produzidos. Primeiro, o pesquisador possui menos habilidades para trabalhar como um observador externo e pode, às vezes, ter de assumir posições ou advogar funções contrárias aos interesses das boas práticas científicas. Segundo, é muito provável que o observador participante persiga um fenômeno comumente conhecido e torne-se um apoiador do grupo ou da organização que está sendo estudado, se já não existir esse apoio desde o início. Terceiro, a função de participante pode simplesmente exigir atenção demais em relação à função de observador. [...] Em quarto lugar, se a organização ou o grupo social que está estudado estiver no lugar certo na hora certa, tanto para participar de acontecimentos importantes quanto para observá-los. YIN (2005; p.122) A documentação fez parte também das fontes de evidencias utilizadas, foram visualizados notas de empenhos e alguns relatórios gerados pelo sistema da UFRN, como os relatórios administrativos, especificações dos sistemas, retirados no Wikisistemas, tipo de manual online em que explica o sistema SIPAC com mais detalhes. Os registros em arquivos utilizados foram às imagens das telas dos sistemas estudados no acesso dos servidores, com a devida autorização, e as imagens retiradas no Wikisistemas. 3.3.1 Protocolo de estudo de caso O protocolo é uma das táticas principais para aumentar a confiabilidade da pesquisa de estudo de caso e destina-se a orientar o pesquisador ao realizar a coleta de dados a partir de um estudo de caso único, YIN (2005; p.92). De modo geral, o protocolo de estudo de caso tem que apresentar as seguintes seções: uma visão geral do projeto; procedimentos de campo; questões de campo; guia de relatório do estudo de caso. 95 3.3.1.1 Visão Geral do projeto de estudo de caso O projeto tem o intuito de analisar a gestão de almoxarifado entre duas instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado do SIPAC e SUAP. Devido a grande transformação ocorrida no IFRN, com a expansão, entrada de novos servidores, dentre outras coisas; o SUAP precisa está alinhado às novas demandas que surgiram, como a necessidade de integração entre Campi, para que tenha uma administração mais eficiente. Diante do exposto e servindo ao propósito dessa pesquisa, faz um seguinte questionamento: Existem melhorias para agregar ao módulo almoxarifado do sistema integrado adotado pela instituição? Buscando parâmetros para responder essa pergunta tem-se o objetivo geral já citado, além dos objetivos específicos que estão entre eles: investigar as limitações encontradas na gestão de almoxarifado do IFRN e identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas na gestão de almoxarifado fazendo uma comparação com SIPAC. 3.3.1.2 Procedimentos de campo As entrevistas realizadas na pesquisa foram feitas com base em roteiros semiestruturados (apêndices C, D, E, F e G), no período do mês de novembro do corrente ano Houve a preocupação em manter anonimato dos entrevistados para preservá-los. Todos os entrevistados, inclusive o analista do IFRN, foram consultados previamente para saber da disponibilidade em participar da pesquisa e informar a apresentação dos objetivos da pesquisa, além de solicitar a autorização para gravação das entrevistas. Todas as entrevistas realizadas na UFRN ocorreram 96 face a face. Somente no IFRN, por ter sido entrevistados de várias cidades, foram por telefone. Documentos institucionais, registros em arquivo e notas resultantes de observações foram obtidos ao acessar dados disponibilizados na internet, no Wikisistemas, no Portal IFRN, entre outros, e durante as entrevistas também. 3.3.1.3 Questões de estudo de caso As questões do estudo de caso são feitas para auxiliar o pesquisador a manter o foco da pesquisa com informações que precisam ser coletadas e o motivo de coletá-las, YIN (2005; p. 99). Cinco tipos de entrevistas foram feitas: um com os servidores que trabalham no almoxarifado no IFRN (Apêndice C), um com quem trabalha no almoxarifado na UFRN (Apêndice D), um com quem trabalha na contabilidade na UFRN (Apêndice F), um com o analista da SINFO (Apêndice E) e , por fim, um com um analista do IFRN somente para tirar algumas dúvidas ( Apêndice G). E cada tipo de entrevista seguiu um roteiro semiestruturado para guiar a conversa. Foram feitas perguntas específicas a respeito do sistema de informação utilizado para que pudessem ser feitas as análises. No entanto, todos os questionamentos se referiram de algum modo ao conjunto de questões, a saber: 1. As informações administrativas fluem eficazmente? 2. O sistema de informação atende a todas as necessidades? 3. Você teria alguma sugestão para melhoria do módulo almoxarifado? 4. Seu setor disponibiliza algum manual ou documento semelhante que oriente as rotinas administrativas referentes à gestão de materiais? 5. Em seu setor existem formulários padronizados? 6. Você utiliza outro instrumento, além do SUAP para a realização das atividades? Caso positivo, qual? 97 7. Como vocês fazem o controle de estoque quanto a validade, o ponto de pedido? Vocês utilizam algum método de estoque? 8. Como você mensura a quantidade de material no estoque? 9. Existe uma padronização para organizar o estoque? 10. Fale um pouco sobre quais são os principais regulamentos que normatizam o funcionamento da gestão de materiais em sua instituição. 3.3.1.4 Guia para relatório de estudo de caso A priori, não existe uma estrutura bem definida para o relatório de estudo de caso. Segundo YIN (2005; p.101), esse elemento normalmente não se encontra presente na maioria dos projetos de estudo de caso. A maioria dos pesquisadores só costuma pensar no esboço, no formato ou no público para qual o relatório do estudo de caso se destina após os dados terem sido coletados. 98 4 TRATAMENTO DOS DADOS Para a análise dos dados foi aplicada a técnica de análise de conteúdo, a qual objetiva compreender o que fala sobre determinado assunto, compreendendo vários procedimentos que geram indicadores, que a partir deles são feitas inferências sobre condições de produção e de recepção das mensagens em estudo, ALMEIDA (2011, p. 36). São necessários dois aspectos para utilizar com essa técnica: as categorias e a unidade de registro. Categorizar implica isolar elementos para, logo em seguida, agrupá-los. Para que seja desmontada a estrutura e os elementos dos conteúdos das mensagens a fim de ter clareza quanto as suas diferentes características e extrair sua significação. Para GIL (2010; p.122), esses categorias são conceitos que expressam padrões que emergem dos dados e são utilizadas com o intuito de reuni-los conforme a semelhança que apresentam. E que devido geralmente a comparação sucessiva de dados dá-se o estabelecimento de categorias. Por essa razão, ela teve como base o registro dos discursos dos servidores tanto da UFRN como do IFRN através das entrevistas para possibilitar uma intepretação inferencial no tratamento dos dados coletados. 4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO IFRN Nesta parte da pesquisa, cinco categorias foram pré-definidas no momento de formulação do roteiro da entrevista. Houve acréscimo de questões quando foi detectado a falta de algum dado, tendo que voltar a entrevistar dois servidores novamente para fazer as perguntas que foram adicionadas. 99 Quadro 12: Categorias pré-definidas para formulação do questionário Categoria Recursos Humanos Recursos Materiais e Tecnológicos Processos de trabalho Gestão da Informação Integração entre de módulos Características/ o que procura responder Qual o perfil dos servidores dos setores de almoxarifado (apreender a composição da equipe, a formação e a capacitação dos profissionais, o tempo de trabalho, suas atribuições, o nível de conhecimento teórico sobre as diretrizes da gestão de materiais na instituição). Qual o nível de satisfação com as ferramentas disponíveis (hardware, estrutura física para o trabalho e armazenagem dos materiais). Ver se existem rotinas formais de trabalhos (Ex.: Existência de formulários padronizados para requisição, existência de manuais ou outros instrumentos de orientação). Verificar como é feito algumas rotinas como, requisições de materiais, controle do estoque, a mensuração da quantidade a ser pedido, organização do estoque se há padronização nos processos.. Verificar a efetividade do fluxo de informações que influenciam os processos de trabalho Verificar o posicionamento dos entrevistados a respeito de se haver uma integração entre módulos, se serie positivo ou não. Fonte: Dados da pesquisa (2014) 4.1.1 Recursos Humanos No modelo de Excelência em Gestão Pública, como foi visto anteriormente, existe o tópico de valorização das pessoas. Em que mostra a importância criar condições para que as pessoas se realizem profissionalmente e humanamente para que o desempenho seja maximizado com comprometimento, desenvolvimento de competência e espaço para empreender. De acordo com o quadro 11, foram entrevistados 7 servidores que trabalham na Coordenação de Material e Patrimônio no instituto, sendo 3 do gênero feminino e 4 do masculino. A maioria com a idade acima dos 25 anos, com nível superior completo, mais 2 anos exercendo atividades de Gestão de Materiais. Coincidiu, entre os entrevistados, de somente as mulheres terem feito algum curso de capacitação referente à gestão de materiais. Mesmo todos 100 tendo menos de 4 anos, é perceptível ver um vácuo administrativo no que se refere a políticas de formação e capacitação dos setores de almoxarifado. Como consequência a isso há um grande índice de desconhecimento das normas, regulamentos que regem as atividades de gestão de materiais o que, naturalmente, acarretariam em deficiências nos processos de trabalho, aumentando as chances de que alguns processos ocorram de modo ineficiente, inadequado ou mesmo ineficaz. O conhecimento das atividades de almoxarifado é passado do servidor mais antigo para o que está chegando ao setor. Ensinando alguns procedimentos básicos do SUAP e da rotina do dia-dia, como mostra na fala de A7: O treinamento é feito pelo servidor o mais antigo. Por causa de vários remanejamentos tiveram muitas mudanças de coordenadores no setor o que foi um problema! Quando a pessoa começava a aprender, era remanejada[...] isso dificultou e muito! Isso pode gerar problemas para um bom funcionamento da administração, uma vez que o servidor que ensina pode passar o procedimento das atividades de forma equivocada e tornando o problema de forma de cadeia um passa para o outro. Vale ressaltar que devido a vários processos de remanejamento em que envolveram todos os Campi e por muitos servidores terem pouco tempo na instituição, o tempo das atividades no almoxarifado dos entrevistados não chega a 4 anos. Todos os entrevistados afirmam seria muito interessante à ruptura da coordenação de materiais e patrimônio, uma vez que são atividades que se relacionam, mas que há uma grande demanda de atividades distintas que precisam ser realizadas bem executadas. O que não acontece, segundo A2, no dia-dia, muitas vezes, só dar para “apagar o fogo” E que, por essa razão, dois servidores no setor não são suficientes. Seria interessante que tivessem quatro servidores em que dois forcassem almoxarifado e dois patrimônio, sugere a entrevistada A2: “[...] Devido a grande volume de atividades tanto de almoxarifado como de patrimônio é impossível fazer um trabalho eficaz, além de serem atividades de grande responsabilidade. [...] A coordenação deveria ser dividida com 101 dois servidores no almoxarifado e mais dois no patrimônio, pois assim as atividades não se acumulariam.” Inferiu nas entrevistas certa desmotivação com a estrutura adotada de ser a coordenação de material ser junto com a de patrimônio; por serem atribuições de muita responsabilidade e que deve haver um maior controle de perto. 4.1.2 Recursos materiais e Tecnológicos A estrutura física para todos os entrevistados atendem, levando em consideração somente o almoxarifado, e não a de patrimônio. A entrevistada A3 complementou a sua resposta: Dependendo do tamanho do Campus, é necessário fazer uma reforma para adaptar o almoxarifado atender, como foi o nosso caso. A gente precisava de um maior espaço e hoje nós temos. Todos os entrevistados confirmaram que os equipamentos de trabalho são de ótima qualidade, como computadores, impressoras e etc. Mas afirmam que faz necessária a implantação de novos instrumentos que facilitem e obtenha maior eficiência das atividades como o leitor de código de barras. Planilhas em Excel são utilizadas por todos, além do SUAP para auxiliar no controle de dados, como planilhas de notas de empenhos em que faz o acompanhamento da situação da empresa. E ainda, afirmam que se houvessem no SUAP as mesmas operações das planilhas utilizadas, eles adotariam apenas o sistema. O que mostra a necessidade de implantação de novas operações, haja vista que as atuais não são suficientes, tendo que os servidores utilizem planilhas paralelas para fazer o controle. 102 4.1.3 Processos de trabalho Para que se tenha uma excelência na gestão, faz necessário, de acordo com os fundamentos de excelência da Fundação Nacional de Qualidade, uma compreensão e segmentação do conjunto das atividades e dos processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas. O almoxarifado é o setor encarregado pelo recebimento, armazenamento, expedição e distribuição dos materiais. No IFRN, o almoxarifado executa serviços administrativos e operacionais da Coordenação de Materiais e Patrimônio envolvendo o recebimento, a conferência, a guarda, a distribuição, atividades de administração estoque, além das atividades de Patrimônio. Segundo o Regimento Interno5 dos Campi do Instituto na alínea b do artigo 53, é de competência da Coordenação de Material e Patrimônio: I. Armazenar devidamente, codificando e classificando todo material adquirido pela instituição; II. Controlar a movimentação e registrar toda e qualquer cessão, alienação, permuta ou baixa de material permanente e/ou equipamentos, bem como da entrada de materiais, doados ou confeccionados na Instituição; III. Controlar o estoque de material e elaborar inventários dos materiais e dos bens patrimoniais; IV. Coordenar e executar as atividades da área de recebimento, controle e distribuição dos materiais e equipamentos, visando dotar de meios materiais as diversas unidades do Campus; V. Elaborar em parceria com a Comissão de levantamento dos bens móveis, inventário anual dos materiais permanentes e equipamentos do Campus; VI. Elaborar movimento mensal do Almoxarifado e o envio do mesmo para os registros contábeis competentes; VII. Fazer a conferência e a verificação do material adquirido, à luz da especificação solicitada no processo licitatório e empenho da despesa; IX. Preparação de processos de solicitações de materiais de uso comum nas diversas unidades da Instituição; X. Receber as requisições de material de consumo e permanente, fazendo o devido atendimento; e XI. Desempenhar outras atividades correlatas e/ou afins. 5 Aprovado pela Resolução nº. 17/2011-CONSUP/IFRN, de 01/07/2011 103 Em cada Campus existe um modelo de requisição de materiais diferente, mas mantendo os mesmos dados, tais como: descrição, quantidade, código do produto, nome do solicitante, data. Todos os entrevistados acreditam que seria mais apropriado que a requisição de materiais fosse feita por meio do SUAP, mas enfatizaram a importância da assinatura da chefia imediata mesmo assim. Apenas o entrevistado A6 que explanou a preocupação de o servidor fazer a requisição e não ir pegar no setor. A distribuição dos materiais estocados é realizada mediante a necessidade dos setores do Campus Parnamirim é feita por meio de requisição manual devidamente preenchida e assinada pelo responsável pelas solicitações de materiais do setor requisitante. O responsável pelo Almoxarifado assina a requisição e arquiva a via por um tempo e faz uma nova requisição via SUAP par retirar o material no sistema Em relação à existência de manuais ou outros instrumentos de orientação que teriam como função facilitar a propagação do conhecimento de rotinas formais de trabalhado para padronização das atividades e serem utilizados como ferramentas para consultas quando houver dúvidas, foi questionado se havia na instituição. Como resposta, cinco dos entrevistados afirmaram que não existia algum instrumento, como manuais e fluxogramas, que formalize e oriente as rotinas de trabalho, mas que somente tem o regimento interno que descreve as atribuições do almoxarifado. Essa é uma das razões, não haver padronização entre Campi. E, como já foi dito, o treinamento de novos servidores é passado pelo servidor mais antigo do setor, o que pode ocorrer é a transmissão dos erros ou vícios de atividades. Portanto, com um manual isso dificultaria de certa maneira, segundo um entrevistador. Apenas a A2 e o A6 afirmaram que tem orientações normativas de forma superficial e que se solicitarem aos auditores internos eles disponibilizam, ou seja, não são divulgados, como mostra a fala de A6: Não existe que regulamenta como um todo, é muito geral, entendeu? (sic) Não diz por menores! Aí deixa brechas para a gente fazer coisas que não era para fazer. E não é divulgado e quando a gente vai divulgar para o nosso publico não aceita como norma técnica. Não querem aceitar. 104 Apesar de presença de manuais e de formulários padronizados por si só não garantir a melhoria dos serviços prestados pelas coordenações de materiais, a confecção e a utilização dos tais trariam ganhos no que se refere à padronização de rotinas administrativas; reduzindo, portanto, as chances de erros e retrabalho. Somente A3 achou que não fosse necessário que fosse implementado no sistema a Curva ABC para permitir o controle de produtos por importância. Os demais disseram que é essencial uma vez que o controle de estoque mínimo é feito visualmente. O não permiti ter a noção de todo o estoque. Vale ressaltar que existi uma operação de controle de estoque mínimo, mas que não é conhecido por algum dos entrevistados, no próximo tópico abordará sobre isso. Percebeu-se que não é feito um controle de validade do estoque. O SUAP não tem essa ferramenta para informar a situação quanto à validade dos materiais. Todos fazem de forma superficial quando faz conferência no estoque. Mas eles têm a preocupação de observar a validade quando recebe mercadoria. A5 disse: “A gente coloca o mais antigo na frente para dar saída primeiro. Não tem outro controle.” De acordo com todos os entrevistados não existe um tempo determinado de se fazer o inventário do estoque. Eles fazem quando acham necessário para conferir se o estoque físico está de acordo com o sistema. O estoque é organizado de forma que separada por categoria de despesa, tipo, material de expediente, de copa e cozinha e etc., mas não há padronização. O A6 levantou uma sugestão que o SUAP poderia ter que é ter a opção de colocar a localização dos materiais, informando qual o armário e a prateleira. A quantidade de material a ser comprada é mensurada, de acordo com todos, através do histórico do ano anterior. Dependendo do material fazem o levantamento para dois anos de consumo, devido o receio de faltar, mas é levando em consideração a questão da validade. 105 4.1.4 Gestão da Informação Como visto no referencial teórico, a Tecnologia de Informação, tanto no nível operacional quanto no estratégico, tornou-se um instrumento essencial para obter mais eficiência e controle nas organizações. E que sistema de informação dar o suporte à gestão e à realização das funções organizacionais, auxiliando a organização a atingir suas metas. Por essa razão, SUAP se tornou um recurso indispensável para a realização das atividades de almoxarifado. Contudo, faz necessário fazer melhorias para buscar a excelência e a satisfação dos usuários, segundo o levantamento das entrevistas. Segundo o analista, o código do SUAP é disponibilizado para os demais institutos federais de ensino que solicitarem sem repasse de recurso financeiro. E que eles podem fazer novos módulos, alterar, além de ficarem responsáveis pelo próprio suporte de pessoal e equipamentos. Apesar de haver certa interação entre campi no módulo almoxarifado, no IFRN, sendo possível a visualização do estoque e a permissão para solicitar na operação de transferência entre campi; precisa ter uma maior interação no planejamento anual de aquisição, já que são praticamente as mesmas necessidades e assim evitaria o retrabalho desnecessário, afirma A2. Nenhum entrevistado utiliza a operação de controle de estoque mínimo que tem no sistema por não saber de sua existência ou como funciona, apesar de ter uma breve explicação no SUAP. Segundo eles, essa operação não foi divulgada como muitas outras não são transmitidas para o usuário, o que dificulta acompanhar, mesmo utilizando direto o sistema. Como é o caso de nova operação de impressão de etiquetas, apenas A3 sabia da existência dela, mas não usando por achar o modelo feio. Todos afirmam a importância de existir uma padronização da descrição dos materiais, para que não haja “poluição” no sistema, com descrições repetidas várias vezes, umas descritas com letras em caixa altas e outras, não. Segundo A6, foi iniciado o processo Catalogação de Materiais (CATMAT) que possibilitaria 106 a uniformização das descrições, mas não foi adiante, afirma ainda que para isso precisa ser feito um trabalho grande de levantamento de cotação de preços. O mesmo sugere que as padronizações das descrições comecem na nota de empenho com algum tipo de código, como pode observar adiante: A padronização deveria ser a partir do empenho. Quando o empenho vem padronizado, sendo o mesmo item de consumo vai sair igual a todos os empenhos que sejam feitos. Isso já mataria esse problema. Por que tudo que chega existe a preocupação de ser igual ao empenho, então começa a criar itens e mais itens. Talvez seja melhor que o item de empenho seja padronizado, com um código talvez. A fim de verificar se o SUAP possibilitaria informações rápidas sobre o processo de aquisição foi questionado, a saber: Em sua opinião, as informações são acessíveis no processo de aquisição para o requisitante, que planejou e para o almoxarifado? O SUAP possibilita essas informações? As respostas de todos afirmam que as informações no processo de aquisição são acessíveis tanto para o requisitante como para o almoxarifado, caso souberem qual o processo que originou a aquisição para que acompanhe o caminho no módulo protocolo e perguntando de setor em setor como está o processo, como segue a resposta do usuário A6: Não. O SUAP somente vai possibilitar a verificar isso a parte do processo. Em que estágio está o processo o SUAP não especifica! E aí essa informação é pessoal, eu vou até o setor. E aí vou adquirir essa informação! O SUAP não dar essa informação tão refinada como a gente precisaria. Já A3 afirma que se os servidores quando recebessem o processo atualizassem o protocolo no SUAP seria suficiente e facilitaria o acompanhamento. As informações com a Administração fluem eficazmente de acordo com todos entrevistados. O que é essencial para haja uma gestão de qualidade em que todos busquem o melhor para organização, a excelência. 107 Quanto à questão de Somente um dos entrevistados teve um processo finalizado de punição a empresa quando a mesma não cumpre com o edital da licitação. Os demais já fizeram notificação às empresas e deram prosseguimento a o processo quando a empresa não cumpre com o acordo para a administração encaminhar o ofício. De acordo com A3, tem dois administradores fazendo um fluxograma de todo o processo de punição a empresa. Não existe o acompanhamento desse tipo de processo no setor de almoxarifado, o que fica difícil saber quando o SUAP mostra a nota de empenho em atraso que já existe um processo em aberto, como mostra na figura abaixo: Figura 14: Notas de empenho em atraso Fonte: SUAP (2014) Foi questionado ao analista da TI quais são as dificuldades de os servidores solicitarem alterações no SUAP. E o mesmo respondeu que é característica da TI centralizar as solicitações de demandas para o SUAP nas pró reitorias, uma vez que ele afirma que é necessário que a gestão superior avalie sobre cada 108 solicitação de alteração e/ou de acréscimo ao sistema para saber se é viável, pois a diretoria de TI não conhece sobre os negócios, como almoxarifado. Por essa, razão ele acha salutar que exista um especialista de cada área da administração que possa fazer esse tipo de avaliação para que possa propor melhorias nos processos, ou que exista uma comissão para tal. Afirma que a pro reitoria de Administração é sobrecarregada com muitas demandas centralizadas e com poucos servidores e que por isso não tem acompanhado para aperfeiçoar o sistema. 4.1.5 Integração entre os módulos Todos acreditam que a existência de integração entre os módulos no SUAP seria muito interessante. Faria acontecer um maior acompanhamento, controle e eficácia dos processos. Em que os fluxos de informações seriam mais concisos com menos ambiguidades e diferenças de informações. Somente A6 fez uma ressalva para isso seria necessário que tivesse um trabalho de recadastrar as descrições dos materiais que constam no SUAP, a fim de que unificasse a mesma descrição através do mesmo código, extinguindo, assim a descrições ambíguas de um mesmo produto como já foi dito no tópico anterior. E defende ainda a integração entre os módulos para facilitar o alinhamento da contabilidade com o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI). O analista entrevistado comentou que só existe a integração entre o almoxarifado e patrimônio. E que para haver integração entre orçamento precisa que seja feito o trabalho de uniformizar o catalogo de materiais, a forma de como é cadastrado os empenhos no SIAFI, e mais uma séries de coisas (Sic!). Contudo, esse trabalho está parado devido a grande demanda da Pró-reitora de Administração (PROAD), uma vez que a estrutura organizacional centraliza muita coisa para a administração, como foi abordado no tópico anterior. 109 E disse ainda que é possível sim a integração do SIAFI e do Comprasnet com o SUAP, mas que para isso a PROAD tem que achar pertinente. Segundo ele, só existe a integração do SUAP com Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE). 4.1.6 Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP) O Sistema Unificado de Administração Pública é um sistema desenvolvido pela equipe de desenvolvimento de sistemas da Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação (DIGTI) do IFRN, estando em funcionamento neste instituto desde 2007. E tem a finalidade de informatizar os processos administrativos do Instituto, para facilitar dessa forma a gestão da instituição. Outros institutos federais utilizam o SUAP, alguns deles são: Instituto Federal de Alagoas, de Pernambuco, do Ceará, de João Pessoa, da Amazonas, etc. Hoje os usuários do SUAP compreendem entre servidores ativos e alunos matriculados do IFRN. Os servidores utilizam especialmente para realização de algumas atividades administrativas e acadêmicas, nos setores administrativos que possuem módulos desenvolvidos dentro do SUAP, caso contrário o utiliza apenas para verificação do seu ponto eletrônico e tramitação de processos internos. Enquanto os alunos utilizam, por enquanto, esporadicamente, em algum questionário, inscrições de editais para bolsa e auxílios. Atualmente alguns módulos que estão em funcionamento no SUAP são: Ponto eletrônico com biometria: Possibilita que todos os servidores e estagiários registrem seus pontos eletrônicos usando biometria, em todos os Campi do instituto. Os registros e relatórios podem ser vistos através da interface do SUAP; 110 Protocolo: Responsável pelo acompanhamento encaminhamento dos processos protocolados no IFRN, desde o seu nascimento até o seu arquivamento; Almoxarifado: Módulo responsável pelo controle de estoque dos almoxarifados do IFRN; Patrimônio: Gerencia o patrimônio do IFRN em que são registradas as operações de carga, descarga e transferências patrimoniais; e Recursos Humanos: Módulo utilizado para, principalmente, extrair os dados funcionais dos servidores da instituição do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE). Além disso, permite fornecer relatórios para a Diretoria de Gestão de Pessoas. 4.1.7 Principais operações do módulo almoxarifado do SUAP O módulo almoxarifado está dividido em 10 abas principais, como pode ser observado na figura 15. A primeira é entradas que permitir incluir os materiais no estoque, pode ser através de compra ou doação, além de pesquisar as entradas efetuadas através de filtragem de dados, como datas, Campus, nome do fornecedor, da descrição do material, dentre outros. Para cadastrar a compra precisa que a nota de empenho tenha sido cadastrada, que é pelo setor de almoxarifado mesmo, além de ter a nota fiscal. Por doação precisa ter o processo que formalize ela e que contenha a nota fiscal para cadastrar no sistema. 111 Figura 15: Módulo de almoxarifado do SUAP Fonte: SUAP (2014) Na aba de requisições há 4 sub abas: saídas de material para consumo, transferências de materiais entre Campi, ver pendentes, buscar requisições. A primeira, requisição de saída de material para consumo, tem a finalidade de dar saída do material no estoque por servidor. A aba transferência de material entre Campi possibilita requisitar materiais que estão no estoque nos demais Campi. Uma vez feita essa transferência, necessita que o coordenador de almoxarifado comunique ao contador sobre o ocorrido para que ele possa atualizar no SIAFI. Vale ressaltar que não existe o módulo de orçamento no SUAP. Portanto, não existe integração de orçamente e de almoxarifado no sistema. A aba de Pré-carga possibilita que seja feita a carga patrimonial inicial em nome de algum servidor, quem será o responsável pelo bem. Sendo apenas essa a integração que existe entre patrimônio e almoxarifado. Através das abas Categorias de material de consumo e a de material permanente é possível visualizar e adicionar os elementos de despesa. A aba de empenhos tem como cadastrar e pesquisar aqueles empenhos que foram cadastrados por muitas opções de filtragem, incluindo por situação, conforme ilustra na figura abaixo. O que permite visualizar as empresas que estão em atraso. 112 Figura 16: Aba Empenhos Fonte: SUAP (2014) Na opção materiais de consumo é possível fazer a busca dos materiais que tem no estoque por categoria (elemento de despesa), pesquisar através do histórico qual campus tem no estoque, item por item. Cada material tem um código. Mas há descrições repetidas várias vezes com códigos diferentes, haja vista que todos os usuários de almoxarifado podem cadastrar um novo material no sistema, além de não haver padronização de como descrevê-lo. Existe a opção de gerar uma planilha em Excel assim como gerar etiquetas, mas esta ainda não é utilizada pelos servidores por ser algo recente que não foi divulgado, como fora mostrado por meio dos dados das entrevistas. 113 Figura 17: Operação de materiais de consumo Fonte: SUAP (2014) A função da aba de unidades de medida é só visualizar as existentes cadastradas no SUAP e pode acrescentar caso seja necessário uma nova unidade que não tenha no sistema. Os relatórios que existem são: Saída por setor, notas de fornecimento, balancete, que é subdividido em elemento de despesa, material de consumo, elemento de despesa detalhado, total por elemento de despesa (ED) permanente. Por fim, a aba de estoque que é dividida em duas subcategorias: configuração e controle. Em que a primeira possibilita cadastrar por material ou por categoria de despesa para fazer o controle de estoque mínimo, de acordo com o preenchimento número de meses que o material leva para chegar, depois de adquirido, tempo de aquisição e o número de meses entre uma aquisição e outra, como pode ser visualizado abaixo: 114 Figura 18: Aba Estoque Configuração Fonte: SUAP (2014) A segunda subcategoria é o controle de estoque mínimo dos materiais. Que tem como objetivo fazer uma tabela para novas aquisições de materiais de consumo, levando em consideração a configuração de estoque, dando a quantidade a ser abastecida, sendo possível também mudar o quantitativo sugerido de acordo com as necessidades atuais, e colocar o preço unitário; possibilitando a impressão dessa tabela. 115 Figura 19: Aba Estoque Controle Fonte: SUAP (2014) Mas vale ressaltar que ninguém dos entrevistados utiliza esta aba por desconhecerem, afirmam que é uma operação nova e que não foi divulgado. A proposta dessa aba é muito válida, por utilizar conceitos de administração de materiais em questão. Contudo, precisa além de divulgar, aperfeiçoar para que seja integrado com o setor de compras, ou licitação, uma vez que é necessário se fazer uma cotação de três preços. 116 4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA UFRN Essa fase da pesquisa teve por finalidade entender as contribuições que a utilização do SIPAC poderia trazer para o IFRN como uma espécie de Benchmarking, para identificar diferenciais favoráveis e desfavoráveis a serem tratados; de modo a evitarem retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do processo de trabalho. Por meio do Benchmarking, é possível vislumbrar novas oportunidades para a configuração dos serviços e processos, potencializando assim o aprendizado e a inovação. Porém, vale ratificar com o referencial que as práticas e os resultados de outras organizações não devem ser diretamente transferíveis ao IFRN sem que antes seja feito um exame detalhado das diferenças existentes, tendo que fazer algum tipo de tratamento e normalização. Nesta seção traz, de forma resumida, a análise das informações coletadas a partir das entrevistas feitas ao servidor do almoxarifado, do orçamento e da Superintendência de Informática (SINFO); das observações ao SIPAC e de documentações como a nota de empenho. Através dos roteiros semiestruturados das entrevistas (apêndices D, E e F), foi feito a separação em categorias para melhor compreensão. Quadro 13: Categorias definidas para análise de dados da UFRN Categoria Características/ o que procura responder Recursos Humanos Procurou-se verificar se a utilização do SIPAC facilitaria os processos de trabalho a ponto de haver uma satisfação com o SIPAC Buscou entender se o SIPAC disponibiliza informações suficientes Acesso a Informações para fomentar os processos e trabalho, em especial o registro e transferências de bens. Controle de estoque Requisições Ver como é a rotina para manter o controle do estoque, organização do estoque. Observar como são feito as requisições de materiais de consumo no almoxarifado, a mensuração da quantidade a ser pedida. Processo de aquisição Buscou saber como é feita o processo de aquisição 117 Integração entre de módulos Verificar o posicionamento dos entrevistados a respeito da integração existente entre os módulos Fonte: Dados da pesquisa (2014) 4.2.1 Recursos Humanos A implantação do SIPAC foi muito bem vinda para os servidores, uma vez que os outros sistemas utilizados não atendiam as necessidades da instituição por não terem vários, cada departamento usava um diferente, e não serem integrados, flexíveis, disponível na rede, por o suporte técnico demorar a responder, por serem pagos, e dentre outras razões. Segundo o analista, o SIPAC facilitou os processos de trabalho a ponto de otimizá-los. E diz ainda que para a criação do SIPAC tiveram com base os softwares utilizados anteriormente. O servidor do almoxarifado, afirma que para os servidores mais antigos tiveram certas dificuldades para a adaptação, por não ter havido um breve treinamento. Contudo, hoje tem um manual na web que explica passo a passo cada módulo do sistema, além de ter muitos vídeos. Devido o suporte técnico ser mais acessível muitos servidores sugerem melhorias toda vez quando acha conveniente no próprio SIPAC. Isso faz com que eles se sintam satisfeitos com o sistema. 4.2.2 Acesso a informações Buscou-se entender, a partir da perspectiva dos entrevistados, se o SIPAC disponibilizava informações satisfatórias para a realização dos processos de trabalho ligados à gestão de materiais. De maneira geral, os entrevistados acreditam que o SIPAC disponibiliza informações que suficientes para auxiliar os processos de trabalho, contudo isso 118 não significa a necessidade de aperfeiçoar a cada dia o sistema, segundo servidor do almoxarifado. O módulo de requisição possibilita que haja uma transparência dos materiais que existem no estoque e que podem ser fornecidos, uma vez que tem uma opção de não dar a permissão de algum material ser visualizado pelos usuários requisitantes caso seja necessário por algum motivo. Na análise dessa categoria percebe-se que o SIPAC, na condição de ferramenta de trabalho tem sido um grande aliado nas atividades de gestão de materiais para que se tenha um maior controle e eficácia, possibilitando o acesso a informações relevantes. De acordo com os entrevistados, o SIPAC disponibiliza informações suficientes para auxiliar o trabalho, sendo os manuais no site Wikisistemas uma orientação em caso de dúvidas. 4.2.3 Controle de estoque É feito mensalmente o inventário do estoque para verificar se está batendo com o SIPAC. E todo final de mês o estoque é fechado para gerar o RMA – Relatório de Movimentação do Almoxarifado que pode ser analítico caso queira fazer por categoria e o sintético, que é o relatório de todos os materiais em estoque em um determinado tempo. No SIPAC é possível colocar a data de validade nos materiais. Além de avisar quando o material está no estoque mínimo e precisa fazer o processo de aquisição. No sistema avisa mostra em vermelho os itens que estão no ponto crítico, em que precisa abrir um processo de aquisição. O usuário do almoxarifado define no sistema a margem de estoque mínimo de acordo com o histórico da demanda para aquele material e quanto tempo médio o processo de aquisição através de licitação ocorre, com essas informações é possível coloca no sistema a quantidade de estoque mínimo, segundo o coordenador de almoxarifado. Essa 119 operação facilita a visualização para evitar com que os materiais faltem no estoque. Como o espaço do estoque é muito pequeno, a organização é improvisada, separada por categoria, mas que em um mesmo ambiente tem produtos de manutenção, limpeza, alimentação. Provocando um cheiro forte para os funcionários que trabalham diretamente no setor de almoxarifado. As invés de utilizarem etiqueta disponível no SIPAC, eles utilizam para cada material do estoque um formulário de uma tabela manual, proposto pela auditoria interna, em que registra toda vez quantos unidades saíram, quem forneceu e para onde foi tal material. 4.2.4 Requisições A requisição é feita através do próprio SIPAC através de um módulo a parte, chamado de requisições, integrando ao perfil de quem tem acesso ao sistema. Esse módulo tem o intuito de centralizar as requisições de bens móveis e de consumo na Universidade, abrangendo, de modo geral, as requisições de materiais de consumo, serviços, suprimento de fundos, passagens, diárias etc. Dessa forma, somente através desse módulo é possível requisitar, via sistema, os materiais que constam no estoque. Contudo, o solicitante precisa imprimir para pegar a assinatura do chefe imediato para que o coordenador de almoxarifado libere o material. E ainda no almoxarifado imprimi a nota de fornecimento em que mostra a quantidade que de fato foi atendida, anexa os dois papéis e arquivam, cada servidor tem uma pasta suspensa. No departamento do CCSA, as requisições são feitas a cada 15 dias para cada setor, exceção somente quando ocorre um imprevisível, como quando cartucho para impresso acaba, por exemplo. E tem dois dias da semana para distribuição dos materiais solicitados, em que os requisitantes vão ao almoxarifado pegar. O que já ocorreu, segundo o servidor do almoxarifado, de o solicitante 120 passar um bom tempo para retirar o material, havendo certo desgaste para cobrálo. Como há a integração do módulo orçamento com o de almoxarifado, a servidora entrevistada do setor de contabilidade explica como funciona essa integração em um processo de requisição: “As unidades que detêm o orçamento, que são o departamento de curso, as unidades de curso pós-graduação e que recebem recurso de pesquisa e extensão. Quando elas fazem requisição de material de almoxarifado no SIPAC. E essa requisição fica no status de enviada, ou seja, ela é cadastrada e enviada para autorização orçamentaria do setor execução orçamentaria. Nesse momento a requisição, a requisição se você tirar o extrato orçamentário da unidade requisitante, você vai ver que a requisição já está com o valor debitante (sic). Essa requisição é impressa e assinada pela unidade competente, no caso, quem está requisitando, e pela direção do centro de apoio e é levado para o almoxarifado para que seja retirado o que está sendo pedido. Quando essa requisição é atendida, ela pode ser atendida pelo seu valor total, ou ela pode ser atendida a menor pelo responsável pelo almoxarifado. Quando no sistema a baixa nessa requisição, ou seja, o registro de que ela é atendida, são feitos dois registros do ponto de vista de execução orçamentaria mesmo. Há um registro de crédito, então você tinha um débito na unidade no momento que a requisição está no status de enviada.[...] No momento em que ela é atendida, você tem o crédito que anula aquele primeiro débito e o segundo débito, que é o valor de fato atendido, que pode ser seu valor total ou cabe ao almoxarifado julgar para saber o quanto pode liberar.” Portanto, uma vez aceita a requisição no sistema, abate no orçamento disponibilizado pelo departamento que o usuário está inserido. Por essa razão, é necessário que haja saldo no orçamento do departamento que está inserido o usuário. Caso acabe o saldo não é possível fazer a requisição online, tendo que o contador fazer um ajuste, uma vez que não é negado materiais de consumo ao setor requisitante. 4.2.5 Processo de Aquisição Quando há necessidade de reabastecer o estoque com algum material, encontrando-se no estoque mínimo, o almoxarifado setorial consulta o 121 almoxarifado central para verificar se tem tal material tem estocado. Caso contrário, consulta se a ata de pregão, que é extraído do Comprasnet 6, tem disponível para solicitar a aquisição, porque se não terá que fazer um novo pregão ou aderir a uma ata de Sistema de Registro de Preço (SRP) de outro órgão público. Dois dos entrevistados, tanto o do almoxarifado quanto o da contabilidade, acreditam que seria melhor restringir o acesso de solicitação de compra aos demais servidores para permitir somente aos que trabalham no setor de compras e de almoxarifado, segue a fala de um: [...] Muitas vezes a unidade tem a liberdade de fazer requisição de pregão para material de consumo, o que não faz muito sentido quando você tem a figura do almoxarifado do centro. Então quem deve pedir material de consumo é o coordenador de almoxarifado. [...], por exemplo, alguém quer pedir uma garrafa térmica, mas não tem no estoque, e se a pessoa achou lá no pregão a garrafa térmica. [...] As pessoa podem fazer uma requisição para fazer um empenho a parte para a unidade. Fica claro que faz necessário analisar esse fluxo de procedimentos para que a solicitação passe primeiramente para o coordenador de almoxarifado setorial para verificar se há o tal material requisitado no almoxarifado central antes de solicitar a aquisição. A mensuração da quantidade a ser abastecida no estoque é levantada de acordo com o histórico do ano anterior, acrescentando sempre uma margem maior um pouco. 4.2.6 Integração do módulo almoxarifado com outros A integração existente entre o módulo almoxarifado com outros, tais como requisições, orçamento, compras, permite que os processos sejam acompanhados 6 O portal Comprasnet, gerenciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, é disponibilizado para realização de processos eletrônicos de aquisições e disponibilização de informações referentes às licitações e contratações promovidas pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. 122 pelos setores relacionados. O que é muito importante para que exista um fluxo de processos mais coesos proporcionando aos gestores uma visão sistêmica de todo o fluxo de informação, como pode ser visualizador em anexo. Quando é feita uma requisição, feita no módulo requisição, é atendida no modulo almoxarifado diminui o saldo do departamento que solicitou o material, interligando o fluxo da informação. Através do protocolo é possível que a nota fiscal cadastrada seja protocolada e tramitada para outra unidade. E ainda protocolar as requisições recebidas e enviadas. Para que o módulo almoxarifado funcione, é necessário que o módulo orçamento esteja implantado, assim como algumas operações de cadastro, como: cadastro de almoxarifado, cadastro de material, grupos de materiais, unidades de medidas, e etc. O cadastramento e o acompanhamento das notas de empenho são feito pelo setor de orçamento e o almoxarifado só é possível consultar empenho, saldo, credor, processo de compra associado, como pode visualizar na figura 21. Para que o setor almoxarifado receba e cadastre a nota fiscal é preciso que tenha sido cadastrado a nota de empenho associado. Figura 20: Consulta de Empenho no SIPAC Fonte: SIPAC (2014 123 Vale ressaltar, que o módulo orçamento possibilita fazer importações do SIAFI para o SIPAC, como os seguintes documentos orçamentários: As Notas de Crédito (NC), Notas de Dotação, Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARFS), Notas de Empenho (NE), Notas de Sistemas e Ordens Bancárias. Estes documentos serão apenas importados para o SIPAC quando forem consolidados através do Módulo Orçamentário. E importa também dados auxiliares como: Credores, Natureza de Despesas, Fonte de Recursos, Plano Interno (PI), Programa de Trabalho (PT), Programa de Trabalho Resumido (PTRES), e Unidades Gestoras. Estes dados são importados diretamente para o SIPAC. As principais operações que o SIPAC disponibiliza referente à nota de empenho estão descriminadas no apêndice A. Não existe ainda módulo de orçamento no SUAP. O módulo de almoxarifado é que cadastra e acompanha o prazo de fornecimento das empresas. As demais operações com a nota de empenho no setor de contabilidade no IFRN é feita somente no SIAFI e em planilhas em Excel. Com a integração com o módulo de compras/licitação é possível verificar os itens do processo de compra informando a quantidade e o valor licitado, inclusive os da modalidade de Sistema de Registro de Preço em aberto. Figura 21: Módulo de Compras Fonte: SIPAC (2014) 124 O módulo Almoxarifado dar suporte as demandas do Departamento de Material e Patrimônio (DMP), do Almoxarifado Central da UFRN e dos Almoxarifados Setoriais para manter o controle de seus estoques e para a execução das requisições por eles atendidas. 4.2.8 Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC) A UFRN desenvolveu sistemas integrados de gestão para dar resposta a meta da administração da universidade chamada “A informática como atividade meio”. O objetivo era informatizar a cada dia a instituição para melhoria da eficiência dos processos. O sistema SIPAC integra toda a parte administrativa desde a requisição (material, prestação o de serviço, suprimento de fundos, diárias, passagens, hospedagem, material informacional, manutenção de infraestrutura) além do controle do orçamento distribuído internamente. Esse sistema também controla e gerencia: compras, licitações, boletins de serviços, liquidação de despesa, manutenção das atas de registros de preços, patrimônio, contratos, dentre outros. O SIPAC é composto por módulos, portais e pontos de acesso aos outros sistemas. São vinte e oito módulos, sendo quatro deles pontos de acesso aos demais sistemas, e quatro portais, ligando operações que representam um grande avanço para a administração das atividades meio, haja vista que permite um controle refinado dos procedimentos administrativos. Existem, atualmente, seis sistemas distintos que se relacionam entre si e com outros sistemas de apoio à administração concedidos pelo Governo Federal, como pode ser observado na figura 9. Sistema Integrado de Gestão de patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC): fornece as principais operações para a gestão das unidades 125 responsáveis pelo financeiro, patrimônio e contratos, auxiliando as atividades meio da instituição; Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH): oferece a informatização dos procedimentos de recursos humanos, como: agendamento das férias, concursos, capacitações, atendimentos online, serviços e requerimentos, dentre outros; Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA): informatiza os procedimentos da área acadêmica através dos módulos de: graduação, pós-graduação, ensino técnico, dentre outros; Sistema Integrado de Gestão De Administração e Comunicação (SIGAdmin): é a área de administração e gestão dos 3 sistemas integrados (SIPAC, SIGAA, SIGH). Esse sistema tem o intuito de gerenciar as entidades comuns entre os sistemas informatizados, como: usuários, mensagens, noticias, permissões, etc; Sistema Integrado de Gestão Eletrônica e Documentos (SIGED): possibilita a centralização do controle de documentos, upload da versão digital dos documentos físicos, organização dos documentos por tipos e pastas, buscar conteúdos nos documento e etc.; e Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e Projetos (SIGPP): auxilia no gerenciamento das metas pretendidas, no período anual, pelas unidades estratégicas da instituição: secretarias, pró-reitorias, centros, entre outras. superintendências, 126 Figura 22: Diagrama de inter-relacionamento dos sistemas e suas funcionalidades Fonte: UFRN (2014) 4.2.9 Principais operações do módulo almoxarifado do SIPAC O módulo de almoxarifado está dividido em quatro abas, são elas: estoque, requisições, relatórios, cadastros. E em cada uma delas há vários ícones com muitas funções. Na aba estoque, é possível realizar muitas operações como: boqueio de material, manutenção do estoque, cadastro de nota fiscal, recebimento e estorno de nota de fornecimento, cadastro de requisições, registro de saída avulsa, além de vários tipos de consultas. 127 Figura 23: Operações no Módulo Almoxarifado Fonte: SIPAC (2014) A opção de bloqueio de material tem a função de não dar a permissão que o material bloqueado seja solicitado ao almoxarifado que realizou a tal operação. Devendo fazer uma breve justificativa do motivo do bloqueio no sistema. Quando bloqueado, este material não deve mais se visualizado na lista da relação de produtos disponíveis para requisição. O item manutenção do estoque gerencia os materiais estocados no almoxarifado. Possibilitando que o Gestor do Almoxarifado consulte materiais do almoxarifado e descreva informações do estoque mínimo de certo produto, prazo de ressuprimento e localização. Na aba requisições, tem todos os procedimentos possíveis referentes a requisições de materiais. Nela o almoxarife pode acompanhar as requisições enviadas, alterar dos atendimentos, autorizar de atendimentos, retornar de requisições para o usuário de origem, alterar da unidade de medida para o atendimento, emitir dos comprovantes de atendimento e atender as requisições de devolução de material. O módulo almoxarifado disponibiliza diversos relatórios que são de muita valia para tomada de decisão e para que haja um controle mais eficaz, como os 128 relatórios de materiais mais solicitados, estoque mínimo, relatórios de movimentação, extrato de movimentações, movimentação por material, entradas por nota fiscal, e relatórios gerais como relatórios de consumo, etiquetas de prateleiras, de devoluções, entre outros, o quadro dos tipos de relatórios está apêndice B. Há ainda a aba de cadastros que são realizadas as operações e cadastros, segue abaixo o quadro das possibilidades. Quadro 14: Relatórios da operação e cadastro Aba Relatórios Operações Cadastrar Pessoa Física/Jurídica Listar Pessoa Física/Jurídica Finalidades Inserir os registros de pessoas físicas/jurídicas. Visualizar os registros de pessoas físicas/jurídicas já inseridos no sistema. Inserir o registro dos grupos de materiais a serem utilizados Cadastrar Grupo de Material no sistema. Visualizar os dados dos grupos de materiais já inseridos no Listar Grupo de Material sistema. Inserir o registro dos materiais a serem utilizados no sistema. Cadastrar Materiais Listar Materiais Visualizar os dados dos materiais já inseridos no sistema. Solicitar Cadastro de Material Solicitação de Atualização de Preço de Material Solicitar a inserção de um material no sistema. Restringir Pedido de Material por Unidade Realizar restrições de período de material em relação a uma unidade. Restringir Pedidos da Unidade Permitir que o usuário restrinja as requisições de uma determinada unidade da Instituição. Fonte: SIPAC (2014) Solicitar atualização do preço de um determinado material já inserido no sistema. 129 4.3 PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO SUAP A seguir estão enumeradas algumas propostas que poderão ser levadas em consideração pelas autoridades competentes para analisar a possibilidade de implantação em algum momento, a fim de alcançar o objetivo específico de identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas: 1) Criar os módulos de orçamento e o de compras. Em que o primeiro fosse interligado com o SIAFI, que importasse as notas de crédito, notas de dotação, documento de arrecadação de receitas federais, notas de empenho, ordens bancárias, dentre outros (conforme o apêndice A); e que o segundo possibilitasse a visualização de atas de registro de preços feita pela instituição a fim de facilitar a solicitação de aquisição. E que ambos os módulos fossem integrado ao módulo almoxarifado para que melhor fluxo de informação; 2) Criar um módulo de requisição em que os usuários pudessem cadastrar, acompanhar, buscar, autorizar, ser atendidos ou não dos mais variados tipos de requisições, dentre eles o de materiais de consumo; 3) Criar um módulo catálogo possibilitar o cadastro materiais, solicitar um cadastro de material, bem como atender, negar ou retornar essas solicitações, para que padronizassem as descrições dos materiais de consumo a fim de que cada uma delas houvesse um código específico e não houve ambiguidade no sistema; 4) Existem setores dentro do IFRN que precisam estocar materiais de consumo, além do almoxarifado, como é o caso do setor de saúde e coordenação. Por essa razão, seria interessante existir um módulo de estoque diferenciado para que quando sair do almoxarifado o tal setor transferir os dados para o tal módulo a fim de que existisse um controle de estoque via sistema; 130 5) Criar ferramenta que possibilitasse, como foi sugerido pelo entrevistado A6, localizar os materiais no estoque, em que tivesse a opção de identificar qual o armário e prateleira. Ou seja, não seria preciso saber de memória onde tal material se encontra; 6) Que os servidores do almoxarifado cadastre a nota de empenho no SUAP é muito importante, uma vez que são eles que irão receber o material e precisão fazer esse acompanhamento junto com as empresas. Contudo, faz necessário aperfeiçoar o acompanhamento no SUAP, para que tivesse como alimentar nele todo o procedimento que foi realizado junto com a empresa referente a tal nota de empenho. Isso possibilitaria maior transparência e não teria risco das informações não se perderem; 7) Como o estoque compõem materiais diversos, de várias categorias de despesas, como material de expediente, manutenção, dentre outras. Seria salutar ter a opção no SUAP de ter um controle utilizando o método Curva ABC. Em que os materiais mais importantes tivessem o controle mais de perto, seja por que não pode faltar de maneira alguma, seja por que o valor é consideravelmente alto, o coordenador de almoxarifado analisaria cada tipo de material; 8) Existir pelo menos a cada semestre uma reunião com todos que fazem parte da gestão de materiais para que busquem aperfeiçoar, padronizar procedimentos, avaliar, planejar e etc.; 9) Fazer uma comissão com as partes interessadas para trabalhar na formalização dos processos e operações no SUAP; 10) Ter a cada ano a promoção de capacitação, para todos os servidores dos almoxarifados, realizada pela própria instituição, para que todos sejam beneficiados; possibilitaria que os servidores aprendessem coisas novas, reciclariam e a instituição não pagaria um valor tão alto com passagens, hospedagem, diárias e etc.; 11) O SUAP poderia adotar o sistema de códigos de barras para a etiquetagem do material de consumo. Dessa forma, precisaria que 131 tivessem equipamentos apropriados como um leitor de código de barras, além de acrescentar essa operação no sistema; 12) Como sugerido, por vários entrevistados, seria animador para os servidores a ruptura da gestão de materiais com a de patrimônio para que cada gestão focasse em suas atribuições, embora ambas se envolvam, as responsabilidades são diferentes; 13) Aperfeiçoar e promover a operação de configuração de estoque, em que mostra o estoque mínimo, o ponto de pedido, dentre outros; 14) Ter uma filtragem de processos em abertos referente a tal empresa e tal nota de empenho, seja de punição ou de solicitação de prorrogação; 15) Ter mais opções de relatórios como relatório de materiais em garantia, de materiais em ponto de pedido, de materiais mais solicitados, materiais não movimentados, de material sem saldo, dentre outros (conforme apêndice B). 132 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente trabalho foi exposto que as informações são os principais insumos para planejamento estratégico e para a comunicação necessária em uma organização. Sendo essenciais no apoio as operações diárias, no acompanhamento do progresso dos planos de ação que implementam as estratégias e para subsidiar a tomada de decisões, em todos os níveis e setores de uma organização. Ao propor o estudo dos módulos de almoxarifado de dois sistemas de informações: o SIPAC e o SUAP, criado e utilizado, respectivamente, pela UFRN e pelo IFRN, se deparou com duas realidades distintas. Embora houvesse muitas semelhanças no que se refere à estrutura organizacional, por serem duas autarquias federais de ensino do Rio Grande do Norte, por terem algumas mesmas dificuldades de gerir a gestão de almoxarifado, mesmo sendo fragmentadas em unidades, seja em Campus, no IFRN, ou departamentos, UFRN. Primeiramente, a realidade de cada instituição é distinta por considerar que a cultura organizacional é diferente em cada uma, consequentemente todos os processos que tiverem participação humana precisam ser considerados sob ótica da população envolvida, a qual assumirá uma postura conforme sua cultura organizacional. Em segundo lugar, as duas instituições estão vivenciando momentos distintos em sua gestão administrativa, pelo menos no que se refere à expansão do IFRN em várias cidades do estado. E mesmo os sistemas terem sido criados praticamente no mesmo período, é inegável ver o avanço em que o SIPAC se encontra, mesmo ainda tendo que aperfeiçoar muitas coisas; enquanto o SUAP está avançando mais lentamente. O objetivo geral deste trabalho foi descreverem alguns aspectos da gestão de almoxarifado de duas instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado dos sistemas de informação SIPAC e SUAP. E para isso, foram divididos em dimensões de categorias nos dados colhidos no IFRN: recursos humanos, recursos materiais e tecnológicos, processos de trabalho, gestão de 133 informação e integração entre módulos. E conforme os resultados obtidos no IFRN acreditou-se ser melhor que os dados da UFRN serem separados nas dimensões mais específicas de recursos humanos, acessos a informações, controle de estoque, requisições, processo de aquisição e integração entre módulos. Além de ter tido apresentação das operações dos módulos de almoxarifado dos sistemas de cada instituição. Desse modo que foi alcançado o primeiro objetivo. Os objetivos específicos - traçar o perfil dos gestores responsáveis pela gestão de almoxarifado no IFRN, investigar as limitações encontradas nessa gestão fazendo uma comparação com SIPAC - foram alcançados nas análises feitas. Este trabalho não teve a intenção de fazer propostas que não possam ser implantadas, ou presumir que será capaz de propor soluções definitivas e suficientes para resolução de todos os desafios encontrados. Pensou-se de forma sistêmica nas ações possíveis de serem implantadas, com consciência de que mudanças dessa ordem de magnitude em uma instituição do porte do IFRN, precisam ser aprovados pela gestão competente, reitor e pró-reitor de Administração, e que não acontecem do dia para a noite. As limitações do estudo que foram presentes no decorrer do trabalho foram: horizonte temporal estudado, sendo difícil conciliar estudo com trabalho profissional; impossibilidade de entrevistas presenciais aos servidores do IFRN devido a distância das cidades; impossibilidade de fazer mais entrevistas na UFRN com os almoxarifados de outros departamentos e com o central; impossibilidade de maiores esclarecimentos de alguns dados, muitas vezes, pela razão do servidor não ter o conhecimento. Como sugestão para os próximos trabalhos, poderia ser realizado um estudo sobre gestão de processo mais detalhado para sugerir melhorias na administração do IFRN como um todo com o auxílio da gestão de Informação, com a criação de novos módulos para dar suporte às atividades administrativas. Esse tema promete ganhar destaque nos próximos anos, por fato do SUAP está em constante desenvolvimento. 134 REFERÊNCIAIS ALMEIDA, Mário de Souza. Elaboração de projeto, TCC, dissertação e tese: uma abordagem simples, prática e objetiva. São Paulo: Atlas, 2011. ARAÚJO, Luis César G. de. Gestão de processos: melhores resultados e excelência organizacional. São Paulo: Atlas, 2011. BOSSONI, Cassio Augusto. A gestão de estoques no almoxarifado de uma empresa pública de transporte ferroviário. São Paulo, 2009. BOXWELL, Robert Jr. Vantagem competitiva através do benchmarking. Tradução Jose Carlos Barbosa dos Santos. São Paulo: MAKRON Books, 1996. BRASIL. Procuradoria Geral da República. 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Central de Empenho Aba Consultas Operações Finalidades Consultar os empenhos cadastrados. São visualizados todos os detalhes do empenho, além de cancelamentos, anulações e outras informações. Consultar Empenho Consultar Anulação Empenho Consultar Reforço Empenho Consultar Cancelamento Empenho Consultar Documento Resumo para Empenho de Consultar as anulações realizadas nos empenhos. de Visualizar os reforços aplicados ao empenho. de Visualizar os cancelamentos realizados sobre os empenhos. de Consultar o antigo pré-empenho (ou minuta da licitação). Consultar as movimentações de liquidação de empenhos da de unidade gestora do usuário. O usuário visualiza os detalhes do empenho, as liquidações associadas, ordens bancárias e informações dos centros de custos. Consultar Ordem Bancária de Visualizar os dados da Ordem Bancária (OB) cadastrada e liquidações associadas a OB. Pagamento Consultar Movimentação Liquidação de Empenho Aba Estornos Operações Estornar Empenho Estornar Empenho Anulação Liquidação Finalidades de Efetuar o cancelamento da Anulação de Empenho. de Efetuar o cancelamento da liquidação realizada no empenho. Estornar Reforço de Empenho Inativar o reforço do empenho realizado no SIPAC. Estornar Empenho Inativar o empenho cadastrado. Aba Movimentações 141 Operações Finalidades Registrar Nota de Empenho Cadastrar os empenhos vinculados a requisições, vinculados a compras de materiais ou serviços de obras e engenharia e empenhos que se enquadram em outras operações. Alterar Nota de Empenho Realizar as alterações nos dados dos empenhos cadastrados. Reforçar Empenho Alterar o valor do reforço cadastrado. Anexar Arquivo Digitalizado Tem a finalidade de anexar arquivos ao empenho. Listar os documentos de Notas de Empenho que foram Cancelamentos Pendentes de importados do sistema SIAFI, referentes a um cancelamento Registro de empenho, mas que ainda não foram registrados no módulo orçamentário do SIPAC. Listar os documentos de Notas de Empenho que foram Empenhos Pendentes de importados do sistema SIAFI, mas que ainda não foram Registro registrados no módulo orçamentário do SIPAC. Liquidar Empenho Registrar Ordem Bancária Aba Relatórios Operações Tem a finalidade liquidar a obrigação de pagamento. Destina-se ao pagamento de compromissos, bem como à liberação de recursos para fins de adiantamento e suprimento de fundos. Finalidades Exibir os empenhos emitidos por uma unidade, credor, Relatório de Empenhos elemento de despesa, fonte de recurso, plano interno ou Emitidos programa de trabalho em um determinado período ou para o exercício atual e anterior ou ambos. Relatório de Empenhos a Permitir a visualização de todos os empenhos liquidados e que Pagar ainda não foram totalmente pagos. Totalizar os empenhos emitidos pela gestora em que está Relatório do Total de logado e no ano orçamentário corrente ou selecionado pelo o Empenhos Emitidos usuário. Relatório de Detalhamento por Disponibilizar informações dos detalhamentos de empenho agrupados por subitem. Subitem Relatório de Empenhos Saldo dos Exibir os saldos, anulações, reforços, valores liquidados e devolvidos dos empenhos. Relatório de Batimento dos Listar os documentos que foram extraídos do SIAFI e ainda não foram importados para o SIPAC. Documentos SIPAC x SIAFI Relatório de Migrações Listar os documentos que foram migrados do SIAFI e já estão Automáticas de Dados do incorporados ao SCO (Sistema de Controle Orçamentário). SIAFI APÊNDICE B - Relatório das operações e finalidades Aba Relatórios Operações Finalidades 142 Criação de um relatório relacionando todos os materiais que Relatório de Entradas por Nota entraram no almoxarifado do usuário através de notas Fiscal/Invoice fiscais. Criação de um relatório relacionando todas as entradas e Entradas/Saídas Avulsas saídas avulsas de materiais em relação ao almoxarifado do usuário. Criação de um relatório relacionando todas as Relatório do Extrato de movimentações um determinado material ou grupo de Movimentação material num período de tempo. Criação de um relatório relacionando todas Relatório de Movimentação por movimentações um grupo de material no almoxarifado Grupo do Material usuário. Criação de um relatório relacionando todas Relatório de Movimentação por movimentações de um determinado material ou grupo Material material Relatório de Movimentações Criação de um relatório relacionando todas movimentações de material no almoxarifado do usuário. Estornadas Relatório de Notas de Criação de um relatório relacionando as notas recebimento referentes ao almoxarifado do usuário. Fornecimento as do as de as de Relatório de Oferta e Demanda de Criação de um relatório relacionando as ofertas e demandas de materiais referentes ao almoxarifado do usuário. Materiais em Estoque Criação de um relatório relacionando as entradas de material referentes ao almoxarifado do usuário. Requisições Criação de um relatório relacionando as requisições atendidas e negadas pelo almoxarifado do usuário. Relatório de Entradas Relatório de Atend./Negadas Criação de um relatório relacionando todas as Relatório de Movimentação do movimentações de material no almoxarifado de forma Almoxarifado - RMA Analítico analítica. Criação de um relatório relacionando todas as Relatório de Movimentação do movimentações de material no almoxarifado de forma Almoxarifado - RMA Sintético sintética. Criação de um relatório relacionando todas as saídas por Relatório de Saídas por Perdas perdas do almoxarifado do usuário. Criação de um relatório relacionando todos os materiais em Relatório de Estoque Mínimo estoque mínimo no almoxarifado do usuário. Relatório de Fornecedores do Criação de um relatório relacionando todos os fornecedores Material de um determinado material. Criação de um relatório relacionando todas os valores das Relatório de Histórico de entradas de um determinado material. Entradas Relatório de Estoque Inventário Relatório de Materiais a Vencer Criação de um relatório relacionando todos os materiais com prazo de validade prestes a se extinguir. 143 Permitir que o usuário visualize um relatório contendo os materiais que possuem garantia com vencimento dentro em um determinado período. Relatório de Materiais em Ponto Permitir que o usuário liste os materiais que atingiram o ponto de pedido. de Pedido Relatório Garantia de Materiais em Relatório de Fornecedor Materiais do Criação de um relatório relacionando todos os materiais fornecidos por um determinado fornecedor. Relatório de Solicitados Materiais Mais Criação de um relatório relacionando os materiais mais solicitados ao almoxarifado do usuário. Relatório de Materiais Solicitados Relatório de Movimentados Materiais Não Criação de um relatório relacionando os materiais que não sofreram movimentação recentemente. Criação de um relatório relacionando todos os materiais sem Relatório de Material Sem Saldo saldo no almoxarifado do usuário. Relatório de Preços de um Criação de um relatório relacionando os preços de um determinado material. Material Relatório da Situação de um Emitir um relatório da situação de um material, contendo a descrição e a quantidade de compras desse material. Material Total Solicitado e Atendido por Criação de um relatório relacionando os materiais solicitados e atendidos pelo almoxarifado do usuário. Unidade Relatório de Atendimento Comprovante de Emitir um comprovante de atendimento de uma determinada requisição de material. Relatório de Devolução Comprovante de Emitir um comprovante de atendimento de uma determinada requisição de devolução de material. Relatório Reprimidas de Demandas Despesas da Unidade Relatório Unidade de Requisições Unidade Devoluções Atendidas da Permitir que o usuário visualize um relatório contendo a quantidade e valor de materiais que deixaram de ser atendidos. Criação de um relatório relacionando às despesas das unidades da instituição com o almoxarifado do usuário. Criação de um relatório relacionando todas as devoluções de material de uma determinada unidade da instituição. por Criação de um relatório relacionando todas as requisições atendidas pelo almoxarifado para as unidades da instituição. Criação de um relatório relacionando os totais das despesas Relatório Sintético de Despesas das outras unidades para com o almoxarifado do usuário. por Unidade Criação de um relatório relacionando as pendências de uma Relatório de Unidades Devedoras determinada unidade para com o almoxarifado do usuário. 144 Relatório de Análise de Consumo Criação de um relatório contendo os materiais consumidos e suas requisições relacionadas. por Material Relatório de Consumo por Criação de um relatório relacionando os materiais e as quantidades consumidas pelas unidades da instituição. Unidades Relatório de Consumo Correções Financeiras Gerar Etiquetas de Prateleira Requisições Atendidas x Pagas Criação de um relatório relacionando os materiais consumidos pela unidade do usuário. Criação de um relatório contendo as correções financeiras de um grupo ou determinado material num período de tempo. Permite a geração das etiquetas de prateleiras. Criação de um relatório relacionando todas as requisições atendidas e pagas para uma determinada unidade da instituição. APÊNDICE C – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM SERVIDORES DE ALMOXARIFADO DO IFRN PERFIL DO RESPONDENTE 1. Escolaridade: 2. Idade: 3. Tempo de exercício de atividades relacionadas ao setor de almoxarifado da Instituição 4. Já realizou algum curso ou aperfeiçoamento que colaborou para o exercício de suas atividades no setor de materiais/ em caso afirmativo, qual? Parte II- Diagnóstico 1. Poderia-me falar sobre a questão do pessoal em seu setor, por exemplo, as qualificações, a carga de trabalho, a quantidade de pessoal; se ele não mencionar claramente se é ou não suficiente o quantitativo de pessoal, pergunte: você acha que o quantitativo de pessoal é suficiente para desenvolver as atividades de almoxarifado? As atividades de patrimônio são executadas pelo mesmo pessoal do almoxarifado? 2. Sobre a questão dos recursos materiais e tecnológicos: a. Em sua opinião, os recursos materiais, tecnológicos e de infraestrutura (hardware, estrutura física para trabalho e armazenagem dos materiais) são suficientes para atender a demanda? b. Há algum recurso ou instrumento de trabalho que gostaria que fosse implantado para facilitar as atividades? Como Leitor de código de barras? 145 c. Você utiliza outro instrumento, além do SUAP para a realização das atividades? Caso positivo, qual? 3. Sobre os processos de trabalho: d. Em seu setor existem formulários padronizados? e. Qual a consequência dessa ausência? f. Algum serviço ou processo de trabalho já ficou prejudicado por causa disso? g. Como são feitas as solicitações de requisições? h. O que você das requisições serem feitas através do SUAP em que os usuários tivessem acesso do material que tem no estoque? i. Fale um pouco sobre quais são os principais regulamentos que normatizam o funcionamento da gestão de materiais em sua instituição. Poderia citar alguns exemplos? O que me diz sobre seus conhecimentos sobre estas normas? j. Como vocês fazem o controle de estoque quanto a validade, o ponto de pedido? Vocês utilizam algum método de estoque? k. De quanto tempo é feito o inventario do estoque? l. O estoque físico normalmente bate com o do SUAP? Caso não, o que você acha que motivou isso? m. Como você mensura a quantidade de material no estoque? n. Existe uma padronização para organizar o estoque? 4. Sobre a gestão da Informação: o. Em sua opinião, as informações são acessíveis no processo de aquisição para o requisitante, que planejou e para o almoxarifado? Você acha que as informações com a administração fluem eficazmente? p. Como é feita a punição as empresa que não cumprem o edital da licitação? Existe um acompanhamento do processo que abre? q. A contabilidade todo mês faz o balancete do estoque de consumo? Como é essa interação? r. Você utiliza a operação de estoque, de controle fornecido pelo SUAP? Caso positivo, você acha eficaz para garantir o controle? Se for negativo, qual o motivo de não usar? s. SUAP atende todas as suas necessidades de informação na gestão de materiais? Sente falta de algum tipo de relatório, operação? Poderia nos dar alguns exemplos de falhas devido à falta de informação? 146 t. Você que seria importante à classificação dos materiais por importância? Justifique. u. Você acha necessária a padronização importante? O que você acha de um setor cadastrar? v. De modo geral o que o SUAP poderia ser melhorado? 5. Sobre a integração de módulos: a. Você já chegou a pensar sobre a possibilidade de integração do módulo almoxarifado com outros módulos, como requisições, orçamento? b. Que vantagens você enxerga nessa integração? c. E em termos de barreiras, quais seriam as dificuldades para sua instituição implementar esta integração? APÊNDICE D – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM SERVIDOR DO ALMOXARIFADO NA UFRN 1. Função que exerce na instituição, quanto tempo: 2. Quantas pessoas trabalham no setor de almoxarifado? Esse número é suficiente? Sem o SIPAC seria necessário mais pessoas? 3. Você considera que o SIPAC disponiliza as informações necessárias ao desempenho de todas as atividades desenvolvidas em seu setor? 4. Seu setor disponibiliza algum manual ou documento semelhante que oriente as rotinas administrativas referentes à gestão patrimonial? Você considera os manuais disponibilizados na própria Wikisistemas suficientes para orientar as atividades desenvolvidas no seu setor? 5. Como é feita a requisição dos materiais pelo SIPAC? 6. Como é feito o cadastramento da nota de empenho? 7. O módulo almoxarifado é integrado com outros módulos? Quais? Protocolo? Orçamento? 8. Como é feito o processo de devolução de materiais? 9. Como é feito o processo de compra? É integrado com todas unidades? 10. Como é feito o controle de validade? Se estiver perto de vencer qual é o procedimento adotado? 147 11. A etiqueta que é gerada pelo sistema atende? APÊNDICE E – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM O ANALISTA A SINFO 1. Comentar sobre como o SIAPAC começou? Quando surgiu a necessidade? Quem teve a ideia?(por onde começou?) 2. Como foi feita a integração entre o módulo de almoxarifado e o de orçamento? Precisou que os dados estivessem uniformes? E como é feita a integração do SIAFI nesses módulos? Interfere o do almoxarifado? 3. Como é feita a integração dos dados entre os módulos almoxarifado e compras? As descrições dos materiais são os mesmos? 4. É feita uma espécie de upload de informações do Comprasnet? Caso sim, quais são elas? 5. As alterações feitas no módulo almoxarifado, como transferências de matérias de consumo, entrada de nota fiscal, são visíveis no módulo de orçamento? APÊNDICE F – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM O CONTADOR 1. Como é feita a integração do módulo orçamento com o de almoxarifado e o de requisições? Quais as informações são compartilhadas? o que você acha dessa interação? há algo ainda a ser melhorado? 2. Como é feito o acompanhamento das notas de empenhos? Você que entra em contato com a empresa? Como é o processo das notas de empenho? 3. Como é feita a descrição dos materiais? Coloca a mesma do empenho? e quando já existe o material no SIPAC? Ficam duas descrições distintas para a mesma coisa? O setor de almoxarifado pode nomear? Caso positivo, tem algum prejuízo? Como o setor de almoxarifado acompanha? 4. Quando há dois materiais iguais que ficam com a mesma descrição e com valores diferentes? Faz a média dos valores? Há algum prejuízo? Não seria melhor sair primeiro o valor mais antigo para o mais novo? 148 5. Você acha importante a integração do módulo de orçamento com o SIAFI? O que melhorou? 6. Como funciona a divisão do orçamento para a solicitação de um material? APÊNDICE G – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM ANALISTA DE TECNOLOGIA DO IFRN 1. Como o módulo de Almoxarifado foi desenvolvido? Usou como base o que? Os servidores, outros softwares? 2. Existem algumas dificuldades em os servidores solicitarem alterações no SUAP? 3. Como o SUAP é disponibilizado para outros órgãos? É pago? 4. Existe integração do módulo almoxarifado com o de orçamento? 5. Você acha que é viável a integração com o SIAFI ou Comprasnet?