estatisticamente significativas por causa da mecânica de retração ou severidade de reabsorção. Teoricamente, a mecânica segmentada não aplica qualquer força direta sobre os dentes não incluídos no aparelho e portanto não deveria dirigir quaisquer forças desnecessárias sobre as raízes anteriores quanto os caninos são retraídos. A utilização inicial do arco contínuo pode inadvertidamente gerar níveis de força não fisiológicos sobre as raízes e periodonto como o alinhamento e vestibularização dos dentes. O termo round tripping pode então ser aplicado quando os dentes são retraídos posteriormente no tratamento. Uma maior reabsorção radicular como resultado do arco contínuo nos dentes anteriores não foi observada neste estudo em relação à retração segmentada. Conseqüentemente, isto pode levar à crença de que a reabsorção radicular é mais uma função da susceptibilidade individual do que o resultado do tipo de aparelho. É interessante observar, entretanto, que as raízes dos incisivos laterais superiores apresentaram os maiores níveis de reabsorção o que poderia refletir uma relação entre as estruturas radiculares dos mesmos e a inclinação imbutida no sistema de braquetes pré-angulados. Embora muitos profissionais acreditem que a extensão da reabsorção radicular esteja diretamente relacionada com a distância movimentada, tais diferenças não foram observadas nos dois grupos exami- nados, embora os incisivos superiores tenham apresentado uma maior severidade de reabsorção quando comparado com os incisivos inferiores. Presumir que os dentes submetidos à mecânica de arco contínuo sejam mais propensos à reabsorção radicular quando comparados com a mecânica segmentada pode ser um equívoco. Os autores concluíram que, valores esqueléticos e dentários pré-tratamento com retração e extensão do tempo de tratamentos similares apresentam níveis equivalentes de reabsorção radicular quando as duas técnicas são comparadas. Nenhuma das técnica pareceu predispor a dentição a níveis mais elevados de risco. Figura 1 - Radiografia panorâmica apresentando arredondamento radicular discreto . B, radiografia panorâmica apresentando arredondamento moderado do ápice radicular. C, radiografia panorâmica apresentando arredondamento excessivo do ápice radicular. UNITERMOS: reabsorção radicular; movimentação ortodôntica. 004-97 - LEVELS OF ROOT RESORPTION ASSOCIATED WITH CONTINUOUS ARCH AND SECTIONAL ARCH MECHANICS. AM. J. ORTHOD. DENTOFACIAL ORTHOP., V. 110, N. 3, P. 321-4, 1996. TRADUÇÃO: KÁTIA REGINA MACHADO; SÍNTESE: DRA. LUCIANE MAEDA; DIAGRAMAÇÃO: MARCELO CRISTIANO NEGRI BENATTO, RONIS FURQUIM SIQUEIRA. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 MARÇO / ABRIL - 1997 51 Fatores de Risco Associados com Lesão em Incisivos em Crianças no Primeiro Grau MICHAEL J. KANIA, DDSA STEPHEN D. KEELING, DDS, MSB SUSAN P. MCGORRAY, PHDC TIMOTHY T. WHEELER, DMD, PHDD GREGORY J. KING, DMD, DMSCE A DEPARTAMENTO DE ORTODONTIA, FACULDADE DE O DONTOLOGIA , UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA, GAINESVILLE, FLA. DEPARTAMENTO DE O RTODONTIA , FACULDADE DE ODONTOLOGIA , UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA, GAINESVILLE, FLA. C DIVISÃO DE BIOESTATÍSTICA, DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA, F ACULDADE DE ARTES LIBERAIS E CIÊNCIAS, UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA. D DEPARTAMENTO DE ORTODONTIA, FACULDADE DE O DONTOLOGIA , UNIVERSIDADE DA FLÓRIDA. E DEPARTAMENTO DE ORTODONTIA, ESCOLA DE ODONTOLOGIA, UNIVERSIDADE DE WASHINGTON, SEATTLE, WASH. B Este estudo examinou os fatores de risco associados com trauma de incisivos em 3396 crianças do terceiro e quarto anos do primeiro grau no Condado de Alachua, Flórida. A idade média da amostra era 9,5 anos sendo 52% do sexo masculino e 60% caucasianos. Foi observado trauma em incisivos em 651 estudantes (19,2%) e 868 dentes (3,2%).Um dos seis ortodontistas realizou REVISTA DENTAL PRESS DE o exame padrão em cada criança para avaliar a severidade do trauma em incisivos, gênero, idade, raça, relações esqueléticas, má-oclusão morfológica, exposição do incisivo, abertura interlabial, ruídos na ATM, trauma no mento e história de trauma facial inferior. O trauma dos incisivos ocorreu principalmente no arco superior; os incisivos centrais superiores correspondiam a 66,8%, enquanto cada um dos seis dentes remanescentes, incisivos superiores e inferiores, a 4,3% a 6,1%. As fraturas do esmalte foram os traumas mais comuns, correspondendo 89,4%. A combinação das fraturas de esmalte/ dentina foram observadas em 90 incisivos, 10,4% dos traumas. Somente dois (0,2%) dos incisivos traumatizados apresentavam evidência de exposição da polpa. Não houve dentes cujas fraturas foram consideradas na margem gengival ou abaixo da mesma. As lesões de incisivos estavam localizadas na maxila em 75,4% dos estudan- ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 tes, na mandíbula em 15,7% e em ambos os maxilares em 7,8%. O número de dentes traumatizados por estudante variou de um a seis, com somente um dente afetado em 73,1% dos estudantes. Vinte e sete estudantes apresentaram trauma em três ou mais incisivos. Uma porcentagem significativamente maior de trauma no incisivo foi encontrada em estudantes do sexo masculino, não caucasianos, com relato de trauma, e naqueles com trauma do mento, perfil Classe II, e maxila e mandíbula prognáticas. Não houve diferenças entre os grupos com e sem trauma na freqüência de ruídos na ATM. Os testes de Wilcoxon indicaram que as crianças com trauma em incisivos diferiram daqueles sem trauma por serem mais velhos, apresentarem menor abertura interlabial, trespasse horizontal maior e comparecimento antecipado ao horário do exame (tabela 1). O presente estudo demonstrou maior prevalência de trauma MARÇO / ABRIL - 1997 52 em incisivos em crianças não-caucasianas (negros, hispânicos, orientais, e indivíduos descendentes de mediterrâneos). Este resultado não havia sido relatado em estudos anteriores e pode estar relacionado com as diferenças cultural, social e econômica. Os resultados deste estudo apóiam as seguintes conclusões: 1. Um dentre cinco crianças escolares do terceiro e quarto anos (19,22%) no Condado de Alachua, Flórida, apresentavam trauma em incisivos clinicamente detectáveis. Basicamente o trauma em incisivos nestas crianças envolveu somente o esmalte (89%), estava localizada na maxila (75%), atingiu os incisivos centrais superiores (67%), e afetou um único dente (73%). 2. A idade, gênero, raça, escola, tempo de exame médico, ortodontista, história de trauma facial, trauma de mento, perfil, trespasse horizontal, abertura interlabial, e as posições horizontais da maxila e man- díbula estavam associados com o trauma em incisivos. 3. O risco de qualquer trauma em incisivos foi maior para as crianças que tinham uma maxila prognática, uma história de trauma, eram mais velhos, do sexo masculino, e apresentavam maior trespasse horizontal e diastemas anteriores na mandíbula. Estas associações eram maiores nas crianças que apresentavam trauma em incisivos mais severo do que apenas uma fratura isolada do esmalte. Tabela 1 - Resultados univariados das váriaveis contínuas comparando os grupos com e sem trauma . Variável Condição de Trauma N Mediana Média D.P. Min. Máx. Test* Idade sem trauma trauma 2700 640 9.38 9.73 9.41 9.77 0.75 0.77 6.95 7.81 12.36 12.61 <.001 Exposição do Incisivo (mm) sem trauma trauma 2034 537 1 1 1.64 1.62 1.80 1.82 0 0 10 10 0.702 Intervalo Interlabial (mm) sem trauma trauma 2033 537 0 0 1.27 1.21 1.96 2.23 0 0 12 15 0.019 Abertura Máxima (mm) sem trauma trauma 2741 650 46 47 47.29 47.63 5.79 6.09 25 32 70 67 0.194 Trespasse Horizontal (mm) sem trauma trauma 2743 651 3 4 3.47 3.78 1.94 1.91 -4 -2 12 12 <.001 Dados do Exame Médico** sem trauma trauma 2742 651 59 31 24.55 -13.39 78.48 90.77 -242 -142 172 104 <.001 * Teste de Wilcoxon, valor de P ** Número de dias da data do exame médico até 09/01/90 013-97.ART - RISK FACTORS ASSOCIATED WITH INCISOR INJURY IN ELEMENTARY SCHOOL CHILDREN .THE ANGLE ORTHOD., V. 66, N. 6, P. 423-432, 1996. TRADUÇÃO: KÁTIA REGINA MACHADO; SÍNTESE: DRA. LUCIANE MAEDA, DRA. ROSELY SUGUINO; CONSULTORIA: DR. CARLOS ALBERTO CONRADO (COLABORADOR DIAGRAMAÇÃO: FABRÍCIO ALVES, RONIS FURQUIM SIQUEIRA. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 DA REVISTA DENTAL PRESS); MARÇO / ABRIL - 1997 53 Seção Clínica Prêmio Ortológico de Viagem* D.O. MORRIS, B.D.S., F.D.S.R.C.P.S.(GLAS), F.D.S.R.C.S. (ENG), M.SC., M.ORTH. R.C.S (ENG) D EPARTAMENTO DE ORTODONTIA, THE R OYAL L ONDON H OSPITAL , WHITECHAPEL, LONDON - UK *Estes casos foram premiados com o Prêmio Ortológico, 1995. O prêmio ortológico é oferecido para o candidato que apresentar os dois melhores casos de exame de publicação de mestres, os quais são apresentados na seção de demonstrações clínicas da Conferência Anual Britânica de Ortodontia. Os dois melhores casos submetidos à premiação durante a conferência de 1995, ocorrida em Bournemouth, são descritos: o primeiro é um caso de má-oclusão Classe III adulta; o segundo, uma má-oclusão Classe II, Divisão I. Caso I Uma mulher com 21 anos de idade, descendente de chineses-malásios, foi encaminhada por um ortodontista local. Ela estava preocupada com a aparência de seus dentes anteriores superiores e o modo como eles ocluíam com os incisivos inferiores (fig. 1a-i). No exame, ela apresentou-se com má-oclusão Classe III topo-atopo com pequena discrepância de base esquelelética (devido principalmente a uma hipoplasia maxilar relativa), com o ângulo entre os planos mandibular-Frankfort aumentado e uma altura facial inferior moderadamente aumentada. Era evidente um grau de assimetria facial que afetava o terço superior da face e região orbital. Ambos os lábios estavam retruídos em relação à linha “E” estética de Ricketts. O perfil era reto com a região frontonasal retruída e um ângulo nasolabial agudo. A paciente nasceu com fissura isolada do REVISTA DENTAL PRESS DE palato secundário - isto foi reparado na Malásia aos três anos. O índice do componente de Saúde Dentária (CSD) no índice de necessidade de tratamento ortodôntico (INTO) para o caso I é de nota 5, enquanto que o índice de avaliação inter-profissionais (PAR) total pré tratamento é de 49. Os objetivos do tratamento foram: (1) realizar o alinhamento do arco através da compensação ortodôntica ao invés da correção esquelética; (2) correção do apinhamento através da extração de três dentes permanentes e decíduos retidos; (3) expansão, nivelamento e alinhamento dos segmentos posteriores; (4) nivelamento e alinhamento dos segmentos anteriores com leve protusão dos incisivos superiores e retração compensatória do segmento anterior inferior; (5) correção do desvio da linha média superior, (6) um aumento do trespasse horizontal e vertical; (7) obtenção de uma relação molar Classe I bilateralmente e fechamento de quaisquer espaços residuais; (8) estabelecimento de uma boa oclusão funcional. O tratamento envolveu a instalação de um aparelho superior removível para expansão do arco e protusão do 12 e 22 para descruzar a mordida. Um aparelho fixo Edgewise pré-ajustado inferior (slots 0,022 x 0,028 polegadas nos braquetes com prescrição de Andrews e bandas molares com prescrição de Roth) utilizando a forma de arco 100% Euro, foi instalado durante a fase do aparelho removível superior. Um aparelho fixo superior da mesma prescrição foi instalado uma vez, conse- ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 guindo a expansão satisfatória do arco. O tratamento consistiu de 21 visitas em um período de 28 meses. Este caso tratado está em uma categoria “amplamente melhorada” do nomograma PAR (reduzido de 49 para 0) e representa uma redução de 100% no classificação PAR (Fig. 2a-i). Caso II Este menino com 13 anos de idade estava preocupado com a protusão de seus dentes superiores anteriores (fig. 3a-i). No exame, ele apresentou-se com uma máoclusão Classe II, Divisão I severa e uma relação de base esquelética de classe II moderadamente severa associada com um retrognatismo mandibular significante e um ângulo dos planos mandibularFrankfort levemente reduzido. Contagem INTO=5 Contagem PAR pré-tratamento avaliada =32 Os objetivos do tratamento foram: (1)aumentar o potencial de um crescimento mandibular favorável e melhorar o perfil esquelético e tecido mole do paciente através das técnicas de modificação do crescimento; (2) correção da discrepância ântero-posterior do arco ; (3) redução da angulação dos incisivos superiores acompanhada por alguma intrusão do segmento anterior superior enquanto aceita-se alguma compensação do segmento anterior inferior para o padrão esquelético; (4) redução do trespasse horizontal e vertical com obtenção de uma relação molar Classe I bilateral. O plano de tratamento envolveu uma fase inicial de modificação do crescimento com um aparelho funcional Twin Block seguido por uma segunda e final fase de MARÇO / ABRIL - 1997 54 Caso I Caso II Figuras 1a-i Figuras 3a-i Figuras 2a-i Figuras 4a-i tratamento ortodôntico utilizando aparelhos Edgewise fixos pré-ajustados superior e inferior (slots com 0,022 x 0,028 polegadas dos braquetes com prescrição de Andrews e bandas molares com prescrição de Roth) com a forma de Euro 100%. A decisão da necessidade de quaisquer extrações dentárias seria feita no fi- nal do primeiro estágio de tratamento. O uso de ancoragem extrabucal de tração alta com gancho em J para o segmento anterior superior foi planejado para o início do tratamento com aparelho fixo, a fim de obter alguma intrusão e retração dos incisivos superiores e também restringir qualquer movimento pós-funcional para frente da dentadura superior. Este caso tratado está na categoria "amplamente melhorado" do nomograma PAR (reduziu de 32 para 0) e indica uma redução de 100% na contagem PAR foi alcançada. (fig.4a-i) UNITERMOS: publicação-prêmio; má-oclusão de Classe III; má-oclusão de Classe III divisão 1. 076-96.ART - ORTHOLOGIC TRAVEL AWARD. BRITISH JOURNAL OF ORTHODONTICS, V. 23, N. 3, P. 191-8. TRADUÇÃO: KÁTIA REGINA MACHADO; SÍNTESE: DRA. LUCIANE MAEDA, DRA. ROSELY SUGUINO; CONSULTORIA: DR. WEBER URSI (CONSULTOR CIENTÍFICO DA REVISTA DENTAL PRESS); DIAGRAMAÇÃO: RONIS FURQUIM SIQUEIRA, FABRÍCIO ALVES. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 MARÇO / ABRIL - 1997 55 Pré - tratamento Ortodôntico Anterior ao Transplante de Caninos Palatalmente Impactados: Relato de Caso em uma Nova Proposta LENA B ERGLUNDA, JÜRI KUROLB SVEN KVINTB D EPARTAMENTO DE AO RTODONTIA E BCIRURGIA BUCAL, I NSTITUTE FOR POSTGRADUATE DENTAL EDUCATION, JÖNKÖPING, SUÉCIA A exposição cirúrgica de caninos impactados seguida de tração ortodôntica têm sido freqüentemente indicada. Uma outra posibilidade de tratamento é o transplante autógeno do canino superior e isto foi primeiramente relatado por WIDMAN em 1915. De vital importância é que o enxerto seja removido sem danos ao periodonto. Entretanto, a posição horizontal do canino superior palatalmente impactado com a coroa próxima aos ápices dos incisivos torna impossível, algumas vezes, uma remoção não traumática. Para tais posições oblíquas, o pré-tratamento ortodôntico poderia movimentar o canino superior impactado para uma posição mais favorável e facilitar a remoção cirúrgica e o REVISTA DENTAL PRESS DE transplante autógeno. Este relato descreve e avalia um método para o pré-tratamento ortodôntico de caninos superiores palatalmente impactados em posições oblíquas onde uma remoção cirúrgica não traumática é considerada de risco ou impossível. De 1984 a 1993, um total de 21 caninos superiores em 19 pacientes (sete mulheres e 12 homens) foram transplantados no Department of Oral Surgery, Institute for Postgraduate Dental Education, Jönköping, Sweden, por um cirurgião bucal. A idade dos 19 pacientes variou entre 10-55 anos, com idade média de 19,5 anos. Dos 19 pacientes, 16 tinham mais de 20 anos de idade. Em oito casos, (sete indivíduos), os caninos superiores palatalmente impactados apresentavam uma posição desfavorável para o transplante autógeno. Após a exposição cirúrgica, eles foram pré-tratados ortodonticamente através de movimento distal e verticalização e então transplantados. No grupo pré-tratado, a idade va- ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 riou de 14-20 anos (idade média de 16,9 anos). O período médio para o pré-tratamento ortodôntico foi de 7,5 meses (variação de 6-10 meses). O pré-tratamento ortodôntico se inicia com a colocação de uma barra transplatina soldada nas bandas dos primeiros molares permanentes. O canino é então exposto cirurgicamente e um botão é colado com uma corrente de prata ou fios de ligadura de aço inoxidável que atravessam a mucosa palatina para tração. Então, uma corrente elástica é ligada do canino à barra transpalatina modificando a posição oblíqua do canino, geralmente pela tração distal reta. Em casos onde há necessidade de abertura de espaço para o canino superior permanente, este tratamento com aparelho fixo começa aproximadamente um mês mais tarde quando a coroa do canino é movimentada além do contato próximo dos incisivos, portanto evitando o risco de reabsorção da raiz. Quando MARÇO / ABRIL - 1997 56 espaço é obtido e o canino está numa posição favorável para a remoção não traumática, é realizado o transplante (Figura 1). O transplante autógeno pode portanto ser considerado uma alternativa uma vez que a taxa de sucesso é aceitável. O pré-tratamento ortodôntico descrito aqui pode ainda melhorar o prognóstico. Uma vez que relatos recentes apresentam insucessos menores que 10%, o transplante autógeno pode ser indicado para pacientes selecionados que apresentam caninos superiores impactados, especialmente associadas a um pré-tratamento ortodôntico de caninos em posições oblíquas. A B C F G H I J K L M N D E O Figura 1 - Menino, 13 anos e 5 meses de idade no início do tratamento com canino superior direito impactado. 53 persiste. (A, B) Observação clínica. (C-E) Radiografia revelando o canino direito em uma posiçào oblíqua desfavorável para remoção não traumática e transplante. (F,G) Exposição cirúrgica e colagem de um botão no canino. (H,I) Durante 6 meses o canino foi distalizado e verticalizado. (J) O traçado do cefalograma lateral mostra a verticalização do canino para uma posição mais favorável para a remoção não traumática. (K) Cicatrização 1 semana após o auto-enxerto com fixação não-rígida. (L) Radiografias periapicais 12 meses após o transplante apresentam boas condições periodontais e apicais para o canino e reações normais ao estímulo elétrico na polpa. Observe a ausência de obliteração da pulpar do canino e o grau de reabsorção estabilizada da raiz do incisivo lateral. (M) Observação clínica da condição marginal do canino 12 meses após o transplante. (N, O) Observação após clínica 18 meses. UNITERMOS: canino impactado; cirurgia; tração ortodôntica; transplante autógeno. 015-97.ART - ORTHODONTIC PRE-TREATMENT PRIOR TO AUTOTRANSPLANTATION OF PALATALLY IMPACTED MAXILLARY CANINES: CASE REPORTS ON A NEW APPROACH. EUR. J. ORTHOD., V. 18, N. 5, P. 449456, 1996. TRADUÇÃO: KÁTIA REGINA MACHADO; SÍNTESE: DRA. LUCIANE MAEDA, DRA. ROSELY SUGUINO; DIAGRAMAÇÃO: FABRÍCIO ALVES, RONIS FURQUIM SIQUEIRA. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 2 MARÇO / ABRIL - 1997 57