Por causa da greve, prefeitura de Florianópolis monta força-tarefa para o transporte coletivo Município definiu rotas e preços de transporte alternativo, já que haverá paralisação por tempo indeterminado A prefeitura da Florianópolis montou a estratégia de transporte para atender a população durante a greve de motoristas e cobradores de ônibus da Grande Florianópolis, com data marcada para a próxima segunda-feira, a partir da 0h. O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano (Sintraturb) entregou o comunicado formal à Secretaria de Transportes, Mobilidade e Terminais, oficializando o aviso de greve com 72h de antecedência, de acordo com a lei. Com o documento, a Procuradoria Geral do Município acionou o Ministério Público do Trabalho para garantir o cumprimento da frota mínima de serviço, conforme prevê a Constituição Federal. Vans já estão cadastradas Em paralelo, a prefeitura apresentou um plano de transporte especial para atender a população, operado por ônibus escolares e vans de turismo já cadastrados pelo município. Até preços já foram definidos (veja abaixo). Confira as rotas do transporte alternativo Prefeitura media “Temos um plano de ação, mas acreditamos que a greve pode ser descartada. Já solicitamos ao Ministério Público do Trabalho que faça a mediação urgente das negociações entre os sindicatos trabalhista e das empresas” — afirmou o vice-prefeito João Batista Nunes. A greve foi motivada por desacordo de patrões e empregados sobre a jornada e aumento de salário. Segurança O vice-prefeito João Batista Nunes vai se reunir nesta sexta-feira, às 10h, com o comando da Polícia Militar para viabilizar uma estratégia de segurança a ser aplicada durante a greve, garantindo a fiscalização do transporte alternativo e a segurança de todas as partes envolvidas na paralisação. O 4º BPM informou que a inteligência já monitora a situação desde o início da semana. Setuf diz que não há mais como negociar horário Em comunicado oficial à imprensa, quinta-feira, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf) alegou que a reivindicação dos trabalhadores é economicamente impraticável e trará prejuízos para o transporte coletivo da Capital. De acordo com o presidente, Waldir Gomes da Silva, seria necessário contratar cerca de 250 funcionários a mais para adequar o sistema em vigor a uma jornada de 6h. Para arcar com os custos, a passagem precisaria passar a custar R$ 3,20. “A população pode pagar esse preço? Não pode.” — afirmou o representante das empresas. Carga de estresse O diretor de Comunicação do Sintraturb, Antonio Carlos Martins, alega que a carga horária faz com que 20% dos profissionais estejam afastados por esstresse, depressão, e outros problemas de saúde. Eles ficam 7h40min à disposição da empresa, pois há uma hora de almoço e a maioria fica no entorno do terminal — explica. ENTENDA O IMPASSE O que querem os trabalhadores Aumento salarial com base no INPC e mais 5%. Redução da jornada de trabalho de 6h40min para 6h, sem redução salarial. O que diz o Setuf A diminuição da carga horária é inviável, pois exigiria a contratação de mais funcionários, e as empresas não podem arcar com o custo, que teria impacto no preço da passagem. A prefeitura já sinalizou que não vai mais autorizar aumento de tarifa. Alternativas de transporte em Florianópolis Ônibus municipais em frota mínima Se a lei for cumprida, 70% da frota funcionará nos horários de pico: serão 331 ônibus circulando das 6h30min às 9h e das 16h30min às 20h30min. 30% da frota nos horários de entre pico: 138 ônibus circulando entre 0h e 6h29min, 9h01min e 16h29min, e das 20h30min à 0h. Fiscalização Os fiscais de terminal da prefeitura vão verificar o cumprimento do quadro de horários. Em caso de descumprimento, a prefeitura vai acionar a procuradoria do Ministério Público Federal do Trabalho para tomar as medidas jurídicas cabíveis. SERVIÇO DE TRANSPORTE ESPECIAL Funcionamento Cinco bolsões de transporte alternativo serão criados na região central de Florianópolis (veja o mapa acima). A frota, de 430 veículos, será composta por ônibus, micro-ônibus e vans já cadastrados pela prefeitura para turismo e transporte escolar. Nos bairros, os passageiros vão embarcar e desembarcar nos pontos de ônibus. Os terminais de integração estarão fechados. Regiões atendidas Área central, Continente, Norte da Ilha, Leste da Ilha e Sul da Ilha. Percurso Os veículos vão percorrer o mesmo trajeto do transporte coletivo e estão orientados a parar em todos os pontos de ônibus que tenham passageiros. Preço da passagem R$ 4 para a área central da cidade, que vai do Centro ao Norte, até o Floripa Shopping, ao Leste até o Itacorubi e ao Sul até o aeroporto. R$ 5 para as outras regiões. Horário de circulação Das 5h às 20h. Após esse horário, os veículos só vão circular se houver demanda. Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2012/05/por-causa-da-greve- prefeitura-de-florianopolis-monta-forca-tarefa-para-o-transporte-coletivo-3769471.html