Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Departamento de Cirurgia
Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
DIRETRIZES
2 0 07
Antonio Jose Gonçalves
A Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço iniciou suas
atividades em 1991, portanto, há 16 anos. Neste período, do ponto de
vista assistencial, foram atendidos milhares de pacientes, a saber:
Atendimentos ambulatoriais : em média são 6000 atendimentos
por ano, sendo que este número vem aumentando ano a ano. Houveram
6466 atendimentos médicos em 2006.
Cirurgias :
Tireóide: 1230
Paratireóide : 49
Boca: 399
Laringe: 440
Faringe: 213
Seios paranasais: 45
Pele, incluindo melanoma: 65
Glândulas Salivares: 305
Afecções Congênitas: 108
Urgências – abscessos, fasciítes e traumas: 428
Traqueostomias: 483
Metástases Cervicais : 82
Outras: 823
No aspecto ensino, temos residência reconhecida pelo Ministério de
Educação e Cultura desde 1994 e já formamos 16 residentes e estagiários, no
nosso serviço. Além disso temos um grupo de alunos da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – o Grupo Acadêmico de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço – que participa ativamente das atividades de ensino e pesquisa
do nosso grupo.
Desde 1999 somos considerados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia
de Cabeça e Pescoço como um dos 17 centros formadores em Cirurgia de
Cabeça e Pescoço do Brasil.
Desde 1993 temos participado ativamente de todas as atividades da
cirurgia de cabeça e pescoço no Brasil e em algumas oportunidades no exterior.
Temos também pós graduação “sensu strictu”. No serviço já foram
defendidas 12 teses, a maioria delas com nosso próprio material.
Assim creio que todo este cabedal de atividades assistenciais e
cientificas, associados à tradição de nossa Escola, do Departamento de Cirurgia e
da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo nos credenciam a
traçar as diretrizes de tratamento das diferentes doenças que acometem a região
da cabeça e pescoço, baseadas na nossa experiência, adquirida no tratamento
destes inúmeros pacientes e, no bom senso que nossos professores nos legaram.
Por fim, o que aqui proporemos não é imutável e, não teremos duvida em
mudar qualquer conduta caso as evidências clinicas e cientificas assim o
determinem.
Estas diretrizes foram discutidas pelo nosso grupo como um todo com
ativa participação dos assistentes e dos pós-graduandos. Nos assuntos em que
nossa experiência era limitada foram consultados colegas especialistas com maior
experiência para que o “PROJETO DIRETRIZES CCP-SANTACASA-SP”
mantivesse um elevado nível técnico científico.
A magnitude de um serviço é dada por uma série de fatores, a saber,
éticos, morais, profissionais, técnicos, científicos entre outros. Temos a certeza de
que nosso serviço apesar de “adolescente” – com pouco mais de 16 anos de
existência – já está maduro e dando bons frutos. Isto tem como credores muitas
pessoas e serviços de cirurgia de cabeça e pescoço disseminados por todo este
imenso Brasil, que não vamos enumerar para não sermos injustos com ninguém.
Mas, sem duvida alguma, a melhor prova de que o serviço é maduro é quando tem
a capacidade de ditar normas e condutas baseado na sua experiência, e é com
muito orgulho que o nosso serviço – DISCIPLINA DE CIRURGIA DE CABEÇA E
PESCOÇO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO
PAULO - apresenta suas diretrizes para as principais doenças da nossa
especialidade.
DIRETRIZES GERAIS
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
IX.
X.
Doenças da Tireóide
Câncer da Laringe
Câncer da Faringe
Câncer da Cavidade Bucal
Câncer da Pele e Melanoma em CCP
Câncer das Glândulas Salivares
Câncer dos Seios Paranasais
Esvaziamentos Cervicais
Radioterapia em tumores de cabeça e pescoço – linhas gerais
Quimioterapia em CEC de cabeça e pescoço – linhas gerais
V.
CÂNCER DA PELE E MELANOMA EM CCP
TUMORES DE PELE – NÃO MELANOMA
9DIAGNÓSTICO
¾biópsia excisional se possível
¾biópsia incisional
¾TC nos casos avançados (maioria em que atuamos)
9TRATAMENTO do TUMOR
¾Ressecção com margens:
™CBC - 5mm
™CEC - 10mm
Colheita de margens do leito operatório (obrigatório)
9TRATAMENTO da PARÓTIDA
¾Associar PAROTIDECTOMIA SUPERFICIAL se:
™Metástases linfonodais
(cervicais, excluindo as parotídeas/periparotídeas)
™Invasão de osso temporal
™Lesões pré-auriculares e de terço médio da face
¾Associar PAROTIDECTOMIA TOTAL se:
™Invasão da glândula
™Metástases intra/periparotídeas
9TRATAMENTO do PESCOÇO
¾ECS (I,II,III): se metástases na parótida
¾ECRM: se metástases no pescoço
9RADIOTERAPIA ADJUVANTE
¾Margens exíguas
¾Invasão angio-linfática/perineural
¾Carcinomas pouco diferenciados
¾Presença de metástases linfonodais
MELANOMAS
9DIAGNÓSTICO
¾Biópsia incisional - casos avançados
¾Biópsia excisional - casos iniciais
¾RNM crânio
¾TC face e pescoço
¾USG abdome
¾Radiografia de tórax
¾TC tórax e abdome - estadio III e IV
¾Linfocintilografia
¾Biópsia de linfonodo sentinela (se linfocintilografia positiva)
9TRATAMENTO do TUMOR
¾Ressecção com margens:
10mm - Breslow < 1mm
20mm - Breslow > 1mm*
* respeitar as implicações da ressecção com margens
9TRATAMENTO do PESCOÇO
¾A Pesquisa do linfonodo sentinela sempre deve ser realizada. É
fundamental, porém, uma integração efetiva entre os serviços de
cirurgia, anatomia patológica e medicina nuclear para resultados
confiáveis. O tipo de esvaziamento deve ser o seguinte:
™micrometástase (<2mm)
ƒEC seletivo
™macrometástase (>2mm)
ƒECRM
9RADIOTERAPIA ADJUVANTE
¾Preferencialmente c/ elétrons
™Mais de dois linfonodos positivos
™Extravasamento linfonodal
™Conglomerado linfonodal
9QUIMIOTERAPIA
¾Paliativa - estadio IV
9IMUNOTERAPIA
¾Não é rotina
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Pele e Melanoma - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de