Componente Curricular: Patologia e Profilaxia
Módulo I
Profª Mônica I. Wingert
Turma 101E
CÂNCER DE PELE
> Pele Melanoma
É um tipo de câncer que surge a partir dos melanócitos, células responsáveis pela fabricação da melanina,
substância que confere cor à pele. Um melanoma pode se originar na pele sadia ou a partir de lesões
pigmentadas preexistentes, provocando alterações no seu tamanho, cor ou textura. Esse tipo de câncer tem
um grande potencial em produzir metástases, enviando células tumorais para outros órgãos, onde se
desenvolverão.
Mais comuns em pessoas de pele clara, os melanomas aparecem com mais frequência nas regiões do corpo
que ficam expostas à radiação solar, porém também podem aparecer nas regiões do corpo que ficam
protegidas do sol.
Quando na fase inicial, o melanoma fica restrito à camada mais superficial da pele, sendo mais fácil o seu
diagnóstico e tratamento nessa fase. À medida que progride, ele vai aumentando de tamanho, apresentando
mudança nas suas cores originais, formação de feridas, pequenas crostas, sangramento e coceira. Quando o
melanoma forma uma lesão elevada na pele é sinal de que ele está aumentando em profundidade. Quanto
mais profundo, mais grave a lesão, pois se aumentam os riscos de metástases para outras regiões do corpo.
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos
últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido
à detecção precoce do tumor.
Estimativa de novos casos: 6.230, sendo 3.170 homens e 3.060 mulheres (2012)
Número de mortes: 1.392, sendo 827 homens e 565 mulheres (2009)
Prevenção
Como os outros tipos de câncer de pele, o melanoma pode ser prevenido, evitando-se a exposição ao sol no
horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos, uma vez que o maior fator de risco para o seu
surgimento é a sensibilidade ao sol (queimadura pelo sol e não bronzeamento). Mesmo em outros períodos
recomenda-se a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator
de proteção 15 ou superior.
Outros fatores de risco são: a pele clara, a exposição excessiva ao sol, a história prévia de câncer de pele,
história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a
propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza
pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo
displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).
Sintomas
O melanoma pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada. A manifestação da doença na
pele normal se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e
descamação.
Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na
forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares
Diagnóstico
A coloração pode variar do castanho-claro passando por vários matizes chegando até à cor negra (melanoma
típico) ou apresentar área com despigmentação (melanoma com área de regressão espontânea).
O crescimento ou alteração da forma é progressivo e se faz no sentido horizontal ou vertical. Na fase de
crescimento horizontal (superficial), a neoplasia invade a epiderme (camada mais superficial da pele),
podendo atingir ou não a derme papilar superior (camada intermediária da pele).
No sentido vertical, seu crescimento é acelerado através da espessura da pele, formando nódulos visíveis e
palpáveis.
Tratamento
A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas
dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o
melanoma é incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter
então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
> Pele não Melanoma
É o câncer mais freqüente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país.
Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo nãomelanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade.
O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e
negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à
ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.
Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode
apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais freqüentes são carcinoma basocelular, responsável por
70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular,
apesar de mais incidente, é também o menos agressivo.
Estimativa de novos casos: 134.170, sendo 62.680 homens e 71.490 mulheres (2012)
Número de mortes: 1.507, sendo 842 homens e 665 mulheres (2010)
Prevenção
Os tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco, principalmente, à exposição aos raios
ultravioletas do sol. Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis ao câncer de
pele não-melanoma.
Outros fatores de risco são a exposição a agentes químicos (arsênico) e a radiação ionizante, processo
irritativo crônico (úlcera de Marjolin), genodermatoses (xeroderma pigmentosum, etc.).
Esse tipo de câncer é mais comum em adultos, com picos de incidência por volta dos 40 anos.
Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem
diminuindo.
Sintomas
Feridas na pele cuja cicatrização demore mais de quatro semanas, variação na cor de sinais pré-existentes,
manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram.
Diagnóstico
O câncer de pele não-melanoma pode apresentar dois tipos de diagnóstico. O carcinoma basocelular é
diagnosticado através de uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta. O carcinoma epidermoide
também surge por meio de uma ferida, porém, evolui rapidamente e vem acompanhado de secreção e
coceira. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade dele apresentar metástase
(espalhar-se para outros órgãos).
Tratamento
A cirurgia é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma
epidermoide. Porém, o carcinoma basocelular de pequena extensão pode ser tratado com medicamento
tópico (pomada) ou radioterapia. Já contra o carcinoma epidermoide, o tratamento usual combina cirurgia e
radioterapia.
Auto-exame da pele
O que é o auto-exame da pele?
É um método simples para detectar precocemente o câncer de pele, tanto o melanoma quanto o nãomelanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer
de pele pode ser curado.
Quando fazer?
Ao fazer o autoexame regularmente, você se familiarizará com a superfície normal da sua pele. É útil anotar
as datas e a aparência da pele em cada exame.
O que procurar?
• Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram.
• Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma (bordas assimétricas) ou cor (tons de preto, castanho, rosa,
cinza, azul, branco ou vermelho).
• Feridas que não cicatrizam em 4 semanas e aumentam gradativamente.
Deve-se ter em mente o ABCD da transformação de uma pinta em melanoma, como descrito abaixo:
• Assimetria - uma metade diferente da outra
• Bordas irregulares - contorno mal definido
• Cor variável - várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, branca, avermelhada ou azul
• Diâmetro - maior que 6 mm
Como fazer?
1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados
direito e esquerdo;
2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas além da região genital;
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como os entre os dedos;
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e
orelhas;
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.
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CA de pele - colégio dom feliciano