Outro exemplo: uma partícula lançada para cima… Vejamos agora o seguinte exemplo: uma pequena esfera de m = 0,1 kg (considerada como partícula) é lançada para cima num plano inclinado. Como se considera que a esfera é uma partícula, ela não tem movimento de rotação. É evidente que enquanto a esfera está em contacto com a mão, a resultante das forças aponta para cima, paralelamente ao plano. Mas quando a esfera deixa de estar em contacto com a mão, fica apenas sujeita à força gravítica (m g = 1,0 N) e à força normal do plano, desprezando as forças de atrito. Trabalho da força gravítica e variação de energia potencial Calculemos agora o trabalho da força gravítica no esquiador, ao longo do plano inclinado, para o desnível de 20 m, e comparemos o trabalho dessa força com a variação de energia potencial: t = 0 s (começou-se a medir o tempo…) A medição do tempo inicia-se no momento em que a esfera sai da mão, já com uma certa velocidade. t = 0 s (começou-se a medir o tempo…) v = 3,0 m/s v = 0 m/s altura, h = 20,0 m Comecemos a analisar a subida exatamente no momento em que a esfera sai da mão. Nesse instante, a esfera já tem uma certa velocidade e, portanto, uma certa energia cinética… altura inicial = 0,0 m velocidade = 3,0 m/s velocidade energia potencial inicial Ep,i = m g h = 0,1 kg × 10 m/s2 × 0,0 m = 0 J altura inicial = 20,0 m velocidade = 0 m/s 600 N ! Fg energia potencial inicial Ep,i = m g h = 60 kg × 10 m/s2 × 20,0 m = 12 000 J 30º 1,0 N ! Fg v = 1,5 m/s velocidade 60º t = 0,3 s O deslocamento aponta para cima. velocidade 90º 60º t = 2,0 s O deslocamento aponta para baixo. 60º O ângulo entre o deslocamento a força gravítica é de 60º ! Fg O ângulo entre o deslocamento e a força gravítica é de 120º (30º + 90º) 120º 30º 30º 120º 1,0 N ! Fg t = 0,6 s , atingiu a altura máxima 600 N 30º altura = 0,45 m distância percorrida = 0,90 m velocidade = 0,0 m/s t = 4,0 s ,0 c slo a de me o nt 0 =4 m altura = 0,0 m distância percorrida = 40,0 m velocidade = 20,0 m/s energia potencial Ep,f = m g h = 0,1 kg × 10 m/s2 × 0,45 m = 0,45 J altura, h = 0,45 m energia potencial final Ep,f = m g h = 60 kg × 10 m/s2 × 0,0 m = 0 J altura, h = 0,0 m variação de energia potencial ∆Ep = Ep,f – Ep,i = 0,45 J – 0 J = 0,45 J variação de energia potencial ∆Ep = Ep,f – Ep,i = 0 J – 12 0000 J = –12 000 J velocidade v = 20 m/s 60º 600 N variação de energia potencial: ∆Ep = –12 000 J trabalho da força gravítica: WFg = 12 000 J ! 4s Fg trabalho da força gravítica W = 600 N × 40,0 m × cos(60º) = 600 N × 40,0 m × 0,5 = 12 000 J WFg = −∆Ep trabalho da força gravítica WFg = 1,0 N × 0,90 m × cos(120º) = 1,0 N × 0,90 m × (–0,5) = –0,45 J 120º 1,0 N ! Fg variação de energia potencial ∆Ep = 0,45 J trabalho da força gravítica WFg = –0,45 J Este exemplo ilustra outra relação importante: o trabalho da força gravítica numa partícula é simétrico da variação de energia potencial. A energia potencial variou –12 000 J (diminuiu essa quantidade) e o trabalho da força gravítica, que foi a força responsável pela diminuição de energia potencial, “puxando” o esquiador para baixo, foi 12 000 J, precisamente o valor simétrico da variação de energia potencial. 194 v = 0 m/s http://passarolafq.pt WFg = −∆Ep Como se evidencia nos cálculos, o trabalho da força gravítica de 1,0 N na partícula é simétrico da variação de energia potencial. A energia potencial variou 0,45 J (aumentou essa quantidade) e o trabalho da força gravítica, que foi a força responsável pelo aumento de energia potencial, “puxando” a partícula para baixo enquanto ela subia o plano, foi –0,45 J, precisamente o valor simétrico da variação de energia potencial. http://passarolafq.pt 195