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PROCESSO DE PRODUÇÃO DO OAC
IDENTIFICAÇÃO
Autor: Suzana Cristina Cavalli
Estabelecimento: Francisco M. de L. Camargo, E F M
Ensino: Fundamental
Disciplina: Língua Portuguesa
Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social
Conteúdo Específico: Gêneros textuais
1. RECURSO DE EXPRESSÃO
Como formar leitores proficientes, capazes de realizar qualquer tipo de atividade da
vida real, do cotidiano, que exija leitura?
A DIVERSIDADE TEXTUAL NA FORMAÇÃO DO LEITOR
A leitura ocupa uma posição de destaque na atual sociedade grafocêntrica,
pois entrelaça as relações sociais e as práticas culturais, sendo considerada
imprescindível para a inserção do indivíduo em determinado contexto social.
Podemos dizer que a leitura leva ao conhecimento de alguns aspectos da realidade,
ao exercício da reflexão e da crítica, podendo ser considerada um instrumento de
desvelamento da realidade e desafio contra as estruturas sociais.
A ação de ler está presente na vida dos homens desde as atividades mais
simples às mais complexas, sendo uma atividade comunicativa e de mediação entre
eles. Segundo Côco (2001, p. 1), a leitura é ratificada como componente da vida
social pelas transformações ocorridas na humanidade em seu percurso rumo a uma
sociedade do letramento, pela democratização do conhecimento e pelas relações
sociais.
A leitura proporciona não apenas informações, mas visões de mundo. Sob o
prisma sócio-político, consideramos que por meio dela é possível transformar a visão
do mundo social, assim como, esse próprio mundo (BOURDIEU, 2001, p. 243). Côco
(2001, p. 1) caracteriza a leitura como um componente da vida social, presente no
percurso social e histórico da existência humana, sendo um elemento prático e
imediato das ações sociais, da construção de relações de significação, um meio de
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interferência no contexto social. Mas como formar leitores proficientes, capazes de
realizar qualquer tipo de atividade da vida real, do cotidiano, que exija leitura?
É preciso dizer que o ato de ler é uma produção humana e sua apropriação
geralmente acontece pela interferência da escola, estando vinculado à mediação do
professor. Ainda, segundo Ribeiro (2003), a leitura é uma competência que tem de
ser aprendida, sendo necessário um professor que a ensine e compartilhe os
segredos de um texto com os alunos.
Nesse sentido, este Objeto de Aprendizagem Colaborativa (OAC) propõe
um trabalho com diferentes gêneros textuais, em sala de aula, numa interação
dialógica e significativa com o texto, visando propiciar ao aluno mais subsídios para
desenvolver sua capacidade de expressão lingüística nas diversas situações
comunicativas de que participa em seu cotidiano, enriquecer o processo de
letramento e aprimorar suas habilidades de leitura.
Os leitores estão a todo tempo inseridos em práticas sociais e são mediados
por gêneros textuais diversos, e a leitura ocorre a partir das situações que a
realidade apresenta. Assim, para Paulo Freire (1999), a leitura distancia-se da mera
decodificação dos signos da escrita e aproxima-se de uma compreensão crítica do
que se lê, já que no ato da leitura o indivíduo se vale de suas vivências e realidade.
O leitor é visto como um sujeito que interage com o texto, sendo que as experiências
por ele vivenciadas exercem influência sobre a leitura que realiza.
De
acordo
com
essa perspectiva,
entendemos
ser
necessário
o
desenvolvimento da competência do leitor no uso de gêneros textuais. Segundo
Meurer (2000 apud KNUPPEL 2007):
Gêneros textuais são tipos específicos de texto de qualquer
natureza, literários ou não. Tanto na forma oral como na escrita, os
gêneros textuais são caracterizados por funções específicas e
organização retórica mais ou menos típica. São reconhecíveis pelas
características funcionais e organizacionais que exibem e pelos
contextos onde são utilizados. Gêneros textuais são formas de
interação, reprodução e possível alteração social que constituem, ao
mesmo tempo, processos e ações sociais e envolvem questões de
acesso (quem usa quais textos) e poder. (MEURER, 2000, p.150)
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná (2006, p. 21), os gêneros textuais
constituem práticas sociais e devem conduzir a ação pedagógica com a língua,
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privilegiando o contato do aluno com a multiplicidade de textos que circulam
socialmente. Considera, portanto, a dimensão dialógica da linguagem, em
experiências reais de uso da língua materna.
O contato do aluno com as diferentes linguagens presentes na diversidade
textual, possibilita “entender o texto como material carregado de intenções e de
visões de mundo” (PARANÁ, 2006, p. 23). Compreende, assim, a leitura como forma
de perceber o(s) sujeito(s) presente(s) no texto, suas intenções, as ideologias nele
contidas, os implícitos, os pressupostos, os vazios que geralmente são preenchidos
pelos leitores proficientes.
Entendemos, então, que o trabalho com uma ampla variedade de textos
produzidos numa igualmente ampla variedade de práticas sociais, contribui para
formar alunos-leitores competentes, capazes de participar de forma consciente e
democrática do contexto social, político, histórico e cultural em que estejam
inseridos.
REFERÊNCIAS
BOURDIEU, Pierre. A leitura: uma prática social. In: CHARTIER, Roger (Org.).
Práticas da leitura. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. p. 229-254.
CÔCO, Valdete. O processo de socialização com a leitura e a prática docente:
implicações para a formação de professores. Anped, 2001. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/24/T1092503146889.doc>. Acesso em: 05/08/2004.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 37.
ed. São Paulo: Cortez, 1999.
KNUPPEL, Maria Aparecida Crissi. Gêneros textuais na escola: modelo didático
para o ensino da leitura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE
GÊNEROS
TEXTUAIS,
4,
2007,
.
Disponível
em:
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/79.pdf.
Acesso:
04/09/2007.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.
4
RIBEIRO, Gilvan Procópio. Desafios da escola: uma conversa com os professores.
PGM
3
–
O
professor-leitor,
2003.
Disponível
em:
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/de/tetxt3.htm>.
Acesso
em:
12/08/2004.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
2. RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO
2.1 Investigação disciplinar
COMO FORMAR LEITORES CAPAZES DE CAMINHAR COM DESEMBARAÇO
PELAS VÁRIAS ÁREAS DO SABER E DA CULTURA?
A leitura é produto da cultura humana e está presente nas práticas sociais.
Por meio da leitura o indivíduo pode adquirir informações, ampliar sua visão de
mundo, mas, acima de tudo, pode usufruir de sua condição de leitor para interferir
nas relações de poder e atuar de forma mais consciente diante das situações sóciopolíticas com que se depara. Para Silva (1996, p. 45), a leitura não é apenas “uma
ponte para a tomada de consciência, mas um modo de existir no qual o indivíduo
compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a
compreender-se no mundo”.
Para tanto, é preciso que o leitor tenha domínio dos protocolos sociais da
escrita. É preciso ser capaz de apropriar-se do texto à sua maneira, já que todos nós
temos uma história de vida ou de leitura que nos é própria, assim como, atribuir-lhe
significação, ler as entrelinhas, realizar inferências, dominar habilidades e
estratégias de leitura.
De que forma a escola como espaço privilegiado de aprendizagem pode
contribuir para formar leitores que vão além da superfície do texto, capazes de
caminhar com desembaraço pelas várias áreas do saber de da cultura?
O ato da leitura é um processo complexo: depende da natureza, do objetivo,
do tipo do gênero que se lê. Cada gênero textual possui suas próprias
características e cumpre funções distintas. Cabe à escola formar leitores
competentes para lidar com os vários gêneros textuais que circulam em diferentes
âmbitos da sociedade.
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Como? Apresentando ao aluno todo tipo de texto. A partir desse contato
com a diversidade textual, com as diferentes linguagens e situações sociais em que
elas se constituem, pode-se instaurar no aluno a competência textual, no sentido de
formar leitores aptos a interpretar tanto o lingüístico quanto o implícito no texto,
preparando-os para realizar leituras críticas, que lhes permitam refletir e questionar
as ações humanas, as práticas sociais.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
2.2 Perspectiva Interdisciplinar
OS GÊNEROS TEXTUAIS NAS DISCIPLINAS ESCOLARES
A leitura é uma atividade que está presente em todas as disciplinas
escolares. Alunos e professores realizam leituras sobre temas e gêneros textuais
diversos:
notícias,
crônicas,
piadas,
poemas,
artigos
científicos,
ensaios,
reportagens, propagandas, charges, gráficos, contos etc.
Nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo, muitas vezes, a partir do
estudo de um gráfico relacionado a um tema estudado anteriormente, dá-se a
produção de um texto. Da mesma forma, o professor de História pode solicitar aos
alunos a leitura de textos literários ligados a um determinado conteúdo a fim de
contextualizá-lo ou enriquecê-lo.
É preciso dizer, que apesar das disciplinas escolares lidarem com vários
gêneros textuais, alguns são mais enfatizados por particularidades da própria
disciplina. O importante é que os professores ensinem seus alunos a ler os gêneros
mais constantes em sua disciplina, ressaltando as peculiaridades desses gêneros
(composição, estrutura, estilo etc) e a situação em que foram produzidos. Kleiman e
Moraes (1999, p. 123) afirmam que a leitura constitui-se numa prática central de
todas as atividades curriculares e todo professor é professor de leitura não
importando sua área de atuação. Para Silva (1996), “todo professor, por adotar um
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livro ou mesmo produzir e selecionar seus textos, transforma-se, necessariamente,
num co-responsável pelo ensino e encaminhamento da leitura”, ou seja, os
professores são, “implícita ou explicitamente, orientadores de leitura” (SILVA, 1996,
p. 33).
Independentemente de sua disciplina, todo professor, em sua prática
cotidiana na escola, torna-se um responsável pelo trabalho com a palavra impressa,
um professor de leitura.
REFERÊNCIAS
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
KLEIMAN, Angela B. ; MORAES, Silvia E. . Leitura e interdisciplinaridade: tecendo
redes nos projetos da escola. Campinas : Mercado de Letras, 1999.
2.3 Contextualização
GÊNEROS TEXTUAIS E SITUAÇÕES DE USO
O gênero textual não se define apenas como um conceito, mas como uma
prática social (PARANÁ, p. 21). Estamos a todo tempo rodeados por gêneros
textuais diversos, locais por onde perpassam as práticas de linguagem, as trocas de
saberes, a formação do ser humano, numa interlocução viva.
São muitos os gêneros que circulam em nossas práticas sociais:
reportagens, notícias, crônicas, piadas, enquetes, anúncios, romances, poemas,
editoriais, biografias, receitas, gráficos, charges, ensaios... os quais são utilizados a
partir de situações, de necessidades do cotidiano.
Quando pretendemos conhecer um determinado ponto turístico, podemos
consultar um guia com informações acerca da região; quando queremos nos
informar sobre o que está acontecendo em nosso país ou no mundo, lemos jornais
ou revistas, virtuais ou não, ou assistimos a noticiários; para obtermos informações
sobre o panorama educacional brasileiro, podemos acessar sites como, por
exemplo, o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), que disponibiliza textos informativos, legislativos, e outros, a fim de
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divulgar o resultado de estudos, pesquisas e avaliações sobre o sistema educacional
brasileiro.
Utilizamos em todas as situações descritas no parágrafo anterior, gêneros
textuais diferentes de acordo com as situações e as finalidades propostas. Leituras
que acontecem de forma natural, espontânea, a partir de textos que circulam
socialmente.
REFERÊNCIAS
Instituto
Nacional
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Acesso em: 18/09/2007.
de
Estudos
e
Disponível em: http://www.inep.gov.br.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.
3. RECURSOS DIDÁTICOS
3.1 Sítios
Título do Sítio: Resumo das sessões plenárias e minicursos
Comentário:
Este sítio é um ambiente propício para se obter resumos de trabalhos que foram
apresentados no 4º Siget (4º Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros
Textuais), realizado em agosto de 2007, pela Unisul, campus de Tubarão-SC, que
congregou estudiosos dos gêneros textuais. A partir dos títulos de tais resumos, os
professores podem obter, por meio de algum site de busca, os textos na íntegra, os
quais tratam de questões que relacionam os gêneros textuais às práticas de ensino,
às práticas sociais, à formação de professores e outros temas afins – um espaço
acadêmico que contribui para os professores (re)pensarem essas questões.
Disponível
em
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/caderno.pdf.
Acesso em: set. 2007
:
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Vídeo
Título: Central do Brasil
Direção: Walter Salles
Produtora: produzido por Arthur Cohn e Martine de Clermont-Tonnerre (Videofilmes)
e distribuído pela Sony Pictures Classics.
Ano: 1998
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Central_do_Brasil
Disponível em : http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=271

Sinopse: O filme retrata a vida de Dora e Josué. Ela, uma professora
aposentada que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos, na maior estação
de trens do Rio de Janeiro, (Central do Brasil). Ele, um garoto pobre, que com oito
anos de idade perde sua mãe no Rio de Janeiro e sonha com uma viagem ao
Nordeste
para
conhecer
o
pai.
Dora conhece Josué, que após a perda da mãe fica perdido e entregue às várias
formas
de
violência
urbana,
típicas
de
uma
cidade
grande
num
país
subdesenvolvido. Após um grave acidente, em que Josué quase foi vítima de uma
tentativa de tráfico para o exterior, Dora rendeu-se ao apelo do menino e o
acompanhou em busca de seu pai e irmãos numa longa viagem para o sertão da
Bahia e de Pernambuco

Comentário: O filme traz à tona o gênero textual “carta familiar”, que apesar de
toda a evolução tecnológica, ainda circula em nosso meio. Cartas escritas à mão,
com papel e caneta, que deixam transparecer emoções e até mesmo características
da personalidade do autor(a) por meio da letra. Ao mesmo tempo, o filme aponta o
precário domínio da linguagem escrita em nossa sociedade, uma triste mostra da
quantidade de adultos que ainda não domina a escrita, que enfrenta limitações em
suas vidas em função disso.
3.2 Proposta de Atividade
Titulo: Enquetes e gráficos: uma união de gêneros textuais na sociedade
contemporânea
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A enquete é uma técnica utilizada para conhecer ou avaliar as
características, costumes e preferências das sociedades. Trata-se de um
questionário com perguntas geralmente curtas, pré-elaboradas, sendo bastante
utilizada pelos meios de comunicação. Primeiramente, os dados são coletados e, a
seguir, são organizados e interpretados. Os dados coletados pela enquete podem
ser transformados em gráficos, tipos de tabelas ou representações gráficas que
retratam o panorama constatado pela enquete.
A atividade descrita a seguir será desenvolvida após o professor apresentar
aos alunos exemplos de enquetes e gráficos, a fim de que eles se familiarizem com
esses gêneros textuais. Serão apresentados, ainda, textos informativos e/ou
opinativos, elaborados a partir de dados que foram coletados em enquetes e
dispostos em gráficos, visando a preparação dos alunos para as atividades de
redação subseqüentes.
Proposta de atividade:
Tipo de atividade: prática
Objetivos: conhecer e/ou reconhecer os gêneros textuais: enquete e gráfico;
desenvolver a expressão oral e escrita; desenvolver habilidades de leitura de textos
não verbais.
Recursos utilizados: textos para conhecimento dos gêneros “enquete” e “gráfico”;
computador; papel; materiais para escrita.
Método utilizado: individual e em grupo
Número de alunos: 35
Estratégias de avaliação: Os alunos serão avaliados por meio da participação e
organização dentro dos grupos; no que se refere aos aspectos da escrita, serão
observados nos textos produzidos (entrevistas, gráficos, informativos, cartazes), a
clareza e a coerência na exposição das idéias, o emprego adequado dos elementos
coesivos, dos sinais de pontuação, dos recursos gráfico-visuais.
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Desenvolvimento: Os alunos, em grupos, realizam uma enquete com os colegas de
sua escola, sobre as formas de relacionamento amoroso dos jovens de hoje:
namorar ou ficar.
Passos a seguir:
1º) Os alunos selecionam o grupo de adolescentes que será entrevistado
(quantidade de pessoas, colegas da mesma sala ou não);
2º) Escrevem as perguntas e respostas (em forma de teste);
3º) Efetivam as entrevistas (pessoalmente ou pela internet);
4º) Organizam os dados, transformando-os em porcentagens e criam gráficos para
representar os dados visualmente;
5º) Produzem um breve texto, transcrevendo os dados e comentando-os.
6º) Para finalizar, a partir das perguntas apresentadas na enquete e dos gráficos
criados, produzem cartazes para expor nos murais ou biblioteca da escola.
Referência: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1988.
3.3 Imagem
Comentário: O gráfico de notas é um gênero textual utilizado em nossas escolas
como um meio de visualizar o rendimento escolar dos alunos e redirecionar o
trabalho de professores e equipe pedagógica.
4. RECURSO DE INFORMAÇÃO
4.1 Sugestão de Leitura
Livro
Título do livro: A produção da leitura na escola: pesquisas e propostas
Referência: SILVA, Ezequiel T. A produção da leitura na escola: pesquisas e
propostas. São Paulo: Ática, 2005
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Comentário:
Ao propormos um trabalho ancorado na diversidade textual para a formação
de leitores proficientes, não podemos nos esquecer das práticas de leitura em sala
de aula, ou seja, de que forma trabalhamos o texto para a construção desses
leitores.
Na obra “A produção da leitura na escola: pesquisas e propostas”, Silva
(2005) trata de questões referentes ao trabalho com a leitura. Na primeira parte, faz
analogias entre diferentes tipos de passos (“passo de ganso”, “passo de cágado”,
“passo incerto”, “passos largos”) e o ensino da leitura em sala de aula, focalizando,
portanto, uma postura pedagógica desafiadora, distanciada de práticas de leitura
fragmentadas ou descontextualizadas.
Na segunda parte, o autor destaca as dificuldades enfrentadas pelos
professores no ensino da leitura, como também, alguns problemas presentes no
sistema educacional brasileiro, que se refletem na prática docente.
Na terceira parte, Silva em diálogo com Jean Foucambert, questiona a
implementação do conceito de “leiturização”, surgido em “terras francesas”, no
contexto das escolas e no âmbito do trabalho dos professores brasileiros. Aborda
também, a formação de professores baseada no contexto das práticas pedagógicas,
“o vir-a-ser do homem ao longo de sua trajetória de vida”, no caso, da vida
profissional do professor.
Internet
Título: Gêneros textuais na escola: modelo didático para o ensino da leitura
Disponível em: http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/79.pdf.
Acesso em: 04/09/2007
Comentário:
O artigo “Gêneros textuais na escola: modelo didático para o ensino da
leitura”, de Maria Aparecida Crissi Knuppel, foi apresentado em agosto de 2007 na
Unisul, campus de Tubarão-SC, no 4º Siget (4º Simpósio Internacional de Estudos
de Gêneros Textuais), que tem por objetivo congregar pesquisadores brasileiros e
estrangeiros envolvidos em estudo sobre gêneros textuais.
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O texto é resultante de uma pesquisa que buscou identificar quais os gêneros
textuais privilegiados em sala de aula e como eles vêm sendo utilizados na escola
no processo de formação de leitores.
O enfoque dado à questão dos gêneros textuais enquanto prática cultural na
formação do indivíduo, da leitura numa perspectiva interacionista, a partir do
momento da prática social, vai ao encontro da fala apresentada nas Diretrizes
Curriculares de Língua Portuguesa da Rede Pública de Educação Básica do Estado
do Paraná (2006). Conforme este documento, os saberes e conhecimentos de
grande dimensão, que identificam e organizam a disciplina de Língua Portuguesa,
precisam estar amparados pelos processos discursivos, numa dimensão histórica e
social.
O artigo também aborda concepções de leitura, gêneros textuais, texto e
leitor, que contribuem para mobilizar ou acomodar conceitos pré-estabelecidos por
leituras anteriores. Ainda, colabora com a construção deste OAC, à medida que
considera de suma importância a diversidade textual nas aulas de Língua
Portuguesa, as variadas situações de interação verbal, para o desenvolvimento da
competência dos leitores.
Internet
Título: Leitor e leituras: considerações sobre gêneros textuais e construção de
sentidos
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n3/a05v18n3.pdf
Acesso em: 20/09/2007
Comentário: O texto “Leitor e leituras: considerações sobre gêneros textuais e
construção de sentidos” pode auxiliar o professor a refletir sobre as concepções de
texto, leitura, leitor e gêneros textuais, tão necessárias ao se trabalhar a leitura em
sala de aula. As autoras fundamentam tais concepções na perspectiva de linguagem
como interação, e leitura como uma prática social e interativa, voltada à construção
de sentidos.
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4.2 Notícias
Revista on-line
Título
da
Notícia:
Leitura,
a
grande
travessia
da
educação
Referência: Leitura, a grande travessia da educação. Revista Educação Online,
08/05/2007
Disponível
em:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=Portal
IBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=992A28DD3C4DAF57832572D70
06D840C
Comentário: A leitura não pode ocorrer somente a partir de textos literários. É
preciso propor uma variedade de textos que atenda aos gêneros textuais de uso
social para a formação de leitores competentes, capazes de uma efetiva
participação numa sociedade letrada.
4.3 PARANÁ
Título: Haicai: um gênero textual na poesia de Helena Kolody
Texto: Disponível no endereço: http://www.kakinet.com/caqui/kolody.php?t=1
O haicai é um gênero textual de origem japonesa que chegou ao Brasil no
início do século 20. O haicai clássico japonês geralmente é composto de três versos
(terceto), sendo esses versos de três, cinco e sete sílabas poéticas; contém alguma
referência à natureza; refere-se a um evento particular; apresenta tal evento como
‘acontecendo agora’, e não no passado.
O haicai “Arco-íris”, muito citado e incluído em antologias, é um dos
primeiros publicados pela poetisa Helena Kolody, em 1941, em seu livro Paisagem
Interior. Retrata a marca indelével de sua poesia: a concisão e a simplicidade. Como
todo gênero textual, o Haicai apresenta um assunto (que perpassa o contexto
natureza); um estilo (frases curtas, simples, sem rebuscamento); um formato (terceto
com versos de três, cinco e sete sílabas poéticas).
http://www.kakinet.com/caqui/nyumon.htm
http://www.kakinet.com/caqui/kolody.php?t=1
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